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[Baccarat Palace] The White Knight

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OST :


Fingindo um estado melancólico para o rapaz, a garota seguiu a conversa simulando apenas o que o mesmo 'desejava' ver e ouvir. Era natural que uma pessoa normal e com acesso limitado a dinheiro se sentisse desencorajada depois de ouvir que não havia retorno garantido, por mais óbvio que fosse aquela resposta, da mesma forma que era natural que alguém assim demonstrasse algum sinal de esperança em seus olhos depois de um encorajamento vazio como aquele. Por fim, agradecer um trabalho bem feito era o mínimo que Enza poderia fazer para recompensá-lo. Acostumada com mentiras tão simples, aquele papel soava extremamente fácil e desinteressante para a experiente atriz que já havia repetido cenas semelhantes diversas vezes com diferentes nomes em uma variedades de contextos. Embora vivenciar o clichê fosse parte do seu trabalho e lhe trouxesse prazer, Enza não podia deixar de sentir algo anormal em seu âmago quando acreditava que já havia atingido o "limite" de um papel que continuava a ser frequentemente repetido. Aquele ainda era um sentimento raro que a garota havia experienciado poucas vezes até hoje, dado sua idade e criatividade para improvisar. Entretanto, aquela era uma situação atípica onde havia pouca margem para improviso.

Observar Emily não fôra uma total perca de tempo, definitivamente tinha algo de errado com aquela ilha e a atmosfera excessivamente positiva. Embora várias profissões "obrigassem" os funcionários a serem mais receptivos e amigáveis por diversas razões, a animadora não podia deixar de cogitar que tudo aquilo era encenado... No fundo ela se perguntava se tudo realmente girava em torno do dinheiro

Mentir fazia parte do seu dia-a-dia e era tão natural quanto respirar, seja para os outros ou, em algumas ocasiões, para si mesma. Entretanto, se havia algo que Enza detestava era ser controlada como uma marionete por outros mal intencionados. Ela, afinal, almejava purificar o mundo daquelas pestes, mesmo que fosse por de baixo dos panos. A atriz reconhecia o valor positivo em mentir e omitir, embora muitos detestassem tais gestos... Por isso, testemunhar alguém deturpando aquela 'arte' lhe trazia imenso rancor, como profissional e como humana. Aquela era sua maior arma.

... No fundo se perguntava se tudo realmente girava em torno apenas de dinheiro.

Àquela altura Enza já havia aceitado a troca de papel, precisava apenas se preparar para isso. A mudança de tom traria o revigoramento que sua alma clamava.

- Tanto falso moralismo não lhe incomoda? - A serpente perguntou num tom irônico dentro de sua cabeça enquanto bocejava no exterior.

Com um sorriso no rosto, a garota deixou que aquilo servisse de resposta à sua companheira de viagem e se retirou do Baccaract Palace a passos largos após a saída do rapaz. Acostumada com mapas pelo seu hobbie de navegação, não tardou para que reconhecesse o caminho que deveria trilhar até o seu objetivo.

- Que desperdício. - Murmurou para si mesma, vendo o quão movimentado era o lugar de noite. Embora fosse óbvio, Enza gostava da calmaria e do silêncio da noite, que em seu ápice parecia emitir uma aura única. Pela enormes e chamativas luzes, ela não podia deixar de imaginar o quão incrível seria a experiência de ter um lugar daqueles para si só. Mesmo que fosse apenas por uma noite, certamente se lembraria vividamente do evento.

Aproveitando-se da segurança tão relaxada quanto os funcionários, a atriz se esgueirou até a department store indicada pelo rapaz. Embora fosse arriscado seguir tudo o que ele havia lhe dito para o futuro do seu disfarce, Enza se livraria dessas preocupações com a ideia de simplesmente fazer as compras aqui e se arrumar em outro lugar. Não era a melhor solução, mas era um risco que teria que correr até que sua conta corrente tivesse dinheiro suficiente para bancar algo que não fosse alugado... O que, embora fosse possível agora, não seria escolhido pelo interesse no cassino e as despesas naturais que teria que arcar no futuro.

Tendo uma imagem mental do que queria para o seu disfarce, agarrou imediatamente artigos da seção de maquiagem e sapatos novos. Em seguida, cheiraria os perfumes e se contentaria com o que fosse mais chamativo e atraente ao seu nariz. Sabendo exatamente o que precisava, dispensaria a ajuda de funcionários que pudessem se lembrar do seu verdadeiro rosto no futuro, mesmo que aquilo pudesse fazê-la perder alguns minutos a mais para checar outras seções da loja. Despreocupada com o horário por não acreditar que o cassino fecharia tão "cedo", prosseguiu para o andar de roupas femininas e selecionou um conjunto que julgou refinado o suficiente para a ocasião. Como não tinha muitas reservas, negou coisas caras como o clássico terno e gravata, optando por uma moda mais oriental. Por fim, buscaria por alguns acessórios, pagaria por tudo como uma boa cidadã com um sorriso informal e se retiraria da loja no segundo momento. Tendo tudo em mãos agora, calcularia quanto havia gastado para começar a determinar o quanto poderia gastar no cassino.

Como estava próxima do Argus, seguiu até o mesmo enquanto ainda tentava desviar do máximo de câmeras possíveis. Deixaria de lado a ideia de se arrumar num banheiro e faria isso na cabine do próprio navio, onde tinha certeza de que possuiria o máximo de privacidade. Lá, se despiria de suas vestes antigas, guardando-as e imediatamente colocando as novas no lugar. Tomaria um cuidado extra com a maquiagem e seu penteado, reconhecendo que seriam as partes mais problemáticas de se lidar e, ao que estivesse pronta, checaria sua imagem num espelho.

Knox :


Com um suspiro e um sorriso, se certificaria de que ainda estava em posse do cartão bônus e do mapa, e então deixaria seu navio satisfeita com o resultado e retornaria de volta até o Baccarat Palace. Se dirigindo imediatamente até a recepção, fingiria que era a primeira vez ali, pedindo para que a atendente de plantão explicasse o processo de check-in e, ao que estivesse tudo pronto, seguiria até o seu destino: o cassino. Quando fosse solicitado seu nome, com um leve sorriso a garota se apresentaria galantemente:

- Reyad A. Knox.








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♘ The White Knight ♞


Turno




O térreo e o primeiro andar eram, de longe, os mais lotados daquela loja de departamentos. Não à toa, as moças da ilha pareciam simplesmente amar a enorme variedade de produtos de alta qualidade. Tinham de tudo ali, desde o mais simples ao mais complexo e, por isso, Enza pode encontrar tudo que lhe passou pela cabeça. O setor de roupas de certas ilhas exóticas do Novo Mundo não era tão variado, mas ela certamente pode encontrar o look que lhe agradou.

Considerando o movimento, sua passagem pela loja não pareceu chamar a atenção de ninguém. No entanto, ao que os variados produtos de coletava começaram a se amontoar em seus braços, um dos vendedores gentilmente a abordou, fornecendo uma espécie de bolsa de pano. Ele apenas precisou ver a situação complicada da garota e dizer “Ah, aqui”, para que Enza entendesse que era algo para ajudar as clientes a carregar tudo que estivessem planejando comprar pela loja.

Ao fim do trajeto por variados cantos e andares da loja de departamentos, a pequena atriz finalmente se viu em uma das filas para o caixa. Novamente, havia muitas outras garotas ali, com os mais variados estilos de vestimenta. Por isso, Enza conseguiu se misturar mesmo com seu visual — e escolhas de compra — um tanto exóticos. A fila serpenteava por entre alguns postes dourados ligados entre si por correntes ensacadas em algum tubo de tecido luxuoso. O fim da fila dava em outro longo balcão cheio de atendentes com os devidos dispositivos para escanear os códigos de barra, somar os preços, fazer a devida cobrança e registrar as informações para a loja.

Nesse aspecto, Enza não viu nenhuma opção que a livrasse de ser vista por alguém. A entrada era protegida com detectores de tarjas magnéticas, presas aos produtor para alertar tentativa de roubo, e pelos clássicos seguranças brutamontes bem equipados. Entretanto, apesar de todo stress que Enza pudesse sentir com a possibilidade de estar sendo vigiada, a vendedora agiu como de praxe. Sorriu para ela e simpaticamente pediu os produtos. Após escanear um a um junto de um bipe constante a cada produto, digitou mais algumas coisas na tela de computador ao lado das duas.

— O total é 8.000.000 de Berries, senhorita — com outro sorriso, voltaria seu olhar da tela em direção a Enza — Qual o método de pagamento? — finalizaria, já iniciando a dobrar e empacotar as coisas para colocar na sacola de papel verde com o nome da loja em dourado.

Claro, Enza já sabia do preço de antemão, pois vinha checando e somando os preços do que havia pegado da loja desde o começo. Dessa forma, sabia que poderia pagar sem grandes problemas e ainda sobraria exatamente 42.896.000 milhões de Berries só para [s]torrar[/s] investir no cassino.

Tudo pago, a garota acabou optando por usar seu navio como ateliê. Não só pela familiaridade, mas pela maior segurança e discrição, a escolha parecia mais adequada. Com um monte de sacolas chiques da Zenit Zerter, novamente Enza caminhou pelos calçadões de rochas brancas sem grandes problemas. A ilha estava sempre movimentada, mas logo que chegou na altura das docas, a coisa ficou bem mais calma. Ali só havia ela, o barulho das ondas e o som das madeiras dos navios estalando.

Após algumas horas de produção em seus aposentos, Enza finalmente pode vislumbrar o resultado no seu espelho. Satisfeita com o disfarce super convincente, a atriz guardaria o cartão prateado e o mapa dentro de suas vestes pomposas e, então, seguiria seu caminho de volta ao centro da ilha: o Baccarat Palace.

A volta foi exatamente como a ida: muita gente reunida e indo de um lado para o outro como se tudo fosse um grande festival. No entanto, ao que adentrou os grandes portões do hotel, que era a joia da coroa, encontrou um corredor bem mais calmo. Naturalmente, àquela altura, os hóspedes que queriam sair para aproveitar as atrações do lado de fora do hotel já haviam o feito e, por isso, os corredores e a recepção estavam muito mais calmos.

Quando viram o que parecia uma nobre oriental adentrando na recepção, os balconistas — até então visivelmente relaxados e conversando risonhos entre si — imediatamente se alinharam. Após rapidamente trocarem algumas palavras à distância, um dos homens dentre eles avançou ao balcão. Um rapaz de cabelos verdes lisos e com o mesmo uniforme que Emily, mas na versão masculina, colocou-se de prontidão em um dos terminais de computadores logo abaixo do balcão.

Como todo mundo na ilha, o rapaz parecia relaxado e bastante feliz. Cumprimentou a garota e deu-lhe as Boas-vindas ao Baccarat Palace. Nada além do esperado. Explicou-lhe o processo de check-in, conforme o solicitado. Enza viu que a coisa era bastante simples: bastava ela deixar seu nome completo que eles lhe indicariam um quarto. Se quisesse, o cartão dourado que lhe seria fornecido poderia ser usado para compras, cujos gastos ficariam todos registrados sob o número de sua suíte. Pagamentos, por sua vez, só precisavam ser feitos no check-out. Caso quisesse checar o quanto devia de antemão, era possível fazê-lo através da intranet do hotel, se tivesse um dispositivo próprio. Se não, poderia acessar uma das salas com computadores disponibilizados no térreo. O caminho era meio complicado, mas sacando um mapa, Enza veria ser questão de apenas dar a volta nas escadas ao redor da recepção, que encontraria outros corredores que levavam a mais porções do hotel. Inclusive, considerando o tamanho do hotel, veria que aquela não era a única recepção, haviam outras 3, uma para cada face da torre, voltadas para o norte, sul, leste e oeste.

Eventualmente, o rapaz terminou de explicar e permaneceu olhando educadamente. Enza entendeu a deixa e simplesmente deu seu nome.

— Certo, senhorita Knox, deixe-me só inseri-la na lista de hóspedes — prontamente, ele voltaria seu olhar para baixo e começaria a digitar algumas coisas — Faz um bom tempo que não recebemos um hóspede de terras tão distantes quanto Lóngshan… — ao fim do processo, ele comentaria voltando a sorrir em direção à garota. — A senhorita ficará no quarto 7438 — então, ele caminharia até uma enorme estante cheia de nichos quadrados na parede atrás da recepção. Após sacar um cartão dourado de uma dessas pequenas caixinhas, retornaria. — Aqui está. Esse é o cartão que serve de chave para o quarto e de método de pagamento. Basta aproximá-lo dos sensores ao lado da porta para destrancar o quarto, ou das máquinas de cobrança nos diversos estabelecimentos da ilha para registrar os seus gastos — deslizando-o sobre a bancada de madeira escura, deixaria o pedaço metálico bem adiante de Enza. — A recepção fica aberta 24h, qualquer problema ou pedido que tiver basta nos interfonar no número 0. Se tiver mais alguma dúvida, pode me perguntar. Esperamos que aprecie bastante a sua estada — fechando os olhos, o rapaz finalizaria bastante sorridente.

Conforme o planejado, então, Knox virou-se para a direita e tomaria uma das escadas curvas que levavam até a segunda metade do andar térreo. Basicamente, o andar 0,5, ou algo do tipo. Lá, ela veria mais nichos com salas de estar e, como antes indicado, as portas dos toaletes que procurava. No entanto, agora seu objetivo era outro. Atravessando as grandes portas ogivais, viu-se no mesmo salão de elevadores de antes. Na parede logo ao lado do portal de entrada pode ver o painel utilizado por Emily anteriormente. Nele, digitou o número três e esperou por alguns instantes. Logo, a letra M piscou, apagando o número que ela havia digitado: era a indicação para qual elevador deveria pegar.

A porta dupla do elevador M abriu, Knox entrou e iniciou sua subida até o cassino. A coisa foi bem rápida, claro. Ao que as portas se abriram novamente, Enza se viu em meio a uma mixórdia de pessoas, luzes, sons e cheiros. Como sempre, o chão era todo coberto por carpetes de materiais de altíssima qualidade, assim como todos os detalhes que compunham a enorme estrutura interna do cassino.

Ela estava ainda numa sala semelhante ao salão dos elevadores. No entanto, no local equivalente ao da porta ogival da recepção havia uma simples passagem sem batente ou rodapé. Ao que Enza atravessasse ele, se veria saindo de uma espécie de sala quadrada perdida no meio do gigantesco cassino. Havia um espaço para se caminhar ao redor do quadrado formado pelo saguão dos elevadores, mas este estava cercado por grades luxuosas de metal dourado e madeira requintada.

A atmosfera local chegava a ser acinzentada e ligeiramente malcheirosa do tanto que as pessoas pareciam fumar enquanto jogavam. Sem contar isso, Knox também podia ouvir diversos sons de 8bits vindo das máquinas de jogos, bem como os sons das moedas metálicas sendo levadas pelas pessoas por todos os lados. O ambiente parecia ser mantido a meia luz, mas tamanha a quantidade de atrações com decorações de led e neon, que quase nem dava para perceber.

O cercadinho chique formado ao redor das paredes do saguão de elevadores só tinha uma saída. Ela estava trancada no momento, no entanto, ao seu lado era possível ver um balcão, que claramente era o caixa, visto a placa logo acima dele. Todo coberto, nas laterais e por cima, Enza só conseguiria ver sua atendente através de uma pequena janela de vidro espesso e protegido por grades de aço. Havia um pequeno círculo no meio do vidro, que servia para a facilitar a passagem da voz, e um vão na borda inferior, que possibilitava a passagem do dinheiro e das fichas. Por fim, ao lado desse tal vão, em cima do pequeno balcão de negociações, havia uma plaquinha bem chamativa:

Cash Only

Apesar de todo aquele isolamento, mesmo a distância, a mulher em seu interior ainda sorria simpaticamente para a cliente recém-chegada. Assim que ela se aproximou, a mulher disse:

— Boa noite, senhorita. Estaria interessada em adquirir alguns pontos para jogar nesta noite? — ela ofereceria em tom animado. — Em breve nossa mais nova atração deve começar. Um de nossos guias levará os jogadores interessados para os nossos novíssimos navios-cassino — ela prosseguiria, empurrando um fôlder através do vão sobre o balcão de trocas. — Enquanto ele cruza nosso novo rio artificial em direção ao mar, vocês poderão aproveitar do melhor que a ilha tem a oferecer enquanto jogam sobre as águas e em alto mar! Ao nascer do sol, o barco retorna e você poderá trocar suas fichas comigo — após explicar de forma genuinamente entusiasmada, ela finalizaria.

E, como bem Enza poderia ver, logo adiante do portão que levava ao cassino havia um setor bem iluminado todo cercado por palmeiras naturais. Tratava-se de uma área temática impressionante, decorada com um aspecto meio egípcio misturado com uma estética da década de 30. Além disso, nele já haviam algumas pessoas sentadas em mesas, esperando pelo tal guia do qual a caixa havia falado.

— Como comemoração pela inauguração, estamos com condições imperdíveis para quem quiser se aventurar em nosso cruzeiro por essa noite — parecendo não se aguentar diante do breve silêncio inicial de Knox, ela retomaria. — Clientes que embarcarem ganharão um bônus de 1.000.000 de fichas, fora o que comprarem — sorrindo animadinha, novamente finalizaria.




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Imersa em suas compras, por um momento a garota cogitou dispensar ou ignorar a atendente que tentava lhe abordar. Quanto menos contato tivesse com algum funcionário, melhor, era o que Enza pensava. Porém, ao ver que a mulher tinha apenas interesse em lhe ceder um tipo de sacola, aceitou sem mais cerimônias, agradecendo e já se retirando da vista dela no segundo instante. Era verdade que suas compras estavam se acumulando e, com base nisso, julgou que chamaria mais atenção desnecessária se não aceitasse a oferta e andasse pela loja carregando uma pilha de roupas e artigos. Talvez pudesse usar a pilha para esconder seu rosto, mas haviam outras formas de rastreá-la se o inimigo invisível fosse alguém minimamente esperto. No fundo a atriz se questionava se uma ação daquelas seria capaz de se destacar nessa ilha de esquisitões, mas por via das dúvidas ela decidiu 'seguir o protocolo padrão' e encenar o que já estava acostumada.

O cotidiano de um NPC indo às compras. Nada para se alegrar, nada memorável, apenas uma necessidade que não trazia felicidade ou o seu oposto.

Depois de alguns minutos a animadora enfim teria tudo o que precisava para sua mudança de visual. Satisfeita, mas não impressionada, a loja provou-se tão boa quanto havia imaginado pelo status da ilha e a recomendação do rapaz. Se não julgasse a situação tão estranha, talvez pudesse voltar e comprar mais alguns artigos no futuro. "... Eu realmente preciso de um novo guarda-roupas pra evitar esse tipo de situação." Pensava enquanto aguardava na fila. Furtar não era uma opção, mas a garota não podia deixar de perceber o quão preocupada estava a staff daquele shopping em comparação com a do hotel. Ali eles realmente faziam questão de imediatamente receber pelos artigos, e por mais que não aparentassem isso, julgou que eles provavelmente tinham preocupações normais para contratar seguranças como aqueles. Claro, como uma boa atriz Enza sabia que aqueles podiam ser o famoso arquétipo de guarda que só servia para intimidar, eles talvez nem fosse lá essas coisas, mas já era um começo para uma ilha tão relaxada quanto aquela.

Batendo o pé ritmadamente de leve no chão, a garota passava o tempo enquanto refletia sobre suas despesas, sem se preocupar com a possibilidade de ser notada. Enza acreditava que, em momentos como aquele, onde havia um enorme fluxo de pessoas, agir de forma excêntrica acabava mais atraindo a atenção do que o contrário, portanto ela preferia atuar como uma pessoa normal que não suportava perder tempo atoa esperando numa fila, impaciente mas obediente.

"Talvez seja bom ir com tudo de vez..." Concluiu ao terminar de passar as compras. Seus artigos foram mais caros do que o esperado. "Clássica loja de burguês safado." ... Mas eram necessários e a garota ainda não era capaz de prever o que poderia acontecer no cassino. No que tinha visto da ilha até agora não pareciam haver bases da marinha próximas, então entregar algum tipo de conspiração para ter retorno rápido não lhe parecia mais uma opção tão atraente. Independentemente do que acontecesse, pelo menos a princípio, lucrar era seu maior objetivo. Como não haviam apostas seguras com retorno garantido, Enza cogitava partir para uma abordagem mais 'agressiva'.

- Dinheiro. - Respondeu casualmente, entregando os berries e recolhendo suas compras.

Feito isso, se pôs a andar em direção ao Argus imediatamente. Como sempre, tentando evitar o máximo de olhares e câmeras possível, Enza se viu caminhando por um ambiente muito mais agradável e relaxante, mesmo que apenas por poucos instantes. Ela não era o tipo de pessoa que pararia para ficar horas ali, parada, relaxando enquanto sentia a brisa sobre a pele e devaneava sobre a vida. A animadora era uma workaholic de nascença, que, embora tivesse alguns raros momentos de relaxamento como qualquer ser vivo, ela vivia pelas suas ambições. Por isso preferia quando a cidade inteira estava naquele estado e não precisava parar num bairro específico para apreciar a vibe de uma noite solitária na cidade. A própria paisagem não era exatamente a sua favorita, afinal, como navegadora ela sempre tinha oportunidades para observar o mar em silêncio, mas era inegável como aquele cenário era bem mais agradável para o seu estado mental atualmente muito preocupada com a possibilidade de ir à falência apostando em cassinos.



[...]



A produção da sua nova persona foi mais demorada que o esperado, mas o resultado havia agradado a atriz. Aquela aparência deixava clara suas reais intenções de quem não iria ao cassino para apanhar. Seu objetivo era dominar a mesa e todos os que ficarem entre ela e seus lucros. Embora pudessem confundi-la com uma nobre, Enza via isso como algo positivo, uma vez que era nítida a diferença que nobres e plebeus recebiam em cassinos. Embora alguns tolos subestimassem os desesperados com pouco dinheiro, a garota acreditava que eles eram os que mais tinham chances de surpreender e arruinar o dia de jogadores experientes, afinal, eram jogos de azar. Aparentemente rica mas pobre de coração, ela tinha confiança de que esse seria o caminho que a levaria à ascensão financeira.

Com um mindset totalmente diferente, a atriz adentrou o Baccart Palace com uma postura mais imponente. Seu cachecol serpentino agora não era algo que ela timidamente tentaria esconder para se misturar com o fundo, mas algo que ela faria questão de exibir e ressaltar através de algumas carícias pontuais, como se Ishar fosse um pequeno símbolo do seu poder e voracidade. No fundo ela apreciava o fato do salão estar menos movimentado naquele horário, mas externamente Enza demonstraria apenas um simples objetivo: fazer o check-in e se dirigir até o cassino para afirmar dominância.

Sem um interesse particular em socializar com aquele funcionário em específico, descrente que conseguiria alguma informação além do que uma hóspede realmente deveria saber, Knox limitou-se a perguntar e responder apenas o necessário e o padrão para efetuar o check-in e se estabelecer no Baccarat Palace. Estranhou que pagamentos só precisavam ser feitos no check-out, mas pensando melhor, julgou que fazia sentido com o que tinha visto daquela ilha até o momento. Talvez isso justificasse o almoço grátis que ela teve, os funcionários provavelmente acreditavam que ela estava registrada ou se registraria no hotel e não ligaram muito.

Após agradecer pelos serviços do rapaz, rumou diretamente até o salão com elevadores com o qual já estava familiarizada. Enza já estava focada em seus objetivos antes mesmo de adentrar o cassino, naquele momento não haviam pensamentos divergentes que não eram importantes para o problema em questão. Assim, ela adentrou o local de destino com a cabeça erguida e a mesma aura elegante e imponente que exibira na recepção. Entretanto, não pôde deixar de exibir certo desconforto quando viu a névoa que cobria o lugar. Pelo que tinha visto da ilha até então, e pela forma como o funcionário havia lhe vendido aquele lugar, Knox esperava que a staff tivesse um cuidado maior com a parte da atmosfera do cassino. Os barulhos de máquinas eram agradáveis em comparação com o insuportável fedor de cigarro.

Ao adentrar o novo ambiente, rapidamente scaneou os arredores em busca de câmeras e portas para novos cômodos ou passagens. De agora em diante não havia mais a necessidade de esconder seu rosto, aquilo era apenas uma medida preventiva para o futuro, pois era impossível prever o que aconteceria ali. Pensou até em espalhar alguns mini hollows para checar tudo, mas deixou a ideia de lado ao ter sua atenção chamada pela atendente, que não tardou em promover mais um evento especial daquele cassino. Naturalmente, como a garota pobre e desesperada que era em seu interior, não deixaria passar aquele bonus de fichas. Qualquer migalha era bem vinda naquela situação, pouco importava se aquilo poderia ser o início de um esquema maior para fazê-la se atolar em dividas.

- Eu quero 40.000.000 em fichas para esse navio, mais os bônus. - Diria naturalmente, entregando o cartão que tinha ganho previamente junto com seus berries e o que mais fosse necessário para se cadastrar no evento - Essa atração se focará apenas em um tipo de jogo, ou haverão várias opções para escolher? - Ao que a mulher respondesse, logo em seguida questionaria sobre quais jogos estariam disponíveis lá, para que pudesse começar a formular alguma estratégia antes do navio zarpar. Deixaria demais questões para depois, supondo que mesmo que não conseguisse suas respostas ali com a atendente, poderia conseguir no futuro através do guia.

Recolheria o fôlder que a mulher havia lhe dado junto com suas fichas. Leria as informações presentes nele enquanto caminhava na direção do setor designado para a atração e buscaria um lugar para se sentar e observar os outros jogadores à distância até o horário de zarparem. Embarcar no navio de um desconhecido que provavelmente tinha segundas intenções era um novo cenário para Enza, mas ela já estava ansiosa para descobrir o que o plot do inimigo teria a lhe oferecer.











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♘ The White Knight ♞


Turno




A energia do local tinha acabado. Estava tudo muito escuro. No entanto, a julgar pela silhueta das coisas e eventuais fachos de luz prateada entrando por cima, algo catastrófico tinha acontecido ali. O que quer que fosse a tal catástrofe, tinha destruído o local a ponto de danificar parte da rede elétrica, desabilitando as luzes. Haviam objetos não identificáveis espalhados por todo o chão daqueles corredores escuros. Bem como uma fina camada de líquido molhando todo o chão. Os escombros do teto e a água da chuva tinham se acumulado?

Uma silhueta encapuzada avança por esse corredor. Os sons de seus passos molhados é a única coisa audível por ali. Ao que a figura lança um facho de luz no corredor adiante de si, a situação revela tratar-se de uma chacina. Não eram escombros, eram pedaços de corpos. Não era água, era sangue, muito sangue. Acumulado no chão, respingado pelas paredes. Algo ou alguém tinha saído do controle ali e fatiado tudo e todo mundo no caminho.

A figura soturna subitamente parou seu avanço ao perceber o contraste do escarlate contra os jalecos das vítimas. No entanto, a falta de luminosidade impedia de distinguir melhor qual era a reação do ser. Claro, a pessoa não poderia ficar parada ali para sempre e, por isso, eventualmente tornou a avançar. No entanto, o fez cuidadosamente, tomando cuidado com os corpos espalhados. Havia um certo ar de respeito com as vítimas.

Continuou em um ritmo reduzido, ignorando diversas portas de aço fechadas à sua esquerda. Assim prosseguiu por algum tempo, até que se deparou com uma passagem parcialmente aberta. Parcialmente porque a porta e a parede próxima haviam sido fatiadas para possibilitar a passagem.

A entidade soube imediatamente que aquele era o local que estava procurando. Um pé de cada vez, curvou-se para entrar na sala suspeita. Junto da luz da lanterna presa ao seu corpo, os flashes de faíscas elétricas e as oscilações de luz de uma série de monitores destruídos revelaram mais da mesma carnificina deixada para trás. Mas não era só isso que a figura pôde ver. Ajustando a direção do seu facho de luz, vasculhou a sala, encontrando, dentro da formação concêntrica de pessoas de jaleco mutiladas, uma espécie de maca metálica. Plana e desconfortável, mas visivelmente bem articulada - sendo capaz de elevar, abaixar, virar sua face na vertical ou afins -, havia sobre ela duas cintas de couro nas laterais ao centro, duas na porção direita, uma mais comprida ao centro - um pouco mais à esquerda daquelas nas laterais -, e uma de comprimento médio quase na extremidade esquerda. Acima da mesa metálica estavam os responsáveis pelas faíscas elétricas: um grande conjunto de cabos arrebentados, que saiam do teto e permaneciam suspensos sobre a metade esquerda da maca.

A entidade coberta observou a situação por mais algum tempo. Parecia bastante compenetrada na coisa. Todavia, ainda nada parecia esboçar.

Voltou seu olhar, então, para as telas brilhantes danificadas. Como muitas coisas naquela cena, os computadores e seus displays também pareciam ter sido fatiados por algo muito afiado. Contudo, estes poucos mainframes não tinham sofrido só disso. Pareciam ter sido queimados, como se tivessem sofrido alguma pane elétrica.

A silhueta encapuzada parecia bastante interessada em todos os detalhes que a cena tinha a apresentar e até demonstrou interesse em avançar em direção a um dos mainframes. Entretanto, um som no fim do corredor por onde tinha vindo chamou sua atenção.

Num susto, rapidamente voltou sua cabeça para a passagem aberta a cortes na porta de aço e se mobilizou. A passos silenciosos, a silhueta voltou ao corredor e agachou-se por alguns instantes. Num poderoso salto, disparou em direção aos fachos prateados vindos do teto destruído.

Logo, mais fachos de lanternas e várias vozes consternadas aproximaram-se para também averiguar o local.




No cassino, Enza momentaneamente preocupou-se com a presença de dispositivos de segurança. Algo que não demorou nem um pouco a encontrar. Ornando com o nível de blindagem do caixa, havia várias câmeras espalhadas por todos os lados. Não era nada especificamente alarmante, mas certamente o nível de segurança que se pode encontrar numa agência bancária. Não à toa, claro, já que o local notoriamente lidava com grandes quantidades de dinheiro. Algo que costuma atrair os tipos que obrigam a criar medidas protetivas contra roubos.

Claro, as grades, que separavam as centenas de máquinas caça-níqueis no campo de visão da garota do nicho dos elevadores, não eram lá grandes coisas. No entanto, havia quantidades suficientes de câmeras para lidar com eventuais tentativas de trair aquela certa demonstração de confiança.

Mesmo assim, os funcionários locais não pareciam preocupados com esse tipo de coisa. Todo mundo ali parecia muito entretido para voltar seus pensamentos para coisas negativas como aquelas. Baccarat Palace era uma ilha milagrosa, afinal. Surgida da noite pro dia, como se saída do mundo dos sonhos.

- Ah, um cartão de cortesia - sorrindo surpresa, a mulher, que já tinha iniciado a fazer os procedimentos para converter os berries em fichas, interrompeu-se. - Nesse caso, as coisas mudam um pouco. A senhorita tem direito a… 61.000.000 de fichas - ela prosseguiu, após digitar um código presente no cartão fornecido. - Tudo certo, então. Os créditos estão todos em seu cartão dourado. Geralmente os valores são transacionados digitalmente, bastando aproximar o cartão - a caixa explicou, sacando um dispositivo com display retangular e simulando o processo ao colocar o cartão prata sobre a tela. - No entanto, preciso avisar a senhorita que algumas de nossas máquinas mais temáticas, apesar de poderem também serem pagas com cartões, ainda emitem o prêmio em fichas que parecem moedas. Mas não se preocupe, basta trazê-las aqui que eu troco ou deposito para a senhorita - a mulher levou a mão a um botão, abrindo uma passagem pela grande de madeira. - Quanto ao cruzeiro, teremos principalmente máquinas de caça níqueis com temáticas praianas, marinhas e afins. No entanto, as partidas de pôquer entre os hóspedes também são bem requisitadas. Teremos diversas mesas disponíveis para isso - elevando o olhar, consultando sua memória, ela contou. - Uma excelente estada! - sorrindo de olhos fechados, bem simpática, a atendente acenou conforme Knox se distanciou.

Conforme o fizesse, Enza paralelamente leria o fôlder fornecido há pouco. Contudo, ali não encontraria informações úteis no quesito formular estratégias. Lá dizia o mesmo que a atendente: o foco eram máquinas caça níqueis e pôquer. Todavia, também veria que adicionalmente também estariam disponíveis aqueles jogos envolvendo roletas e dados. Nada de muito complexo, porém. Basicamente jogos focados em prever quais números serão sorteados. Fora isso, havia mais toneladas de informações irrelevantes acerca dos pratos, shows, festas, instalações e serviços de luxo que seriam fornecidos a bordo.


(modere o volume)

A atriz atravessaria uma camada de palmeiras bem tratadas e, em meio aos sons típicos das máquinas do cassino, quase se sentiria em uma praia. Afinal, o espaço temático não se resumia só à simulação de fauna. Havia também areia, holofotes especiais e alto falantes ocultos, responsáveis por dar um nível a mais de imersão na experiência.

Espalhadas pela praia artificial havia mesas e cadeiras, onde todo tipo de gente tinha se acomodado para esperar o que seria o chamado do expresso costeiro. Algo que nada mais era do que uma espécie de trenzinho elétrico que cruzava todo o cassino até além da parede externa do Baccarat Palace.

Havia todo tipo de gente ali: desde o civil bem-vestido mais randômico possível, até os engravatados com a maior panca de bandido possível. Apesar disso, não parecia ser algo necessariamente preocupante. Primeiro porque Enza não se lembrava de ter visto nenhum dos rostos ali na sessão de procurados relevantes do A Voz do Polvo. Segundo porque, ao se considerar que a ilha era dirigida pela Wyldcards, endossada pelo poder bélico da frota do Yonkou Hoojiro Shigemi, era de se pensar que a presença de criminosos ali deveria ser extremamente disseminada. Os tentáculos do governo e da marine corps não chegavam até ali, e tampouco o Joker se importava com policiamento e justiça.

Logo, alguns funcionários da atração apareceram, organizando os hóspedes para pegar o tal expresso costeiro. Filas se formaram na lateral do trem, que era até consideravelmente longo. No entanto, por não ser uma locomotiva de fato, não cabiam tantas pessoas assim e metade acabou ficando para trás. Enza acabou sendo uma dessas pessoas, mas mesmo assim não se viu plantada por muito tempo naquela praia artificial. Os serviços pareciam bastante eficientes naquele aspecto: em mais ou menos quinze minutos se viu embarcada no tal trem, cruzando o cassino em velocidade considerável junto de um monte de civis randons.

Apitando de forma meio fajuta - porque não era a vapor de fato -, o trem rapidamente avançou sentido parede norte. Enza ouviu os sons de 8bits distorcidos pela velocidade até que atravessaram um túnel na parede externa. Surpreendida por uma lufada de vento do lado externo, a atriz se veria descendo uma rampa de trilhos que parecia quase uma montanha russa. Após alguns segundos, a inclinação findaria, marcando que tinham atingido o nível do solo. E, após mais alguns minutos, finalmente chegariam a uma espécie de porto artificial. Com suas habilidades de navegadora, Enza sabia que estavam mais ou menos no centro do braço norte da ilha em forma de estrela.

O primeiro dos cruzeiros já havia partido, e os indivíduos do trem em que a garota estava logo formaram uma fila para que o segundo e último barco também pudesse zarpar. Funcionários do porto apareceram para organizar e ter certeza de que tudo ocorreria bem e eficientemente.

Depois de cruzar alguns metros a pé, junto da fila de hóspedes, Enza subiu a rampa lateral do cruzeiro e seguiu por um corredor luxuoso interno. Finalmente, uma luz no fim do túnel surgiu, revelando o cassino mais luxuoso que tinha visto até então. As mesas de pôquer, de apostas e as máquinas caça-níqueis possuíam cadeiras acolchoadas equipadas com botões capazes de chamar um garçom diretamente a você. Basicamente, era possível consumir o que quisesse enquanto se apostava desenfreadamente até o amanhecer.

Nenhum dos montes de randons ao seu redor se fizeram de rogados ali. Não demoraram nem um pouco para achar as atividades que mais os interessavam e nem para se acostumar a usar o sistema de pedidos exclusivo.

Conforme descrito antes, Enza poderia ver algumas mesas de apostas à sua direita, fileiras máquinas de caça-níquel à sua esquerda e uma das mesas de pôquer com vagas à sua frente.




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OST :


Não surpresa com a quantidade de vigilância naquele setor do hotel, Enza tentava gravar a posição de cada câmera em sua memória enquanto ouvia às últimas explicações da atendente. Feliz por não ser obrigada a ter que ficar andando com um monte de fichas no bolso, agradeceu a mulher pelos seus serviços com um breve gesto e se colocou a andar na direção indicada. Uma reação quase automática. Expressar gratidão geralmente era um jeito simples e fácil de agradar desconhecidos, mas naquela situação, com pessoas que já exacerbavam felicidade, que utilidade tinha tal atitude? A atriz se perguntava, escondendo o semblante reflexivo atrás de uma máscara imponente e galante. Um dos seus objetivos ali era tentar entender o que realmente se passava naquela ilha, por isso cogitou se não deveria agir mais irreverente com aquelas pessoas para tentar forçar alguma reação atípica. Suas vestes assemelhavam-se à de uma nobre de Lóngshan, uma ilha conhecida por ser território de uma Yonkou troglodita... Analisando esses fatos, a garota concluía que talvez esse seu estado passivo chamasse mais a atenção do que o esperado.

"Talvez..."

De qualquer forma, seu objetivo não era mais se passar por uma random no meio da multidão. Para Knox, pouco importava se sua imagem fosse reconhecida como alguém benevolente ou não. Além de escapar de um fracasso financeiro, ela ficaria feliz se conseguisse construir uma fama para aquela persona. Uma pessoa misteriosa que derrotava vilões, não importava se a plebe a veria como uma heroína ou anti-heroína. Mesmo que a vissem como uma espécie de entidade ou um 'mal necessário', Enza ficaria feliz, em parte pelo contraste com seu dia-a-dia de figurante. Para a animadora, inovação era uma benção, e estagnar-se em um único e simples cotidiano poderia ser tortuoso.

Indiferente ao cenário, sentou-se guardando o fôlder ao perceber que não haviam muitas informações úteis. Entretanto, guardaria na cabeça o jogo envolvendo roleta. Já havia decidido que seu foco seriam as mesas de poker, mas as roletas poderiam funcionar como um tipo de plano B caso surgisse a oportunidade. Ciente de que jogos envolvendo outros humanos eram mais difíceis de serem manipulados contra si, a atriz ignoraria as chamativas caça-níqueis para também tentar aproveitar mais seus dons naturais. Aquela também seria a abordagem ideal para ela, que tinha interesse nos funcionários e seus modus operandis.

Não vendo nenhum rosto ou aura particularmente interessante, Enza se permitiria relaxar enquanto o transporte não chegava. Imaginava que aquele provavelmente seria seu último respiro antes de lutar pelo seu destino financeiro. O cenário barulhento e fedendo a cigarro estava longe de ser dos mais confortáveis, mas àquela altura a garota já havia se conformado com aquilo, embora no fundo ainda torcesse para que o navio fosse mais bem ventilado. Ainda sim, um último momento de descanso e concentração era bem vindo. A atriz não tinha um daqueles rituais que eram populares entre pessoas famosas, embora achasse 'cool', ela nunca conseguiu pensar em um que realmente a revigorasse e fizesse-a se focar mais.



[...]



Tendo passado bons anos em Lankar, a visão de um trem trazia um sentimento de calor nostálgico para Enza. Embora a locomotiva não chegasse aos pés do que havia naquela ilha, a garota achava difícil encontrar locais que adotassem aquele meio de transporte. Não possuindo os conhecimentos necessários para raciocinar imparcialmente, a garota só podia imaginar os motivos que levavam outras ilhas a não usarem trens. Afinal, para ela, um expresso humilde como aquele era extremamente aconchegante e atraente. Até a forma como os trilhos faziam curvas e descidas abruptas era semelhante à ilha da Grand Line, providenciando uma pequena dose de adrenalina e entretenimento numa simples e rápida viagem.

Devido a sua falta de costume em fazer um trajeto daqueles com uma cobra repousando ao redor de seu pescoço, quase acabou deixando-a levantar voo num momento de surpresa gerado pela repentina queda dos trilhos. Felizmente Ishar já havia desistido de dormir e pouco se importava com aquilo, dadas suas características animais. Embora não fosse capaz de ouvir ao barulho 8bit, a serpente julgava as reclamações mentais de sua 'dona' acerca do assunto tão irritantes quanto imaginava os sons. Enza não nutria um ódio particular pelo gênero, mas talvez aquele cassino fosse mais desconfortável para ela do que se dava conta conscientemente. Talvez se tornar uma gamer girl de verdade servisse como tratamento?

"Então eles tem mais de um cruzeiro..." Pensaria consigo mesma ao perceber que o primeiro já havia partido. Sua impressão inicial era de que todos se juntariam num colossal navio-cassino, mas aparentemente os donos da ideia não tinham os inventores ou o interesse em algo com aquelas proporções, embora o que tivessem não deixasse de parecer grandioso e luxuoso. Enza via aquilo como algo positivo, em caso de ter que recorrer a algum tipo de improviso maluco devido a falta de dinheiro, um cruzeiro menor e menos abarrotado provavelmente seria mais fácil de lidar.

Chegando ao destino, a jovem atriz se veria obrigada a deixar de lado aqueles pensamentos triviais. Caminhando junto com o grupo, adentraria a embarcação calmamente, mais uma vez buscando discretamente câmeras e pontos com staff vigilante. Estavam num cruzeiro, mas a garota esperava que os funcionários também tivessem interesse em buscar por trapaceiros e vigiar as próprias armações, que Enza julgava já estarem preparadas àquela altura.

De cabeça erguida, se sentaria na mesa de poker com as pernas cruzadas, imponente e sem medo de exibir a serpente em seu pescoço. Knox não tinha intenções de esconder sua arrogância e não se importaria em soar prepotente diante de seus competidores. Embora planejasse começar apostando um número baixo para sentir o flow do jogo, ela tinha fé de que eventualmente seus resultados fariam com que todos a respeitassem ali, sem qualquer necessidade de palavras vazias. Até que dessem início oficial ao jogo, aproveitaria o tempo para analisar seus oponentes. Expressões, falas, roupas e o modo como se comportavam, qualquer coisa que pudesse favorecê-la na leitura daquelas pessoas seria benéfico.








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♘ The White Knight ♞


10º Turno




Como já começava a ser de costume, ao adentrar no cassino do navio, Enza poderia notar uma série de câmeras apontadas para os pontos-chave do estabelecimento. Isto é, as fileiras de máquinas caça-niqueis, as mesas de pôquer, roletas e apostas. Não havia mais do que vigilância visual nesses aspectos, e as câmeras também não pareciam ser super hightech. Assim como o cassino do Baccarat Palace, tratavam-se de medidas razoavelmente proporcionais à quantidade de dinheiro que deveria fluir por ali.

Sabendo que haveria uma câmera filmando a mesa pela direita, a atriz sentou-se bem ao meio do móvel, de frente para o espaço do dealer. Os assentos eram poltronas capazes de rodar, extremamente confortáveis e dotadas cada uma de um botão para acionar os serviços diversos do navio. No braço direito estava o tal botão e no braço esquerdo estava o dispositivo responsável pela aproximação do cartão dourado para registrar eventuais transações sob o número do quarto. A mesa também era uma de obra de arte à parte. Feita de alguma madeira exótica do novo mundo que continha um misterioso tom azul-aço. Além de ser totalmente talhada com primor e muito bem tratada com algum verniz de alta qualidade, seu topo era revestido por uma espécie de carpete cor platina próprio para jogos. Haviam também alguns detalhes para demarcar onde as cinco cartas centrais deveriam ficar, bem como uma borda elevada que circundava quase toda a mesa, responsável por evitar que as eventuais fichas caíssem. A mesa era reta nos comprimentos, mas semicircular nas larguras, contendo um pequeno espaço abaulado e sem borda para que o dealer pudesse facilmente acessar o centro da mesa.

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(modere o volume)

Logo, mais outros jogadores ocuparam os dois últimos lugares restantes na mesa e, um funcionário prontamente se apresentou com uma maleta de aço. Repousando-a sobre outra mesa móvel atrás de si, retirou um embaralhador elétrico, dois baralhos lacrados e algumas fichas de valores variados:

— Boa noite, senhoras e senhores. Meu nome é Adam e será um prazer servi-los esta noite. Em breves instantes daremos início à partida — o homem loiro cordialmente prosseguiu, reverenciando a todos na mesa com um braço adiante do corpo. — Por questões de lisura, nossos jogos são todos embaralhados por máquinas — posicionando a máquina em um slot adjacente ao seu lugar na mesa, o homem prosseguiu. — Como podem ver, o lacre de segurança da InMeTeK permanece intacto, retendo a garantia da checagem do Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia de Khórus, uma das empresas mais renomadas no assunto — ele prosseguiria, voltando-se à maleta e deslacrando dois decks novinhos de cartas de baralho. Ademais, também sacaria algumas fichas em mãos e acionaria um interruptor na sua lateral da mesa. — Todos os jogos podem ser feitos por meio de transações puramente digitais — ele continuaria, apontando um dos braços para displays holográficos que flutuavam ao redor da mesa, mostrando as apostas vigentes. — No entanto, para aqueles que tiverem a preferência por uma experiência mais analógica, também disponibilizamos fichas de diversos valores. Basta digitar nos hologramas os valores e fornecerei as fichas… — devolvendo as fichas à maleta, não demorou a voltar-se para os jogadores. — Não precisam se preocupar quando a ver os valores das fichas. O sistema da mesa automaticamente o faz e informa via holograma, basta empurrar as fichas para além da marca prateada que rodeia a mesa à frente dos senhores e senhoras — finalizaria, acionando o mecanismo da máquina de embaralhar e inserindo os decks recém-deslacrados de forma que todos pudessem ver.

Após alguns instantes de um agradável som das cartas sendo “folheadas” no interior do aparelho, um deck com o dobro do tamanho reapareceu por uma das laterais da máquina. Pronta e profissionalmente, o loiro distribuiu a 1ª carta para o centro da mesa, 1ª carta para cada um dos jogadores no sentido horário, a 2ª carta para a mesa, a 2ª carta de cada um dos jogadores no sentido horário, a 3ª, 4ª e 5ª carta para a mesa.

Mão de Knox :

A pequena atriz imediatamente percebeu que sua mão era extremamente boa e, ainda que já estivesse decidida, sentiu maior firmeza ainda na hora de apostar. No entanto, porque queria começar modestamente, acabou fazendo uma aposta não tão grande assim. Não à toa, afinal assustar seus inimigos logo cedo poderia afugentar as apostas. Coisa que Enza certamente não desejava que acontecesse, visto sua necessidade em lucrar.

— As apostas iniciam em 2 milhões de berries. Naturalmente, o small blind apenas precisa apostar 1 milhão de berries — enquanto fornecia uma ficha contendo “Big Blind” e “Small Blind” para um homem e uma moça sentados à sua esquerda, o loiro explicou.

Conforme as regras do jogo, aqueles dois eram obrigados a apostar o mínimo da rodada, sendo o maior o valor total, e o menor, metade desse valor. Essas fichas rodam no sentido horário. Considerando que haviam duas pessoas — uma à esquerda e outra à direita — bem ao lado de Enza, duas pessoas em cada uma das pontas da mesa e 1 pessoa de cada lado do dealer, em duas rodadas deveria receber o tal “Small Blind”. No entanto, mesmo não sendo obrigada a apostar o mínimo, pagou mesmo assim para poder participar da virada das 3 primeiras cartas da mesa.

Ao que todos, a atriz inclusa, passaram seus cartões dourados na poltrona, valores holográficos dos berries apostados surgiram acima de suas cabeças. Ao centro, a soma do valor total da rodada também flutuava. No entanto, ao fim do processo, nem todos passaram seus cartões no braço da poltrona: os participantes da ponta esquerda da mesa haviam anunciado que não participariam daquela rodada. Após devolverem seus pares de cartas ocultas para o Loiro, ele as reinseriu na máquina e virou as três primeiras cartas:

Cartas da Mesa :

Àquela altura, a mesa ainda valia 14.000.000 de berries. E, houvessem forças maiores envolvidas ou não, Enza tinha visivelmente tido a mais absurda sorte possível. Sua vitória era absolutamente garantida. No entanto, de nada adiantava vencer se os valores totais apostados eram baixos, não é? Considerando a sequência altamente sugestiva ao centro, todos na mesa estavam bastante mexidos.

Com suas habilidades em atuação, Enza podia constatar que os dois jogadores ao seu lado e os dois jogadores ao lado do dealer exibiam micro-expressões de confiança quanto à mesa. Entretanto, a situação deveria ser conduzida com cuidado. Como Enza manipularia os inimigos para que achassem que tinham chance de vencer e levar todo o valor da mesa para o seu bolso? Afinal, se fosse muito brusca e apostasse tudo o que tinha, os inimigos poderiam ficar amedrontados e não apostar mais um centavo sequer. O que seria uma pena, visto que um royal straight flush arrecadaria míseros 14.000.000 de berries. Paralelamente, se fosse muito desleixada, poderia ser até que o valor ganho aumentasse, mas sem dúvidas não seria tanto quanto uma Animadora experiente poderia extrair de uma situação tão absurdamente propícia.

Ainda tinha mais 2 rodadas: cobrir as apostas — ou aumentar para que todos cobrissem o seu valor — que logo viriam, serviria para garantir-lhe o passe que pudesse “ver” qual era a 4ª carta. Consequentemente, cobrir — ou aumentar — a leva seguinte de apostas serviria para “ver” qual era a 5ª carta e finalmente confrontar todos as cartas dos jogadores da mesa para ver quem tinha a melhor combinação. Nesse aspecto, porém, Enza tinha certeza de que inevitavelmente ganharia. Só que, por não saber se haviam outros animadores — ou quaisquer outros métodos de ler pessoas — presentes, também tinha que tomar cuidado para não ser lida. Afinal, se descobrissem quais eram suas cartas, ou que estava especialmente animada ou convencida demais de que ganharia de todos, seria um forte sinal de que deveriam correr e, consequentemente, tornar os ganhos daquela rodada para Enza menos eficientes.

De qualquer forma, sem colocar a carroça na frente dos bois, a atriz deveria decidir o quanto apostaria para poder participar da virada da 4ª carta. Considerando que o 1º player estava à esquerda do dealer, Enza era a 5ª player. Os players 7 e 8 estavam fora. Finalmente, seguindo a deixa do dealer, os jogadores 1, 2, 3 e 4 apostaram. O 1º parecia o mais confiante de todos, afinal, já havia começado apostando mais 10.000.000 de berries. Mesmo que mais timidamente, o 2º, 3 e 4º todos pagaram para ver. Ou seja, do 1 ao 4, cada um havia apostado 12 milhões no total (10kk + 2kk). Conforme exibido na numeração holográfica ao centro da mesa, o total da mesa naquele instante era de 54.000.000 de berries.

Claro, o valor ainda poderia mudar. Mas isso dependeria de Enza. Somente cobriria a aposta? Aumentaria a aposta, para obrigar os outros a cobrir? Afinal, se todos fugissem do valor apostado por ela, automaticamente ela ganharia os 54.000.000 de berries. Que eram muito, mas dada sua sorte astronômica, talvez fossem bem pouco. E, se fosse mesmo aumentar, para quanto o faria? Até porque, se conseguisse arrastar todos para a próxima rodada, onde teriam que apostar mais ainda, seus ganhos seriam ainda maiores. O andar do jogo dependeria totalmente das ações e reações de Enza. Disso, estava certa.





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OST :



Sondando o cassino com olhadas rápidas e sutis em momentos onde sentia que não tinha olhos sobre si, Knox detectava os pontos de interesse da staff através do posicionamento de suas câmeras. Como já havia esperado, um dos focos estava sobre a mesa de poker, o palco que havia escolhido para sua próxima peça. Por si só, aquela informação não alterava em nada o modus operandis da garota, mas isso não diminuía sua importância. Por quaisquer que fossem os motivos para a vigilância, a jovem atriz já havia decidido que iria até o fim com seu plano, mas saber onde as câmeras estavam dava a ela a oportunidade de reconhecer pontos cegos. Por mais que pudessem haver outras câmeras ou meios de vigilância escondidos, Enza não pensaria tão a fundo, uma vez que acreditava que isso poderia lhe aprisionar em uma espiral de preocupações. Para uma idiota como aquela, às vezes pensar demais poderia ser mais prejudicial do que benéfico, ou ao menos era isso o que ela acreditava. Em seu interior a garota já havia aceitado esse fato, e reconhecia que ainda havia muita margem para desenvolvimento nesse sentido, mas até que atingisse um nível decente ela se sentia mais confortável atuando os scripts que já tinha decorado.

No caso, histórias de cassino onde a própria casa era o principal problema entre o jogador e o prêmio em dinheiro.

Assim, escolheu a cadeira com o maior número possível de pessoas entre si mesma e a câmera, sem se preocupar em ser o centro das atenções para os jogadores. Na verdade, era exatamente isso o que ela desejava internamente. De pernas cruzadas, trocaria rápidos olhares entre os jogadores que iam se acomodando e os vários dispositivos de funções da cadeira, simulando surpresa e fascínio com expressões igualmente breves mas não tão sutis... O que, em certa parte, era genuíno, uma vez que ela não era inventora e só podia imaginar como aquilo tudo parecia tão bem feito. Alguns poderiam pensar que o jogo só começaria após a entrega das cartas, mas isso não podia estar mais longe de ser verdade. Cada passo até ali foi pensado, por mais que as vezes deixasse escapar algum detalhe ou não tivesse plena confiança nas soluções em potencial para certos problemas... Mas através desses pequenos e simples gestos 'caipiras', Knox já planejava começar a plantar sementes na cabeça de seus oponentes.

Alguns minutos mais cedo havia sido confundida com alguém de Lóngshan por um funcionário do resort. Lembrando-se disso e julgando esse disfarce benéfico para aquele cenário em particular, Enza pretendia se passar por uma pessoa ingênua e de baixo QI que muitas vezes acabava tendo que se provar através da força. Em outras palavras, o clássico estereótipo de uma pessoa que trocava o cérebro por músculos. Entretanto, como ser forte demais poderia assustar alguns civis da mesa, optaria por exibi-la apenas se julgasse necessário. Esperava que, ao menos inicialmente, suas ações, palavras e vestes fossem provas suficientes para se passar por uma nobre guerreira daquela ilha.

"Todos parecem bem vestidos..." Pensaria ao ver os últimos jogadores juntando-se à mesa. Ciente de que pessoas com pouco dinheiro geralmente tendem a ser mais perigosas e imprevisíveis em cassinos, exibiria um sorriso amigável ao vê-los. Não se tratavam de "casca grossas" como os que vira antes de adentrar o navio, mas de pessoas aparentemente comuns que, pelo visto, não deveriam ter muitos problemas em apostar ali. Quanto mais rico fossem, melhor, pois geralmente quanto mais dinheiro alguém possui, menos eles se importam em perdê-lo com 'besteiras'.

O jogo ainda nem havia começado e a garota já se sentia confiante. "Talvez esse seja o meu dia de sorte... Depois de tanto falhar investindo em jogos inacabados e criptomoedas duvidosas, finalmente!"

Atentando-se ao discurso do recém-chegado dealer bonitão, simularia um semblante confuso e um pouco tenso. Com o intuito de se passar por uma novata que sequer fazia ideia das regras, controlar suas emoções, gestos e postura eram essenciais. Seu rosto não podia revelar quaisquer indícios da felicidade e da desconfiança que ela sentia apesar das constantes provas que o funcionário exibia. Enquanto exteriormente Knox simulava concordância e crença no que Adam dizia, internamente continuava a se questionar sobre outras possibilidades de trapaça. Afinal, por mais difícil que fosse forjar tecnologia Khórusiana, uma leiga como Enza achava estranho qualquer preocupação genuína com fair game vindo de uma ilha notória por sua tecnologia e prosperidade como aquela. Eles não tinham coisas mais importantes para se preocuparem? Política, IAs, meios de transporte voadores, luxo tecnológico... Bom, não é como se ela realmente se importasse com a cultura daquela ilha. O conhecimento que tinha a respeito se resumia apenas a superfície, mas isso não era motivo para cessar sua descrença. Afinal, criar um baralho feito unicamente para trapaças também não soava surpreendente, e certamente é muito mais fácil do que se envolver com Khórus ou qualquer outra empresa do ramo.

Assim, quando Adam dizia para que não se preocupassem com algo, Enza automaticamente se preocupava com o assunto em questão. Como uma verdadeira teórica da conspiração, tendo suas últimas finanças em jogo ali, recusava-se a abaixar a guardar por um segundo sequer. Apesar de alguns raciocínios e teorias inevitavelmente apresentarem buracos ou contradições, a atriz era cega a isso. No fim, estava claro que ela só confiaria em seus fantasmas e si mesma durante o jogo.

Ao receber suas cartas, se movimentaria imediatamente para pagar a primeira rodada, mas hesitaria no último momento. Com receio transparente em seu rosto, a garota timidamente se dirigiria ao dealer, quebrando o silêncio entre os players:

- Mr... Adam? - Levantando a mão, falaria após uma breve pausa, fingindo vergonha pela pergunta que estava prestes a fazer e por não se lembrar do nome do rapaz - Poderia me explicar as regras do jogo? Em Lóngshan nós não temos esse tipo de atração, mas eu vim até aqui para experimentar coisas novas e me divertir. - Com um sorriso casual, ouviria tudo o que o rapaz dissesse com extrema atenção, talvez mais até que o necessário para uma pessoa normal. Mas ela não era um civil aleatório como aqueles figurões, Knox era uma nobre e poderosa mulher de Lóngshan.

Por um momento, considerou perguntar sobre o ranqueamento e significado dos naipes, mas julgou que isso talvez pudesse ser um pouco demais para o seu blefe. O rapaz podia ou não responder sua pergunta, isso pouco importava. Afinal, diferente do player que controla esse boneco (e mesmo assim sabe algo tão básico), Enza era experiente no assunto. Seu plano era simplesmente demonstrar ingenuidade e inexperiência para os outros jogadores. Por isso, questionar a respeito dos naipes poderia ser uma faca de dois gumes para a garota. Talvez uma das questões mais bestas que poderiam ser feitas numa mesa de poker.

Independentemente da resposta do rapaz, não esperando que ele dissesse a ela táticas de blefe ou como deveria se portar naquela mesa em prol de um jogo justo, Knox prosseguiria o jogo cobrindo o valor o inicial após um breve momento de reflexão. Serrando os olhos, com a mão direita sobre o queixo e a outra escondendo seu jogo, simularia a incerteza de alguém que ainda estava tentando absorver as informações do pôquer. Com os valores virados contra sua palma, escondida de baixo das longas mangas de suas roupas, Enza se certificava de não dar a menor chance do inimigo ver tanto a face quanto o verso das cartas.

Ao mesmo tempo, enquanto todos tinham sua atenção voltada para as perguntas idiotas e a aposta que fazia, a animadora criaria 8 mini hollows no menor tamanho possível para vigilância discreta, enquanto mantinha as costas relaxadas em seu assento. Movimentando-os através da estrutura até a perna da cadeira, esconderia todos no subsolo ao redor da mesa, separando-os um para a direção de cada jogador. Então, tendo uma noção de onde estavam posicionados pela velocidade com a qual andavam e a proximidade que tinham dessa vez, faria os pequeninos emergirem da mesma forma: subindo pelos pés dos assentos. Moveria todos cirurgicamente, um de cada vez para se certificar de que não cometeria pequenos deslizes. Manteria os fantasmas dentro da estrutura da cadeira até o momento em que, com seus próprios olhos, discretamente percebesse alguém observando as cartas que tinham. Faria emergir somente os olhos por um único momento, o suficiente apenas para checar o valor e o naipe da carta que possuíam, evitando contato físico ou visual com todos os jogadores sentados. Buscaria o melhor ângulo possível para tal, evitando expor os pequeninos para olhos curiosos de outros jogadores ou do dealer e a câmera. Fosse aproveitando de pequenas brechas geradas pela forma como cada um se sentava ou durante simples movimentos. Por exemplo, algumas pessoas geralmente tinham o costume de deixar a carta virada na mesa e levantar apenas o necessário para ver seu naipe, nesse caso buscaria a altura necessária atrás do jogador e tentaria enxergar por uma brecha nas axilas ou acima do ombro do rapaz, o que fosse mais eficiente e seguro. Como tinha a mão vitoriosa naquele round, apenas prosseguiria com essa ação no momento em que as pessoas estivessem distraídas com suas apostas ou algum outro assunto, quando julgasse que fosse o mais seguro possível, uma vez que ainda era só o primeiro jogo e já estava claro que ela não precisaria se arriscar demais para vencer aquela rodada.

Caso percebesse alguém reagindo diferente de alguma forma anormal, faria o mini hollow em questão fingir o toque no indivíduo, parando no último segundo caso a pessoa não reagisse ao gesto ou negativando-a caso continuasse a julgar suspeito o comportamento do indivíduo em questão. Como era impossível prever se algum daqueles jogadores também possuía kenbunshoku haki para perceber suas intenções, esta era a única precaução que poderia tomar sem comprometer seu disfarce ou atrair mais suspeitas para si. Deixar algum jogador depressivo era algo que ela gostaria de evitar, ao menos por enquanto, uma vez que isso poderia resultar em desistências e/ou apostas menores.

Dando prosseguimento ao jogo, perceberia que tinha uma mão literalmente perfeita, algo que nunca antes havia conseguido em todos os jogos de carta que jogara até hoje. Enquanto internamente aquilo era emocionante ao ponto de trazer lagrimas de alegria à garota, externamente, talvez mais do que nunca, precisava se dedicar ao seu papel. Fingir inexperiência era efetivo independentemente de ter ou não um jogo garantido, mas naquele cenário era simplesmente tentador demais não almejar uma aposta maior. No melhor dos casos, poderia lucrar o suficiente para se satisfazer com uma única passagem pela mesa, sem a necessidade de arriscar um centavo a mais.

Seguindo com seu plano, observaria suas cartas, ainda por de baixo das mangas. Enza se lembrava perfeitamente da mão que tinha, era impossível esquecer algo daquele nível, mas Knox não podia exibir isso. Ainda com um semblante pensativo, guardaria as cartas depois de algum tempo divagando as possibilidades que tinha. Perceberia alguns jogadores confiantes, mas os outros não tinham sido tão ousados até o momento... "Inseguros? Ou talvez..." No caso de ser apenas um blefe, a jovem atriz não tinha nada a temer. Sua vitória era garantida àquela altura, blefe ou não isso pouco importava de fato. Assim, haviam diversas possibilidades para garantir um lucro exorbitante, mas descartaria a maioria das ideias devido ao risco de ser detectada por outro animador ou usuário de haki. Por exemplo, bastava prendê-los numa ilusão e fazê-los acreditar que tinham uma mão vencedora como a de Enza ou cantar uma música para animá-los a continuarem apostando cada vez mais alto. Sacar sua máscara ou começar a cantar de repente definitivamente não eram ações naturais que ela poderia fazer sem levantar interrogações.

Não apenas era um movimento arriscado para o primeiro jogo, como também desnecessário aos olhos da atriz que confiava em sua performance mais do que qualquer outra coisa. Essa decisão poderia deixar seus lucros numa casa mais realista, mas a longo prazo talvez fosse o mais benéfico para ela e seu disfarce. Dependendo do resultado, ainda teriam outros jogos até que o navio completasse seu curso.

- ... Ah, perdão. - Despertando de um raciocínio que na realidade não fôra tão longo, sorriria e prosseguiria somando mais 20.000.000 berries à aposta - Os senhores não estão receosos demais para um primeiro jogo? Como uma guerreira de Lóngshan, não sei viver sem alguma adrenalina no meu dia-a-dia, mas acredito que isso ainda esteja longe do limite de alguém. Nossa estadia aqui pode não ser barata, mas a noite é apenas uma criança, e pelo que eu entendi, tudo pode acontecer num jogo como esse. Nesta ilha dos sonhos, por que não se deixar levar pela tentação ao menos uma vez?

Aquele talvez fosse seu movimento mais arriscado até agora. Internamente insegura, tentava passar casualidade e despreocupação com o jogo através de uma aparentemente guarda aberta, gestos livres e um tom de voz leve. Caso alguém a respondesse em algum momento, prosseguiria amigavelmente com um sorriso, independentemente do que fosse sua resposta. Ainda não era o momento para intimidá-los.

- ... Ah sim, me chamo Reyad A. Knox. - Finalizando com um joinha, moveria a outra mão até sua cobra. Através de leves carícias, chamaria a atenção dos jogadores para o que julgou ser sua menor demonstração de poder possível: uma serpente marinha estranha e bem adestrada.


"Talvez dê para comprar um presente para Dlanor com essa mão." Ainda feliz, começava a sonhar com as possibilidades de um grande retorno. Embora seus planos para o futuro fossem caros, Enza amava sua irmã o suficiente para não cogitar não dividir um pouco daquela alegria.



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♘ The White Knight ♞


11º Turno




Quando sua vez chegou, Enza pareceu inicialmente querer passar o cartão com prontidão. No entanto, algo em seu rosto passava insegurança para aqueles que estivessem próximos. Claro, uma expressão totalmente fabricada, mas dada suas capacidades teatrais, os inimigos mal pareciam imaginar isto. A princípio, os olhos afiados da animadora não puderam captar reações mais significantes do que surpresas genuínas. Disfarçadas, claro, mas ainda um tanto curiosas quanto ao fato dela ter realmente entrado na mesa sem saber jogar.

Adam, por sua vez, parecia profissional demais para se deixar abalar. Sua política parecia ser a de não julgar, o que Enza poderia constatar ao ver que ele seria o único a não ficar tão chocado assim com o fato. Suas expressões de surpresa foram bastante contidas, discretas e rápidas, deixando-o com um ar que pareceria absolutamente neutro a pessoas que não tivessem habilidades de atuação. Então, como o bom profissional que era, prosseguiu calmamente explicando as regras para a garota que supostamente era de Longshan. Ao fim de seu sucinto, mas esclarecedor tutorial, ele enfiou a mão no terno para sacar um cartão de papel. Gentilmente entregando-o nas mãos de Enza, ela veria se tratar de uma pequena colinha, contendo as possíveis mãos no pôquer e suas respectivas hierarquias entre si. Sem dúvidas, uma boa ajuda para quem ainda não teria decorado todas as sequências específicas de cartas.

As regras para jogar estavam todas bem explicadas, mas o homem também não pareceu se estender quanto à possibilidade de blefe e afins. Até porque, as explicações já deixavam implícita a possibilidade de não necessariamente apostar tendo uma mão boa. Sendo assim, Knox prosseguiu passando seu cartão para pagar a aposta e continuar na mesa. Então, os jogadores 7 e 8, aparentemente não afetados com a pequena cena montada por ela há pouco, simplesmente desistiram da rodada, devolvendo suas cartas.

Porém, nem todos pareciam ter suas próprias agendas externas às reações aparentemente inocentes da garota de Longshan. Os jogadores 1, 4, 6 e 9 já pareciam bem confiantes desde o começo ao verem suas mãos. Todavia, a pequena cena de inexperiência parecia ter atiçado especialmente os jogadores 1 e 4. Estes não trocaram olhares entre si, mas o jeito como haviam discretamente olhado de canto para Knox não pode lhe deixar de dar a impressão de ser um herbívoro inocente rondado por predadores.

Enquanto os inimigos estavam confiantes de que poderiam facilmente devorar a pequena e indefesa leitoa de Longshan, esta tramava traiçoeiramente por debaixo dos panos. Seus fantasmas sorrateiramente permearam o cilindro único que sustentava a poltrona rotatória de Enza e, após atravessarem o piso de madeira da embarcação, seguiram para as poltronas dos seus oponentes. Aparentemente acostumados a jogar valendo dinheiro, todos pareciam bem cautelosos com suas cartas, mantendo-as viradas na mesa. Todavia, nem isso pareceu ser suficiente para escondê-las dos 12 olhinhos curiosos. Enquanto dois mini-hollows ficavam dormentes nas poltronas dos jogadores que haviam fugido, os outros 6 ativamente esperavam pelo momento certo para pôr os olhos nas faces das cartas quando seus donos as erguessem.

Tratando-se da primeira rodada, todos pareciam um tanto nervosos. Não sabiam onde estavam pisando ainda, afinal. Por essas razões e outras, não demorou até que todos rechecassem suas cartas pelo menos uma vez cada. Foi um tanto difícil coordenar os hollows para pegarem as cartas levantando no momento certo, mas Enza conseguiu suceder. Estava sentada e numa situação que conseguia se concentrar muito bem para fazer uma tarefa daquelas.

Ao que a mesa voltou-se para ela, esperando para ver se ela pagaria os 10 milhões de ou não, sem que sequer pudessem imaginar, a garota já tinha conhecimento de todas as suas cartas.

Player #1 — Julian Volkov Babylon :

Player #2 :

Player #3 :

Player #4 :

Player #5 — Reyad A. Knox :

Player #6 :

Player #9 :

No entanto, devido à complexidade da outra tarefa executada até então, a pequena atriz acabou não tendo tempo para testar os Hakis da Observação dos inimigos. E, considerando o número de olhos que agora se concentrava nela, novamente esperando por sua aposta, percebeu que teria que voltar a se focar em performar sua cena.

Para a surpresa de todos, a novata não só pagara a aposta, como tinha a dobrado. Isso pegou os jogadores 6 e 9 um tanto desprevenidos. Era visível o ar de nervosismo neles diante do valor. E, Knox por sua vez, sabia muito bem o porquê disso. Suas mãos tinham valores bons individualmente, mas não tinham nenhuma interação com as outras cartas. Estavam totalmente à mercê das duas últimas cartas a serem viradas para terem alguma chance de jogar. E, considerando o quão arriscado isso poderia ser, o custo imposto por Enza não parecia tão vantajoso assim.

O jogador 6, naturalmente, visou manter sua poker face durante sua vez. No entanto, para olhos mais acostumados era perceptível que ele hesitava. No entanto, eventualmente cedendo à possibilidade da deusa Fortuna subitamente agraciá-lo com algo inesperado, passou o cartão no braço da poltrona, pagando os 20 milhões de Knox.

O jogador 9, porém, não pareceu suportar muito a pressão. Eventualmente cedendo e percebendo que já tinha deixado escapar que sua mão deveria ser uma porcaria, simplesmente empurrou suas cartas deitadas na direção do dealer. Com o anúncio de que estava fora, restavam apenas os jogadores 1, 2, 3, 4 e 6 a serem extorquidos pela pequena e sorrateira atriz. Adam prontamente devolveu as cartas à máquina e embaralhar e voltou-se para os jogadores 1, 2, 3 e 4. Seu olhar dizia o que já pareciam saber há tempos sobre as regras do jogo: se quisessem continuar, teriam que pagar mais 10 milhões cada para cobrir os 20 de Knox.

— Gosto do jeito que a senhorita Knox pensa — seguindo a deixa, o jogador 1 comentaria algum tempo após as falas da atriz — Nenhum desses vira-latas parece saber como se divertir de verdade — revirando os olhos, o rapaz loiro revirou seus olhos vermelhos convencidos. — Nada como um pouco da adrenalina da aposta para aquecer um pouco as coisas por aqui — aparentando estar desaforado com o jogo tedioso, prontamente passou o seu cartão na poltrona, pagando a aposta. — A propósito, senhorita, sou Julian Volkov Babylon. É um prazer — com outro sorriso convencido, discretamente maquiavélico, ele cumprimentou a atriz com um movimento de cabeça.

Com olhos cerrados em desprezo, então, o jogador 1 manteve-se sileciosamente apenas a observar os próximos passos dos jogadores 2, 3 e 4. Parecia querer ver de perto se eles tinham a suposta fibra necessária para fazer um jogo de apostas daquele tão divertido quanto poderia ser.

O jogador 2 prontamente pareceu transparecer comoção quanto às palavras do número 1. No entanto, ele parecia bastante cauteloso quanto suas ações ainda assim. Meio corcunda, debruçado sobre suas cartas, ele começou a mover os dedos de uma das mãos como se rapidamente fizesse algumas contas. Então, após ficar um pouco aéreo atrás de seus óculos um tanto espessos, ele finalmente pareceu chegar à conclusão de passar o seu cartão, pagando a aposta.

A jogadora 3, porém, permaneceu implacável. Em um vestido comprido tão negro quanto os seus cabelos, os olhos vermelhos da mulher nem sequer pareceram hesitar. Como uma enorme muralha, sua poker face permaneceu intacta. Ela nem sequer se dignou a responder o tal Julian. Nesse quesito, Enza podia até sentir um certo quê de desprezo por parte dela. No entanto, a julgar pelas cartas que sabia que ela tinha, seu modo de agir parecia bastante pragmático: ela apenas pagou para ver.

O quarto jogador era um senhor um pouco mais de idade. De bigodes de cabelos brancos, ele ajustou seu monóculo para dar mais uma olhada nas cartas ao centro da mesa. Mesmo diante das falas um tanto rudes de Julian, ele não pareceu perder seu ar inofensivo e, quiçá, até meio gentil. Em seu smoking fino, ele novamente alcançou seu cartão dourado com suas mãos cobertas com luvas brancas de seda. Enquanto passava o cartão, não pareceu nem um pouco ameaçador. Pelo contrário, ele passava um ar absolutamente indefeso. No entanto, algo no fundo de Enza lhe dizia que aquele homem não era nem um pouco desorientado.

Sendo assim, com mesa já chegando a valer 134 milhões de berries, Adam apenas graciosamente anunciou que iria virar a 4ª carta.

Cartas da Mesa :

Com a posição de Big e Small blind rodando, os jogadores 2 e 3, respectiva e automaticamente forneceram mais 2 milhões e 1 milhão à mesa. No entanto, a vez era novamente do jogador 1.

De volta a Julian, o rapaz brevemente deixou escapar um entortar de boca em sua expressão. Parecia genuinamente desagradado com a quarta carta recém-virada. Não fosse por saber a sua mão, Enza percebeu que até mesmo ela teria acreditado no ato convincente do rapaz. Apesar disso, ele prontamente trocou de sua expressão neutra de disfarce para seu sorriso nojento e convencido de sempre.

— Isso pode ser interessante — prosseguiu, referindo-se cinicamente à nova carta virada — Por que não apimentamos um pouco mais as coisas? — num sorriso quase safo, o loiro passou seu cartão na poltrona.

Nisso, mais 20 milhões seguiram para o pote. O jogador 2 pareceu inicialmente abalado, no entanto, novamente movendo a mão como se fizesse contas, ele pareceu ficar mais confiante. Claro, seus óculos espessos e sua cara paralisada dificultavam a percepção de tal fato, mas unindo as habilidades de Enza com seu conhecimento de que ele tinha acabado de passar para uma mão de Dois Pares, era compreensível o porquê. Sem esperar muito, ele pagou a aposta.

A jogadora 3, no entanto, pareceu brevemente converter a enorme muralha de frieza que a separava emocionalmente dos demais em desprezo. O modo que ela olhou para Julian era arrepiante. Claro, fora rápida e nem o próprio, nem o quatro-olhos e nem o jogador 9 pareciam ter notado. No entanto, era possível que ela soubesse que ele estivesse blefando e a personalidade do homem não parecia ajudar na simpatia entre eles. Pragmática como sempre, manteve-se sólida e prosseguiu pagando a aposta.

O velho, jogador número 4, porém, permaneceu alguns instantes parado. Moveu seu monóculo novamente, como se estivesse tendo dificuldades em enxergar a nova carta na mesa. No entanto, a atriz tinha impressão de que esse não era o caso. Após hesitar um pouco, novamente ele sacou o seu cartão e pagou a aposta de 20 milhões. Como sempre, aparentava ser um velhinho inocente.

Enquanto Enza pensava nos seus próximos passos, prontamente perceberia certo nervosismo por parte do homem de cabelos pretos e olhos azuis sentado na poltrona 6. Ninguém na mesa parecia estar de olho nele, mas Enza, que estava ao seu lado, praticamente podia sentir o cheiro de medo exalando por seus poros. Considerando o tempo que ainda tinha entre sua jogada e a jogada dele, a atriz percebeu uma brecha para tentar reagir. Ou não. Tudo dependia do quanto e quem ela achava que conseguia extorquir melhor naquele jogo.

Ademais, em seu tempo livre, enquanto performava os testes de HdO, perceberia que não haveriam quaisquer reações aos seus fantasmas. Isso indicava, pelo menos, que nenhum deles ali deveria ter especializações mais complexas da habilidade espiritual. No entanto, outros detalhes não pareciam tão claros. Pelo menos, por ora.

A considerar o quanto de dinheiro ainda tinha restante, sabia que poderia pagar a aposta. De qualquer forma, ainda que acabasse não podendo, sabia que o All In sempre estava disponível. O problema do All In, porém, era que ele denunciava que você não tinha mais do que aquilo de dinheiro na conta e, isso, talvez, pudesse arruinar o seu disfarce de rica. Não necessariamente o disfarce de ser originária das terras de cultura oriental do Novo Mundo, mas o disfarce de que era uma nobre rica, pelo menos. Tal fato não importaria tanto, porém, se fosse a última a apostar durante seu All In, já que os jogadores antes não teriam como retroceder com suas apostas.

Tinha que ter essas coisas em mente nas suas próximas jogadas.



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— Sorry a demora, foi porque tive que me ausentar e viajar esses dias e fiquei sem oportunidades de poder fazer a mestragem. Mas é isso, saiu.

— A coisa tá meio complexa, por isso não garanto que acertei todas as contas e a lógica da coisa. Simular um jogo assim não é exatamente fácil, tem muitos detalhes. Por isso, qualquer problema me contate imediatamente para que eu possa resolver a confusão e dizer qual era a intenção original, ok?

— Eu não pretendia dar aparências ou personalidades muito definidas pros jogadores. Mas, como eu senti que isso ia deixar o jogo um pouco abstrato demais para você, decidi criar algumas coisas. Ainda não decidi o que devo fazer com esses NPCs. Eles não tem importância no plot geral, mas talvez eles façam alguns cameos no futuro, quem sabe? Nem seu sei dizer, tho. Vai depender do que me vier na cabeça e der vontade na hora kek.

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Haviam poucas coisas capazes de arrancar uma gargalhada daquele disfarce, e a resposta de Adam quase se tornou uma delas. Contendo um ataque de risos internos, a garota acompanhou a explicação do dealer com extrema atenção, respondendo com um gesto afirmativo com a cabeça sempre que surgia a oportunidade. Afinal, apesar de meio idiota, Enza já sabia as regras do poker. Era discutível se a jovem atriz seria capaz de performar tão bem contra profissionais do jogo que tinham acesso a haki e outras artimanhas para ler seus oponentes, mas aquilo, até onde era possível ver, parecia se tratar de uma mesa casual. Se Adam se estendesse demais em suas explicações isso poderia acabar gerando outros problemas que precisariam ser lidados a parte, mas para a felicidade da garota este não seria o caso.

'Simples e fácil' resumia o que se passava pela contente cabeça de Enza durante sua atuação. Não apenas sua mão era perfeita, como seu plano seguia mostrando resultados sem problema algum.

Não pudera evitar a desistência de 2 jogadores que, do seu ponto de vista, provavelmente haviam tirado as piores mãos possíveis. Não tivera a oportunidade de checar suas cartas, mas levando em consideração o que estava em jogo e como todos tinham reagido durante seu pequeno dueto com Adam, era a única explicação que vinha a cabeça da jovem atriz que sequer cogitava a possibilidade de uma falha em seu plano. Talvez, se eles tivessem saído em algum outro 'round' pudesse considerar outras opções. Embora tentassem, os jogadores não poderiam esconder todas as nuances de suas expressões e reações corporais tão bem quanto Knox, ao menos não diante de seus olhos treinados.

Agora analisando mais de perto todos os jogadores e suas respectivas mãos, Enza podia começar a tecer novos planos. Depois de tudo o que ocorrera até então, ela acreditava que seu papel de leiga permaneceria intacto desde que não cometesse nenhum deslize. O importante, agora que havia estabelecido números maiores na mesa, era tentar manter aquelas pessoas no jogo. Afinal, mesmo que tivessem uma presa fácil à vista, eles ainda precisavam se preocupar com os demais jogadores.

Aceitado esse cruel fato, não pudera deter o jogador 9 de desistir. Com tantos detalhes de mãos, personalidades falsas e seu próprio disfarce, Enza já tinha aceitado que desistências seriam inevitáveis desde o momento em que desistiu do 'caminho fácil' onde tentava se aproveitar de técnicas de hipnose ou de sua akuma no mi. Podendo contar apenas com sua atuação, mesmo que tentasse lidar com cada assunto, um por vez, o fluxo do jogo continuaria sem esperá-la e inevitavelmente haveriam situações que não poderiam ser controladas.

Embora tivesse a mão dos sonhos, Knox e seus oponentes ainda estavam todos bem acordados.

- O prazer é meu, mr. Julian. - Respondeu com um sorriso amigável, repetindo o gesto com a cabeça. - É uma pena que nem todos parecem compartilhar dos nossos pensamentos, mas espero que isso não tenha soado intimidador para ninguém. Eu disse o que disse pois acredito que todos nós temos plenas condições financeiras de sobreviver a um simples jogo como esse. Do contrário, o que estaríamos fazendo aqui?

Para Enza, obviamente não era bem assim, mas isso não vinha ao caso. Ela, afinal tinha a mão vencedora e portanto tinha direito a muito mais do que mero entretenimento. Tendo confirmado a mão de todos àquela altura, deixou seus mini hollows em repouso dentro das poltronas e optou por se focar totalmente nos momentos finais daquele jogo.

Tudo seguia bem, e a presença de Julian corroborava com o que Knox queria. Embora achasse que o rapaz estava sendo um pouco incisivo demais, a forma como os outros jogadores compravam aquela poker face comprovavam sua efetividade. Fosse pela propaganda de adrenalina, fosse pela tentação de terem uma 'presa fácil' ou fosse o simples descaso que tinham com seus berries, fato era que àquela altura já estava claro que os ricaços iriam pagar pra ver. Mais introspectivos, Enza optou por não se focar muito neles, deixando que seguissem com o fluxo da aposta até o momento da sua vez.

Por acreditar que aquelas pessoas poderiam participar de um eventual segundo jogo, o All Win nem fôra cogitado pela jovem atriz. Talvez pudesse inventar algumas desculpas para corroborar com seu disfarce, mas depois que os resultados daquela mesa fossem divulgados seria inevitável que todos começassem a vê-la com um olhar mais cético e precavido. Alguns mais covardes poderiam até fugir da mesa como um todo. Ainda sim, Enza acreditava que prezar pelo seu disfarce de nobre seria mais benéfico para si a longo prazo. Não apenas isso, mas seu orgulho como atriz, no fundo, também lhe impedia de 'arruinar' um papel tão simples assim.

Todavia, o objetivo final que ela tinha permanecia inalterado. Durante sua pequena quest para lucrar o máximo possível com aquela mesa, a garota se deparou com o semblante fragilizado do jogador 6. Depois de confirmar as cartas que o rapaz possuía, Knox já esperava que fosse chegar o momento em que o rapaz começasse a se sentir inseguro, ainda mais diante de tantos oponentes aparentemente otimistas. Aumentar a aposta certamente o assustaria, estava claro que a Enza deveria apenas pagar o valor atual, mas seria isso o suficiente para mantê-lo na mesa? As falas de Julian poderiam confrontar seu orgulho e obrigá-lo a ficar, mas considerando os pequenos resquícios de personalidade que pudera ver do rapaz, achava difícil que esse fosse o caso. Talvez se ele tivesse uma mão melhor, mas considerando o que já havia ocorrido naquela mesa, a jovem atriz acreditava que as chances eram mínimas.

Era um momento delicado. Não podia agir descuidadamente, e se fosse muito chamativa era possível que os outros jogadores se juntassem e acabassem atrapalhando de alguma forma. Usar um fantasma para negativa-lo provavelmente faria o rapaz perder todas as esperanças que tinha de vencer. No fim, tudo ali era uma aposta.

Antes mesmo de chegar sua vez de pagar, a garota exibiria um semblante confuso enquanto alternava olhares entre as cartas escondidas nas suas mangas e a colinha que Adam havia fornecido, posicionada sobre a mesa para que qualquer um pudesse vê-la. Chamaria a atenção do rapaz discretamente, gentilmente batendo os dedos na mesa como se tivesse toc. Faria o mesmo com um dos pés, apenas para o caso dele ser capaz de notar aquilo de alguma forma.

Ao fazer isso, esperava que o rapaz deixasse de pensar um pouco na sua mão desvantajosa, e eventualmente se deixasse levar pela tentação de uma presa fácil e ingênua. O toc poderia ser interpretado de várias formas, mas dificilmente achava que alguém visse aquilo como algo positivo ou que transmitisse confiança, ainda mais considerando todo o resto de sua atuação. Por mais forte e resistentes os nativos de Lóngshan pudessem parecer para eles, Knox estava num cenário completamente novo, cercada por inimigos desconhecidos com uma mão possivelmente inferior a de todos os outros, por isso acreditava que o nervosismo nos momentos finais de jogo eram totalmente justificáveis.

Passaria sua vez sem dizer nada a princípio, encolhida e com incerteza estampada em seu rosto. Depois de muito refletir, Knox se limitaria apenas a pagar o valor, passando o cartão com certo receio. Não queria dar brecha para que os outros se expressassem a respeito de uma situação geral, mas caso eles pudessem de alguma forma enaltecer a situação específica da garota com um comentário simples e raso, Enza julgava que aquilo não seria infrutífero para o seu plano. Desde que não intimidassem o jogador 6 e se focassem apenas no prêmio, ela ainda tinha uma chance.







[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] fiquei por um bom tempo pensando nesse post, mas ainda não to muito satisfeito com ele. Como eu pelo menos cheguei a uma conclusão do que fazer com o player 6, decidi postar assim mesmo pra dar continuidade na trama. Gostei do jogo anyway, ele me fez pensar em algumas ações e formas de expressão/desenvolvimento que eu nunca antes tinha cogitado. [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

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♘ The White Knight ♞


12º Turno




A silhueta encapuzada agora caminhava com cautela por entre os becos e frestas escuros da ilha de Baccarat Palace. A mixórdia de vozes ao longe, misturada com a hélice de um helicóptero e múltiplos fachos de luz dançantes eram motivo de medo para aquele vigilante. Eles estavam freneticamente buscando alguma coisa. Poderia ser a própria silhueta também, claro. Mas, certamente seu foco principal deveria ser o que quer que tinha destruído a instalação que investigara há alguns dias.

Sabia que Baccarat Palace não era um lugar nem um pouco ordeiro. Esses tipos de crimes aconteciam a todo momento. A maioria deles cometidos pela própria staff da ilha, inclusive. No entanto, em suas infiltrações, teria percebido que havia um certo incomodo atípico por parte de alguns eventos específicos que vinham acontecendo por diversos cantos da ilha. Assaltos e roubos de propriedade vinham acontecendo com uma frequência um tanto acima do normal. No entanto, ao averiguar os sistemas, que deveriam pertencer a algum braço da Wyldcards, o que mais parecia lhes preocupar era que essas ocorrências não estavam programadas em suas agendas de crime organizado. Nem sequer haviam relatórios por parte dos capangas de mais baixo nível, indicando serem os responsáveis por tais atos.

Num aspecto, aquilo era importante pois poderia indicar que alguém mais estava competindo e, talvez, tentando desmoralizar a supremacia da organização criminosa vigente naquelas terras. Entretanto, parecia haver algo mais que os preocupava quanto ao conteúdo do que era roubado. Não conseguira ter qualquer acesso à lista dos bens furtados ou destruídos. Todavia, nos relatos do médio escalão parecia haver uma preocupação um pouco mais urgente do que problemas a longo prazo. Sua intuição lhe dizia que eles pareciam estar correndo contra o tempo quanto a um ou mais eventos específicos, talvez.

A silhueta avançava com cautela, mas presteza. Se demorasse demais, eventualmente acabariam alcançando e descobrindo sua localização. E, considerando que os rastros não pareciam estar nem um pouco perto de esfriar, precisaria de pelo menos algum tempo para investigar as pistas que esperava encontrar adiante. As pegadas e os eventuais danos deixados nas estruturas do ambiente, então, rapidamente levaram a um galpão.

Prontamente se esgueirando por baixo pela fresta semiaberta da porta de chapa metálica chanfrada, o vigilante se viu em um ambiente bem maior do que aparentava. Quer dizer, além de estar escuro, estava com muita pressa para ter analisado melhor. No entanto, sendo um dos primeiros lugares que visitava desde que adquiriu acesso parcial ao sistema, houve um certo desconserto pela natureza do local.

Veículos? O que poderia querer com uma oficina daquelas? Quer dizer, era uma grande oficina, com muito a se faturar com o roubo dali. Estacionavam de tudo ali para fazer manutenção, barcos de até médio porte, carros, motocicletas, aviões de pequeno porte… Mesmo assim, apenas o espaço em que se situava estava vago no extenso galpão cheio de veículos. O que explicava o motivo da porta pela qual se esgueirou estar aberta. O inimigo não parecia ter roubado nada além de um veículo razoavelmente grande. Pelas marcas de pneu no chão, terrestre. Pelo espaço e número de marcas, algo grande e forte o suficiente para carregar peso.

Estava devaneando quanto aos motivos disso. Porém, ao observar melhor os arredores, percebeu o motivo. O veículo não era a única coisa roubada. Não, longe disso. Estava escuro, mas dava para ver que muitos dos veículos estavam abertos, parcialmente desmontados. Conforme avançou rapidamente pela grade de vãos livres formadas pelos veículos, percebeu que o culpado tinha roubado alguns poucos motores, componentes eletrônicos, fiações… Foi então que percebeu o motivo da preocupação. Realmente, era esquisito deixar de roubar veículos que certamente valeriam muito mais do que suas peças isoladas.

Já planejando despistar aqueles que também seguiam no encalço do criminoso, avançou até o fundo do galpão com rapidez. Enquanto os outros entrassem pela frente, rapidamente sairia por trás. Estava prestes subir no parapeito para se espremer pelo espaço de uma das janelas quando percebeu haver algo molhado no chão. Ao olhar para baixo, viu uma série de marcas circulares, organizadas uma do lado da outra em uma grade.

Ao tocar o líquido e levar a mão próximo do rosto, imediatamente identificou o cheiro de combustível. E, ao julgar pela quantidade de marcas arredondadas, que refletiam o luar proveniente das janelas, o sujeito não tinha roubado poucos barris.

Permaneceu inerte por alguns instantes, tentando imaginar o que poderia ser. Porém, um som metálico vindo do outro lado do galpão imediatamente tornou a silhueta alerta. Silenciosa, ágil e flexivelmente esgueirou-se pela janela, novamente sumindo na noite.




Diante da fala da garota, quase todos na mesa pareceram devolver um sorrisinho para o comentário quanto ao financeiro. De fato, nenhum deles ali se importava tanto com falta de dinheiro Na realidade, a graça do jogo parecia estar na adrenalina de ganhar ou perder algo mais concreto do que pontos imaginários. E, quanto maior a aposta, maior a carga de adrenalina no sangue, claro.

A única que pareceu não sorrir foi a mulher de cabelos pretos e olhos vermelhos, a jogadora 3. Na realidade, ela não parecia ser do tipo que se afetava por qualquer coisa. Não fosse pelos eventuais transbordamentos de desprezo em relação a Julian, o jogador 1, Enza poderia acreditar que ela teria o alcance emocional de uma pedra. Não parecia ser o caso, porém. Ela não era das pessoas mais expressivas e também não parecia ser uma pessoa muito alegre. Mas, parecia ter tendencias a ser bem brava e séria.

O jogador 2 foi um dos que riu. Foi sincero. Tinha achado engraçado a ideia estarem na ponta dos pés por conta de uma quantia tão… Módica. Ainda assim, era essa ilusão que motivava todos a jogarem poker naquelas condições específicas. Fosse jogar por jogar, poderiam fazê-lo online, com amigos em casa ou em estabelecimentos que não permitiam apostas com dinheiro. Arrumou seu óculos, que escorregaram um pouco com o discreto riso e voltou a focar seus olhos no nada. Não tinha usado as mãos, mas conhecendo seus impulsos, Enza poderia supor que se tratavam de contas mentais.

O idoso, o jogador 4, também arrumou seu monóculo. Ele sorrira de forma simpática diante do comentário. Mas os talentos dramatúrgicos de Enza diziam que não era bem o caso. Talvez teria o feito por educação? Não sabia dizer se ele tinha realmente gostado. Entretanto, aquela dificuldade em lê-lo era algo para se pensar. Talvez também tivesse instrução em atuação?

O jogador 6, como sempre, buscava permanecer contidamente nervoso. Mesmo assim, ele não pode deixar de momentaneamente esquecer do fato e apreciar o comentário da garota. Logo que isso aconteceu, a pequena atriz foi capaz de perceber. Se conseguisse entretê-lo por tempo suficiente, poderia conseguir mantê-lo longe dos sentimentos de ansiedade e medo de perder o dinheiro, pelo menos, por tempo suficiente para ele jogar.

No fim, acabou optando por uma via diferente para desviar sua atenção daqueles sentimentos desvantajosos para o jogo da atriz. Mas, ainda assim, pode ver algum resultado por ora. Ele parou para observar os tiques de Enza algumas vezes, um tanto incomodado. Todavia, era discreto, a garota captava por conta de sua experiência com expressões faciais forjadas. Além disso, parecia bastante educado, já que ele parecia também se controlar para não dizer nada.

Ao que a vez da garota chegou, o nervosismo pareceu subir-lhe pela boca do estômago. Ele estava desconfortável e com o foco bem prejudicado pelas distrações de Enza. Contudo, ainda assim parecia estar ‘fighting like a champ’ e conseguindo suportar um pouco. Eventualmente, a garotinha de Lóngshan passou seu cartão com uma carinha de incerteza. Claro, os olhos atentos dos jogadores 1, 3 e 4 captaram a hesitação em um flash. No entanto, na mesma velocidade pareceram retornar aos afazeres.

Em seu campo visual periférico Enza pode perceber um certo olhar de predador por parte de Julian. Ele havia caído na história de que ela era um cordeirinho sem exata noção do que estava fazendo. E, não apenas isso, mas também parecia bastante propenso a querer abocanhá-la com tudo. Afinal, ele sabia muito bem que tinha tido uma sorte de ouro com sua mão. O que ele não parecia saber, porém, era que o nível do Golden Rule de Enza teria sido muito maior naquela rodada.

A 3 e o 4 não exibiram muita coisa. Apenas focaram seus olhares momentaneamente para confirmar se eram mesmo o que estavam pensando. Ainda que fosse uma muralha em termos emocionais, a garota parecia bem neutra quanto ao fato. Quer dizer, ela deveria estar aproveitando o jogo. Mas, no fim, era apenas disso que se tratava: um jogo. Ela não parecia tão propensa a visitar emoções mais primitivas como Julian enquanto jogava.

Já o velho, era diferente. Ele parecia sempre bastante simpático por fora. Mas quando Enza o olhava era como se observasse o vazio. Como já constatado, não conseguia tirar muita coisa dele além do fato daquele ar de simpatia ser falso.

Foi ao passar o seu cartão e passar a vez ao jogador 6 que ele pareceu definitivamente quebrar. Não deu escândalos ou manifestou-se, claro. Mas, começou a transparecer o nervosismo em um nível que todos na mesa puderam perceber. Ele, claro, parecia um tanto alheio a esse fato. Estava tendo que se concentrar muito para fazer as contas, enquanto lutava com o seu nervosismo e as distrações da pequena atriz ao mesmo tempo. Passado mais alguns instantes, eventualmente cedeu completamente Como se estivesse discretamente jogando tudo para cima, passou o cartão. Tinha desistido de jogar aquela partida com suas faculdades racionais.

Com mais 120 milhões apostados (20 por cada 1 dos 6 jogadores), o pote holográfico no topo da mesa atualizou seu valor. Agora, constavam incríveis 254 milhões de berries. Terminada a rodada, Adam avançou sobre a mesa e revelou mais uma carta ao centro:

Cartas da Mesa :

Com a posição de Big e Small blind rodando, os jogadores 3 e 4, respectiva e automaticamente forneceram mais 2 milhões e 1 milhão à mesa. E, como sempre, era a vez do jogador 1.

De volta à sua segue de sangue contida, ele alcançou seu cartão dourado dentro do paletó. Não fosse por sua perícia no assunto, Enza não teria notado. No entanto, momentaneamente ele pareceu lançar um micro-sorriso na direção dela. Era como se estivesse pronto para cair de boca numa presa muito suculenta e indefesa. E, sendo assim, prontamente anunciou estar aumentando a aposta para 40 milhões.

Claro, nesse momento todos os olhos voltaram-se para ele. Os ósculos do jogador 2 escorregaram sobre o seu nariz, bem como seu queixo também pareceu cair um pouco. Tudo num limite de discrição, claro. Porém, ainda assim, olhos atentos como os da jogadora 3 e do jogador 4 puderam captar tal fato.

O jogador 6 já estava manjado. Dessa vez sua expressão de desconserto tinha ficado bem óbvia, mas ninguém parecia mais ligar para ele. Talvez estivessem certos de que ele dessa vez ele deveria pular fora do pote. No entanto, tendo Enza habilidades especiais de… Persuasão, talvez ela conseguisse reverter isso.

Pelas linguagens corporais, a jogadora 3 e o jogador 4 pareciam bem calmos. Enza podia ter um certo nível de certeza de que a probabilidade de pagarem eram altas. Até porque, suas mãos de fato eram boas. No entanto, de qualquer forma, o foco do momento não eram  eles. Assim como o jogador 6, o jogador 2 parecia bem propenso a fugir da rodada. Ele rapidamente fez as contas nas mãos e, estava claro: sua mão era razoável. Entretanto, dada a quantidade de cartas convenientes no centro da mesa, ele sabia que as probabilidades de haver mãos melhores que a sua também eram altas. Por isso, ele estava congelado na parte mais “subjetiva” — algo que não parecia ser seu forte — do assunto: mais 40 milhões valiam esse risco ou não?

Agora, assim como o jogador 6 após sua vez de jogar, Enza deveria escolher se buscaria fazer alguma coisa para tentar manter o quatro-olhos em jogo. Diferentemente do jogador 6, porém, o 2 parecia mais congelado do que ansioso ou nervoso. Ele não parecia especificamente ter aversão aos outros ficarem esperando sua decisão. Nesse aspecto, ele estava calmo. Que os oponentes esperassem o tempo que ele precisasse para decidir. Não que o processo de decisão subjetivo ficasse mais fácil por conta disso, porém.




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— Acho que teremos tempo de fazer mais uma rodada. Por isso, para economizar um turno que acabaria sendo muito curto, você pode considerar certo que os jogadores 3 e 4 vão pagar. Inicialmente, você decide se vai tentar manipular o jogador 2. Depois, você faz a sua jogada com as estratégias que achar mais adequadas. Por fim, escolhe se vai tentar manipular o jogador 5 também.

— Esqueci de avisar, mas um dos jogadores teve sua mão “promovida” no turno passado. O jogador 2 passou a ter um Two Pairs, porque saiu um 4 de copas. E, nesse turno, o Jogador 4 passou a ter um Full House.

— Segue a colinha para relembrar as mãos de cada jogador, incluso as de Enza:

Mãos dos Jogadores :

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Enquanto os ricaços prosseguiam com seus 'cálculos', o que Enza até agora não havia entendido muito bem e julgara se tratar simplesmente de algum maneirismo ou disfarce que estavam acostumados a usar, a garota analisava suas reações e posturas mais afundo. Àquela altura estava claro para ela que Julian não seria um problema, o rapaz abocanhara sua isca com força e não demonstrava intenções de soltar. Assim, concluiu que deixaria que ele continuasse com seus delírios e provocações que pareciam surtir bastante efeito contra a mulher de cabelos negros por alguma razão. "... Quando você vai superar isso, mulher?" Se questionaria internamente, perguntando-se se no fundo aquela jogadora não nutria segundas inteções ou expectativas para com Julian. Quer dizer, ele era arrogante e incisivo, mas não era pra tanto? Talvez fosse pela posição vantajosa que tinha na mesa ou talvez fosse por simplesmente não vê-lo como nada além de uma grande fonte de dinheiro que a jovem não conseguia simpatizar com a postura da moça. Ela parecia ter o suficiente para armar uma poker face, então aquilo não se tratava de um teatro gratuito, ela realmente sentia um rancor genuíno.

"Pessoas sérias demais raramente são divertidas", fossem protagonistas ou personagens secundários, a opinião de Enza era resoluta. Por mais curiosa que ela pudesse estar para ver se a jogadora três era capaz de algo além de simplesmente expressar ódio, haviam pessoas mais interessantes naquela mesa. O elegante idoso era alguém que tinha fisgado a atenção de Enza desde que se juntara àquele grupo, mas não importava quanto tempo passasse e o quanto ela se esforçasse, o velhinho era ilegível. Sondá-lo ressuscitava um pouco da chama que presenciou em Pthumerias com Hofuji, afinal, ou ele já estava tão próximo do caixão que seu corpo era incapaz de esboçar emoções genuínas, ou ele era um habilidoso e experiente profissional como Knox. Dentre todos os adversários, ele certamente seria um dos mais perigosos caso houvessem jogos futuros, pois naquele o vencedor já havia sido decidido desde o começo. "Uma pena..." Se fosse outra situação, como em Pthumerias a jovem atriz gostaria de ser capaz de provar que era alguém mais proficiente, mas com sua conta bancária tão próxima do vermelho era difícil se focar em qualquer coisa que não envolvesse fazer dinheiro naquele momento.

No fim, o máximo que Enza podia fazer era manipulá-los para que não deixassem sua mesa perfeita. Isso não lhe passaria o gostinho de vitória em relação ao velho como ela gostaria, mas já era alguma coisa.

Sua única preocupação naquele momento era o jogador 6 que além de não ter sorte, também não parecia ter o necessário para manter a compostura num jogo como aquele. O rapaz era um livro aberto, e quanto mais o tempo passava, menos interesse os demais jogadores pareciam ter no que certamente era o mais próximo de desistir. Ninguém exibia quaisquer intenções em fazer algo que pudesse motivá-lo a continuar, e a própria Enza ia lentamente se vendo sem muitas opções. Sem aliados, com as limitações de seu disfarce e mentalmente incapaz, a garota sabia que nada que tentasse poderia convencê-lo àquela altura.

O plano de Knox havia dado certo naquele turno, mas o jogador 6 deixara claro para todos que aquele era seu limite. Não haveria uma próxima vez, não com aquela mão. Por maior que pudesse parecer o valor da mesa, a gananciosa atriz ainda não havia se dado por satisfeita. Embora inicialmente tivesse se privado de usar algo do seu repertório de técnicas, não havia mais outra saída àquela altura. Entretanto, Enza não podia deixar de sentir um pouco da ansiedade do rapaz. Sem ter certeza do limite das habilidades do seu oponente velhinho, a garota tinha receio de que pudesse se expor de alguma forma.

Entretanto, como havia dito mais cedo, viera até aquele lugar para apostar. Não importava o quão confiante era em suas habilidades, Enza sabia melhor do que todos que ela não era a única com talento. Por mais egocêntrica que fosse, com tanto dinheiro na linha e a incerteza da postura que os demais teriam diante de uma atitude daquelas, o nervosismo se tornava natural. Mesmo que o seu risco fosse diferente dos demais, ela enfim podia sentir um pouco daquela tão falada adrenalina.

Antes que pudesse pensar no próximo passo porém, deixaria escapar uma genuína reação de surpresa ao ver Julian aumentando a aposta. Uma micro-expressão que duraria apenas um momento, mas o suficiente para que todos pudesse percebê-la.

- Vejo que você não é só conversa, Mr. Julian. - Rindo e aplaudindo, buscaria 'disfarçar' a fraqueza que recém havia exibido. Afinal, em teoria Knox também clamava por aquele sentimento. - Realmente, esse jogo só pode ser aproveitado de um jeito. Agora tenho certeza de que tomei a decisão certa ao escolher essa mesa.

Ciente de que não possuía fichas o suficiente para pagar aquele valor, a garota realmente havia se surpreendido ao se ver diante de mais uma situação conflitante que não havia cogitado até então. Disposta a permanecer seguindo aquele papel até o fim, imediatamente voltou a descartar a possibilidade de um All Win. Por mais pensativo que o jogador 2 estivesse, ela sabia que não tinha muito tempo para agir. Quando sua vez chegasse, Enza pagaria completando o restante do valor em crédito. Não poderia perder tempo com detalhes, deixaria para se preocupar com a possibilidade de juros e outras possíveis consequências após o resultado jogo. Provavelmente não era a decisão mais coerente e eficiente possível, mas com o QI que possuía e com valores tão grandes lhe tentando, a jovem atriz podia sentir um pouco de ansiedade guiando suas ações.

Agora, mais do que nunca naquela mesa, precisava ser rápida se quisesse manter todos ali.

- É vergonhoso, mas não achei que iria me deparar com jogadores tão interessantes. - Visando manter seu disfarce, justificaria apenas no caso de haver algo que sinalizasse o fim de suas fichas. Se o fato de ter passado em crédito fosse sigiloso, deixaria para tratar disso posteriormente. Caso fosse descoberta, perguntaria a Adam se era possível carregar o cartão com mais fichas após o jogo, para que pudessem terminar logo aquilo.

Ciente de que ninguém esperaria por sua ação, Enza formulou um plano o mais rápido que pode. Para aquele turno, ansiosa, sem tempo e esperanças de tentar convencer o jogador 6, tentaria se aproveitar das diversas fontes de reflexo (cartão, estrutura da mesa, óculos/monóculo, etc, usaria até mesmo o reflexo de seus olhos se fosse possível) que haviam para capturar a atenção dos players 2 e 6. Estando na vez do quatro olhos, se focaria primeiro nele e em seu campo de visão. No que percebesse uma chance, imediatamente prenderia o rapaz em um transe para faze-lo pensar que tinha visto errado a carta das mesa. Modificaria apenas o valor das duas últimas cartas reveladas, as quais ele não tivera tanto tempo para ver, para melhorar sua mão e motivá-lo a continuar. Para que soasse mais convincente, não o deixaria com uma mão tão absurda quanto a de Knox, buscaria o meio-termo que fosse mais crível e vantajoso possível para cada um dos dois.

Considerando que um tinha problemas de visão e o outro parecia ser do tipo que deixava se levar mais pelo momento, Enza acreditava que tinha grandes chances de sucesso desde que conseguisse hipnotizá-los. Como atrair atenção para si mesma naquele momento poderia levantar suspeitas, ela se manteria calada e totalmente concentrada em sua ação até que ambos pagassem e os resultados fossem divulgados. Como Julian já havia pago e o restante ainda parecia confiante em suas respectivas mãos, a garota não tomaria riscos desnecessários. Ilegível do jeito que era, tinha receio de que o velho descobrisse suas intenções se tentasse algo descabido contra ele ou caso fosse longe demais com sua ilusão. Havia cogitado alterar os números de fichas que eles podiam ver em jogo e em suas reservas, mas considerando o quão calculistas eram aqueles dois, desistiu e se limitou a fazer algo mais simples.

No fim do dia, a prioridade ainda era manter o anonimato. Podia estar conflitada pelo tanto de dinheiro em jogo, mas Enza tinha mais receio do que poderia ocorrer caso fosse descoberta. Afinal, do seu ponto de vista, ainda poderiam haver mais jogos depois desse. Por mais que sua vitória fosse garantida naquele momento, haveriam outras oportunidades no futuro, desde que não cometesse algum erro fatal.







Hab usada :


[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] eu queria ser mais específico quanto as cartas que cada um veria, mas como eu sou ruim com poker eu desisti e coloquei desse jeito, sry.

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♘ The White Knight ♞


13º Turno




Não que o semblante convencido já não fosse sempre presente nas feições do homem, mas diante do seu comentário, a garota pode ver que conseguiu retirar ainda mais metidez do homem. Claro, ele pareceu se conter para não fazer um sorriso maquiavélico, afinal, na cabeça dele ele estava com uma mão absurdamente rara. E, de fato estava. Só que acontecia que a mão de Enza era da maior raridade possível. Na realidade, talvez não fosse tão estúpido assim. Até porque, sendo um jogo em que se aposta baseado em probabilidades, supor que seu inimigo pode ter uma mão super rara era, na realidade, jogar errado.

No entanto, ainda assim, estava subestimando a garota em algum nível. Afinal, por mais que as chances da mão de Enza serem maiores que a dele fossem remotas, as cartas da mesa ainda assim eram bastante perigosas. Eram faca de dois gumes, assim como aumentavam as suas chances de pegar combinações mais poderosas, também aumentavam a dos inimigos. Na realidade, era por isso que todos os jogadores, mesmo os experientes pareciam estar interessados em jogar. Tudo aquilo era pela emoção e, considerando o nível de coincidência nas cartas da mesa, não podia haver situação mais caótica do que aquela. Era somente naquele tipo de mesa em que as cartas eram parecidas que as mãos mais absurdas poderiam aparecer. Não que as coisas ficassem menos determinadas. Longe disso. As probabilidades ainda eram perfeitamente calculáveis. No entanto, quanto mais as chances das sequências se igualam, maior o caos a ser esperado. Até mesmo pequenos fatores ambientais poderiam ser decisórios no jogo.

Ademais, Julian limitou-se a sorrir, já que era evidente que concordava com ela.

Sua ideia de hipnotizar os jogadores 2 e 6 fora bastante oportuna. Ambos pareciam estar para fugir da aposta de Julian, mas Enza prontamente interviu, inteligentemente utilizando variadas superfícies reflexivas para compensar a falta de uma superfície maior e dispersar o máximo de luz hipnotizante em direção aos olhos dos coitados.

Pela escassez de luz, já que as superfícies também não eram tão ideais assim, talvez não houvesse estímulo hipnótico o suficiente para conjurar uma grande ilusão. No entanto, como a ilusão era uma simples e pequena alteração no campo visual dos oponentes, não demandaria mais do que aquilo. O que acabou sendo um problema mesmo foi a certa falta de direcionamento que Enza teve. Certamente, tentar compensar tanta falta de acesso aos receptores visuais do inimigo com trajetos tão complexos e não tão ideais já era uma tarefa bem extenuante no sentido de foco. Sendo assim, talvez por isso, acabou não pensando exatamente em qual carta substituir na mesa. Claro, os inimigos - em especial o quatro-olhos, que era o foco agora por estar jogando primeiro - ainda sentiram a confusão quanto à o que tinham visto na última carta. No entanto, por não conseguirem determinar exatamente o que tinham errado em relação à percepção das cartas, acabaram só ficando bastante confusos.

O jogador 2 era um tanto mais criterioso. Por isso, sem conseguir discernir exatamente qual era a carta na mesa para, portanto, calcular as exatas probabilidades, sentiu que não poderia ir adiante. Sendo mais técnico, com um semblante bem confuso, acabou anunciando que não prosseguiria. Entregou suas duas cartas viradas para Adam, que prontamente as recebeu com o devido sigilo. Então, sacou um paninho de seu paletó e, depois, os óculos do rosto para limpá-los, imaginando que o problema de vista era por lente embaçada.

Os jogadores 3 e 4 podiam não saber disso, mas suas mãos de fato eram boas. Por isso, ainda estavam no páreo quando se tratava de jogo justo. A mulher parecia bem indiferente com os gastos, assim como os demais ricos dali. E, bem, o senhor, como sempre, pouco esboçava. Quando chegou a vez de Enza, o pote ao centro da mesa já alcançava 374 milhões de berries. Uma quantia, talvez, modesta para as pessoas ali, mas ainda assim significativa. Dava para comprar coisas boas com aquilo e, no fundo, ninguém ali deveria gostar de perder um tostão sequer.

Ao que a pequena atriz passou o seu cartão, porém, um pequeno display holográfico apareceu diante dela, confirmando o all-in. Todos observaram a movimentação de luzes, afinal, foi algo atípico que surgira em seus campos visuais. Knox até esboçou vergonha pelo fato de que suas fichas acabaram, mas ninguém pareceu se importar. Sabiam que ela não sabia jogar, portanto, era natural que não tivesse noção do funcionamento do jogo. Inclusive, como a quantidade de fichas no seu inventário em jogo era totalmente independente dos seus bens reais, acabar fichas era algo até comum. Nesse momento, diante da Enza confusa com o display à frente dela, Adam achou necessário se pronunciar:

— Não se preocupe, senhorita. Esgotamento de fichas é algo bem comum. Normalmente os jogadores carregam as fichas iniciais conforme o bom senso de quanto acham que a mesa valerá. Mas... Nesse caso específico realmente seria difícil de prever — ele prosseguiu atenciosamente, pendendo o corpo um pouco à frente para se aproximar dela. — Ademais, a senhorita pode ficar tranquila quanto a confirmar o aviso do sistema — prosseguiu, referindo-se ao holograma que exibia uma pergunta sobre o all-in e dois botões, um vermelho e um verde, adiante dela. — Como os jogadores só podem recarregar entre partidas, o all-in desobriga qualquer um de cobrir apostas.[/color]

E, assim, ela o fez. Da sua bag saíram 21 milhões de fichas, que fizeram o pote totalizar em 395 milhões de berries. Julian não pareceu gostar muito do fato. Já que, apesar de válido nas regras do jogo — e até necessário para evitar abusos com base puramente em quantias monetárias e não em habilidade de jogo —, na prática, aquilo fazia o pote menor e, consequentemente, gerava menos adrenalina. Todavia, ele não pareceu prender-se demais à isso. Provavelmente porque sabiam desde o início que Knox era uma principiante e, talvez, também porque já contava a rodada como ganha.

Mais focada no jogador 6, percebeu que este parecia mais suscetível a agir sem pensar direito. Ocupado com o fato estranho de que sua memória parecia ter lhe falhado gravemente, o jogador acabou esquecendo um pouco o nervosismo. Pela sua expressão, dava para ver que ele tinha esboçado um certo alívio. Quer dizer, aquilo significava que sua mão não era tão ruim quanto se lembrava. Impulsivo, enquanto quase expirava em alívio, passou o cartão sem pensar direito.

Adam, então, anunciou para que todos mostrassem as cartas em ordem.

Cartas da Mesa :

Mãos dos Jogadores :


Por já saber todas as cartas de antemão, Enza não teve grandes surpresas. Julian, mais do que nunca, exibiu um sorriso maligno de orelha a orelha. Ele até podia ser pato, coisa que não achava ser, mas tinha certeza de que era abençoado e sortudo o suficiente para tirar mãos absurdas como aquelas com frequência. Era assim nos negócios também, afinal. A jogadora 3, por sua vez, apenas afastou suas cartas viradas para longe de si. Sua expressão era de genuíno desgosto. Ela não disse nada, mas revirou os olhos com a ideia de que uma pessoa tão desprezível poderia ser tão cagada.

Dessa vez, porém, o 4 pareceu exibir alguma coisa. Foi breve, mas Enza pode perceber quase como se ele tivesse rido como velho um daqueles velhos tarados. E, bem, não era para menos. Um Full-house deixaria qualquer um feliz. A jogadora 3 não pode disfarçar seu elevar de sobrancelhas em surpresa. Afinal, jamais esperaria algo daquilo vindo de um velho tão simpático. Julian também não pode disfarçar a veia saltada em sua testa e, logo em seguida, a jogadora 3 também os discretos risos. Para ela, parecia mais satisfatório ver Julian perder do que ganhar em si. Se bem que, ver Julian ficar irritado e, ao mesmo tempo, ganhar deveria ser melhor ainda.

Àquela altura, o jogador 2 completamente arrebatado pelas probabilidades de tantas mãos absurdas, simplesmente permaneceu absorto. Fazia contas, tentando calcular qual era o número decimal ridículo que denotava as chances daquela mesa acontecer.

No entanto, quando Enza mostrou a sua mão para poder reclamar o pote, deu para perceber que todos ficaram bem surpresos. Nem mesmo Adam conseguiu evitar deixar que seu queixo caisse um pouquinho. E não era para menos. Afinal, mesmo para alguém que trabalhava com aquilo, um Royal Straight Flush não era uma vista nada comum. Àquela altura, Julian já não exibia nervosismo. Estava simplesmente desconsertado. Eventualmente riu. Tamanho o absurdo da situação que chegou achar interessante. E, como dinheiro não parecia ser problema, aquele tipo de sensação parecia ter valido a pena para ele.

O jogador 6 nem se deu ao trabalho de mostrar suas cartas. Devolveu-as ocultas. Estava absolutamente desolado e financeiramente desfalcado. Inconsolável, permaneceu cabisbaixo, sem decidir ainda se permaneceria na mesa ou não. Até porque, depois de uma daquelas, era de dar vontade de quitar mesmo.

O velho arrumou seu monóculo. O leve sorriso tinha desaparecido completamente de seu rosto. Também estava surpreso, mas fora isso não pareceu deixar escapar mais nada. Quanto menos soubessem sobre o que achava, melhor.

Enza até poderia ter tido algum tempo para comemorar. No entanto, a pessoa que viu andando poucos metros além da mesa fez com que fosse a sua vez de ficar desconcertada. Era Dlanor. Inicialmente, ela não tinha percebido que tinha alguém a olhando, mas como se sentisse que estava sendo observada, imediatamente virou a cara. O encontrar de olhares foi inevitável. Ao ver Knox, Dlanor imediatamente contraiu o cenho. Ela definitivamente não tinha reconhecido Enza, mas tinha certamente estranhado a familiaridade. O trabalho de maquiagem era bem feito, mas enganar conhecidos e amigos era uma coisa e enganar alguém tão próximo quanto uma mãe, pai ou irmãos, ainda mais gêmeos, era outra completamente diferente.

A garota andava apressadamente pelo salão do navio, mas mudou seu trajeto imediatamente ao sentir algo de errado. A primeira coisa que fez foi se aproximar de Knox e observar seu rosto pela lateral. Inconvenientemente perto, Enza conseguia sentir a respiração dela em seu rosto. Dlanor estava de olhos cerrados e com a mão no queixo, como se fosse o próprio xeroque holmes tentando decifrar aquele enigma. Era Enza ou só alguém estranhamente parecida com ela?

— Hmmmm... — Dlanor murmurou, bem analítica, no limite do possível, quanto àquele enigma diante dela.

O resto da mesa pareceu bem interessado naquela situação inusitada. Enquanto isso, ainda que também estivesse de olho na fofoca, Adam já tinha reunido todas as cartas e as devolvido ao embaralhador. Ele parecia prestes a perguntar se iriam continuar ou não. Mas, dada a situação, pareceu achar melhor esperar que a coisa se desenrolasse mais.

Um pouco ao longe no salão, adiante de uma das telas de led que exibia desenhos temáticos de praias e luais noturnos, Enza pode ouvir e perceber um bafafá se formando. Uma mulher bem próxima do telão tinha gritado ao longe, chamando alguém de grosseiro. Como àquela altura os curiosos já haviam prontamente se juntado ao redor para ver qual era a fofoca da vez, uma parede de pessoas impedia a atriz de ver melhor sobre o que se tratava. A mulher continuou reclamando, aparentemente porque alguém não teria se desculpado com ela. Mais e mais civis pareciam se aglomerar ali. Estavam curiosos com algo.




[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Ok, saiu.

— Como a Dlanor é uma NPC bem específica e, aparentemente, quase que central no RP da sua personagem, eu achei melhor não atuar ela por enquanto. Eu andei com a ideia na cabeça de deixar você controlar ela para ver como seria, se daria uma dinâmica de jogo interessante. Eu queria fazer algo semelhante ao meu cubo, só que com o diferencial de que a Dlanor não é sua pet. Ou seja, em situações de combate/resoluções de problema você estaria limitado a sugerir ações pra ela (basicamente, o mesmo que a gente faz com npc “controlando” eles por meio de sugestões/pedidos/ordens), cabendo a mim decidir os resultados como mestre.

— Se quiser fazer desse jeito ou do tradicional, tanto faz. Eu terminei o turno dessa forma propositalmente. Assim, caso você não queira assumir, consigo continuar normalmente com as interações.

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Perdida em seus próprios devaneios, a garota inevitavelmente acabou se embolando no meio de tantas coisas que tivera que pensar e coordenar em uma pequena janela tempo. Por mais que o jogador 2 estivesse comprando tempo para realizar todos aqueles cálculos mentais dos quais ele tanto gostava, a hipnose prematura de Enza era tudo o que ele precisava para chegar a uma simples conclusão sobre o problema no qual ele se via. O jogador 6 provou todos os preconceitos que a animadora tinha sobre ele, salvando-a de um desastre ainda maior, mas isso ainda não fôra capaz de melhorar seu humor, pois daquela vez ela sabia que a culpa havia sido inteiramente sua.

Era óbvio mesmo para ela. O orgulho que tinha rapidamente se esvaiu, ainda que externamente Knox continuasse com sua poker face habitual. Não sabia o que faria se o idoso percebesse o que havia acabado de acontecer e não estava interessada em descobrir.

Tal como Julian havia sido enganado por um sentimento de confiança excessiva, Enza também acabou bebendo desse veneno. Desde o momento em que viu o Royal straight flush e percebeu que sua vitória era garantida ela acabou agindo despreocupadamente. Afinal, do seu ponto de vista, era impossível perder. E mesmo nesse cenário dos sonhos, suas deficiências mentais acabaram lhe roubando 40.000.000 berries, o que para aquelas pessoas poderia não parecer tanto, mas para uma pobre coitada que estava tendo que lutar com unhas e dentes por cada centavo definitivamente era um valor e tanto. Talvez se tivesse mais costume de usar suas habilidades sem o auxilio da Mask of Deception ela ainda pudesse se salvar, mas agora, ao fim de tudo, a jovem atriz via que isso era apenas um detalhe em meio a muitos outros.

Pelo menos agora sabia que não teria que se preocupar com possíveis juros de sua ação desesperada.

"Oh well..." Internamente dando de ombros, voltaria sua atenção para o desenrolar dos acontecimentos que se sucediam. Deixaria para pensar mais a fundo no ocorrido futuramente, agora ainda era necessário que Knox continuasse com a manutenção de seu disfarce e ficar cabisbaixa pensando no dinheiro que havia perdido não seria proveitoso no momento. Por hora, apenas se certificaria de manter a guarda elevada e evitar mais erros como aquele. O que, considerando quem era, talvez não fosse tão improvável assim...

A jovem atriz acompanhou a ordem com a qual todos mostravam suas mãos, fingindo surpresa e interesse no que ela já sabia. Embora tivesse terminado o jogo com um gosto agridoce, presenciar Julian em choque ao ver sua mão perfeita não deixou de ser impagável. Todas aquelas expressões de surpresa eram prazerosas de se ver, não apenas pelo óbvio, mas também por se mais uma confirmação de que, ao menos sua atuação havia funcionado. Sua especialidade não tinha lhe traído. Por isso, concluiu que o melhor de tudo aquilo foi o breve momento em que fisgou o idoso tentando conter suas reações de surpresa e escárnio. "Talvez o maior prêmio sejam os "amigos" que fazemos pelo caminho." Esboçando um sorriso genuíno, ergueu o rosto para encarar todos os jogadores e disse:

- Seria isso o que chamam de sorte de principiante? - Riu, recolhendo suas recompensas - Este foi um jogo verdadeiramente prazeroso-

Antes que pudesse seguir com sua comemoração, Enza congelou ao reconhecer uma silhueta passeando pelo navio. "Ela sempre aparece nesses momentos..." Suspirou, contente que pelo menos Dlanor não havia aparecido no meio do jogo. Se já tinha sido difícil fechar o jogo do jeito que foi, a garota só podia imaginar como seria se tivesse que entreter sua irmã no meio dele. Se bem que, parando pra pensar mais a fundo... "Na verdade, ela é boa nesses jogos." Lembrou-se do tempo que passaram em Lankar com Rose. Embora fosse a chapeuzinho vermelho quem ensinou as irmãs a jogarem jogos de azar, Dlanor sempre tinha a vantagem quando concordavam em não trapacear. Ela era o tipo calculista afinal, e mesmo não animadora, conseguia esconder bem suas emoções em certos momentos, mesmo que normalmente perdesse a compostura quando confrontada por Enza.

Despertada pela aproximação não tão sutil de Dlanor, Ishar fingiu se espreguiçar, erguendo o rosto para ficar entre sua hospedeira e a até então estranha. Enza podia dizer que ela não estava feliz por ter sido acordada daquela forma, mas a serpente logo notou que não se tratava de uma ameaça, era só mais uma esquisitona. Percebendo a semelhança, alternou olhares entre as irmãs, surpresa com a semelhança entre as duas. "Apenas para que fique claro, eu sou a mais velha."

- Sentir a necessidade de dizer algo assim já diz muito sobre sua idade real. - Respondeu mentalmente, recolhendo-se

A atriz encarou a cobra com um olhar frio, perguntando-se o que diabos ela queria insinuar com aquilo, mas rapidamente mudou o foco. Por um momento cogitou tentar enganar sua irmã para despistá-la como normalmente fazia. A julgar pelo modo como a caçula a analisava da cabeça aos pés, supôs que a ficha ainda não havia caído totalmente, porém Enza sabia muito bem que ela a reconheceria no momento em que abrisse a boca para falar algo. Considerando que até agora não encontrara nada minimamente perigoso e só estivera aproveitando uma vida de luxo, desistiu da ideia, ciente de que mesmo que fosse capaz de fugir daquele navio de alguma forma, Dlanor provavelmente daria algum jeito de encontrá-la novamente.

- Hey Dlanor, poderia se afastar um pouquinho? Pessoas estão olhando. - Murmurou, indicando os curiosos que compunham a mesa.

Incomodada como a presença de sua irmã poderia afetar seu disfarce, pensou se não seria uma boa ideia se afastar daquela mesa. Apesar de tudo, Enza já havia assegurado uma boa quantia com apenas um jogo, e depois de tanto tempo separadas ela também tinha interesse em colocar os assuntos em dia. Jogar conversa fora enquanto desfrutavam de uma boa paisagem e petiscos era provavelmente o que as duas mais gostavam de fazer quando estavam juntas. Entretanto, aquele navio como todo não passava o conforto espiritual que a atriz precisava para expor suas ideias e histórias. Sabe-se lá quem podia acabar ouvindo as duas por mero acaso.

- Aneue, o que é isso? - Ignorando o aviso de sua irmã, a caçula cutucava a cobra com um olhar curioso. Nunca tinha visto um animal como aquele, e como a amante de frutos do mar que era, Dlanor se perguntava como seria o gosto.

- É uma serpente marinha ou algo assim. - Por algum motivo que Enza era incapaz de compreender, Ishar parecia mais incomodada com aquela introdução do que com as cutucadas. Orgulhosa como era, a "serpente marinha" não gostava de ser reduzida apenas a isso, assim como uma tal de Daenerys não gostava de ser reduzida apenas ao seu nome. - Mais importante, o que está fazendo aqui?

Embora estivessem falando baixo, Enza sabia que era inevitável que os curiosos de plantão acabassem ouvindo mais do que deveriam e por isso se limitaria a perguntar algo simples que havia despertado sua curiosidade. Conhecendo a peça, sabia que era bem possível que Dlanor só estivesse lhe procurando com seu sexto sentido de irmãzinha carente, mas achou que não fazia mal perguntar. Claro, haviam diversas coisas que aquela garota poderia dizer para comprometer seu disfarce, mas a jovem atriz já havia aceitado que precisaria trabalhar extra desde o momento em que foi reconhecida. Por mais trabalhoso e chato que isso pudesse ser, no fundo, a presença daquele rosto fofo já era o suficiente para trazer paz de volta ao seu coração. Se momentos atrás estivesse se sentindo cabisbaixa pelo erro que cometeu, agora isso era um problema totalmente secundário que tinha sido deixado de lado.

De qualquer forma, como precisaria fazer isso independentemente do que acontecesse, Knox se dirigia a Adam logo em seguida:

- Mr. Adam, como eu posso fazer o cashout para o próximo jogo? Sinto que estou com sorte hoje.









[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] terminei assim para que você pudesse responder por ela da forma que achar mais conveniente pro seu plot. Vou deixar pra desenvolver mais o PoV e detalhar mais ela depois que tiver essa resposta. Eu posso desenvolver a enza saindo da mesa ou continuando, o que você achar melhor. Como disse pelo discord, vou ir testando aos poucos, se achar que preciso ajustar algo é só dar um toque que eu vejo isso no próximo turno.

description[Baccarat Palace] The White Knight - Página 2 EmptyRe: [Baccarat Palace] The White Knight

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♘ The White Knight ♞


14º Turno




O espaço entre os braços da estrela de terra artificial proporcionavam uma vista linda do mar. Quase no topo de um dos vários prédios quase na ponta de um dos braços da ilha, uma figura encapuzada observava à sua esquerda um par de embarcações cintilantes avançarem pelo mar, sentido horizonte. A figura nada disse. Através das vastas vidraças daquele andar, ela praticamente observava a cena com certo fascínio. Levando ambas as mãos ocultas pelas sombras do andar escuro, ela parecia assistir à cena como uma criança que espera ver o barco ir ao longe. Ainda não estava longe o suficiente da costa. Parecia querer vê-lo ir mais longe, bem mais longe. Até onde coisas tão deslumbrantes como aquelas poderiam ir? Era praticamente a mesma sensação de ficar observando um avião decolando da pista.

Ao longe, nuvens ainda mais negras que a noite tomavam forma. A figura olhou para um computador logo atrás de si, a única fonte de luz do lugar. Dados meteorológicos indicavam que o vento soprava contra o trajeto do navio. Claro, uma máquina com motor como aquela, totalmente independente de velas, pouco deveria se importar com o fato. Ademais, a julgar pelo nível das embarcações, mesmo uma tempestade não deveria ser um grande problema. Mesmo assim, seria interessante observar aquela realização humana contra as forças da natureza.

Dentro dos barcos-cassino, todos puderam ouvir o início gradativo do soprar dos ventos correndo paralelos às laterais do navio. Graças ao seu formato, a proa fazia um bom trabalho, perfurando-os e fazendo com que fluíssem rente a bombordo e estibordo. A embarcação era grande, o que tinha mascarado o chacoalhar das ondas até então. No entanto, havia um limite para o quanto as proporções do navio poderiam mascarar os efeitos físicos do mar. E àquela altura, todos puderam começar a sentir um leve chacoalhar.

Num deles, Enza tinha acabado de faturar incríveis 435 milhões de berries. Fogos de artifício em miniatura e confetes holográficos a rodeavam, assim como os olhares desconcertados dos oponentes. A atriz já tinha até se gabado um pouco da sorte de principiante, no entanto, não foram apenas as discretas ondas que chacoalharam seu coração. Bem, talvez não fosse um encontro tão emotivo assim. Mas um encontro, ainda que um pouco inesperado, certamente devia mexer um pouco com os sentimentos.

Mediante o suspiro, Dlanor pareceu exibir um semblante de ‘bingo’. Inicialmente nada disse, porém. Até porque, a cobra — que até então não tinha percebido ser nada além de algum figurino maluco inventado pela irmã — tinha subitamente ganhado vida e se entreposto entre o rosto das duas. Inicialmente, suas sobrancelhas se elevaram, em sinal de surpresa. Afinal, das esquisitices de sua irmã, andar com uma cobra no pescoço certamente se descartava. Logo em seguida elas se contorceram, contraindo-se em direção ao cenho com estranheza. E não por menos, já que a forma com que ela e a sua irmã se olhavam silenciosamente fazia parecer que elas estavam se comunicando. Expressões faciais talvez? Já eram tão amigas assim?

Eventualmente, Enza reagiu à sua tentativa que, sinceramente, também tinha um fundo de tentativa de dar uma irritada. Dispensando cumprimentos, dada a intimidade, Dlanor foi direto ao ponto sobre a criatura. Entretanto, Enza — agora momentaneamente Knox — rapidamente desconversou após uma explicação que — para todos na mesa, inclusive — pareceu bem insuficiente. Talvez salvo por Dlanor, todos ali deveriam estar acostumados com as esquisitices dos aristocratas, cujas variedades, aliás, eram muitas, dada a quantidade de ilhas espalhadas pelo globo. No entanto, parando para pensar agora, o pessoal da mesa percebeu como uma cobra, ainda mais marinha, realmente não era um acessório tão comum assim.

— Procurando por você, claro — ela recuou o corpo, colocando-se ereta e de braços cruzados. — Depois que o Argus sumiu após tanto tempo naquele esconderijo em Sirenharbor, eu soube que só poderia ter sido você, aneue — ela elevou as sobrancelhas num ar convencido, sentindo-se passos adiante de sua irmã. — Devo admitir, dessa vez você realmente me deu canseira. Depois de tantos relatos absurdos que ouvi por aí, achei que seria impossível reconstruir os seus passos. Mas, o sumiço do Argus depois de tudo deixou as coisas bem mais fáceis. Haham — confirmando com risadinhas, se ela tivesse óculos no rosto, aquele certamente seria um momento no qual ela teria o ajeitado com fagulhas de esperteza nos olhos num estilo meio Da Vinci.

Os olhos de todos na mesa estavam bem atentos para saber como aquele momento — suculento em termos de fofoca, aliás — iria se desenrolar. Ainda que com certo pokerface, mesmo Adam não pode deixar de escapar uma certa curiosidade. Ninguém falou nada até que Knox voltou sua atenção na mesa, indagando Adam.

— Basta passar o cartão no braço da poltrona — brevemente distraído e sem esperar a pergunta, o funcionário inicialmente hesitou. — O dinheiro cairá automaticamente na sua conta. A partir daí é só passar de novo e selecionar o valor em fi… — no entanto, falhas elétricas momentâneas por toda a embarcação imediatamente desviaram a atenção do funcionário.

Todos observaram meio perdidos, mas o atendente estranhou bastante. As luzes se apagaram por um instante e se reacenderam. Então, antes que todos pudessem sequer terminar de tirar suas conclusões, um solavanco percorreu a embarcação. Claro, todos conseguiam sentir o subir e descer discreto, mas crescente, das ondas agitando-se no ar. Todavia, aquele balançar não fora de cima para baixo, mas sim de trás para frente. Seus corpos momentaneamente foram levemente jogados para frente, tendo que ser freados por cada um ali. Inércia. Poderia ser técnico, mas era intuitivo. Todos já tinham experimentado o frear brusco de um carro ou veículos afins.

Ele disfarçou diante dos clientes, mas Enza podia perceber que ele era o mais confuso ali.

— Com licença, senhores. Parece que estamos passando por dificuldades técnicas. Terei uma palavrinha com o capitão e retorno com… — novamente interrompido, o homem lançou um olhar curioso em direção ao amontoado de pessoas a alguns metros dali.

— Vocês são uns brutamontes! — uma voz feminina ultrajada, a razão do desfoque da atenção de Adam, chamara a atenção de todos naquele setor do cassino sob as águas.

— Ugh… Hey! — uma voz masculina gemeu seguido de um som de baque contra o chão. — O que é que vocês pensam que estão fazendo aí, suas aberrações? — a multidão que impedia ver do que se tratava pareceu começar a se agitar. — Segurança!! — então, sem poderem conferir a razão da mesa onde estavam, o homem pareceu se desesperar um pouco.

A multidão crescente de civis bem de vida começou a aumentar. Os curiosos impediam de ver o que estava acontecendo, claro. Entretanto, eventualmente Enza e os demais na mesa puderam ver um par de mãos enluvadas erguendo-se acima das cabeças e alcançando um alto-falante próximo do centro do círculo de pessoas.

Com o cenho bem contraído, Adam nada disse. Silenciosamente deixou seu posto e começou a tentar andar pela multidão. Porém, como Enza bem poderia ver, não parecia ser uma tarefa muito difícil. Era um empurra-empurra para conseguir ver o que estava acontecendo no centro. Era briga? Todo mundo queria ver. Uma reação natural. E Adam, buscando o mínimo de contato com os clientes, num receio de acabar ofendendo ou machucando alguém e, talvez, perder o emprego, visivelmente estava com mais dificuldade ainda de passar.

Não dava para ver direito o que o par de mãos estava fazendo, só era nítido que elas estavam enfiadas por trás do equipamento de som.

De volta a um comodo sombrio, através das vidraças de um dos prédios próximos à costa, uma das nuvens moveu-se de frente do luar. Uma figura encapuzada finalmente teve sua aparência revelada. Quem quer que fosse, observava à sua direita as embarcações avançando lentamente sentido horizonte. Àquela altura, as nuvens tempestuosas já estavam bem mais próximas dos dois navios. No entanto, algo acabou chamando sua atenção. As centenas de luzinhas momentaneamente falharam e o barco pareceu desacelerar. À distância, era pouca diferença, mas eventualmente percebeu a drástica redução na velocidade. Algo havia acontecido. Apressando-se, prontamente virou-se para sair dali. Tinha que agir.




[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] É isso, acho que dessa forma temos um equilíbrio ok. Você vai controlando a NPC e quando for ter algo tipo combate ou resolução de problemas, você age como um NPC normal. Vez ou outra eu posso interferir. Tho, acho que após essa explicação necessária do passado dela, não deve ter muito mais que eu deva ter que fazer com ela a não ser eventuais ações de resolução/combate.
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