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description[ANTIGO] Guerra na Escuridão [Ação/Aventura] Empty[ANTIGO] Guerra na Escuridão [Ação/Aventura]

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Inglaterra, 1890

Vincent Valentine, o homem mais poderoso do mundo, o mais rico. Tinha tudo que queria a seu alcance, tinha todo o dinheiro, poder e influência para si. O homem, já com idade avançada, estava em vias de decidir seu herdeiro.

Tinha três filhos, o mais velho, Gabriel, sempre cumprindo seus deveres e fazendo seu pai orgulhoso. Daniel, o mais novo e mais amado. E Michael, o filho do meio, tão precioso quanto os irmãos, mais inteligente que os dois juntos, porém tinha inveja deles.

Michael, cego por sua inveja, queria o poder apenas para si. Sabendo disso, o próprio Lucifer saiu de seu trono e veio ao encontro de Michael. Ofereceu-lhe poder em troca de sua alma, Michael, cego por seu ódio, aceitou. Assim, Lúcifer concedeu ao homem um poder sem igual.

Michael foi possuído pelo ódio e matou o próprio pai na frente dos irmãos. Daniel ao presenciar a cena, não suportou, e seu espirito se partiu. Nisso, sua mente se apagou, e seu corpo foi tomado, tornou-se então uma grande besta em forma de lobo. Descontrolado, destruiu a cidade inteira.

Gabriel, experiente em caçadas, conseguiu fugir. Porém, Michael, dominado por um ódio quase igual ao do irmão feroz, iniciou um combate mortal com o irmão mais novo. Uma batalha inigualável deu-se inicio, uma batalha tão intensa que abalava os tecidos da realidade.

Com o calor da batalha, até os celestes passaram a assisti-la. Indignado por ver a criação de seu pai sendo destruída, o arcanjo Gabriel decidiu intervir, porém, em sua posição como celeste, não podia tocar nos humanos. Então foi ao encontro do terceiro irmão, e a ele entregou seus poderes, e a força necessária para lutar de igual para igual com seus irmãos.

Enfim a batalha final iniciou, uma batalha que abalou o mundo inteiro. O tecido da realidade caiu, assim os celestes e humanos estavam ambos correndo o risco de morrer em meio a intensa peleja. Deus ao perceber tal perigo interviu, acalmou a fera no coração de Daniel e trancou-a em seu coração, para só ser libertada quando o poder da luz da lua cheia tocasse no garoto. Condenou Michael a imortalidade, e viver eternamente entre os humanos, sendo a pior escória da terra.

Após isso, Deus refez o tecido, separou os irmãos e voltou ao seu trono. Gabriel, após a intervenção de Deus, lançou-se ao mundo, buscando os irmãos. Espalhou sua geração pelo mundo, e treinou seguidores para ir ao encontro dos irmãos.

Daniel, viveu tranquilamente sua vida, até a primeira lua cheia. Matou todos ao seu redor, e os que sobreviveram tornaram-se seus iguais. Condenado a essa vida de desgraça, trancou-se em uma tumba e lá pereceu.

Michael, condenado a vagar pela escuridão do mundo, sem nem ao menos poder ver a luz de um dia, espalhou sua praga pelo mundo, e fugiu, fugiu de Gabriel por muitos anos.


Nova York, Dias atuais...

A situação é muito diferente da de mais de 100 anos atrás. Por muito tempo os três grupos de descendentes dos irmãos se enfrentaram. Os seguidores de Gabriel, caçadores, nomearam-se Hellsing, e iniciaram um clã, em que os genes e habilidades do irmão mais velho eram mantidas.

Os descendentes de Michael, vampiros, seguiram seu líder, o próprio Michael, intitulado como Drácula, por anos, até o mesmo sumir, com o desaparecimento, iniciaram um clã, chamado Vlad, os Vlads permaneceram na batalha até então.

Os infectados pela maldição de Daniel, pararam de tentar viver suas vidas e seguiram na batalha, logo criaram um clã para si, independentes de Daniel, seguiram como os Lycans.

Os Hellsing sumiram do mapa, dizem que foram aniquilados pelos adversários em uma manobra injusta, dizem que os Lycans e Vlads, aliaram-se e exterminaram os Hellsings.

Os Vlads evoluíram com o passar dos anos, perderam a sensibilidade ao sol, porém mantiveram o poder de Drácula, porém em uma escala muito menor que a de Michael.

Já os Lycans, aprenderam a controlar a besta interior, e abrir o selo em suas almas, não
necessitando mais da lua para transformar-se.

Nos dias atuais, a aliança entre os dois clãs ainda é forte, mantendo a paz entre eles. Uma reunião entre os dois lideres e seus conselheiros acontece em Nova York.


- Caros amigos, convoquei essa reunião por motivos de urgência  - iniciou Lucius Vlad Muller, líder dos Vlads. Um homem inteligente e frio, loiro, cabelos compridos, pele clara e pálida, boa aparência, sempre bem vestido.


- Que urgência seria essa, Lucius? – perguntou  Robert Lycan Nexus, líder dos Lycans. Alto, forte, moreno, cabelos até o ombro, uma barba rala era aparente no rosto com uma cicatriz no olho esquerdo.


- Grandes problemas, caro Robert – a sala era grande, uma mesa comprida, em cada ponta um líder, em sua extensão, os conselheiros, 16 deles sentados dos dois lados da mesa – Os Hellsing voltaram.


Todos arregalaram os olhos com a informação, alguns engasgaram, Robert parecia perplexo.


- O que te faz pensar isso? – perguntou Robert ainda abalado.


- A poucos dias um ônibus nosso foi atacado, a perícia tem certeza, só pode ser obra deles – respondeu o vampiro sério.


- Isso pede ações drásticas – comentou Robert.


Não muito longe dali...



Capítulo 1



06h00min am.

Um quarto grande, com paredes pintadas de um rosa claro e neutro. Haviam três portas de madeira, uma levava ao banheiro, outra ao closet e a ultima dava acesso ao resto da casa. O quarto era bonito, com cortinas brancas e móveis de madeira. Em uma cama grande no meio do quarto, era visível o corpo de uma garota adormecida.

Despertada pela fraca luz do sol que atravessava suas cortinas e garota de longos cabelos castanhos claros levantou-se preguiçosamente e, ainda sentada na cama, espreguiçou-se tentando acordar os ainda relaxados músculos.

Levantou da cama e foi em direção ao banheiro, onde fez sua higiene pessoal. Depois de um banho demorado, saiu do banheiro animada. Seus cabelos ganhavam uma cor meio avermelhada com a luz do sol, seus olhos eram da mesma cor que os cabelos. Era baixa, e aparentava ter 17 anos.

Vestiu o que parecia ser um uniforme escolar, formado por uma saia de prega preta e uma camisa branca com uma gravata preta. Colocou uma sapatilha preta e pegou sua bolsa e um casaco vermelho deixando o quarto.

Ao sair do quarto, deparou-se com um corredor com algumas portas, caminhou em direção a uma escada no final do mesmo. No andar de baixo, foi em direção a cozinha onde encontrou duas pessoas.

- Bom dia Elly – cumprimentou a mulher mais alta, tinha os cabelos da mesma cor dos de Elly, porém era mais alta e seus olhos eram negros – Vai tomar café conosco hoje?

- Bom dia mamãe – respondeu Elly sentando-se em uma das cadeiras da mesa de seis lugares, branca – Bom dia Cloe – cumprimentou a outra garota sentada a mesa.

- Bom dia – respondeu sem desviar sua atenção do livro que lia. Cloe era da altura da mãe e tinha os cabelos pretos e olhos da mesma cor. Seus atributos corporais eram totalmente o oposto dos da irmã mais nova, era alta e tinha seios grandes, enquanto Elly era exatamente o oposto.

- Com licença – disse um homem entrando na cozinha, era alto e tinha cabelos pretos na altura dos ombros, pele muito clara e olhos verdes.

- Bryan querido, junte-se a nós e tome café – chamou a mãe de Elly e Cloe.

- Claro mãe – respondeu Bryan sentando-se a mesa ao lado das irmãs.

- Seu amigo vem hoje não? – perguntou Cloe a irmã.

- Sim, porque? – desconfiou Elly.

- Nada importante – respondeu sem interesse.

- Primeiro dia de aula? – perguntou Bryan tomando um gole de suco de laranja.

- Sim, não se esqueça que depois da aula vai nos ensinar algo novo – intimou autoritária.

- Sim, agora vá antes que se atrase – falou Bryan começando a comer.

Elly se despediu dos familiares e saiu da casa, era grande e bonita, pintada de vermelho dava um aspecto europeu. Seguiu pela rua por mais algumas casas até parar em uma maior que a sua e verde.

Tocou a campainha e esperou até alguém atende-la. Um garoto abriu a porta, usava um uniforme parecido, uma camisa branca e calça preta. Aparentava ter a mesma idade da garota. Era loiro e tinha olhos verdes.


Matt Vlad acordou meio sonolento em seu quarto. O quarto era enorme e tinha as paredes vermelhas, cortinas vinho combinavam com o carpete da mesma cor. Sua cama era grande, tinha um guarda-roupas gigante e alguns móveis de madeira.

Levantou preguiçosamente da cama e foi direto ao banheiro. Saiu com os cabelos loiros molhados e já vestindo a calça preta da escola. Colocou a camisa branca e abotoou todos os botões, pegou sua mochila e deixou o quarto.

Ignorou o padrasto que tomava café e dizia injurias para ele. Com a cabeça latejando sentou-se no sofá da sala ainda ouvindo os berros do homem na cozinha. Colocou os fones de ouvido e ligou o celular colocando uma musica no volume máximo. A musica era Boulevard Of Broken Dreams, de uma banda chamada Green Day. Gostava da musica, era sua favorita da banda.

Ficou ali, isolado do mundo em que vivia, apenas sentindo a melodia que entrava em sua mente. Sempre gostou de musica, por mais que não soube-se tocar nenhum instrumento, a musica o acalmava e o tirava de um mundo que não apreciava.

Foi despertado de seu transe pelas carinhosas mãos de sua mãe. Parecia que ela estava o chamando a algum tempo.

- Campainha – disse e saiu da sala.

Pegou suas coisas e foi em direção a porta, deu uma ultima olhada na casa e sentiu um aperto no peito, como se fosse a ultima vez que a visse. Ignorou esse pensamento e girou a maçaneta.

- Bobagem – repetia a si mesmo.


Cidade de Nova York...

Era um local deveras peculiar. Um galpão abandonado, grande e espaçoso. Tinha alguns containers grandes e vazios. Era escuro e mal iluminado, em um dos containers, era visível uma pessoa sentada.

Ele tinha uma guitarra em mãos, não tocava nada em especial, apenas alguns acordes de musicas diferentes.

Tinha cabelos prateados e lisos caídos na face. Olhos negros e um olhar cansado. Ouviu um barulho e logo sacou seu revolver e apontou para a esquerda, de onde vinha o ruído.

Um homem com cabelos brancos e na altura dos ombros vinha andando, ele tinha um olhar cômico em sua face.

- Ora ora Dyan, não perdeu seus instintos de caçador mesmo depois de tantos anos? – perguntou o recém chegado sentando no chão e apoiando as costas no container oposto ao que o homem chamado Dyan estava.

- Parece que você perdeu caro Vince – respondeu deixando a guitarra de lado e deitando no contêiner com as mãos atrás da cabeça – Estranho, achei que eu sempre fosse o ultimo a chegar – comentou Dyan.

- Realmente é estranho, parece que o resto está atrasado – disse Vince.

Mais um som foi ouvido, dessa vez Dyan sacou seu revolver e Vince o acompanhou sacando duas pistolas.

Uma mulher com olhar decidido aproximava-se a passos firmes. Ao verem a cabeleira ruiva e olhos castanhos abaixaram as armas.

- Estranho a nossa cara capitã se atrasar, não acha Vince – zombou Dyan.

- O que houve Capitã Safira? – perguntou Vince ignorando Dyan.

- Encontrei um comboio de Vlads no caminho e tive que mudar meus planos, desculpem o atraso, onde estão o resto? – perguntou com a voz firme, digna de um capitão.

Um trovão cortou a resposta de Vince. O ruído ensurdecedor ecoou pelo galpão fazendo Dyan cair de cima do contêiner.

- Mas que droga foi essa? – perguntou massageando a cabeça.

- O Smith chegou, agora podemos começar a reunião – respondeu Safira.

Smith era um homem alto, tinha a face oculta por um cachecol, usava uma touca e um sobretudo preto. Carregava um tridente preso as costas.

- Como sabem, nosso clã foi exterminado a alguns anos, graças a covardia daqueles imundos em se aliarem para vencer nossas forças. Em um ataque perdemos tudo, poucos sobraram e os que sobraram foram caçados e mortos – começou Safira – Agora, infelizmente somos os poucos sobreviventes do clã, porém iremos exterminar esses animais com nossas mãos.

- Bem, já que somos os últimos, que tal começarmos a criar novos hellsings  - zombou Dyan – Se é que você me entende Safira.

- Eu recuso que minha prole tenha o seu sangue sujo – respondeu tranquila cortando qualquer comentário posterior – Chegou a meus ouvidos que existe uma outra Hellsing, criada por humanos e protegida por um Vlad traidor. Parece que ela não sabe de suas origens, porém suas habilidades são incríveis, o lado que conseguir a garota primeiro, terá o rumo dessa guerra em mãos.

Todos começaram a prestar mais atenção nas palavras da ruiva.

- Não entendo como uma garota pode mudar o rumo da guerra – debochou Dyan – Precisamos de força militar, não de garotas que não sabem nem sua história.

- Não se preocupe com a força militar Dyan – cortou-o Safira – A partir de hoje, vocês três acabam de ser promovidos a generais.

Dyan quase desmaiou com a surpresa que teve, Vince olhou confuso para sua capitã enquanto Smith não demonstrava reação.

- Como somos os últimos descendentes do clã com sangue puro, nada mais justo que sermos os comandantes. Já que eu sou descendente direta do falecido líder, me nomeei líder da nova geração dos caçadores – apontou para os três – e nomeio vocês como generais.

- Ótimo, generais de nada – debochou Dyan.

- Não seja tolo Dyan, acha que eu fiquei todos esses anos dormindo – zombou Safira – Contemple seu exército – apontou para o lado de fora do galpão.

Vince, Dyan e Smith saíram do galpão e viram três fileiras de homens, cada fileira com cerca de 1000 soldados.

- Todos foram treinados e tem talento, porém como não são sangues puros, não desenvolveram as habilidades dos Hellsing, mas serão uteis.

- Agora você falou a minha língua – riu-se Dyan animado.





- Bom dia – cumprimentou Elly animada.

- Bom dia, vamos? – falou saindo de casa – Não quero ficar aqui por muito tempo com aquele cara – falou se referindo ao padrasto, um homem que ele desprezava, porém só aturava pelo amor que tinha pela mãe.

- Então Matt, ainda dolorido pela aula de ontem? – perguntou debochando da cara de desanimação do garoto.

- O Bryan acabou comigo, ainda estou sentindo dor – comentou pesaroso – Hoje parece que será pior ainda, tenho certeza que ele não gosta de mim.

- Eu também – riu-se Elly.

Seguiram até a escola rindo juntos. A escola era enorme, uma escola particular onde somente os mais ricos estudavam. Como moravam perto, não tinham o hábito que muitos tinham, de usar carros de luxo para ir a escola.

A escola era dividida em três prédios vermelhos e um ginásio para esportes. Cada prédio era referente a um ensino, o menor era do maternal. O segundo prédio era destinado ao ensino fundamental e o último, para o que os dois estavam indo, era o prédio do colegial.

Ao chegarem na sala do primeiro dia assustaram-se. A sala estava um caos, guerras de papel corriam soltas por dentro e fora, garotas conversavam animadamente sentadas em cima das mesas. Não se via sinal de professor, e alguns garotos implicavam com um garoto baixinho. O que chamou atenção dos dois foi um garoto que dormia em sua mesa alheio a tudo que acontecia a sua volta.

- Esse tem um sono pesado – debochou Matt.

Como se tivesse escutado, o garoto ergueu a cabeça e começou a encarar Matt, olhou para Elly e depois voltou seu olhar para Matt. O garoto tinha os cabelos pretos curtos e pele cara, olhos pretos e semi-abertos, como se ele estivesse cansado ou entediado.

Matt e o garoto encaravam-se como se quisessem matar um ao outro ali mesmo. Logo o clima pesado entre os dois silenciou a sala, que parou para encará-los. Alguns comentários começaram entre os alunos da sala, eram audíveis sussurros dizendo “É o bolsista, aquele pobre que conseguiu vaga”, “Não sei o que um pobre e preguiçosos faz na escola, tomara que o loiro acabe com ele”.

- Posso ajuda-lo, loiro de farmácia? – debochou o moreno, ignorando os comentários a seu respeito.

- Se deixa-se de existir seria de grande ajuda – retrucou Matt no mesmo tom, causando algumas risadas nos alunos, em troca de um tapa no ombro, recebido por Elly.

- Perdoe-me vossa alteza, não sabia que minha presença o intimidava. Mas é de se esperar que fique ameaçado na presença de alguém melhor que você – caçoou o moreno recostando na cadeira.

- Não deve estar falando de você – desafiou Matt.

- Quer testar, cabeça de lâmpada? – disse levantando-se

- Só se for agora, cabelo de petróleo – gritou Matt correndo na direção do moreno pronto para briga, mas foi impedido por Elly.

- Não arrume briga logo no primeiro dia – sussurrou para Matt – Sinto muito pela atitude do meu amigo, me chamo Elly, prazer em conhece-lo.

- Não se preocupe, não tenho intenção de bater no loiro, me chamo Peter, é bom conhecer alguém quando se é novo na escola.

- Como assim vai se apresentar a ele? – perguntou Matt abismado.

- Qual o problema? – caçoou Elly.

- Ele... Eu... Eu não gosto dele – resmungou desviando o olhar.

- Que fique registrado que compartilho do mesmo sentimento loiro – zombou Peter – Bem, melhor sentarem-se se não quiserem ser atropelados pelos alunos – convidou Peter.



Safira estava em uma igreja. A sua frente, um homem alto, com a face oculta nas sombras, apenas com as vestes de um padre a mostra, falava com ela. Safira, ajoelhada em sinal de respeito, ouvia atentamente o que pareciam ordens.

- Então, finalmente chegou a hora de agirmos – devaneava Dyan, sentado em um dos bancos da enorme igreja. Ela tinha um estilo europeu, assim como todas as grandes igrejas católicas.

- Vejo que tem uma pequena casta de sangues puros, Safira – comentou o padre com uma voz grave.

- Infelizmente sim, mas localizamos mais um – acrescentou rapidamente a ruiva.

- Entendo – bufou o padre – Sinto que essa onda de paz já me cansou, hora de agirmos. Vá atrás dessa Hellsing e traga-a para mim.

- Entendido – respondeu Safira – Estou indo – acrescentou levantando e andando a passos firmes em direção a grande porta. Dyan a segui, do lado de fora, esperavam Smith e Vince, encostados em um carro.

- Como foi? – perguntou Vince animado.

- Vamos agir – respondeu Safira com a voz firme – Vamos atrás daquela Hellsing, tragam-na custe o que custar. Smith, você irá a residência dela, Vince, você irá até a escola onde ela estuda.

- Certo – animou-se Vince, Smith respondeu apenas com um aceno com a cabeça.

- E quanto a mim? – perguntou Dyan.

- Volte para o QG e aguarde junto do exercito, a hora da guerra se aproxima.

- Só pode ser brincadeira, eu vou ser o único fora de ação? – berrou Dyan.

- É uma ordem – cortou Safira com uma cara de poucos amigos.

Dyan não reclamou e logo foi para o QG. Smith andou um pouco em direção a rua, atravessou e chegou a um parque. No meio de algumas arvores, onde ninguém podia vê-lo, um raio caiu em cima dele e ele sumiu.

Longe dali, em uma casa grande e bonita, uma mulher de cabelos castanho-claros varria calmamente o jardim. Cantarolava alguma musica, despreocupada. Foi quando um estrondo gigantesco calou a moça. Um raio caiu a alguns metros dela, após seus olhos se recuperarem da grande claridade, pode ver a figura de um homem encapuzado com um tridente nas costas.

- Quem é você? – perguntou desesperada.

- Você é Elly Hellsing? – perguntou o homem.

- Mãe, cheguei – fez-se ouvir uma voz no interior da casa.

Antes que a moça pudesse dizer algo ao recém chegado, o homem fincou o tridente em sua garganta. A arma foi lançada pelo homem e prendeu a garganta da mulher na parede da casa. Sangue jorrava sem parar no chão e na parede. A mulher se debatia tentando falar, porém a respiração já não mais funcionava. A saliva começou a misturar-se com o sangue e a mulher começou a mexer-se menos. Logo não se movia mais, havia morrido.

Uma garota de cabelos pretos entrou no jardim gritando o nome da mãe. Ao deparar-se com a cena, Cloe gritou desesperada. O homem aproximou-se dela.

- Você é Elly Hellsing? – perguntou sério.

- Afaste-se de minha filha – gritou um homem em cima do telhado.

- Pai – gritou Cloe.

- Pra dentro, agora – berrou o homem pulando com uma espada pronto para acertar Smith. Com muita destreza, Smith puxou seu tridente e protegeu-se contra o ataque do homem. O homem de cabelos negros como os de Cloe, e olhos castanhos como os cabelos da falecida mulher aproveitou a chance e chutou Cloe para dentro da casa.

A garota voou para dentro da sala e bateu na parede com tamanha força do chute. O homem começou uma série de investidas com a espada, tentando acertar ataques por cima. Smith defendia-se de todos. O moreno ergueu a espada acima da cabeça e desceu com toda sua força. Com extrema velocidade, Smith acertou a espada bem no meio das pontas do tridente e fincando ele no chão, assim desarmando o homem.

- Saia do caminho, não tenho intenção de matar mais ninguém – falou Smith tranquilo.

- Eu perdi essa escolha no momento em que você a matou – gritou o homem.

- Então que assim seja – falou Smith, ergueu a mão e apontou para o estomago do homem. Um raio saiu da ponta de seus dedos e atravessou a barriga do moreno. O homem pode apenas gritar e cuspir litros de sangue. O raio queimou grande parte do abdômen e desintegrou todos os órgãos que havia tocado. Parte do fígado havia caído no chão. O sangue agora se misturava com o da mulher caída com a garganta perfurada.

Cloe tremia dos pés a cabeça. Viu seus pais serem mortos de forma brutal e ainda estava ali, com o assassino. O homem pegou o tridente e entrou na casa, pisando em alguns porta-retratos onde haviam fotos de família.

- Você é Elly Hellsing? – perguntou pela terceira vez naquele dia.

- “Ele está atrás da Elly” – deduziu na hora. Ela estava em choque, mas tinha que se acalmar, esforçava-se ao máximo para controlar a respiração – Sim, eu sou Elly Hellsing – gritou com a voz falha.

- Ótimo – suspirou Smith e adiantou-se em direção a Cloe. Pegou seu braço e puxou-a para perto de si – Sinto por ter matado seus pais, porém eles iriam interferir em nossos planos, temos coisas mais importantes a fazer, agora vamos indo – dito isso um raio acertou a casa, quebrando o telhado e iluminando a sala.

Os dois sumiram, e o que restou foi o casal já não mais vivo no chão. A porta abriu-se mais uma vez, porém dessa vez, quem entrava era Bryan, o homem, adotado pela família quando tinha 10 anos, cuidando dela desde então.

Entrou em choque ao perceber a casa destruída, correu para o lado de fora e viu os corpos de seus pais. Caiu de joelhos em frente ao corpo de sua mãe e desabou em lágrimas. De uma hora pra outra perdera tudo. Saíra para comprar um suco na venda da esquina, e ao voltar, deparou-se com o caos. Sua casa totalmente destruída, seus pais mortos, e nem sinal de suas irmãs.

Suas irmãs. Precisava acha-las, protege-las. Provavelmente estariam em perigo, ou pior, mortas. Gritou pelo nome de Cloe e Elly, não obteve resposta alguma da casa vazia. Vasculhou todos os quartos e banheiros. O desespero tomou conta dele, até que lembrou que Elly estava na escola, e Cloe provavelmente estava trabalhando.

Com isso em mente pode se acalmar um pouco. Voltou ao jardim e pegou uma pá. Começou a cavar em um canto perto de um grande carvalho, que ele mesmo havia plantado, junto de sua mãe no dia em que fora adotado.

- Um dia ele será grande e forte, assim como você. Ele cuidará de nós, guardara nossas almas e não deixará que nada de ruim aconteça conosco. – foram as palavras de sua mãe naquele dia.

Parecia que ela havia mentido, o carvalho não os protegera. Eles haviam sido mortos, e nem a árvore, nem Bryan os salvara. Continuou cavando, cada vez mais fundo. Se pudesse, enterrar ia-se junto dos pais. Porém não podia, não tinha o direito de descansar em paz junto de seus amados e preciosos pais adotivos, e deixar suas irmãs a mercê de um grande perigo.

Terminou a cova e cuidadosamente colocou os pais dentro. Cobriu-os com um cobertor e fez uma oração. Começou a enterra-los e quando terminou, gravou no carvalho a frase “Seus corpos pereceram, mas suas almas permanecem vivas nos corações daqueles que os amam”.

Fez mais uma oração e deixou uma rosa no tumulo dos pais. Tinha que ir a escola, pois sabia agora o objetivo de quem invadira sua casa. Pegar a descendente dos Hellsing, Elly.


O horário do intervalo havia chegado, Elly, Matt e Peter compartilhavam uma mesa junto de mais duas pessoas. Uma delas era um garoto de cabelos longos e negros, com olhos azuis e a pele clara. Esse era Kaito, amigo de Peter, um garoto de 15 anos muito engraçado e cheio de energia.

Ao seu lado sentava-se uma garota de cabelos negros e bem compridos, que combinavam com os olhos castanhos. Tinha seios grandes, visíveis até mesmo embaixo da camisa do uniforme escolar. Essa era Yume, melhor amiga de Kaito e Peter, uma garota mandona, que ficava sempre brigando com Kaito por seu jeito extrovertido, e sempre dava broncas e Peter, por ser tão preguiçoso.

- Então, Elly, você mora perto? – perguntou Kaito animado como sempre.

- Porque quer saber? – perguntaram Matt e Yume ao mesmo tempo, porém, ao perceberem os olhares de todos na mesa, voltaram a sua compostura de antes.

- Sim, moro a algumas quadras daqui, se quiserem, podemos ir a minha casa depois da escola – convidou sorridente.

- Se tiver comida e um sofá confortável, pode contar com a minha presença – brincou Peter recebendo um cascudo de Yume.

- Essa escola é realmente animada – comentou Matt.

- Você acha? – perguntou Peter – Eu sempre achei ela normal, acho que estou acostumado.

- Com se você presta-se atenção em algo, fica só dormindo – zombou Yume.

- Que cruel – gemeu Peter.

O refeitório era grande, tinha várias mesas compridas com espaço para oito pessoas dispostas em oito fileiras com quatro mesas em cada. Mais a frente, na direção oposta as portas, maquinas de lanches, uma cafeteria e um bife estavam a vista.

Tudo estava calmo, Yume brigava com Kaito e Peter como sempre, Elly e Matt riam com seus novos colegas. Todos na escola seguiam suas rotinas, um dia típico de um colégio.

Foi quando uma explosão calou todos, a parede do refeitório explodiu. Pedaços da parede caíram nas mesas e acertaram alguns alunos. Um homem atravessou o buraco recém feito e adentrou no recinto.

O homem de cabelos prateados olhou pelo local e disse.

- Sinto pelo estrago, mas não consegui achar a porta – suspirou rindo sem graça – Então, alguém pode me dizer quem é Elly Hellsing.

Imediatamente os alunos gelaram e começaram a se encarar. Peter, que até agora dormia em meio as broncas de Yume levantou.

- Leve-a ao QG – mandou olhando para Kaito – Yume, vá com ele, eu seguro as coisas por aqui, chame reforços – falou voltando o olhar para o invasor.

- Se não me disserem terei de fazer vocês falarem – ameaçou Vince.

- Droga, o que esse cara quer com a Elly? – perguntou Matt preocupado olhando a garota.

- Isso não importa – interrompeu Yume – Todos vocês, deem um fora daqui – gritou para todos os alunos que começaram a correr desesperados, Yume acertou a nuca de Elly com a mão fazendo-a desmaiar e colocou nas costas de Kaito.

Aproveitando a multidão, Kaito e Yume saíram do refeitório em meio a correria. Vince riu um pouco e sacou suas armas, mirou nos alunos mas lançou-se para trás quando um jato de fogo foi lançado em sua frente.

- O que é isso? – perguntou para sim mesmo.

- Sinto informar que não posso deixar que machuque os alunos – disse Peter com a mão pegando fogo apontada para Vince.

- Ora, se não temos um Lycan aqui, pelo que vejo você é o Dragão dos Lycans, o lobisomem que controla o fogo – admirou-se Vince – Infelizmente, eu sou Vince Carter Hellsing. Um sangue puro e general da segunda divisão de batalha do exercito de caçadores. Como vê, um simples soldado como você não tem nível para enfrentar alguém com o nível de um general.

Peter ficou meio apreensivo, como Vince dissera, ele era apenas um soldado da aliança. Enfrentar alguém com um nível desses era loucura. Sabia o quão forte eles eram, afinal já enfrentara um general da aliança.

- Você pode ser até um líder, mas eu não vou recuar – falou decidido – Afinal, que tipo de homem eu serei, se não puder nem ao menos proteger uma amiga – gritou Peter fazendo as chamas em sua mão queimarem mais forte espalhando-se pelo braço.

Peter correu na direção de Vince com os dois braços em chamas. Pulou e atacou com os dois punhos juntos. Vince desviou-se jogando seu corpo para o lado e com o pé chutou, enquanto caia, uma pedra acertando em cheio o lobisomem.

Peter foi lançado alguns metros com o ataque e rolou até parar na parede. Levantou assustado pelo poder gigante do General. Vince apontou sua arma para Peter, mas antes que aperta-se o gatilho desviou-se de uma nova rajada de fogo, porém dessa vez não era fogo normal. Ele era negro, como se fosse escuridão.

- Matt – surpreendeu-se Peter – Você é um Lycan?

- Não, eu sou um Vampiro, descobri a alguns anos – comentou com o fogo negro queimando nos dois braços – Parece que esse cara é extremamente forte, se lutarmos juntos talvez conseguiremos escapar e encontrar a Elly.

- Até parece – interrompeu Peter – Eu quero acabar com esse cara – falou levantando e queimando ainda mais as chamas nos braços.

- Não temos chances contra ele, ele derrotou você com uma pedra, temos que distrai-lo e fugir – insistiu Matt.

- Fuja você, eu vou acabar com a raça dele – animou-se Peter.

- Porque quer tanto lutar com ele? – questionou Matt.

- Nenhum motivo, só quero socar a cara dele – respondeu Peter sorrindo.

- Você é idiota – gritou Matt – Se é isso que quer, que seja. Vamos acabar com ele então.

- Um Lycan e um Vlad com poderes de fogo contra mim, um General, essa será uma luta interessante – admirou-se Vince – Muito bem garotos, podem vir.

Matt pulou para trás e lançou uma nova rajada de fogo negro em Vince, que desviou calmamente. Porém Peter atacou por cima com um soco com o punho em chamas. O soco acertou Vince em cheio lançando-o para a parede. Peter aproveitou e juntou os braços lançando uma rajada de fogo no local onde Vince caiu. Matt o imitou e uma combinação de fogo e fogo negro acertou o local. Vince pulou antes de ser acertado e pegando impulso no teto, desceu acertando um soco no estomago de Peter. A força foi tanta que o chão abaixo de Peter rachou.

Matt avançou tentando acertar Vince, porém recebeu um chute erguendo-o do chão. Peter soltou uma rajada em Vince que o fez pular para trás. Peter pegou a perna de Matt ainda no ar e jogou o vampiro em direção de Vince. Matt queimou suas chamas intensamente e juntou as mãos para um soco com os dois punhos.

- Dark Fire Hamer – gritou acertando Vince em cheio. O chão explodiu e poeira cegou Peter. Quando ela baixou tudo que Peter viu foi Matt sendo lançado em sua direção.

Matt acertou Peter e ambos foram jogados para trás. Vince levantou e correu em direção dos dois. Ele era muito rápido, enquanto os dois ainda eram lançados, Vince começou uma sequencia de chutes impulsionando-os para fora do refeitório. Os dois bateram na ultima parede, e como estavam no segundo andar, começaram a cair. Vince pulou e acertou um ultimo chute impulsionando-os para baixo.

Os dois caíram violentamente no chão, levantando uma nova onda de poeira.

- Agora acabou – suspirou Vince. Porém antes que pudesse reagir, do meio da poeira saiu Peter com o punho em chamas. Ele tinha os pés pegando fogo, como se o tivessem impulsionando para cima.

- Fire Tekken – gritou acertando o estomago de Vince – Minha vingança por aquele soco – falou jogando Vince no chão.

Antes que o Hellsing atingisse o solo, recebeu uma joelhada de Matt que o esperava no chão. Matt consumiu os braços em chamas e fez uma esfera de fogo negro do tamanho de um carro. Peter ainda no ar juntou as mãos em frente ao corpo e apontou para Vince.

- Dark Fire Explosion – gritou Matt lançando a enorme esfera de fogo negro em Vince.

- Flamethower – gritou Peter soltando uma rajada gigante de chamas na direção de Vince.

Matt usando o impulso de seu ataque conseguiu sair antes de ser acertado pelo golpe de Peter. As duas grandes concentrações de fogo misturaram-se criando uma grande esfera de fogo no local onde Vince estava. Matt aproveitou que Peter ainda atacava e juntou as mãos em frente ao corpo para um novo ataque, lançando uma rajada muito forte contra Vince.

As duas rajadas cessaram com uma explosão, muita fumaça ficou no local, impedindo a visão dos garotos. Quando a fumaça baixou puderam ver Vince de pé com apenas a calça preta inteira. A parte de cima de suas vestes havia sido queimada. Mesmo assim, sua pele continuava sem marcas de queimaduras. Sacou as duas pistolas e apontou uma para cada garoto.

- Tenho que admitir, vocês tem força maior que a de simples soldados, porém não chega ao nível de um general. Agora, vocês estragaram minhas roupas, então terei de fazer vocês pagarem.

- Pode vir – gritou Peter.

- Insolente – zombou Vince e atirou, o tiro acertou Peter em cheio, no peito. O impacto foi tão forte que derrubou o lobisomem. Caiu no chão e começou a sangrar. Em poucos segundos, uma poça de sangue já se formava em volta dele – Minha mira está péssima, errei os pontos vitais. O próximo será fatal.

- Até parece – gritou Matt atirando outra rajada de fogo negro em Vince – “Estou ficando sem energia, esse cara não morre“.

Vince atirou com uma de suas pistolas no ataque de Matt, e a bala absorveu completamente as chamas negras. Apontou para Matt e atirou, porém errou, Matt jogou-se para o lado no ultimo segundo.

- Vocês conseguiram me divertir por bastante tempo, mas agora está na hora de acabar com isso de uma vez – falou Vince flexionando os joelhos – Primeiro você, vampiro.

Em um segundo Vince sumiu, apareceu a poucos metros de Matt e acertou um potente soco em sua face. Matt foi lançado e Vince corria ao seu lado, antes de Matt cair Vince deu mais um soco, porém em seus estomago, fazendo-o cair com força total.

Sem nem dar tempo de uma reação, Vince pegou Matt pelo pé e lançou para o alto. O general pulou e acertou uma joelhada no estomago do vampiro. Em seguida, ainda com o joelho em seu estomago, acertou várias cotoveladas em suas costas.

Matt recebia os golpes de força anormal sem poder reagir. Muito sangue saia de sua boca, estava quase engasgando. Os golpes eram tão rápidos que nem tinha tempo de reagir. Vince pegou seu braço e girou-o no ar lançando-o para baixo. Nesse movimento Matt sentiu o braço quebrando. Ao cair no chão não sentia forças para mover um musculo sequer. A dor aumentou mais ainda quando recebeu um chute nas costas.

Vince estava pisando em Matt que não tinha como se defender. Matt estava ali, embaixo do general, apenas esperando, afinal, não via chances de escapar vivo dali. Pelo menos sabia que Elly havia conseguido fugir, isso o confortava. Morrer para proteger uma pessoa importante não era tão ruim afinal.

Porém mesmo assim, a dor era algo irreal. Cada célula de seu corpo doía, como se agulhas estivessem em cada poro de sua pele. Sua cabeça latejava e o sangue o impedia de respirar direito. O braço quebrado era o que mais doía.

De repente sentiu algo em sua nuca. Algo frio, pressionado contra sua cabeça. Ouviu o som de metal e descobriu na hora o que era o objeto. Vince apontava sua arma para a cabeça de Matt.

- Dessa vez eu não irei errar – sussurrou calmamente.

Peter estava caído, inerte em meio a poça de sangue. Ergueu sua mão direita e encarou o anel de prata em seu dedo médio. O anel tinha uma cruz entalhada, com algumas escrituras em latim em volta.

- “É o único jeito” – pensou e aproximou o anel da boca. Tocou a língua na prata por um segundo e deixou o braço cair novamente.

De repente sentiu uma energia percorrer o seu corpo. A ferida em seu peito começou a fechar, e a dor parou. Seu braço direito começou a escurecer. Da ponta dos dedos, até um pouco acima de seu cotovelo, sua pele ficou totalmente preta. De repente, como se fossem chamas, a escuridão em sua pele subiu alguns centímetros e parou. A pele voltou ao normal e Peter sentiu que sua energia havia aumentado.

Levantou calmamente e viu a arma apontada para Matt. Vince virou para encará-lo e surpreendeu-se com o Lycan recuperado.

- Impossível, mesmo que não tenha sido um tiro fatal, você não deveria nem estar em pé.

Peter não respondeu, apenas fechou os olhos. Quando os abriu, sua energia era tão alta que tornava-se visível. Chamas o envolviam criando um pilar de fogo em torno de si. Peter fechou os punhos e as chamas que até agora apenas pairavam em volta de si começaram a queimar e ir pra cima. A velocidade aumentava conforme o poder de Peter.

- Impressionante, para um soldado. Sua energia chega quase ao nível de um General – admitiu Vince – Mas ainda é menor que a de um General, diria que tem 60% da força de alguém do meu nível.

- Vamos testar então – sorriu Peter.

- Pode vir lobisomem – animou-se Vince.

Os dois partiram em uma velocidade incrível para o encontro. Ambos acertaram-se com um soco na face e foram lançados pela força. Porém, antes de tocarem o chão, pegaram impulso e partiram para o ataque novamente.

Vince foi mais rápido, e acertou um gancho em Peter, levando-o para cima. Pulou e acertou um chute no Lycan, que segurou sua perna e girou lançando-o para baixo. Peter chegou ao chão e pegou Vince pelo braço. Girou-o duas vezes e lançou no telhado da escola destruindo parte do terraço. Vince levantou-se em meios aos blocos e defendeu o soco de Peter que já estava no terraço. Ali começaram a trocar ataques.

Peter acertava socos em Vince em uma velocidade assombrosa. Vince defendia todos, porém não achava espaço para contra- atacar. Peter preparou mais um soco, porém usou chamas em seus punhos, aumentando a potência do ataque. Foi forte, porém não o bastante para quebrar a defesa de Vince, que apenas foi um pouco para trás.

Aproveitando que Vince havia ficado meio atordoado, Peter se afastou e lançou uma enorme rajada de chamas em Vince. Quando as chamas apagaram, Vince estava completamente bem.

- Chega de brincadeiras – gritou Vince – Agora fiquei irritado.

- Então vamos lutar a sério – sorriu Peter arrancando a camisa cheia de sangue.

Os dois partiram para o ataque novamente. Seus punhos se encontraram causando um grande tremor. O soco de Vince foi mais forte e fez Peter recuar um pouco. Vince rapidamente acertou um chute em sua costela. Quando Peter abaixou por causa da dor, Vince acertou um soco em sua cabeça. Peter caiu de cara no chão e Vince apontou sua arma para ele.

- Como eu disse, você ainda não está no nível de um general garoto – falou Vince – Você é forte, por isso vou mata-lo.

- Como se eu fosse morrer em um lugar como esse – gritou Peter, porém sem conseguir se mover.

- Quer lutar? Ótimo, gosto do seu entusiasmo.

Peter levantou e encarou Vince. Realmente aquele homem era absurdamente forte. Peter estava lutando a sério a tempos e o Hellsing nem ao menos usou algo além de socos e tiros. Seu poder era assustador.

Peter ignorou seus pensamentos e partiu para cima de Vince. Seu braço inteiro estava em chamas quando acertou um soco na face de Vince que foi lançado vários metros.

- Chega de brincadeiras – falou Peter com os dois braços em chamas.

As chamas ardiam fervorosamente. Peter agachou e impulsionou-se para frente. Começou a acertar vários socos em Vince que não conseguia defender. Os ataques estavam muito mais fortes que antes. A cada soco uma lufada de fogo era expelida das mãos de Peter. As chamas em seus braços queimavam cada vez mais.

Acertou um soco no queixo de Vince lançando-o para cima. Lançou várias bolas de fogo no caçador no ar. Pulou e acertou um chute em seu estomago. Pegou suas pernas e começou a rodar no ar. A velocidade era grande, logo um circulo de fogo formou-se no ar.

Após algum tempo soltou Vince. Ele foi lançado ao chão com um violência enorme. Sua queda abriu uma pequena cratera no chão. Peter caiu em pé ao seu lado com os braços ainda em chamas.

- Você fez três coisas imperdoáveis – falou Peter com raiva na voz – Você machucou amigos meus – falou pegando Vince pelo pescoço – Você me subestimou – falou erguendo o punho – E você... – as chamas começaram a queimar ainda mais – Você... – seus olhos estavam vidrados em Vince, o caçador encarou os olhos de Peter e sentiu receio – VOCÊ ATRAPALHOU MEU SONO – Peter gritou e acertou a face de Vince com toda sua força. Vince foi lançado vários metros e só parou quando derrubou um poste do outro lado da rua.

Peter correu até Matt e ajudou-o a levantar.

- Você é realmente fraco – zombou Peter.

- Calado, mas, fiquei surpreso por ter conseguido, aquele cara era realmente forte – comentou Matt.

Os dois ouviram algo e viraram para olhar. Vince estava levantando. Ele não aparentava um ferimento sequer. Um sorriso sádico estava estampado em sua face.

- Achou mesmo, que podia me derrotar – disse gargalhando.

- O... o que é esse cara? – perguntou Matt perplexo.

Peter estava sem ação, o Hellsing era muito forte. Mesmo depois de tudo isso ele ainda tinha força para levantar. E o pior, não aparentava um arranhão sequer. Nem ao menos uma gota de suor.

- Agora garotos, vamos começar a brincar de verdade – falou rindo – A partir de agora vou mostrar a vocês a verdadeira força de um general.


Continua....

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Capítulo 2

Um homem alto, cabelos e olhos castanhos, um rosto sereno e tranquilo, com uma aura de alegria exalando de si, regava um canteiro de flores. Ele estava no meio de uma floresta. A sua volta, apenas arvores e uma casa modesta.

O homem sentiu algo e ergueu a cabeça. Avistou duas pessoas encapuzadas se aproximando. Aguardou até que chegassem até si e encarou-os. Aparentavam ser dois homens, um bem alto e o outro um tanto baixo.

- Você é Logan Santiago? – perguntou o mais alto.

- Sim – respondeu calmamente.

- Terei de pedir que me acompanhe, e creio não ter de lhe explicar o porque – pediu o mais alto.

- Infelizmente não é o primeiro a vir, e como sempre, não estou interessado nessa guerra. Isso não tem haver comigo, e não tenho a intenção de me envolver nisso – Logan mesmo calmo, pareceu firme em suas palavras.

- Terei de insistir, é diferente dessa vez. Os Hellsing estão agindo, e você como um Lycan deve unir-se a Aliança – continuou o homem.

- Isso não é problema meu. Meus pais morreram por causa dessa sua Aliança e sua guerra. Vocês já não tem soldados o suficiente? Os lobisomens e vampiros se espalham como baratas. Não deve ser difícil encontrar poder militar por ai.

- O inimigo também está fazendo isso, estamos procurando fazer o mesmo. Por alguma razão nossos superiores estão muito interessados em você particularmente – dessa vez o homem mais baixo que falou.

- Pois digam a eles que não tomarei partido nessa guerra – finalizou Logan e deu as costas aos homens, entrou em casa e fechou a porta.

- Droga, porque será que insistem tanto nesse cara? – perguntou o mais baixo.

- Não sei, mas tenho a impressão que logo descobriremos – comentou o mais alto retornando por onde haviam chegado.

O homem dentro da casa suspirou aliviado pelos homens terem ido embora. Sentou-se em seu sofá e relaxou. Morava sozinho, não tinha família. Havia sido criado por uma senhora moradora da vila próxima a sua casa. A falecida senhora o criara desde que era um bebê. A senhora o disse que havia o encontrado em meio a destroços de uma casa. Nunca interessou-se muito por sua origem.

Em sua mesa havia um porta retrato. Uma foto velha porém bem cuidada estava nele. Na foto haviam três pessoas. Uma garotinha sorridente com cabelos ruivos abraçando dois bebês. Ela sorria alegremente enquanto os bebês dormiam. Não entendia o porque mas tinha um carinho pela garota que nem conhecia.

Sua mãe adotiva o disse que essa era a única coisa na casa destruída. Guardou a foto desde então, sem um motivo específico. Apenas não queria perde-la.




Três pessoas corriam por uma rua estreita. Uma garota de longos cabelos negros liderava o grupo. Mais atrás, um garoto de cabelos compridos carregava em suas costas uma pequena garota de cabelos claros desacordada. Entraram em um beco e o jovem depositou Elly recostada em uma parede.

Kaito sem demora pegou a mochila e dela tirou uma espada. Yume sentou-se ao lado de Elly e ficou a observar Kaito.

- Onde pensa que vai? – perguntou irritada.

- Vou ajudar o Peter – respondeu sério.

- Não podemos deixa-la, Peter disse para levarmos ela ao QG – protestou Kaito.

- Você a leva, eu irei voltar e buscar o Peter – cortou a garota.

- Você é muito teimoso – resmungou Yume colocando Elly nas costas.

- Você sempre diz isso – gritou Kaito rindo, já correndo em direção a escola.

Yume correu para o lado oposto. A morena corria com Elly nas costas, o que diminuía sua velocidade. Passou por algumas vielas e becos até chegar a uma rua pequena e não muito movimentada. Correu algumas quadras, a rua não tinha muitas pessoas. A maioria das construções eram residências de dois andares, com algumas exceções de comércios, porém bem poucos.

Ao final da rua sem saída havia uma construção maior que as outras. Uma casa em estilo gótico, muito parecida com um castelo europeu. Tinha quatro andares e parecia ser bem comprida.

- “Finalmente” – pensou Yume correndo em direção a casa e entrando.


Kaito corria em direção a escola. No caminho, alguns alunos ainda eram visíveis. De repente um pilar de fogo clareou sua visão.

- “Peter” – deduziu na hora – “Preciso me apressar” – e começou a correr mais rápido.


Peter e Matt estavam perplexos. Encaravam o General que tinha agora uma aura demoníaca em volta de si. Em um instante o homem pálido de cabelos brancos sumiu de suas vistas. No mesmo segundo ele apareceu em frente a eles e Peter soltou um grito de dor. Matt caiu no chão e encarou assustado os dois homens a sua frente. Vince tinha o braço atravessado no estomago de Peter. Sua mão era visível saindo nas costas de Peter, totalmente coberta de sangue. Peter urrava de dor, enquanto quase engasgava com o próprio sangue.

Vince puxou o braço pra fora e uma enorme quantidade de sangue saiu junto. Pedaços de órgãos internos estavam grudados em sua pele. Peter tinha as pupilas dilatadas e já não gritava mais. Caiu de joelhos com as mãos na ferida. Vince acertou um chute em sua face jogando-o alguns metros para o lado.

- Um já foi, falta apenas você agora – falou encarando Matt com seu olhar maníaco.

Matt sentiu um arrepio percorrer lhe a espinha. Suas pernas tremiam e ele suava frio. Quando percebeu, estava rastejando para trás. Tentando ao máximo manter-se afastado do homem a sua frente.

Vince ria enquanto se aproximava. Gotas de sangue caíam de sua mão, marcando o caminho que ele fazia. Ele estava a apenas alguns passos de Matt quando por alguma razão ele parou. Uma voz veio-lhe a mente e ele começou a prestar atenção.

- “Conseguimos a garota, volte a base agora” – falou a voz de Safira.

- Entendido – respondeu e virou para encarar Matt – Você tem sorte garoto. Conseguimos o que queríamos, mas da próxima vez eu irei mata-lo assim como o Lycan.

Vince deu as costas a Matt e começou a andar. Matt não aguentou e desmaiou. Antes de perder a consciência viu claramente a silhueta de Vince desaparecer. Sua visão ficou turva e tudo que ouvia eram passos aproximando-se dele. Sua audição não funcionava mais, mergulhou na imensidão negra e escura. Será que era a morte? Talvez.

Não sentia mais seu corpo. Braços, pernas, nada. Não tinha força alguma, nem para mover um dedo. De repente começou a sentir seus músculos novamente. A medida que eram despertados, entravam em um estado de relaxamento. Estava totalmente relaxado, sentia as pernas e os braços. Estava confortável, sentia algo macio em sua cabeça. Seu corpo estava aquecido, e sentia algo molhado em sua testa.

Abriu os olhos e ficou cego pela claridade repentina. Quando os olhos se acostumaram com a claridade pode identificar o local. Parecia ser um leito de uma enfermaria escolar. Pequeno, com paredes brancas e grandes janelas com cortinas brancas abertas. Algumas camas estavam no local. Tentou levantar, mas foi em vão. Seu corpo não respondia.

Conformou-se com isso e olhou para o lado. Só agora percebera que havia mais duas pessoas na sala. Em uma cama, deitado, desacordado, estava Peter. Ele parecia bem, respirava calmamente dormindo profundamente. Em uma cadeira ao lado de sua cama, uma garota loira com cabelos realmente compridos estava sentada. Ela dormia com a cabeça na cama de Peter.

Provavelmente ela havia passado a noite ali. Matt ficou olhando até lembrar-se de algo. Elly, esquecera-se completamente da amiga. Olhou em volta a procura da garota a não a viu. Sentiu que conseguia levantar e sentou-se na cama. Algo caiu de sua testa, um pano molhado, provavelmente uma compressa.

Ouviu um grito abafado e virou-se depressa. Lá estava, Elly, em pé. Parecia muito bem, a garota havia tirado o uniforme e agora usava uma roupa casual. Ela trazia consigo uma bacia, que deixou em um leito e correu até Matt.

- Como esta? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.

- Eu estou bem – respondeu Elly apressada – E você?

- Melhor – respondeu fazendo-a sorrir – Mas o que aconteceu, eu só lembro de ter desmaiado e ai...

- Eu encontrei os dois – uma nova voz fez-se ouvir na sala – E bem a tempo, permita-me dizer – os cabelos longos de Kaito esvoaçaram com a leve brisa que entrava pela janela.

- Kaito? Mas o que houve? E aquele cara? E o Peter? Onde eu estou? – perguntava sem nem ao menos parar para respirar.

- Calma, primeiro de tudo, você está no QG da Aliança – respondeu Kaito – Antes que pergunte, suas duvidas sobre a Aliança serão respondidas mais tarde. Agora siga-me por favor.

Matt levantou e viu que podia andar. Mais que isso, seu corpo estava em ótimo estado. Seu braço não estava mais quebrado e sentia-se forte novamente. Kaito deixou a sala e Matt seguiu-o ao lado de Elly.

Entraram em um corredor com várias portas e duas escadas ao final. Uma descia e a outra subia. Subiram dois andares e chegaram ao que parecia ser o último. Esse andar tinha apenas uma porta dupla grande e trabalhada. Kaito abriu a pesada porta dando acesso a Matt e Elly a uma sala grande.

A sala tinha apenas uma mesa grande com um trono atrás. Um homem moreno e forte estava sentado. Kaito fez uma pequena reverência e o homem olhou para os outros dois na sala.

- Vejo que se recuperou senhor Matt, e a senhorita parece estar muito bem senhorita Elly – falou bondosamente.

- Sim, muito obrigada – agradeceu animada a garota.

- Bem, sei que devem ter muitas dúvidas, porém irei esclarece-las agora. A começar do começo, me chamo Robert Lycan Nexus. Sou um dos dois líderes da Aliança e representante dos Lycans – começou o homem.

- O que é essa Aliança? – perguntou Matt sem delongas.

- Bem, uma antiga história diz que três irmãos com habilidades sobrenaturais travaram uma batalha a séculos atrás. Ao término de sua luta, ambos criaram clãs que compartilhavam suas habilidades. Assim nasceram o que chamam de Vampiros, Lobisomens e Caçadores – respondeu o homem – Os descendentes dos irmãos criaram cada um, um clã para si. Os caçadores criaram o clã Hellsing. Os vampiros criaram o clã Vlad. E os lobisomens criaram o clã Lycan.

“Esses clãs guerrearam entre si por anos e anos. Vendo uma possível derrota futura, o líder dos Lycans e o líder dos Vlads decidiram propor uma aliança entre seus clãs para dar fim aos Hellsing. Assim criou-se a Aliança, dando fim aos caçadores.”

- Hellsing? Esse é o sobrenome da Elly – comentou Matt.

- De fato, ela é uma Hellsing. E pelo que soube, parece que não é a única. Parece que os Hellsing não foram de fato exterminados, e alguns remanescentes planejam uma guerra contra a Aliança – Robert apontou para Elly – O homem que atacou sua escola, estava atrás de você senhorita, tanto pelo fato de ser uma Hellsing quanto pelo fato de suas habilidades serem cruciais nessa guerra.

Matt ainda parecia desconfiado.

- Por muito tempo eu pensei estar seguro, até cheguei a relaxar e pensar que o mundo era um lugar seguro para nós. A Aliança foi ótima para nós, lobisomens e vampiros. Porém agora, a paz está sob ameaça, uma guerra eminente está prestes a começar. Não estou pedindo que participem dela, mas aviso que estão envolvidos, mesmo não querendo. Matt, você é um Vlad, mesmo que fuja, será caçado.

- E quanto a Elly? – perguntou Matt – Ela é uma Hellsing, vão deixa-la ir? Deixá-la fora dessa guerra? Vão mata-la por ela não ser uma Lycan ou Vlad?

- Não meu jovem, nós estamos protegendo-a aqui. Os Hellsing querem-na, e não mediram esforços para obtê-la. Como disse, quem a tiver como aliada, terá o futuro da guerra em mãos.

- O que quer de nós? – Matt estava confuso.

- Matt, você como Vlad, eu o convoco a frente de batalha. Você tem potencial, isso é inegável. Além de que o lugar mais seguro para você agora é ao lado da Aliança. Enquanto a você Elly, peço sua colaboração. Estamos dispostos a protege-la, mesmo não sendo de nosso clã, iremos aceita-la como companheira.

- Eu sinto muito, mas preciso ir para casa. Tenho que ver meus pais – disse Elly.

- Infelizmente, suas casas não são mais seguras – falou Robert sério assustando Elly e Matt – Segundo minhas fontes, a situação é a seguinte. Elly, sua casa foi atacada por um Hellsing, duas mortes confirmadas, um sobrevivente confirmado e um desaparecido. Infelizmente seus pais foram mortos, sua irmã está desaparecida e seu irmão sobreviveu e atualmente está a sua procura.

Elly caiu de joelhos. De uma hora para outra seu mundo desabou. Por mais que fosse uma garota forte, não conseguia segurar as lágrimas. Robert olhava a garota sério, Kaito desviou o olhar. Matt abraçou a garota que chorava feito uma criança.

- Como eu disse, eles não medirão esforços para conseguirem o que querem – repetiu Robert – Peço que fique aqui, Kaito, leve-a a seus aposentos para que possa descansar.

Kaito acenou para Robert e cautelosamente aproximou-se da garota. Elly levantou-se sem protestar, porém ainda chorando. Dirigiu-se junto de Kaito a porta, porém antes de sair virou-se e encarou Robert.

- Eu irei ajuda-los nessa guerra, não posso me aliar a pessoas como essas – falou decidida.

- Eu lhe agradeço senhorita Elly – acenou Robert – Agora descanse – Elly concordou e deixou a sala – Matt – chamou o garoto ainda parado a sua frente – Posso contar com seu apoio nessa guerra.

Matt ainda olhava para a porta por onde Elly havia passado. Ele tremia e tinha os punhos cerrados.

- Ela estava chorando – falou somente.

- O que? – Robert ficou confuso.

- Ela estava chorando – repetiu Matt com ódio na voz – Elly estava chorando, isso está errado. Ela devia ser alegre e animada, devia contagiar a todos com seu otimismo. Mas ela estava chorando. Não posso perdoar quem a fez chorar. Eu... – Matt estava em fúria, chamas negras queimavam em suas mãos – EU NÃO POSSO PERDOAR QUEM A FEZ CHORAR – gritou socando a mesa de Robert – Eu definitivamente irei ajuda-lo nessa guerra – falou decidido encarando Robert.

- Assim espero – sorriu Robert – Agora desça e conheça seus novos aliados – apontou a porta – Nos falaremos em breve senhor Matt.

Matt acenou com a cabeça e dirigiu-se a porta. Desceu as escadas até o primeiro andar. O andar era diferente de todos os outros. Parecia com um bar, tinha várias mesas dispostas e um balcão. Era um local grande e agradável, tinha bastante pessoas no local. Matt adentrou no local atraindo o olhar de todos, todos sorriam e acenavam, alguns levantavam os copos.

Matt sentou-se em um banco em frente ao balcão. Uma mulher que secava um copo veio para falar com ele.

- Você é o novato certo? – perguntou a mulher de cabelos cor de rosa e olhos claros. Seus cabelos chegavam a cintura, ela era da mesma altura que Matt. Tinha o corpo de uma mulher de 20 anos em ótima forma, e aparentava ter essa idade. Era muito bonita, tinha a pele clara e lisa, além do sorriso aconchegante,

- Acho que sou, sou Matt Vlad – esticou a mão para cumprimentar a moça.

- Vivian Morgan – deixou o copo no balcão e apertou a mão do rapaz.

- Então esses são os membros da Aliança? – perguntou referindo-se as pessoas sorrindo e bebendo como se estivessem em um bar.

- Sim, são bem animados, mas são todos muito companheiros – sorriu Vivian – Espero que se sinta em casa aqui, a propósito, pode me chamar de Vivi.

- Obrigado Vivi – sorriu de volta. Olhou a sua volta, tudo que via eram pessoas normais se divertindo. O que lhe chamou a atenção foi uma mesa mais ao canto. Nela sentava apenas uma pessoa. Um homem grande, loiro, cabelos curtos. Tinha uma cicatriz no olho direito e usava fones de ouvido. Era forte e musculoso. Tinha um olhar arrogante – Quem é aquele? – perguntou indicando o homem.

- Se chama Max Vermilion – respondeu Vivi – Mas todos o chamam de Maximus, é um dos cinco Generais da Aliança, então é muito poderoso.

- “Um General, então esse cara deve ser tão forte quanto aquele que me venceu” – pensou Matt, mas foi cortado de seus pensamentos pela chegada de alguém.

Peter entrou no local fazendo barulho. A garota loira de mais cedo, agora acordada, estava agarrada a seu pescoço, sendo carregada em suas costas. Peter entrou gritando e cumprimentando todos, que riam e cumprimentavam o garoto.

- Olha se não é o Maximus recarregando as energias – brincou Peter – Olha lá, o cabeça de lâmpada ainda tá vivo – falou chegando até onde Matt estava sentado.

- Parece que se recuperou Peter – sorriu Vivi.

- Sim, até parece que um machucado como aquele podia me derrubar não é Lucy? – perguntou a garota loira, que aparentava ter menos de 12 anos, em suas costas.

- Sim, o irmãozão é invencível – sorriu a garota.

- É isso ai – animou-se Peter.

- Ai Peter, fiquei sabendo que você e um vampiro encararam um General dos Hellsing – gritou um homem gordo em uma mesa.

- É verdade – gritou Peter animado – Eu e o cabeça de lâmpada aqui tomamos uma surra – brincou Peter fazendo todos rirem.

- Como você sobreviveu aquele ataque? – perguntou Matt assombrado.

- Eu sou um Lycan afinal, minha resistência é muito alta. Além de que em tenho a minha irmãzinha aqui – sorriu afagando os cabelos da garota.

- Lucy tem a habilidade de curar as pessoas – explicou Vivi.

- Ei, Peter – gritou um garoto chegando perto deles. Ele era baixo e tinha cabelos curtos e pretos. Tinha olhos pretos e cabelos lisos. A pele era clara e ele era magro – Vejo que ainda está vivo, esse General deu sorte de eu não estar lá se não...

- Se não ele teria mais alguém pra bater – zombou outro moreno se aproximando. Esse era mais alto e tinha os cabelos negros um pouco mais compridos. Tinha olhos verdes e uma pele branca que lhe dava uma aparência anêmica – Certo, Mao?

- Sai fora Aerys – bufou Mao.

- Vocês dois estavam onde? Não os vejo há um tempo – comentou Peter.

- Saímos a ordem do mestre para falar com um Lycan na Suíça. Voltamos apenas hoje – explicou Aerys.

- Sai da frente – uma voz feminina fez-se ouvir atrás de Mao. Antes que o moreno vira-se já havia recebido um cascudo – Peter – gritou uma garota agarrando o moreno. A garota era um pouco mais baixa que Peter. Tinha cabelos azuis e aparentava ter 19 anos. Tinha um belo corpo, invejável a outras mulheres. Tinha um olhar meio vazio e um pirulito na boca.

- Jully, eu acho que vou cair – reclamou Peter.

- Tem pessoas brotando do chão, nem sei mais o nome de ninguém – reclamou Matt.

- É mesmo – lembrou-se Peter – Esse é o cabeça de lâmpada, também conhecido como Matt – apresentou Peter – Esse com cara de fome é o Aerys. O baixinho que acabou de apanhar é o Mao. E essa é a Jully...

- Jully Foster, esposa do Peter – cortou a garota de cabelos azuis.

- Nós não somos noivos – bufou Peter – Enfim, agora você conhece o pessoal.


Elly seguia Kaito pelos corredores cheios de portas do segundo andar. Kaito parou em frente a uma porta, girou a maçaneta e disse.

- Esse será o seu quarto, mandamos um dos nossos até sua casa para buscar suas coisas. Espero que não se importe de dividir o quarto com a Yume – falou sorrindo e entrando no quarto.

Quando os dois entraram ainda sem olhar para o recinto ouviram um grito. Rapidamente viraram para encarar o quarto. No quarto haviam duas camas de solteiro e um guarda-roupas enorme. Era grande e espaçoso. No meio do quarto uma garota morena estava apenas de roupas intimas tentando cobrir-se com a mão.

- Yu... Yume? – sangue escorria do nariz de Kaito.

- Seu... – tudo que Kaito viu foi um abajur vindo em sua direção. Foi lançado para fora do quarto acertando a parede. Yume bateu com força a porta do quarto ainda xingando Kaito.

- Droga – bufou o garoto massageando o rosto – Que estresse – falou indo em direção as escadas e descendo.

- Aquele cretino, tarado, pervertido de uma figa – resmungava Yume enquanto colocava um vestido – Desculpe por isso, mas enfim, parece que somos colegas de quarto agora.

- Parece que sim – concordou Elly meio deprimida.

- Algo errado? – perguntou Yume preocupada.

- Meus pais... – disse apenas e caiu no choro.

Yume abraçou a garota e sentou na cama.

- É difícil não? – começou Yume – Um dia estão lá, cuidando de nós e de repente isso tudo acaba, e enfim nos damos conta de como são importantes – Elly chorava muito, Yume também parecia a beira de lágrimas.

- Você...

- Sim, com 8 anos. Meus pais eram ricos, eu nunca gostei daquilo e fugi de casa. Kaito me encontrou e cuidou de mim desde então. Um mês depois, quando eu decidi me desculpar com meus pais e voltar pra casa, eu soube que eles haviam morrido – contou Yume – Foi o pior dia da minha vida, mas naquele dia, Kaito me disse que é importante nunca esquecermos dos que nós amamos, mesmo que eles morram. Quanto mais os amarmos, maior será o vazio que eles deixaram e mais triste ficaremos, então você deve criar laços que ajudem a preencher esse vazio. Naquele dia, um homem veio a nossa casa, ele ofereceu-nos moradia e comida. Ele nos trouxe para essa casa e nos tratou como sua família. Aqui eu fiz amigos importantes, e a cada dia a dor de ter perdido meus pais desapareceu. Tudo que restou foi a alegria de um dia ter vivido com eles – Yume sentiu a pequena garota abraça-la mais forte e retribuiu – Não chore mais, seus pais não iriam gostar de te ver triste não é?

- Sim – concordou Elly em meio aos soluços.

- Não se preocupe, você está entre amigos agora – sorriu Yume acalmado a garota.


A ruiva deliciava-se com o café quente que esfumaçava em sua caneca. Estava em uma sala, sentada em uma cadeira grande, uma mesa a sua frente, uma porta em frente sua mesa. Dois sofás dispostos ao redor da porta. Em um deles Dyan cochilava.

Ouviu alguém bater na porta e mandou entrar. Vince adentrou o cômodo recebendo um olhar reprovador de Safira.

- O que ouve com você? Onde estão suas roupas? – perguntou referindo-se ao estado do homem. Apenas com uma calça.

- Tive um imprevisto – respondeu sentando no sofá livre – E onde está a garota? – perguntou olhando em volta.

- Smith está trazendo-a – respondeu calma ao mesmo tempo em que o homem encapuzado com um tridente nas costas entrou na sala com uma garota nos ombros.

Deixou a garota no chão e recostou-se em uma parede atrás de Safira. A garota tinha pés e mãos amarrados. Uma faixa na boca impedia-a de falar. Vince removeu a faixa e ajudou a garota a sentar para poder olhar para Safira.

- Elly Hellsing. É um prazer vê-la – começou Safira.

- Onde eu estou? – gritou a garota – Meus pais, você matou meus pais – gritava acusadora olhando para Smith.

- Você precisava? – perguntou Safira encarando Smith.

- Eles não cooperaram – respondeu simplesmente.

- Enfim, não se preocupe, eles eram apenas uma faixada de pais. Elly Hellsing, você foi adotada, nós somos sua verdadeira família – falou Safira.

- Adotada? Do que está falando? – a garota parecia confusa.

- Espere um momento – falou Safira aproximando-se da garota. Com uma faca fez um pequeno corte na mão da garota e passou o dedo na ferida. Lambeu o sangue e deu um tapa na face da garota – Quem é você? Onde está a Hellsing? – gritou irritada.

- Do que está falando Safira? – perguntou Dyan levantando.

- Smith, como pode pegar a garota errada? – gritou Safira – Merda, agora teremos de acha-la. Dyan, livre-se dessa vadia antes que eu mesma a mate – Safira estava em fúria.

- Pega leve ruiva – pediu Dyan assustado. Cloe parecia desesperada – Nada pessoal, mas são ordens – falou meio vacilante pelo olhar assustado da garota.

- Talvez mantê-la viva seja muito conveniente – interrompeu Smith fazendo Dyan parar – Provavelmente ela deve conhecer a garota, talvez sejam próximas. Mantê-la viva seria como uma isca para atrair a garota.

- Muito esperto Smith – falou Safira – Dyan, leve-a a uma cela. Tenho outras coisas pra pensar, saiam da minha sala.

Os três homens deixaram a sala, Dyan levando a garota nos braços. Safira sentou-se em sua cadeira e olhou uma foto em sua mesa. Na foto aparecia uma garota com mais ou menos 5 anos de idade, com cabelos ruivos ao lado de dois bebês. Ela sorria alegremente para a câmera abraçando as crianças.

- Só mais um pouco, Logan, Kaul – sussurrou a mulher segurando a foto – Só mais um pouco.



Um homem andava pela rua calmamente. Ele usava um terno preto e camisa da mesma cor. Tinha olhos azuis e cabelos castanho escuro. Tinha um ar de tédio na face. Andava pela rua com as mãos nos bolsos até parar em uma casa que chamou sua atenção. Era verde e grande. Ficou ali olhando a casa por algum tempo.

Soltou um suspiro e continuou andando mais um pouco até chegar a o que um dia foi uma casa. Destroços da casa vermelha quase completamente destruídas permaneciam ali. O telhado havia explodido. Entrou na casa e reparou que metade do andar térreo havia sido destruído.

- Droga, mandar um general como eu pra buscar roupas pra uma garota – resmungou o homem com a voz cansada.

Algo chamou sua atenção, havia sangue no chão. Seguiu o rastro de sangue e viu que levava ao que pareciam túmulos recém feitos. Haviam dois, um ao lado do outro. Ficou admirando as lápides abaixo de um carvalho até sentir algo.

- Você é habilidoso, conseguiu se aproximar tanto assim sem eu perceber – falou alto.

Um homem saiu da casa com o rosto sério. Era moreno e tinha os cabelos na altura dos ombros. Os dois homens ficaram se encarando até que o de terno quebrou o silêncio.

- Então, parece que foi um grande estrago – comentou meio sem graça.

- Onde estão Elly e Cloe? – perguntou o homem sério.

- Quem é você? – perguntou o homem de terno desconfiado.

- Eu faço as perguntas aqui – gritou o moreno.

- Como queira – deu-se por vencido – Me chamo Kaze Yagami – apresentou-se – Estou aqui atrás de pertences da senhorita Elly Hellsing.

Ao ouvir esse nome o moreno partiu para o ataque. O homem de terno segurou o soco que o moreno mirava porém foi acertado por algo no estomago. Olhou para baixo e viu algo luminoso o acertando. Pulou afastando-se e encarou o homem.

- Onde está Elly? – gritou o moreno.

- Acalme-se – pedia Kaze enquanto desviava dos socos do moreno. O homem se afastou e apontou as mãos para Kaze. Elas começaram a brilhar e esferas luminosas eram disparadas em direção a Kaze. Ele desviou de todas e percebeu que eram perigosas, pois destruíam tudo que tocavam – Escute, eu sei onde Elly está.

O homem parou e começou a encarar Kaze sério.

- Preciso saber quem é você – insistiu Kaze.

- Sou o irmão mais velho dela, Bryan – respondeu sério – Agora me diga onde ela está.

- Entendo, seu cheiro não é de um Hellsing, nem de um Lycan, muito menos de um humano. Tenho certeza de que é um Vlad. Acho que posso confiar em você – suspirou Kaze – Bem, parece que Hellsings atacaram essa casa e a escola dela para captura-la – começou Kaze.

- E o que houve com ela? – perguntou Bryan desesperado.

- Ela está bem, por sorte uns amigos meus estavam com ela e conseguiram salvá-la levando-a ao QG – respondeu calmo – porém não posso dizer o mesmo dessa casa.

- O que é esse QG? E a Cloe? – perguntou apressado.

- Calma, o QG é a base da Aliança – respondeu Kaze – E não faço ideia de onde essa tal Cloe esteja. Só fui mandado aqui para pegar os pertences de Elly.

- Entendo, então os Hellsing estão de volta. A Aliança não é composta por Vlads e Lycans? O que faram com Elly?

- Parece que não vou ter que lhe explicar a história da Aliança. Não se preocupe, ela ficará bem. Estamos protegendo-a, não queremos que ela caia nas mãos dos Hellsing, além de que ela será de grande ajuda para nós.

- Me leve até ela – ordenou Bryan.

- Com uma condição – falou Kaze sério – Me ajude a achar os pertences dela.



Pelos corredores de um hospital alemão andava o jovem de cabelos claros. Era alto e bonito, seus cabelos lisos e bem cuidados escorriam pela face. Os olhos combinavam com a cor das madeixas. Castanho claros, brilhavam. O jovem, trajado de um jaleco branco, andava calmamente arrancando suspiros das enfermeiras por quem passava.

Galante, ele cumprimentava todas. Um cavalheiro. Chegou ao seu destino, sua sala. Entrou na grande sala, afinal era o melhor cirurgião geral do país. Sentou-se em sua cadeira confortável e fechou os olhos. A imagem de uma viela escura veio a mente. Lembranças de tempos em que não tinha nada, vivia nas ruas dormindo em qualquer lugar.

Odiava essas lembranças, nunca contará a ninguém suas origens. Desde que se conhecia por gente, vivia nas ruas. A única lembrança daquela época era uma foto. Foto que estava em um porta retratos em sua mesa. No retrato, estava uma sorridente garota ruiva de mais ou menos 5 anos de idade. Ela parecia muito feliz, como se fosse o dia mais feliz de sua vida. Ela sorria abraçando dois bebês, o abraço terno como se quisesse protege-los de tudo.

Não entendia o porque, mas não conseguia livrar-se da foto. Sempre que olhava para garota e os bebês sentia um aperto no coração. Parou de olhar a imagem e abriu um frigobar que havia em baixo de sua mesa. Dentro só haviam bolsas de sangue refrigerados. Graças a trabalhar em um hospital pequeno, tinha fácil acesso ao sangue que necessitava, e ninguém suspeitava. Pegou uma das bolsas de sangue e fechou a pequena geladeira.

Começou a beber o conteúdo da bolsa até sua ultima gota. Essa sede por sangue havia começado em sua adolescência. Como morava na rua, alimentava-se do sangue de ratos. Decidiu que nunca iria matar pessoas por essa sede de sangue. Termino sua refeição e queimou a bolsa.


Elly e Yume estavam descendo as escadas em direção ao térreo. Como Yume havia avisado, era barulhento. Chegaram ao andar e Elly surpreendeu-se. Era muito diferente do que imaginava, afinal, tratando-se de vampiros e lobisomens, esperava caixões e masmorras. Mas na realidade era apenas um lugar comum.

Pessoas riam e bebiam em suas mesas. Reconheceu rapidamente Matt, Peter e Kaito em uma mesa perto do balcão. Matt e Peter disputavam um queda de braço enquanto Kaito gritava incentivando. Ao lado deles haviam três garotas que Elly havia conhecido quando chegará ao QG.

Uma era alegre e sorridente rindo calmamente e balançando seus cabelos longos e róseos, essa era Vivi. Outra ficava apenas admirando a disputa sem importar-se muito, tinha uma expressão meio sem vida e cabelos azuis, essa era Jully. Uma garotinha loira gritava incentivando Peter e ria alegremente. Essa era Lucy, e segundo Yume, era irmã mais nova de Peter.

Aproximaram-se da mesa, e, enquanto Yume brigava com Kaito por fazer muito barulho, Elly sentou-se ao lado de Matt e ficou ali admirando a disputa entre os garotos.

- Você é mais forte do que parece, lampião – zombou Peter suando.

- Digo o mesmo, faísca – Matt também suava.

A força era visível em suas faces. O suor escorria e as veias dos braços saltavam. Em suas mãos, chamas normais e negras queimavam. Logo espalharam-se para seus braços e a força aumentou.

- Vai, acaba com ele irmaozão – gritava Lucy.

Os garotos continuaram e de repente pararam e se encararam. Um “creck” foi ouvido e eles se olharam assustados. Soltaram as mãos e começaram a gritar.

- Idiotas – bufou Yume – Melhor não ficar muito tempo com esses ai Elly ou vai acabar ficando igual a eles.

- Tudo bem, convivi com Matt todo esse tempo, acho que me tornei imune – zombou a garota.

Matt deu-se a liberdade de rir, afinal, era bom ver que Elly não mais chorava e estava de bom humor.

- Ei, seus cretinos – gritou uma voz atrás deles. Viraram para encarar e viram Robert Lycan Nexus aproximando-se e chamando a atenção de todos – Caso não tenham percebido, temos novatos. Então vamos comemorar com uma festa, Vivi, traga-me bebida – gritou Robert animado.

- Velhote alcóolatra descarado – gritou Yume – Usando a Elly como desculpa para beber. Eu disse nada de bebida para você por uma semana, ou esqueceu-se que não entregou a papelada para o QG de Tóquio.

- Cruel – suspirou o líder – Vamos Yume, é uma ocasião especial – insistiu Robert.

- Nem pensar, agora volte lá pra cima e termine os relatórios – gritou a morena.

Elly olhou a sua volta e viu que todos sorriam e divertiam-se. Pela primeira vez naquele dia, sentia-se feliz de verdade.

- Kaito, venha junto de Peter e Matt a minha sala – falou Robert enquanto subia as escada.

Kaito sem demora seguiu-o. Matt não havia se tocado ainda quando Kaito o chamou. Peter veio logo atrás com Lucy em suas costas. Subiram até o ultimo andar e entraram na sala do Mestre.

- Kaito, tenho uma missão para você – começou o mestre – Leve Matt junto para ele se acostumar com a nossa rotina.

- Como assim? – perguntou Matt.

- Deixe-me explicar – pediu Kaito – Nós da Aliança por muito tempo tivemos como missão apenas derrotar os Hellsing. Porém quando conseguimos, o mundo havia sido abalado pela luta. Reestabelecemos então a ordem e agora lutamos para mantê-la. É por isso que não podemos deixar os Hellsing vencerem. Para manter a ordem, detemos qualquer Vlad ou Lycan que prejudique a ordem das coisa

- Exato – concordou Robert – E esse é o caso. Aparentemente á um Lycan que está causando problemas. Parece que uma cidade inteira corre o risco de ser destruída. Kaito, você irá como líder da missão. Leve Matt e Peter consigo – Robert entregou um papel a Kaito – Aqui tem todas as informações que precisará. Boa sorte.

Kaito acenou e deixou a sala junto de Peter, Matt e Lucy.


Safira estava em sua sala, sentada em sua grande cadeira. A sua frente, Dyan e Smith aguardavam ordens.

- E a garota? – perguntou olhando para Dyan.

- Está em sua cela, tomei a liberdade de alimentá-la – falou Dyan com seu típico ar de tédio.

- Ótimo, é bom mantê-la viva. Agora tenho algo que quero que façam. Vão até a casa dela e achem algo que possa dizer sua localidade atual – falou séria – Por hora é isso. Vão de uma vez.

Dyan e Smith saíram da sala sem falar nada. Ao sair da sala, depararam-se com um corredor e um elevador ao fundo. Entraram e desceram ao térreo, afinal estavam no 23° andar.

- Você não é de falar não é Smith? – perguntou Dyan enquanto estavam no elevador.

Smith não respondeu e seguiram em silêncio até saírem do elevador. Na rua haviam uma moto esperando. Era uma Harley Davidson modelo Fat Boy preta. Dyan subiu na moto e deu partida. Smith sentou na garupa e seguiram pela rua.


Bryan e Kaze já haviam resgatado tudo que havia sobrado dos pertences de Elly. Haviam guardado tudo em uma mala achada na casa. Já estavam de saída quando ouviram algo.

Saíram da casa e foram até o carvalho. Aparentemente tudo estava certo. De repente ouviram o ronco de um motor. Uma moto invadiu a casa passando pela parede da sala. Um homem de cabelos brancos a pilotava e derrapou a 10 metros de onde estavam os Vlads.

Um homem encapuzado pulou no telhado. Ele tinha um tridente em suas costas. Ele ficou em pé em uma das poucas partes inteiras do telhado de braços cruzados enquanto o outro ficou na moto.

- Quem são vocês? – perguntou Bryan.

- Ora ora, interessante encontrarmos alguém aqui. Isso pode nos ajudar – sorriu Dyan – Onde está Elly Hellsing?

- Quem é você? O que sabe da Elly? – gitou Bryan.

- Maldito, não responda minha pergunta com perguntas – gritou Dyan.

- Estamos aqui apenas para encontrar a garota – falou Smith em cima do telhado – Se interferirem, terei de fazer o mesmo que fiz com eles – falou apontando os túmulos dos pais de Elly.

- Você... – sussurrou Bryan. Sua face transbordava ódio. Seus olhos estavam desfocados e o ar a sua volta estava pesado – VOCÊ É O DESGRAÇADO QUE MATOU MEUS PAIS – berrou descontrolado.

- Olha só, parece que ele tem contas a acertar com você Smith – riu Dyan – Isso é ótimo, faz tempo que não luto. Isso está ficando interessante. Então eu fico com o de terno e você se acerta com esse ai?

- Não me atrapalhe – disse Smith.

- Te digo o mesmo – respondeu Dyan.

Os 4 se encaravam e logo uma grande tensão iniciou no ar. A aura em volta deles era monstruosa.

- Vamos começar – falou Dyan

Continua...

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Capítulo 3

Os três garotos estavam parados diante da enorme montanha. Peter, deitado em uma pedra, tinha as mãos cruzadas atrás da cabeça. Matt sentado apoiava os braços nos joelhos. Kaito permanecia em pé e olhava atentamente a montanha.

Atrás de si, a vários metros de distância, uma pequena vila. Segundo os dados da missão que Kaito havia recebido, e relatos dos moradores, aparentemente um Lycan havia entrado na montanha e a transformado em um vulcão que iria destruir a cidade.

- Estranho – suspirou Kaito.

- O que? – perguntou Matt.

- Meu mapa, não mostra nenhuma montanha. E essa é bem grande, algo assim não seria deixado de lado – respondeu Kaito – Só vejo uma explicação possível.

- E qual seria? – Matt parecia confuso.

- É bem óbvio, segundo os moradores, um monstro criou o vulcão. Segundo nossos dados, um Lycan pode destruir a cidade. Isso significa que...

- O Lycan é a própria montanha – completou Peter levantando.

- O que? – gritou Matt quase caindo – Como tiraram uma conclusão dessas?

- Só nos resta uma opção – observou Kaito.

- Vamos destruir o vulcão – animou-se Peter.

- VOCÊS SÃO MALUCOS, NÃO PODEMOS DESTRUIR UM VULCÃO – gritou o vampiro histérico.

- Então fica olhando – zombou Peter.

- E quanto a cidade? – perguntou Matt.

- Evacue a cidade, Peter irá até o vulcão para reconhecimento, eu irei cuidar do intermédio entre a cidade e Peter – comandou Kaito – Vão.

Peter espreguiçou-se e correu em direção a montanha. Matt foi na direção oposta começando a evacuar a cidade. Kaito ficou onde estava observando os dois.

Matt comandava e ajudava os moradores a sair da cidade. Alguns eram persistentes, mas no fim acabavam por ir.

Peter chegou ao pé da montanha e suas mãos começaram a pegar fogo. Brecou a poucos metros do vulcão e ergueu as mãos. Jogou uma enorme quantidade de fogo no chão impulsionando-se pra cima. Quando começou a subir seu corpo começou a girar criando um pequeno turbilhão de chamas.

Parou quando chegou ao topo e, ainda no ar, ergueu as mãos novamente, porém dessa vez atacou a montanha com uma rajada de fogo maior que a anterior. Nada aconteceu então decidiu pegar pesado.

Massageou os punhos e consumiu sua mão direita em chamas. Pulou usando fogo nos pés como impulso e preparou um soco. Usando chamas para impulsionar ainda mais a força do ataque, acertou a montanha. A potência do soco fez com que a montanha tremesse. Rachaduras começaram a aparecer na rocha, espalhando-se por ela.

- Fácil demais – sorriu confiante.

Matt da vila via a montanha rachando e não acreditava. Em um instante o chão havia tremido, e quando virara para olhar, viu o vulcão começando a rachar. Kaito por outro lado parecia apreensivo. Esperava por algo.

De repente o chão começou a tremer. Peter que estava em cima do vulcão quase caiu. A montanha estava tremendo. A rocha se mexeu e uma espécie de garra feita pela própria montanha ergueu-se da lateral. Era como se a montanha estivesse viva.

O vulcão estava tomando forma, tornando-se algo. Outra garra apareceu em sua lateral. Duas pernas ergueram a montanha de sua base. Agora ela tinha a forma de um lobisomem gigante, com mais de 1 km de altura, feito de rocha e magma.

Quando Matt viu a insanidade correu como nunca até Kaito. Kaito já havia sacado sua espada e olhou para Matt.

- Chegou na hora – Kaito tocou o braço de Matt por um segundo, fechou os olhos e depois largou – Vamos derrubar essa coisa.

- Cadê o Peter? – perguntou temendo a resposta.

Ouviram um grito e olharam pra cima. Mesmo com a altura, a claridade das chamas era visível. Peter estava atacando a cabeça do monstro gigante.

- É nossa chance. Vamos atacar por baixo – falou Kaito correndo com Matt.

Eles correram até as pernas do lobisomem. Pararam a poucos metros e pularam. Matt consumiu seus braços em chamas. Kaito ergueu sua lâmina que tinha um fogo idêntico ao de Matt.

Os dois acertaram a perna ao mesmo tempo. O gigante caiu de joelhos e apoiou as mãos no chão. Kaito e Matt se afastaram rápido e ficaram cara a cara com a fera. Peter caiu da cabeça do gigante próximo a eles.

- Ei Kaito – chamou Matt enquanto ajudava Peter a se levantar – O que foi aquilo, as chamas em sua espada, eram iguais as minhas.

- É minha habilidade – explicou Kaito – Uma espécie de cópia. Copiei suas habilidades e canalizei em minha espada para um ataque frontal.

- Incrível, então isso te faz invencível – admirou-se Matt.

- Na verdade não, eu não sugo poderes, apenas os copio – falou Kaito – E como cópias, não são tão perfeitos quanto os originais. Além disso, preciso de contato físico com a pessoa que irei copiar. Além do fato de que só consigo manter as habilidades por 5 minutos, depois disso preciso de outro contato.

- Ei, essa conversa está me dando sono – bufou Peter – Vamos acabar logo com esse maldito.

A fera ergueu o punho, provavelmente um soco potente viria. Peter preparou-se. Ele começou a ficar maior, seus músculos começaram a crescer. O ar em volta dele começou a ficar agitado. Fogo começava a queimar em seu corpo. Pelos começavam a crescer a medida que seus músculos ficavam maiores. Seu maxilar aumentou tomando a forma de um focinho de cachorro. As orelhas ficaram pontudas, e a pelugem laranja cobria todo seu corpo. As roupas rasgaram.

Garras brilhavam em suas mãos e seus dentes agora eram presas pontiagudas.

- Então isso é um lobisomem – observou Matt.

- Fique atento, assim que Peter confrontá-lo nós acabaremos com isso – gritou Kaito.

A fera desceu o punho. A enorme rocha veio em direção dos três garotos. Peter correu, agora mais rápido, e preparou um soco. Seu pelo lembrava chamas, e chamas queimavam por todo seu corpo. A fera e Peter acertaram o soco um no punho do outro. A terra tremeu. Peter conseguia segurar mesmo a fera sendo maior. As chamas agora queimavam e se moviam muito rápido. Quanto mais força ele fazia, maiores e mais rápidas as chamas ficavam.

Peter afundou alguns centímetros mas mesmo assim mantinha o punho erguido. Kaito e Matt correram e passaram Peter. Pularam usando fogo como impulso. Kaito fez com que sua lâmina consumisse e chamas. Matt tinha o braço pegando fogo. Os dois atacaram o pescoço do monstro com as chamas negras.

O pescoço começou a rachar. Uma explosão aconteceu e a cabeça da besta caiu. Logo a montanha desabou e as pedras encobriram o magma.

Matt levantou, havia sido lançado pela explosão. Havia caído em uma pedra. Ergueu-se do chão e procurou por Kaito ou Peter. Achou Kaito em pé em cima de uma pedra grande. Quando chegou perto ouviu um barulho. Olhou para trás e viu Peter saindo de baixo das pedras.

- Vista algo – gritou Matt virando-se imediatamente ao ver o moreno sem roupas.

Kaito jogou uma calça para Peter que vestiu. Matt recostou na pedra que Kaito estava e Peter deitou próximo a eles.

- Droga, isso foi insano – bufou Matt.

- Não diga isso, esse Lycan era fraco. Comparado ao general que derrotou vocês dois ele não era nada – zombou Kaito.

Os quatro homens se encaravam. Kaze piscou os olhos e de repente seu adversário sumiu. Ouviu algo atrás de si e quando virou viu o homem atirando. Dyan tinha duas pistolas na mão e atirava intensamente. Estranhamente as balas não atingiam Kaze, era como se fosse desviadas.

- Algo assim não vai funcionar contra mim – zombou o Vlad.

- Vejo que você é forte, vamos ver até onde consegue me acompanhar – sorriu Dyan desaparecendo novamente.

Ele apareceu atrás de Kaze de novo e agora com uma espada do tamanho de uma pessoa adulta. Acertou Kaze em cheio sem dar tempo de ele ver. Porém a espada foi parada por algo. Era como se uma barreira invisível estivesse entre Kaze e a lâmina.

Dyan sumiu e apareceu um pouco acima de Kaze e usou outro golpe. A mesma coisa aconteceu, algo o impedia de tocá-lo. Dyan começou a sumir e aparecer em vários lugares atacando Kaze com a espada. A velocidade era incrível, Kaze não conseguia acompanhar com os olhos.

Dyan sumia sempre que acertava um golpe, e aparecia rapidamente na direção oposta acertando um novo ataque. Era tão rápido que tudo que se via era a lâmina batendo em algo. Dyan apareceu em frente a moto e subiu. Acelerou e foi com ela em direção a Kaze. Kaze ficou parado esperando. Pouco antes de acertar Kaze, Dyan pulou e sumiu aparecendo atrás de Kaze a acertando-o com a espada ao mesmo tempo que a moto o atropelava.

Ambos os ataques foram parados pela barreira. Kaze permanecia imóvel apenas observando Dyan ataca-lo. Olhou para o Hellsing com ar de superioridade.

- Isso é tudo? – zombou.

Dyan sorriu e pulou para trás. Kaze não entendeu, ouviu um bip e olhou pra baixo. Uma bomba estava no chão. Não teve nem tempo de se mexer. A explosão o lançou para cima. Dyan correu até o centro da explosão e pulou com sua espada acertando Kaze por baixo. Mesmo com a barreira Kaze era impulsionado para cima pelas investidas de Dyan.

Dyan continuava subindo e subindo. Quando estavam a uma altura considerável Dyan acertou Kaze na lateral lançando-o para frente. Kaze parou no ar, surpreendendo Dyan. Ele estava de pé normalmente como se pisasse em algo. Surpresa maior foi quando Kaze sorriu e começou a subir.

- Vamos ver se me acompanha – convidou o agora animado General.

Kaze subia enquanto Dyan se teletransportava para cima. Kaze começou a mudar de direção, indo para algum lugar. Avistaram a cobertura do Empire State. Kaze parou e olhou para trás. Dyan havia sumido. Foi lançado alguns metros pra frente pelo golpe que recebera nas costas do General que acabara de aparecer a suas costas.

Dyan sumiu novamente. Kaze ficou procurando e olhou pra cima. Um caminhão estava caindo do céu bem acima dele. Arregalou os olhos com tamanha insanidade. Tirou a mão esquerda, até agora no bolso, e apontou para o caminhão. O veículo foi fatiado e suas peças repelidas, caindo longe de Kaze.

- Então você é um controlador do vento – gritou Dyan acertando um golpe em cima de Kaze – Isso explica muita coisa.

- E parece que você pode saltar – era difícil ouvir com a pressão do ar adicionada ao vento forte – Um saltador e pelo que vejo do nível de um General.

- Isso é porque sou um – disse Dyan orgulhoso.

- Ora, uma luta entre generais, o General dos Hellsing contra o General da Aliança.

- Aliança? – Dyan sumiu novamente.

Dyan estava demorando para aparecer, passou-se um tempo e um outro caminhão apareceu caindo, porém dessa vez vários veículos estavam aparecendo junto. A cada segundo um novo carro ou caminhão aparecia e começava a cair em Kaze. Até mesmo trens e barcos choviam no General que repelia e cortava tudo.

Ele via de relance Dyan aparecendo e sumindo entre os veículos. Dyan começou a pegar os veículos já repelidos e fazê-los cair de novo. Fazendo isso, uma espécie de ciclo foi criado. Era visível os carros sumindo e aparecendo e começando a cair. Eram repelidos por um homem e depois sumiam e começavam a cair.

Dyan apareceu na frente de Kaze sorrindo. Kaze estanhou mas logo entendeu. Dyan tinha bombas em suas mãos. Largou-as e sumiu novamente.

Dyan viu de longe enquanto caia a enorme explosão das bombas adicionada aos vários carros e outros meios de transporte. A explosão foi enorme fazendo Dyan voar alguns metros.

Quando havia apenas fumaça Dyan apareceu bem acima dela. Ele começou a cair e pela distância pegou muita velocidade. Entrou na fumaça e quando acertou estava acertando Kaze com um chute no estômago. Os dois começaram a cair ganhando muita velocidade. Estavam muito longe do chão por isso a queda demorou. Quando estavam quase atingindo o chão da avenida movimentada sumiram.

Apareceram em um estádio de baseball vazio. As costas de Kaze tocaram o chão e ele sofreu o impacto da queda. O chão do estádio rachou e uma pequena cratera formou-se ali.

Dyan estava de pé ofegante diante do vampiro deitado. Kaze começou a levantar com dificuldades. Ficou de joelhos tentando levantar. Dyan suspirou e sumiu aparecendo com um navio de guerra em cima de Kaze e largando. A queda fez o chão tremer.

- Aprenda a hora de ficar deitado – suspirou Dyan sentado no navio.

Um buraco abriu-se no navio. O ar cortava o casco no navio como papel. Kaze apareceu flutuando para fora dos escombros. Ficou flutuando em frente ao General. O ar a sua volta estava agitado. Suas roupas, meio rasgadas, esvoaçavam com o vento.

- Isso vai ficar interessante – sorriu Dyan.


Bryan e Smith ainda se encaravam. O ar pesado em volta deles agora parecia nem existir. O corpo de Bryan começou a brilhar ao mesmo tempo que um raio caiu em Smith. Eles se encararam por um segundo e dispararam.

Os raios se encontraram. Os disparos luminosos ao entrarem em contato um com o outro começaram a tentar consumir-se. Bryan mantinha o raio de luz que emanava de suas mãos. Smith concentrava toda sua energia no relâmpago amarelo que brilhava. Faíscas saiam do contado e destruíam tudo em volta.

A quantidade de energia era absurda. Bryan começou a brilhar mais, assim a energia que mandava ficava maior. Outro raio caiu em Smith, aumentando a força de seu ataque. Os dois pareciam usar toda sua energia para manter o fluxo constante.

Pararam o ataque e voltaram a se encarar. Fumaça saia de suas mãos.

- Vamos sair daqui, não quero que destrua mais nada – falou Bryan.

- Como queira – respondeu Smith.

Andaram um pouco até a rua. Um raio caiu atingindo-os. A claridade cegou Bryan, impedindo-o de enxergar o que havia acontecido. Quando seus olhos voltaram a funcionar, pode distinguir um deserto.

- Las Vegas – explicou Smith a sua frente – Aqui não destruiremos nada nem mataremos ninguém.

- Ótimo – falou Bryan posicionando-se para uma nova peleja.

Novamente lançaram o ataque um contra o outro. Ao menor contato houve uma explosão. Bryan correu rodeando Smith e disparando esferas luminosas contra ele. Smith defendia-se com o tridente e atacava com raios.

Um raio caiu em Smith que o canalizou através do tridente mandando direto em Bryan. O vampiro defendeu-se com uma barreira feita de luz. Pulou e a luz que saia de suas mãos tomou forma. Parecia com um martelo gigante, do tamanho de um ônibus. Smith jogou-se para o lado para desviar e continuou atacando com seus raios.

Bryan pulou muito alto e disparou uma rajada luminosa para baixo. Smith desviou por pouco, mas o impacto o lançou para longe, fazendo-o perder o equilíbrio. Uma cratera formou-se onde o ataque havia acertado.

Bryan ainda no ar encarou Smith que levantava. Quando seus olhos se encontraram parecia que um havia lido a mente do outro. Iriam acabar com aquilo, e em um golpe.

O corpo de Bryan brilhou muito forte. Juntou as mãos com as palmas apertas e disparou. Um raio caiu em Smith e ele apontou o tridente para Bryan. Disparou o relâmpago que se encontrou com a rajada luminosa de Bryan.

Os dois permaneceram nisso. Ambos concentrando-se totalmente no ataque. A força era algo surreal. Não dava para perceber quem venceria. Bryan brilhou e outro raio caiu em Smith. A força aumentou de forma considerável. Os dois gritavam enquanto mandavam toda sua energia naquele ataque. O poder não parava de aumentar. Havia triplicado.

- Você conhecerá a morte se continuar – gritou Smith.

- Pode ser, desde que eu leve você junto – vociferou o furioso Vlad.

- Vingança não trará seus pais de volta.

- Mas me ajudará a dormir a noite – berrou Bryan.

A força dobrou, agora era algo surreal. As rajadas tinham a espessura de um prédio. Bryan e Smith concentraram suas forças para a jogada final. De uma vez mandaram toda sua energia.

Houve silêncio por um segundo. Logo em seguida uma enorme claridade e uma explosão de nível nuclear foram vistas no deserto. Não houve ruído nem som algum. Apenas a claridade que cegava qualquer um que a fixasse.

Quando ela cessou a destruição tornou-se visível. Tudo no raio de dois quilômetros havia sido destruído. A areia havia sido varrida pela explosão. O círculo gigante de destruição desenhado no solo do deserto era nada além de rochas reviradas.


A ruiva andava pela rua calmamente. Finalmente havia encontrado o que queria. Recebera a informação de que a garota estava em posse da Aliança. Dyan acabara de informar-lhe que estava enfrentando um General. Já havia avistado o QG.

Seguiu calma pela rua e parou. Olhou para cima viu um avião se aproximando. Sorriu e pegou o celular. Vince apareceu ao seu lado, a suas costas o imenso exército dos Hellsing esperava por um sinal.

Discou algum número e esperou até ser atendida. Um homem atendeu o telefone.

- Pode lançar – falou a ruiva triunfante – Em 30 segundos.


Elly bufava e suspirava entediada sentada em um dos bancos perto do balcão onde Vivi secava alguns copos. Estava debruçada no balcão apenas olhando Vivi trabalhar. Yume estava sentada ao seu lado com o mesmo ar entediado.

Jully havia saído junto de Aerys e Mao em alguma missão. O bar estava deserto, parecia que todos haviam saído. Vivi explicou que o Mestre Robert havia saído com uma pequena horda de soldados para uma reunião de emergência. Os únicos que estavam presentes no salão eram as três garotas, Maximus que bebia algo enquanto Lucy desenhava em um caderno ao seu lado e um homem muito grande e forte. Musculoso e careca, o homem estava sentado virando algumas garrafas.

Vivi disse que era Jimy, um dos cinco generais da Aliança. Elly brincava assoprando uma madeixa de cabelo que insistia em cair no seu rosto. De repente sentiu uma dor de cabeça e a cena a sua frente mudou. Estava em outro lugar, não sabia onde.

Não via nada. Não sentia mais o chão. Avistou dois homens, parecia que eles estavam voando. Um deles desapareceu e a cena mudou. Estava em uma sala, o homem que havia desaparecido a pouco estava lá. Ele falava com uma mulher ruiva. De repente ele sumiu de novo.

A cena alterou-se novamente. Agora estava em frente a várias pessoas. Um exército gigantesco. Ao seu lado a ruiva e outro homem com duas pistolas nas mãos sorriam. Avistou um avião passar pelo céu. O avião deixou algo cair, olhou para frente e viu que aquilo que o avião havia deixado cair era uma bomba. E iria cair em cima de um castelo. Só então percebeu que o castelo na verdade era o QG da Aliança.

Tentou gritar mas sua voz não saia. Tentou correr e ajudar mas não conseguia se mover. De repente a cena mudou e estava de volta ao bar. Estava caída no chão e Yume estava ao seu lado ajudando-a. Vivi usava um pano para abaná-la e Lucy parecia preocupada.

- Elly, o que houve? Você caiu do nada e parecia temer – assustou-se Yume.

- Estou bem, mas não por muito tempo. Tem um homem, ele disse algo, e uma ruiva. Um exército e a bomba – falava Elly apressada.

- Acalme-se, não consigo entender – pediu Yume.

- Não temos tempo, tem um avião que vai nos atacar – gritou Elly.

Maximus e Jimy, até agora sentados, levantaram.

- Onde? – perguntou Jimy ajudando Elly a levantar.

- Em cima

Jimy correu pelas escadas acompanhado pelas quatro garotas e Maximus. Chegaram ao ultimo andar e Jimy puxou uma corda no teto. Um alçapão para o telhado abriu e chegaram ao topo do castelo. Olharam para cima e viram o avião se aproximando.

- Muito alto – observou Jimy.

- Se eu pudesse chegar lá – bufou Elly com sua katana de madeira na mão.

- Então vamos fazer você chegar – falou Jimy pegando Elly. O homem era tão grande que a pequena garota cabia em uma de suas mãos – Flexione os joelhos – pediu Jimy e Elly ficou em pé em sua mão e abaixou um pouco dobrando os joelhos – Preparada? – perguntou Jimy.

- Para o que? – perguntou assustada.

- Então vai – gritou Jimy jogando a garota.

Elly foi jogada em uma velocidade incrível. Subia rapidamente e já estava quase atingindo a altitude que precisava. Era difícil respirar, até mesmo se mover. Já havia entendido o que devia fazer. Segurou firme sua pequena katana de madeira.

De repente a katana aumentou. Ficou gigante e de metal, assumindo a forma de uma espata metálica de 100 metros. Elly parecia nem se importar com o tamanho, movimentando-a como se não tivesse peso.

Segurou firme a espada e quando estava quase no avião brandiu a lâmina. O metal afiado cortou a aeronave ao meio. Elly começou a cair e por pouco não foi atingida pela explosão. O avião explodiu no ar jogando pedaços pelo céu. Elly estava caindo e sua espada voltou a forma original.

As garotas no telhado e Jimy vibraram por Elly ter conseguido. Maximus não parecia contente, ele olhou para frente e viu uma mulher na rua. Viu um clarão azul em sua mão e olhou para cima. A mulher mirava em Elly.

Maximus pulou sem pensar duas vezes. Alcançou Elly e girou com ela no ar. A claridade azul na mão da mulher foi disparada. Um raio atingiu Maximus bem nas costas. Seus olhos arregalaram e todo seu corpo começou a tremer. O raio estava atingindo cada célula dele. Ele gritava em agonia enquanto caia ainda sob efeito do raio que o acertára.

Caiu no telhado do castelo batendo as costas no chão. O efeito passara e ele estava quase inconsciente. Elly estava ilesa em cima do peito do homem. Olhou para o loiro caído sem entender.

- Porque me salvou? – perguntou confusa – Eu sou uma Hellsing, um inimigo natural de vocês.

- Você me lembra Lana – falou somente antes de perder a consciência.

Elly levantou segurando a katana e olhou para os outros. Estavam todos assustados por verem seu General ser derrotado por apenas um golpe. Olharam na rua e viram a ruiva e um homem a frente de um enorme exército.

Um arrepio percorreu a espinha de Elly. Parecia haver mais de 1000 homens ali. Maximus estava caído, e a ruiva a frente do exército o havia derrotado com apenas um golpe.

- O que faremos? – perguntou Yume.

- Duas vampiras, uma Lycan que não pode lutar, uma Hellsing com uma espada e um General contra um exército e alguém com um nível tão alto capaz de derrotar um General com apenas um golpe – suspirou Vivi.

- Eu adoro lutar em desvantagem – sorriu Jimy – Esses cretinos atacaram minha casa, derrotaram um de meus companheiros. Eles ousam ameaçar meu lar e machucar meus amigos – o General massageou os punhos – Conseguiram despertar minha ira.

Elly segurou com firmeza sua katana e ficou a frente do grupo. Yume pôs a mão em seu ombro e ficou ao seu lado. Vivi com um olhar decidido colocou-se ao lado das duas com Lucy abraçada a sua perna.

- Lucy, cuide do Maximus – mandou Jimy – Eu irei cuidar do resto.

- Eu pego a ruiva – sorriu Elly.

- Deixe o cara das pistolas comigo – pediu Yume.

- Como quiserem – animou-se Jimy – Vamos ensinar o que acontece quando se mexe com a Aliança.

Jimy pulou do telhado da torre em cima de uma das casas a baixo. Arrancou uma viga de sustentação da casa e pulou em cima do exército. Com o enorme pedaço de madeira, acertava os homens que nada podiam fazer perante ao Lycan descontrolado.

Elly viu que a ruiva e o homem ao seu lado haviam recuado para trás do exército. Sentiu a adrenalina tomar conta de seu corpo e preparou a espada.

- Vivi, proteja Lucy – falou olhando para a garota – Yume, vamos – pulou de onde estava e quando seus pés tocaram o chão começou a correr.

Yume a imitou, e com sua grande velocidade, as duas já estavam em frente ao exército. A katana de Elly mais uma vez assumiu a forma metálica, porém menor, do tamanho de uma espada normal.

Elas corriam em meio aos homens sem nem ao menos sofrer um arranhão. Graças a seu tamanho, era difícil seus inimigos as acertar. Elly cortava o peito de um sempre que tinha a chance. Yume socava qualquer um que entrasse em sua frente. Com sua força anormal, com apenas uma mão conseguia atravessar o peito de um homem.

Pulava e agarrava-os mordendo suas jugulares e arrancando partes de sua garganta. As duas foram assim, fazendo sua trilha de sangue. Jimy destruía tudo a sua volta. Esmagava e pisoteava os homens. Pegava-os e repartia-os ao meio apenas com um simples puxão. Pegou um homem pela cintura e com os dentes arrancou-lhe a cabeça.

Tamanho era a força do homem que seus socos potentes faziam a terra tremer. Com uma mão era capaz de derrubar dez homens. Os mais espertos tentavam inutilmente acertar Jimy com alguma lâmina. Alguns ainda usavam flechas ou armas de fogo, visando manter a distância. Tudo inutilmente, a pele do gigante parecia de aço.

Vivi em cima do QG defendia Lucy de todos os ataques possíveis. Flechas eram lançadas sem parar e Vivi esforçava-se para detê-las. Com sua velocidade, força e resistência, conseguia facilmente desviar ou pegar as flechas. Até mesmo tiros de armas de fogo não eram efetivos contra a garota.

Lucy abaixada perto de Maximus tinha as mãos sobre o peito do mesmo. Suas mãos brilhavam com uma luz fraca. Ela suava, parecia estar tendo dificuldades em cuidar do homem.

Elly e Yume conseguiram passar pelo exército e chegar ao que queriam. A ruiva e o homem estavam no fim da rua. Elly pulou e sua espada aumentou. Brandiu a lâmina para baixo e acertou a ruiva com toda sua força.

Yume continuou correndo e acertou um soco em cheio no rosto do homem de cabelos brancos que saiu voando.


Perto do local onde a batalha acontecia, três pessoas observavam a peleja. Uma delas parecia espumar de raiva, seu punho, cerrado, queimava em uma chama vermelha e ardente.


Elly surpreendeu-se ao olhar para baixo. A ruiva parara sua lâmina com apenas uma mão. Sem nem ao menos alguma proteção na pele. A ruiva segurou a espada e moveu o pulso jogando tanto a katana como Elly em uma pequena casa vazia.

Elly bateu na parede que rachou. Sentiu algumas costelas quebrarem e sangue escorrendo por algum corte em sua testa. A espada escapou-lhe das mãos e ela caiu de joelhos. Viu a ruiva aproximando-se calmamente. Surpreendeu-se ao ver a mão da mulher estendida para ela.

- Elly, não tenho a intenção de lutar – começou a mulher – Estou aqui por dois motivos. Para leva-la e para destruir completamente a Aliança.

- Como se eu fosse ir com alguém como você, ou ao menos deixa-la tocar neles – grunhiu Elly.

- Você não tem escolha. Não sou sua inimiga Elly. Não fui eu que matou seus pais nem quem ordenou isso. Eu sou uma Hellsing e eles são Lycans e Vlads. É de nossa natureza caça-los – a mulher passava, de certa forma, confiança a Elly em suas palavras – Nunca tive interesse nessa maldita guerra. Estou condenada a liderar um dos lados, então não tenho escolha. Preciso acabar o mais depressa com ela, pois tenho que encontrar o... – a ruiva interrompeu-se – Tenho outros objetivos.

- Então por que continuar com isso? – questionou Elly esforçando-se para ficar de pé – Porque não abandona de vez essa guerra?

- Eu queria que fosse fácil – suspirou a ruiva em meio a um devaneio – Não tenho tempo para discussões. Você virá comigo – ordenou decidida – Irá me dizer os movimentos deles para que possa acabar com isso – a pose sonhadora de antes apagou-se. Agora só restava uma mulher fria e forte.

- Como se eu fosse trair meus amigos – zombou Elly.

- Então pretende trair sua família? – desafiou Safira.

- Como assim? – Elly foi pega de surpresa. Essa frase havia a deixado confusa.

- Cloe não é? Sua irmã – sorriu a ruiva – Ela está em cativeiro em minha base de guerra, um pouco mais a frente na rua. Você virá para nossa base, e nos dará as informações que necessitarmos para vencer está guerra. Ou pode lutar e morrer, além de ter a irmã condenada ao mesmo destino – era um ultimato.

Elly não tinha para onde ir. Suas opções eram extremamente claras. Para proteger seus amigos teria de trair sua família. Para proteger sua família teria de trair seus amigos. Era uma faca de dois gumes sem dúvidas.

Olhou a sua volta. Jimy destroçava os homens que conseguia alcançar. Porém mesmo assim eram muitos, Jimy não conseguia parar todos. Vivi esforçava-se ao máximo para proteger Lucy. Desviava qualquer ataque a longa distância com as mãos. Derrotava qualquer um que conseguisse chegar perto. Lucy parecia esforçar-se muito para ajudar Maximus. Maximus, completamente derrotado. Tudo por culpa de Elly.

Realmente, a culpa era dela. Matt e Peter haviam sido feridos por culpa dela. Seus pais haviam morrido por sua culpa. Aquelas pessoas estavam a perseguindo. A escola havia sido destruída por sua culpa. Alunos haviam se ferido por sua culpa. Cloe havia sido sequestrada e presa por sua culpa. A sua nova casa quase sendo destruída, seus amigos estavam se ferindo por sua culpa. Maximus estava quase morto por sua culpa.

Se não tivesse saído de casa naquele dia. Talvez seus pais estivessem vivos. Sua irmã e seu irmão estivessem com eles. Claro, ela seria levada pelos Hellsings. Porém Matt estaria seguro. Sua família estaria segura. A escola estaria segura.

Mas mesmo assim, seus novos amigos estariam em perigo. Sua nova casa estaria destruída. Tudo, mais uma vez, por sua culpa. Então qual era a solução? Tudo era sua culpa. Então talvez essa fosse a solução. Se não tivesse nascido ninguém estaria sofrendo agora. Ninguém estaria chorando. Não haveria sangue na rua. Não haveria guerra nem dor.

Era duro pensar nisso. Pensar na vida feliz que poderia ter. Seus pais ainda vivos, ao seu lado. Matt sorrindo e lhe dizendo bom dia. Poder rir e brincar com Peter, Kaito, Yume e todos. Sem preocupações. Sem culpa, sem remorso.

Pensar assim só a fazia sentir-se pior. “Idiota” xingou-se mentalmente várias vezes.

- Sua irmã foi levada em seu lugar – a ruiva a tirou de seus pensamentos. Surpreendeu-se por ela estar tão próxima. Ainda mais por estar com a mão em seu ombro – Ela disse que ela era quem nós procurávamos. É incrível o que uma irmã faz por seus irmãos mais novos não? Capaz de jogar a própria vida no lixo somente para ver eles sorrirem – as palavras da ruiva faziam o coração de Elly apertar. Podia ser apenas impressão, mas Elly pensou ter visto uma lágrima escorrer do rosto da mulher – Eu já lhe disse. Não quero isso, porém não posso voltar atrás. Venha comigo, não demorará muito. Não se preocupe, sua irmã está bem. Dou minha palavra que a libertarei junto de você – a mulher levantou e estendeu a mão para a pequena garota de cabelos castanhos.

Elly abaixou a cabeça. Safira viu as gotas caírem no chão. Elly tentava não demonstrar, mas chorava. A garota, ainda de cabeça baixa, pegou a mão de Safira.

- Eu irei com você – sussurrou.

Jimy lutava intensamente contra os milhares de oponentes. Em um giro para acertar um soco, vislumbrou de relance a cena. Voltou sua atenção para a garota de cabelos castanhos que andava ao lado de uma ruiva. As duas iam em direção a uma construção no fim da rua. A construção era nova, já que nunca havia reparado nela. Era como se tivesse sido feita no mesmo dia.

Jimy ficou estático vendo Elly afastar-se junto da Hellsing que queria leva-la. Não compreendia a imagem que seus olhos lhe mostravam. Foi obrigado a parar de olha-las pela dor em sua perna. Um homem acertara uma lâmina que o arranhara. Pegou o homem e segurou com uma mão sua cabeça e com a outra suas pernas. Puxou rasgando o homem ao meio. Seu estômago caiu e seu intestino ficou pendurado em sua parte superior. Jogou o corpo longe e voltou a luta.

Vivi estava começando a demonstrar sua exaustão. A garota desviava e protegia-se dos ataques sem problemas. Mas era cansativo, além do fato de hora ou outra alguém conseguir chegar ao telhado. A garota acertava com suas mãos as flechas e balas disparadas. Em um momento de fadiga caiu de joelhos. Nesse pequeno vacilo foi atingida. A bala passou de raspão em seu ombro. Porém não foi a única. Uma flecha atravessou-lhe a perna. Não conseguia mais levantar. Assim perdera toda a mobilidade e não tinha como proteger a garota que curava Maximus.

- Lucy... – ofegou. Não conseguia respirar direito e as feridas doíam muito – Abaixe-se.

- Vivi – gritou Lucy assustada. A loira correu para ajudar a garota.

- Cure o Maximus. Com ele nós poderemos vencer. Eu ainda posso mover meus braços, irei proteger você, ao menos um pouco – a garota esforçava-se tanto para falar que era impossível ainda restar-lhe forças para mover-se.

- Não diga isso, preciso curar você e rápido – Lucy parecia desesperada.

Vivi sentiu o perigo. Virou a cabeça e comprovou ao ver uma flecha vindo em direção da cabeça da loira. Sentiu o desespero tomar conta de seu corpo. Não tinha força para mover um músculo. Sua fala parecia ter acabado. Não sabia se estava imóvel pelo cansaço ou pelo pânico.

Uma lágrima escorreu por seu rosto e ela caiu. Ainda de olhos abertos. Sentia-se inútil, não podia nem ao menos avisar a garota do perigo. Um destino muito cruel. Ver alguém que se ama prestes a morrer diante de seus olhos sem poder nem avisá-lo da morte iminente.

Ficou ali, tentando mover-se inutilmente. Nem mesmo uma palavra saia de sua boca. Fez o maior esforço que conseguiu, porém apenas um grunhido estranho saiu de seus lábios.

Estranhou a razão da demora da flecha. Uma flecha geralmente é muito rápida. A essa altura já deveria estar encharcada com o sangue de Lucy. Ergueu um pouco o olhar e viu uma luz forte. Sentia-se aquecida pela forte luz. Sentia que sua força estava voltando. Era quente e aconchegante estar perto daquela luz forte.

Era como se ela fosse a luz da esperança. Era um pensamento infantil, mas queria que aquela luz salva-se a todos seus amigos. Seus olhos começaram a identificar formas. Conseguia distinguir duas pessoas. Agora percebia que uma delas era a fonte da luz.

Sentia que podia mover-se novamente. Sentia algo quente envolvendo seu corpo. Era confortável e sentia-se segura ali. Seus olhos agora lhe mostravam claramente o que acontecia. Lucy estava a sua frente, com as mãos brilhando em cima de sua ferida na perna.

A outra pessoa á abraçava. Com um braço, apertava o corpo da garota contra seu peito. Com a outra segurava uma flecha. Agora que notara, a pessoa estava envolta em chamas. Porém não eram chamas normais, eram azuis e não queimavam sua pele. Eram quentes porém aconchegantes.

- P-Peter? – perguntou quando sentiu que conseguia falar novamente.

- Não se preocupe, agora irá tudo ficar bem – sorriu o moreno tranquilizando a garota.

Agora entendia o que havia acontecido. De alguma forma, Peter havia chegado na hora certa e salvado Lucy. Sentiu a alegria no peito aumentar. Apertou ainda mais o abraço como se agradecesse o garoto.

Sentia-se firme novamente, porém estava com seus músculos dormentes. Provavelmente precisaria de um tempo para poder mover-se livremente novamente. Peter carregou a garota até próxima de Maximus e recostou ela em uma parede de uma torre do telhado.

Sorriu mais uma vez tranquilizando a garota e voltou para o lado de Lucy.

- Lucy, volte a cuidar do Maximus. Eu irem protege-la – falou Peter firme. Só agora Vivi percebera que havia fogo no telhado. Uma espécie de cúpula flamejante protegia-os dos ataques vindo de fora.

Lucy voltou ao lado de Maximus e tornou a curar o rapaz. Enquanto isso Peter estava sério olhando através do fogo.

- Estranho você não ter corrido e queimado todos – admirou Lucy.

- Eu queria – brincou Peter – Porém eu preciso ficar aqui, preciso proteger vocês – falou sério, de uma forma que surpreendeu as garotas – Tenho que confiar em meus parceiros agora – sorriu tranquilo enquanto voltava a olhar para fora.


Elly estava em uma sala junto de Cloe e Safira. As irmãs estavam sentadas uma ao lado da outra. Elly meio cabisbaixa falava com Safira. Safira passava ordens a seus subordinados por um aparelho de comunicação.

Enquanto isso, os homens seguiam a risca as ordens da mulher. Vinte homens cercaram Jimy. Jimy apenas sorriu e partiu para o ataque, porém eles estavam preparados. Desviaram tranquilamente e pegaram cada um uma espécie de lança e colocaram no chão. Assim fazendo um circulo em volta do General. Da ponta de cada objeto, um raio foi disparado. Jimy recebeu os vinte ataques contorcendo-se de dor. Ele gritou e os homens jogaram redes de ferro para prender o Lycan.

Yume esperava enquanto Vince se levantava e vinha andando calmamente em sua direção.

- Você é bem forte para uma garota da sua idade. Porém não pode me derrotar apenas com isso – sorriu Vince debilmente.

- Eu sei, soube do que fez com Peter, por isso nem ao menos cogitei a ideia de uma luta corpo a corpo comum – sorriu a garota em resposta.

Uma aura negra começou a surgir em volta da garota. O ar a sua volta estava mais rápido. Era como se sua aura negra aumentasse cada vez mais. Os olhos da garota ficaram vermelhos e seus cabelos começaram a esvoaçar com o vento. De sua sombra algo saia.

Primeiro algo brilhante. Uma lâmina prateada de uma foice saiu de sua sombra. Segurando-a, uma mão esquelética e putrificada começou a aparecer. Logo o dono da mão saiu por completo. Envolto em um capuz negro e rasgado, aparentemente sujo e velho, o monstro de 4 metros de altura ficou flutuando atrás da garota. Não tinha pernas, pelo menos não a vista. Flutuava usando apenas o capuz. Somente suas mãos eram visíveis, além do brilho vermelho dos olhos escondidos atrás do manto.

O ceifador ergueu sua foice e apontou para Vince.

- Esse é seu fim – falou Yume apontando para Vince – Esse é meu servo, um ceifador cedido pela própria morte. Eu guiarei sua alma até o inferno.

- Ora, você é mesmo forte para sua idade – Vince não parecia assustado.

- Você vai tirar esse sorriso da cara quando sua alma estiver queimando – Yume correu em direção a Vince que nem se moveu. O ceifeiro a seguiu como se estivesse conectado com ela. Ele parecia imitar os movimentos da garota. A abriu a mão e juntou os dedos e acertou o peito de Vince. O ceifador girou sua foice e acertou no mesmo local abrindo um corte. Não saia sangue, porém um brilho negro era expelido. Vince gritava em agonia enquanto Yume afastava-se vitoriosa.

- Eu disse que era seu fim – suspirou em meio aos gritos de agonia do homem.

Yume parou de andar. Os gritos haviam parado e sido substituídos por uma gargalhada insana. Olhou para trás e viu Vince rindo como uma hiena. Sentiu a raiva ferver o seu sangue. Porém outra coisa a deixava curiosa.

- Como? – perguntou incrédula – Sua alma devia estar com o ceifador agora – falou apontando o monstro a suas costas.

- Alma? – zombou Vince – Que alma? Eu perdi isso á tempos – e continuou rindo.

- V-v-você não tem alma? – Yume agora parecia assustada – Isso é impossível, se é assim...

- Então você não tem chances de me vencer – completou Vince encarando a garota com um sorriso no rosto – Não queria matar uma garota mas são ordens de meus superiores. Nada pessoal.

Vince correu em direção de Yume. A garota parecia em choque, pois não se movia. Tinha os olhos arregalados e tremia. Vince ergueu a mão para acertar a garota. Yume sentiu que dessa vez, sua alma seria levada pelo ceifador que usara para levar a alma dos outros.

Alguém deteve o ataque de Vince. Havia alguém entre o Hellsing sem alma e a garota do ceifador. Sentiu um enorme alívio ao ver o rosto sério de Kaito segurando o braço do homem.

- Yume, afaste-se – pediu Kaito.

- Como se eu fosse obedecê-lo – zombou a garota.

Ela se preparou para atacar Vince mas algo a impediu. Chamas negras ficaram em seu caminho. Olhou para trás e viu Matt.

- Obrigado Matt – sorriu Kaito.

- Ora, se não é o Vlad daquela vez – brincou Vince.

- Kaito, eu tenho assuntos pendentes com esse cara, porém não poderei resolver agora. Espero que de uma surra nele por mim.

- Pode deixar.

- Vamos Yume, temos que ajudar os outros.

Yume correu junto de Matt derrotando o exército a sua frente. O ceifador apenas por sua presença já fazia os homens recuarem. Aliado as chamas negras devastadoras de Matt era uma combinação perfeita.

Porém os homens pareciam estar recebendo ordens. Após essas ordens eles pareciam mais confiantes. Eles estavam começando a desviar de tudo que eles lançavam.

- Yume, onde está Elly? – gritou Kaito enquanto usava suas chamas para afastar os homens.

- Não sei, ela havia ido enfrentar uma ruiva. Depois disso a perdi de vista – explicou a garota – Jimy – gritou assustada ao ver o grandalhão amarrado.

Matt correu e soltou o homem com suas chamas. Sem nem tempo para pensar Jimy atacou os homens que continuavam vindo sem parar.

- A garota, está na base do inimigo. Ela pode estar passando as informações de nossos movimentos – explicou Jimy em meio a luta.

- Então eu vou lá – gritou Kaito decidido.

- Ela pode prever nossos movimentos – protestou Jimy.

- De que adiantará prevê-los se não puder impedi-los?

Jimy sorriu e pegou Matt. Em meio aos protestos do garoto ele lançou o loiro em direção a construção onde Elly e Safira estavam.


Elly chorava enquanto dizia para Safira onde atacar para vencer seus inimigos. Ela via toda a batalha claramente.

Uma forte dor de cabeça fez a garota fechar os olhos. Quando os fechou não estava mais na sala. Estava na rua. Não havia ninguém em pé, apenas corpos no chão e sangue por todos os lados. Avistou Safira andando em meio aos corpos.

Olhou para os corpos. Viu Yume no meio deles com uma espada atravessada no peito. Sentiu uma dor enorme no peito ao ver a amiga morta. Safira estava de pé diante de uma pessoa. A frente dela um loiro de cabeça baixa ajoelhado.

Ouviu um grito e viu Peter correndo em direção de Safira com o punho em chamas. A mulher consumiu sua mão em uma espécie de raio azul e atravessou o peito do garoto. Matando-o na mesma hora e jogando-o no chão.

Horrorizou-se ao ver o amigo sendo morto diante de seus olhos. Safira agora falava com o loiro. Conseguia ouvir suas palavras.

- Ela ficará bem? – perguntava o loiro – Elly ficará bem?

- Sim – respondeu a mulher.

- Então estou em paz – o loiro levantou a cabeça sorrindo. Elly levou as mãos a boca. Matt sorria enquanto Safira erguia a mão para mata-lo. Sentiu uma dor enorme no peito.

Safira atravessou o peito do garoto e retirou sua mão. Matt caiu como se fosse em câmera lenta diante de Elly. O garoto tinha um sorriso bobo nos lábios.

Abriu os olhos dando-se conta de que as lágrimas escorriam sem parar por seu rosto. Agora sabia que não havia mais esperanças.


Continua...

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Capítulo 4



Elly estava sem forças, por mais que Safira a questiona-se ela não conseguia falar. Estava perdendo os sentidos. Por fim desmaiou no colo da irmã.

- Isso já passou da hora de acabar – falou Safira nervosa pegando o celular – Mandem o resto do exercito destruir eles de vez – gritou para quem estivesse do outro lado da linha.


Peter olhou pra cima e sentiu um mau presságio. Apenas ignorou e continuou a observar a batalha que seguia na rua. Jimy e Yume estavam praticamente derrotados. Porém estranhamente estavam começando a virar o jogo. Os soldados não estavam mais desviando de seus ataques e eles estavam conseguindo controlar a situação.

- Yume, parece que a sorte finalmente virou – animou-se Jimmy.

Yume corria pelo meio dos soldados com a foice gigante selando a alma dos corpos que caiam sem vida. Yume parou ofegante enquanto Jimmy a protegia.

- Cansada? – perguntou enquanto socava um soldado muito próximo.

- Não consigo mais manter o Ceifador nesse mundo – falou com a voz fraca – Nesse ritmo eu vou... – não conseguiu terminar a frase pois já havia desmaiado.

- Yume – Jimmy pegou a garota nos braços – Kaito, Yume não pode mais lutar, segure as coisas por um minuto – pediu Jimmy pulando com Yume.

Kaito observou a cena e cerrou os punhos.

- Ela desmaiou, isso não é normal. Nunca vi ela ser forçada a tanto – falava com raiva – Tenho que vencer, ela sacrificou-se tanto, se eu perder não poderei nem ao menos encará-la.

- Ei garoto – chamou Vince – Pretende ficar falando sozinho por muito tempo?

- Cale a boca – gritou Kaito – Vamos logo acabar com isso.

Os dois se encararam e ficaram em posição de batalha. Vince ficou parado e Kaito aproveitou. Partiu correndo para o ataque com sua katana. Vince preparou-se para defender-se do golpe mas foi surpreendido. Kaito pulou e tocou o ombro de Vince e depois se afastou.

- O que foi isso garoto? Tentando fazer as pazes? – zombou Vince.

- Nem morto, apenas estou me preparando pra lutar a sério – falou sorrindo – Agora veja sua arma virada contra você – gritou levantando a katana.

Kaito ficou com a katana levantada esperando algo. Nada aconteceu, Vince encarava confuso a cena.

- O que está fazendo garoto?

- Estranho, eu toquei você, porque não sinto nada? – Kaito olhava para a espada confuso.

- Não me diga que você é o Lycan copiador que ouvi falar? – Vince começou a rir – Você estava tentando copiar meus poderes? – Vince não aguentava de tanto rir.

- Qual a graça? – Kaito ficou furioso.

- Garoto, eu não tenho poderes – Vince parou de rir e olhou Kaito com um pequeno sorriso.

- Como assim? Alguém do seu nível... – Kaito estava assombrado – Sem alma, sem poderes. O que é você?

- Quem sabe? – zombou o General.

Dessa vez Vince partiu para o ataque. Pulou girou o corpo ficando de cabeça para baixo acertando um chute em cima da cabeça de Kaito. Aproveitando da rotação do corpo graças ao ataque e que Kaito havia abaixado a cabeça, acertou uma cotovelada em suas costas.

Ficou em pé em cima das costas de Kaito rindo.

- Não me diga que é só isso garoto? – o homem ria enquanto se afastava.

Kaito levantou com raiva no olhar. Pegou a espada e segurou com firmeza.

- Você me irrita, não tenho escolha, terei de lutar a sério – falou encarando a espada – Porém, assim como Yume, não consigo manter por muito tempo, deve ser o bastante para acabar com esse cara.

Kaito fincou a espada no chão e colocou as duas mãos sobre seu cabo. Fechou os olhos e o ar começou a ficar agitado. Seus músculos começaram a crescer e pelos começaram a aparecer por todo seu corpo. Logo suas roupas rasgaram e ele ficou maior. O lobisomem de pelos negros apertou o cabo da espada.

A lâmina começou a brilhar. O brilhou passou para o corpo do lobo. Por um instante Vince teve sua visão ofuscada, porém quando pode enxergar novamente a espada havia sumido. No lugar dela restava apenas o lobisomem vestido de uma grande armadura negra.

Era mais escura que a noite. Tinha espinhos pontiagudos em seus braços e costas. As garras prateadas do lobisomem brilhavam. O capacete deixava os olhos vermelhos visíveis.

- Então esse é seu verdadeiro poder? – admirou Vince – Então me mostre a fúria de um lobisomem.


Peter olhou mais uma vez o céu. Tinha certeza de que algo estava vindo. Avistou ao longe algo. Não era apenas algo, eram várias coisas. 10 aviões vinham em direção do QG e nenhum parecia amigável. Sentiu o sangue ferver.

Olhou para trás e viu Vivi descansando e Lucy cuidando de Maximus. Sua raiva aumentou mais ainda. Cerrou os punhos que já pegavam fogo.

- Ei Vivi – chamou a garota que abriu os olhos.

- Sim?

- Eu tenho que pedir que você proteja Lucy somente mais um pouco – falou sério.

- Mas é claro, deixe comigo – disse a garota levantando lentamente – Eu ainda posso proteger Lucy.

- Tome cuidado – Peter estava quase pulando na rua – E Vivi – chamou mais uma vez.

- O que foi Peter? – a garota estava curiosa.

- Eu já volto – e pulou. Chegou a rua acertando os punhos no chão criando um jato de fogo derrubando alguns soldados.

Jimmy pulou no telhado do QG e olhou para Vivi. Colocou Yume ao lado de Maximus e voltou ao lado da garota de cabelos rosa.

- Olhe – falou Vivi apontando os aviões que se aproximavam – Peter vai detê-los.

- Então ele precisa de mim – Jimmy pulou com um grande impulso caindo no meio do exercito.

Peter viu o careca pulando entre os homens e correu em sua direção. Peter estava animado socando todos em seu caminho. Jimmy olhou para ele e preparou o punho. Peter pulou e usou as chamas para derrubar alguns soldados.

Peter correu e quando estava a poucos metros de Jimmy ele pulou. Jimmy acertou a sola de seus pés com o soco. Peter foi lançado a toda a velocidade na direção dos aviões.

- Vamos garoto, mostre do que nós somos feitos – gritou Jimmy incentivando-o enquanto continuava a lutar com o exercito.


Matt massageava a cabeça enquanto olhava para o buraco que havia feito. Havia sido lançado por Jimmy e caído de cabeça no telhado. Levantou e olhou a sua volta. Viu uma porta grande no fim do corredor e teve um pressentimento.

Correu na direção da porta e antes de chegar lançou suas chamas para destruí-la. Ao entrar na sala viu três garotas. Uma morena sentada no sofá, com olhos cheios de lágrimas lhe era familiar. Conhecia a garota, era Cloe. Olhou para o colo dela e viu a cabeleira castanha de Elly. A ultima garota na sala era uma ruiva sentada em uma cadeira atrás de uma mesa grande.

Olhou a mulher que parecia e exalava superioridade. A mulher o olhava com um olhar tão penetrante que era como se pudesse enxergar a alma de Matt.

- Eu vou levar Elly de volta – disse decidido.

- Infelizmente não posso permitir – respondeu a mulher com os cotovelos apoiados na mesa e os dedos cruzados em frente ao rosto.

- Eu não pedi sua permissão – Matt foi em direção do sofá onde as duas garotas estavam.

Antes de dar o segundo passo Matt foi lançado contra a parede. Um raio azul o acertará e ele havia batido com toda a força na parede. Sentia muita dor, com certeza havia quebrado algum osso. Sangue escorria pela boca.

Levantou olhando assustado a mulher ruiva que nem parecia ter se movido. Cerrou os punhos e lançou uma rajada de fogo na direção dela. A rajada foi detida por uma espécie de barreira a dois metros da mulher.

Correu com os punhos em chamas e começou a soca-la. Não conseguia atravessar o raio de 2 metros que protegia a mulher. Estava atacando com toda sua força.

Concentrou uma boa quantidade de fogo em suas mãos e lançou mais uma vez. Nada. Afastou-se um pouco e olhou para as irmãs no sofá. Correu até elas e mais uma vez foi acertado pelo raio. O que mais o irritava era o fato da ruiva não se mover.

- Garoto, não seja tolo. Eu terei de matar você de qualquer forma. Então porque não deixa eu tirar sua vida de uma vez? – a mulher não demonstrava emoção alguma.

Matt já ia responder quando algo o interrompeu. Elly estava se movendo. A garota ergueu a cabeça, parecia fraca.

- Deixe ele ir – falou com a voz fraca quase inaudível – Deixe ele ir e eu irei obedecer suas ordens – Elly olhava para Safira enquanto Matt não acreditava no que via – Eu imploro.

- Como assim. A Elly que eu conheço jamais desistiria assim – gritou Matt com raiva – Se ela tinha sua irmã, você invadiria essa base e salvaria ela. Se alguém estivesse em perigo você destruiria tudo até salvá-lo – Matt parecia furioso – Que papo é esse de se render.

- Você não entende – gritou Elly em resposta virando para encarar Matt. A garota chorava – Não há como nós vencermos. Se continuar a lutar vai acabar... – a garota se interrompeu e começou a chorar.

- Elly...

- Eu vi Matt. Eu vi como tudo isso acaba. Eu não quero que acabe assim, então ao menos posso tentar salvar você – gritou a garota em prantos.

Matt caiu de joelhos. Tinha lagrimas em seus olhos porém se esforçava para não demonstrar. Safira assistia a cena sem demonstrar reação. Cloe abraçava sua irmã sem falar nada.

- Quem liga? E dai que você viu que nós iremos morrer? – Matt começou a levantar novamente – Eu faço meu destino, não você – gritou correndo em direção a ruiva novamente.

- Se ele continuar terei de mata-lo – suspirou a mulher fechando os olhos.

- Não – implorou Elly.

Matt ficou estático no ar. Paralisado, ele se contorcia de dor. Eram visíveis os raios azuis percorrendo seu corpo. Ele gritava em agonia com os olhos arregalados. Elly assistia a cena horrorizada enquanto as lágrimas escorriam por sua face.

Matt parou de se mover e caiu. Ele não se movia, o que assustava Elly. Ele soltou um gemido de dor, o que tranquilizou, mesmo que pouco, a garota. Elly correu até ele e colocou a cabeça do rapaz em seu colo.

- Está tudo bem, você vai ficar bem – sussurrou Elly para o garoto.

- Não posso permitir – Matt não conseguia falar direito – Você se aliando a essas pessoas. Prefiro morrer a ver isso.

- Não diga isso – protestou a garota – Vai ficar tudo bem, eu vou dar um jeito em tudo – a garota forçou um sorriso.

- Você sempre dá um jeito não é mesmo – Matt sorriu uma ultima vez antes de ficar inconsciente.


Interior de Osaka – Japão – 8 anos atrás...

O garoto dormia tranquilamente enquanto uma leve brisa matutina invadia seu quarto pela janela aberta. Ouviu a voz meiga e suave se sua mãe chamando seu nome. Abriu os olhos lentamente e observou a bela mulher sorrindo.

- Bom dia, Kaito!

Sua mãe era linda, uma mulher jovem e sorridente. Cabelos longos e escuros soltos balançando junto ao vento. Os olhos escuros brilhavam com os poucos raios de sol. Seu sorriso meigo acalmava qualquer raiva que Kaito tivesse.

Ouviu a voz grossa de seu pai o chamar no andar de baixo. Sua mãe deixou o quarto e Kaito levantou da cama. Mudou de roupa e seguiu em direção a cozinha.

Seu pai estava a mesa tomando café da manhã enquanto sua mãe preparava sua refeição. Cumprimentou seu pai e juntou-se a ele.

- Coma bastante, terá um dia difícil hoje na escola – aconselhou sei pai.

- Tranquilo – respondeu pegando a refeição que sua sorridente mãe lhe servia.

Seu pai era uma versão de Kaito mais velha. Simplesmente mais alto e com aparência um pouco mais velha.

Terminou seu café e foi em direção a saída. Antes de sair de casa olhou para trás. Seus pais sorriam e acenavam desejando-lhe uma boa viajem.

“Aquela foi a última vez que vi meus pais”


Kaito partiu para o ataque em uma velocidade incrível. Vince não conseguiu nem acompanhar. Apenas defendeu o potente soco do lobisomem. Kaito sumiu novamente e acertou um chute nas costas de Vince lançando-o para frente.

Kaito correu e acertou uma sequencias de socos em seu estomago. Usou suas garras para pegar o rapaz pelos ombros e lançar para cima. Dobrou os joelhos e pulou. Acertou a barriga dele com as garras. Mordeu seu ombro arrancando um pedaço da carne. Sangue jorrava sem parar do estômago e do ombro de Vince.

Ainda no ar acertou uma sequência muito rápida. Uma joelhada no estomago, um chute na testa seguido de um soco na face. Agarrou o rosto do homem e lançou com toda a força no solo. Quando caiu acertou mais um soco em suas costas quebrando a espinha de Vince.

Pegou o homem pelo pescoço e apertou fazendo sangrar. Preparou a mão livre e atravessou suas garras no estomago do General. Sentiu os órgãos sendo perfurados e a coluna quebrada ao meio. Seu braço atravessou o corpo de Vince. Retirou o braço e acertou o rosto dele com um soco cruzado.

Vince caiu deitado com o peito pra cima. Kaito ajoelhou em cima de Vince e começou a socar sua face. Ele socava freneticamente arrancando mais e mais sangue. A cada soco a cabeça de Vince afundava mais no solo.

Mordeu mais uma vez o ombro dele e puxou o braço arrancando-o. Ergueu Vince pelo pescoço e acertou seu braço na face dele. Pulou e pegou Vince pelas pernas jogando ele de cara no asfalto.


Seu pai estava certo, tinha sido um dia realmente difícil na escola. Estava feliz de finalmente chegar em casa. Entrou animado como sempre chamando por sua mãe. Estranhou não obter resposta.

Entrou na cozinha, onde normalmente sua mãe estaria. Algo virou em seu estômago ao encarar o mar de sangue que sujava o chão e as paredes. Caiu de joelhos ao avistar o corpo de seu pai em meio a poça vermelha. Seu pai havia perdido um braço, sua garganta aparentemente estava cortada.

Correu a procura da mãe e encontrou-a na parede. Uma faca fincada em sua testa prendia a mulher a parede. Sentiu que iria vomitar com o olhar de pânico da mãe. Não estava aguentando aquelas imagens.

A última coisa que viu antes de apagar foram algumas pessoas entrando no cômodo e o som de sirenes.

O lobisomem ofegava enquanto encarava o corpo imóvel a sua frente. Tinha certeza de sua vitória, não tinha como alguém sobreviver aquilo. Permitiu-se dar um suspiro de alivio e virou-se para o exercito. Jimmy estava lutando ainda e quase vencendo. Grande parte do exército havia sido massacrada pelo Lycan enfurecido.

Ouviu algo movendo-se e virou-se novamente. Assombrou-se ao ver o corpo do General levantando. O pior era que nenhum ferimento era visível. Ele estava em perfeitas condições como se nunca tivesse sido machucado.

- Ora, não diga que achou que realmente tinha chance contra mim? – o General sorriu.

- Não tem alma, não tem poderes, não morre, o que é você? – Kaito não entendia o que era aquele ser.

- É complicado definir.

- Você é imortal? – o Lycan ficou em guarda.

- Não – o General sorria – Eu já estou morto.


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