Inglaterra, 1890
Vincent Valentine, o homem mais poderoso do mundo, o mais rico. Tinha tudo que queria a seu alcance, tinha todo o dinheiro, poder e influência para si. O homem, já com idade avançada, estava em vias de decidir seu herdeiro.
Tinha três filhos, o mais velho, Gabriel, sempre cumprindo seus deveres e fazendo seu pai orgulhoso. Daniel, o mais novo e mais amado. E Michael, o filho do meio, tão precioso quanto os irmãos, mais inteligente que os dois juntos, porém tinha inveja deles.
Michael, cego por sua inveja, queria o poder apenas para si. Sabendo disso, o próprio Lucifer saiu de seu trono e veio ao encontro de Michael. Ofereceu-lhe poder em troca de sua alma, Michael, cego por seu ódio, aceitou. Assim, Lúcifer concedeu ao homem um poder sem igual.
Michael foi possuído pelo ódio e matou o próprio pai na frente dos irmãos. Daniel ao presenciar a cena, não suportou, e seu espirito se partiu. Nisso, sua mente se apagou, e seu corpo foi tomado, tornou-se então uma grande besta em forma de lobo. Descontrolado, destruiu a cidade inteira.
Gabriel, experiente em caçadas, conseguiu fugir. Porém, Michael, dominado por um ódio quase igual ao do irmão feroz, iniciou um combate mortal com o irmão mais novo. Uma batalha inigualável deu-se inicio, uma batalha tão intensa que abalava os tecidos da realidade.
Com o calor da batalha, até os celestes passaram a assisti-la. Indignado por ver a criação de seu pai sendo destruída, o arcanjo Gabriel decidiu intervir, porém, em sua posição como celeste, não podia tocar nos humanos. Então foi ao encontro do terceiro irmão, e a ele entregou seus poderes, e a força necessária para lutar de igual para igual com seus irmãos.
Enfim a batalha final iniciou, uma batalha que abalou o mundo inteiro. O tecido da realidade caiu, assim os celestes e humanos estavam ambos correndo o risco de morrer em meio a intensa peleja. Deus ao perceber tal perigo interviu, acalmou a fera no coração de Daniel e trancou-a em seu coração, para só ser libertada quando o poder da luz da lua cheia tocasse no garoto. Condenou Michael a imortalidade, e viver eternamente entre os humanos, sendo a pior escória da terra.
Após isso, Deus refez o tecido, separou os irmãos e voltou ao seu trono. Gabriel, após a intervenção de Deus, lançou-se ao mundo, buscando os irmãos. Espalhou sua geração pelo mundo, e treinou seguidores para ir ao encontro dos irmãos.
Daniel, viveu tranquilamente sua vida, até a primeira lua cheia. Matou todos ao seu redor, e os que sobreviveram tornaram-se seus iguais. Condenado a essa vida de desgraça, trancou-se em uma tumba e lá pereceu.
Michael, condenado a vagar pela escuridão do mundo, sem nem ao menos poder ver a luz de um dia, espalhou sua praga pelo mundo, e fugiu, fugiu de Gabriel por muitos anos.
Nova York, Dias atuais...
A situação é muito diferente da de mais de 100 anos atrás. Por muito tempo os três grupos de descendentes dos irmãos se enfrentaram. Os seguidores de Gabriel, caçadores, nomearam-se Hellsing, e iniciaram um clã, em que os genes e habilidades do irmão mais velho eram mantidas.
Os descendentes de Michael, vampiros, seguiram seu líder, o próprio Michael, intitulado como Drácula, por anos, até o mesmo sumir, com o desaparecimento, iniciaram um clã, chamado Vlad, os Vlads permaneceram na batalha até então.
Os infectados pela maldição de Daniel, pararam de tentar viver suas vidas e seguiram na batalha, logo criaram um clã para si, independentes de Daniel, seguiram como os Lycans.
Os Hellsing sumiram do mapa, dizem que foram aniquilados pelos adversários em uma manobra injusta, dizem que os Lycans e Vlads, aliaram-se e exterminaram os Hellsings.
Os Vlads evoluíram com o passar dos anos, perderam a sensibilidade ao sol, porém mantiveram o poder de Drácula, porém em uma escala muito menor que a de Michael.
Já os Lycans, aprenderam a controlar a besta interior, e abrir o selo em suas almas, não
necessitando mais da lua para transformar-se.
Nos dias atuais, a aliança entre os dois clãs ainda é forte, mantendo a paz entre eles. Uma reunião entre os dois lideres e seus conselheiros acontece em Nova York.
- Caros amigos, convoquei essa reunião por motivos de urgência - iniciou Lucius Vlad Muller, líder dos Vlads. Um homem inteligente e frio, loiro, cabelos compridos, pele clara e pálida, boa aparência, sempre bem vestido.
- Que urgência seria essa, Lucius? – perguntou Robert Lycan Nexus, líder dos Lycans. Alto, forte, moreno, cabelos até o ombro, uma barba rala era aparente no rosto com uma cicatriz no olho esquerdo.
- Grandes problemas, caro Robert – a sala era grande, uma mesa comprida, em cada ponta um líder, em sua extensão, os conselheiros, 16 deles sentados dos dois lados da mesa – Os Hellsing voltaram.
Todos arregalaram os olhos com a informação, alguns engasgaram, Robert parecia perplexo.
- O que te faz pensar isso? – perguntou Robert ainda abalado.
- A poucos dias um ônibus nosso foi atacado, a perícia tem certeza, só pode ser obra deles – respondeu o vampiro sério.
- Isso pede ações drásticas – comentou Robert.
Não muito longe dali...
Capítulo 1
06h00min am.
Um quarto grande, com paredes pintadas de um rosa claro e neutro. Haviam três portas de madeira, uma levava ao banheiro, outra ao closet e a ultima dava acesso ao resto da casa. O quarto era bonito, com cortinas brancas e móveis de madeira. Em uma cama grande no meio do quarto, era visível o corpo de uma garota adormecida.
Despertada pela fraca luz do sol que atravessava suas cortinas e garota de longos cabelos castanhos claros levantou-se preguiçosamente e, ainda sentada na cama, espreguiçou-se tentando acordar os ainda relaxados músculos.
Levantou da cama e foi em direção ao banheiro, onde fez sua higiene pessoal. Depois de um banho demorado, saiu do banheiro animada. Seus cabelos ganhavam uma cor meio avermelhada com a luz do sol, seus olhos eram da mesma cor que os cabelos. Era baixa, e aparentava ter 17 anos.
Vestiu o que parecia ser um uniforme escolar, formado por uma saia de prega preta e uma camisa branca com uma gravata preta. Colocou uma sapatilha preta e pegou sua bolsa e um casaco vermelho deixando o quarto.
Ao sair do quarto, deparou-se com um corredor com algumas portas, caminhou em direção a uma escada no final do mesmo. No andar de baixo, foi em direção a cozinha onde encontrou duas pessoas.
- Bom dia Elly – cumprimentou a mulher mais alta, tinha os cabelos da mesma cor dos de Elly, porém era mais alta e seus olhos eram negros – Vai tomar café conosco hoje?
- Bom dia mamãe – respondeu Elly sentando-se em uma das cadeiras da mesa de seis lugares, branca – Bom dia Cloe – cumprimentou a outra garota sentada a mesa.
- Bom dia – respondeu sem desviar sua atenção do livro que lia. Cloe era da altura da mãe e tinha os cabelos pretos e olhos da mesma cor. Seus atributos corporais eram totalmente o oposto dos da irmã mais nova, era alta e tinha seios grandes, enquanto Elly era exatamente o oposto.
- Com licença – disse um homem entrando na cozinha, era alto e tinha cabelos pretos na altura dos ombros, pele muito clara e olhos verdes.
- Bryan querido, junte-se a nós e tome café – chamou a mãe de Elly e Cloe.
- Claro mãe – respondeu Bryan sentando-se a mesa ao lado das irmãs.
- Seu amigo vem hoje não? – perguntou Cloe a irmã.
- Sim, porque? – desconfiou Elly.
- Nada importante – respondeu sem interesse.
- Primeiro dia de aula? – perguntou Bryan tomando um gole de suco de laranja.
- Sim, não se esqueça que depois da aula vai nos ensinar algo novo – intimou autoritária.
- Sim, agora vá antes que se atrase – falou Bryan começando a comer.
Elly se despediu dos familiares e saiu da casa, era grande e bonita, pintada de vermelho dava um aspecto europeu. Seguiu pela rua por mais algumas casas até parar em uma maior que a sua e verde.
Tocou a campainha e esperou até alguém atende-la. Um garoto abriu a porta, usava um uniforme parecido, uma camisa branca e calça preta. Aparentava ter a mesma idade da garota. Era loiro e tinha olhos verdes.
Matt Vlad acordou meio sonolento em seu quarto. O quarto era enorme e tinha as paredes vermelhas, cortinas vinho combinavam com o carpete da mesma cor. Sua cama era grande, tinha um guarda-roupas gigante e alguns móveis de madeira.
Levantou preguiçosamente da cama e foi direto ao banheiro. Saiu com os cabelos loiros molhados e já vestindo a calça preta da escola. Colocou a camisa branca e abotoou todos os botões, pegou sua mochila e deixou o quarto.
Ignorou o padrasto que tomava café e dizia injurias para ele. Com a cabeça latejando sentou-se no sofá da sala ainda ouvindo os berros do homem na cozinha. Colocou os fones de ouvido e ligou o celular colocando uma musica no volume máximo. A musica era Boulevard Of Broken Dreams, de uma banda chamada Green Day. Gostava da musica, era sua favorita da banda.
Ficou ali, isolado do mundo em que vivia, apenas sentindo a melodia que entrava em sua mente. Sempre gostou de musica, por mais que não soube-se tocar nenhum instrumento, a musica o acalmava e o tirava de um mundo que não apreciava.
Foi despertado de seu transe pelas carinhosas mãos de sua mãe. Parecia que ela estava o chamando a algum tempo.
- Campainha – disse e saiu da sala.
Pegou suas coisas e foi em direção a porta, deu uma ultima olhada na casa e sentiu um aperto no peito, como se fosse a ultima vez que a visse. Ignorou esse pensamento e girou a maçaneta.
- Bobagem – repetia a si mesmo.
Cidade de Nova York...
Era um local deveras peculiar. Um galpão abandonado, grande e espaçoso. Tinha alguns containers grandes e vazios. Era escuro e mal iluminado, em um dos containers, era visível uma pessoa sentada.
Ele tinha uma guitarra em mãos, não tocava nada em especial, apenas alguns acordes de musicas diferentes.
Tinha cabelos prateados e lisos caídos na face. Olhos negros e um olhar cansado. Ouviu um barulho e logo sacou seu revolver e apontou para a esquerda, de onde vinha o ruído.
Um homem com cabelos brancos e na altura dos ombros vinha andando, ele tinha um olhar cômico em sua face.
- Ora ora Dyan, não perdeu seus instintos de caçador mesmo depois de tantos anos? – perguntou o recém chegado sentando no chão e apoiando as costas no container oposto ao que o homem chamado Dyan estava.
- Parece que você perdeu caro Vince – respondeu deixando a guitarra de lado e deitando no contêiner com as mãos atrás da cabeça – Estranho, achei que eu sempre fosse o ultimo a chegar – comentou Dyan.
- Realmente é estranho, parece que o resto está atrasado – disse Vince.
Mais um som foi ouvido, dessa vez Dyan sacou seu revolver e Vince o acompanhou sacando duas pistolas.
Uma mulher com olhar decidido aproximava-se a passos firmes. Ao verem a cabeleira ruiva e olhos castanhos abaixaram as armas.
- Estranho a nossa cara capitã se atrasar, não acha Vince – zombou Dyan.
- O que houve Capitã Safira? – perguntou Vince ignorando Dyan.
- Encontrei um comboio de Vlads no caminho e tive que mudar meus planos, desculpem o atraso, onde estão o resto? – perguntou com a voz firme, digna de um capitão.
Um trovão cortou a resposta de Vince. O ruído ensurdecedor ecoou pelo galpão fazendo Dyan cair de cima do contêiner.
- Mas que droga foi essa? – perguntou massageando a cabeça.
- O Smith chegou, agora podemos começar a reunião – respondeu Safira.
Smith era um homem alto, tinha a face oculta por um cachecol, usava uma touca e um sobretudo preto. Carregava um tridente preso as costas.
- Como sabem, nosso clã foi exterminado a alguns anos, graças a covardia daqueles imundos em se aliarem para vencer nossas forças. Em um ataque perdemos tudo, poucos sobraram e os que sobraram foram caçados e mortos – começou Safira – Agora, infelizmente somos os poucos sobreviventes do clã, porém iremos exterminar esses animais com nossas mãos.
- Bem, já que somos os últimos, que tal começarmos a criar novos hellsings - zombou Dyan – Se é que você me entende Safira.
- Eu recuso que minha prole tenha o seu sangue sujo – respondeu tranquila cortando qualquer comentário posterior – Chegou a meus ouvidos que existe uma outra Hellsing, criada por humanos e protegida por um Vlad traidor. Parece que ela não sabe de suas origens, porém suas habilidades são incríveis, o lado que conseguir a garota primeiro, terá o rumo dessa guerra em mãos.
Todos começaram a prestar mais atenção nas palavras da ruiva.
- Não entendo como uma garota pode mudar o rumo da guerra – debochou Dyan – Precisamos de força militar, não de garotas que não sabem nem sua história.
- Não se preocupe com a força militar Dyan – cortou-o Safira – A partir de hoje, vocês três acabam de ser promovidos a generais.
Dyan quase desmaiou com a surpresa que teve, Vince olhou confuso para sua capitã enquanto Smith não demonstrava reação.
- Como somos os últimos descendentes do clã com sangue puro, nada mais justo que sermos os comandantes. Já que eu sou descendente direta do falecido líder, me nomeei líder da nova geração dos caçadores – apontou para os três – e nomeio vocês como generais.
- Ótimo, generais de nada – debochou Dyan.
- Não seja tolo Dyan, acha que eu fiquei todos esses anos dormindo – zombou Safira – Contemple seu exército – apontou para o lado de fora do galpão.
Vince, Dyan e Smith saíram do galpão e viram três fileiras de homens, cada fileira com cerca de 1000 soldados.
- Todos foram treinados e tem talento, porém como não são sangues puros, não desenvolveram as habilidades dos Hellsing, mas serão uteis.
- Agora você falou a minha língua – riu-se Dyan animado.
- Bom dia – cumprimentou Elly animada.
- Bom dia, vamos? – falou saindo de casa – Não quero ficar aqui por muito tempo com aquele cara – falou se referindo ao padrasto, um homem que ele desprezava, porém só aturava pelo amor que tinha pela mãe.
- Então Matt, ainda dolorido pela aula de ontem? – perguntou debochando da cara de desanimação do garoto.
- O Bryan acabou comigo, ainda estou sentindo dor – comentou pesaroso – Hoje parece que será pior ainda, tenho certeza que ele não gosta de mim.
- Eu também – riu-se Elly.
Seguiram até a escola rindo juntos. A escola era enorme, uma escola particular onde somente os mais ricos estudavam. Como moravam perto, não tinham o hábito que muitos tinham, de usar carros de luxo para ir a escola.
A escola era dividida em três prédios vermelhos e um ginásio para esportes. Cada prédio era referente a um ensino, o menor era do maternal. O segundo prédio era destinado ao ensino fundamental e o último, para o que os dois estavam indo, era o prédio do colegial.
Ao chegarem na sala do primeiro dia assustaram-se. A sala estava um caos, guerras de papel corriam soltas por dentro e fora, garotas conversavam animadamente sentadas em cima das mesas. Não se via sinal de professor, e alguns garotos implicavam com um garoto baixinho. O que chamou atenção dos dois foi um garoto que dormia em sua mesa alheio a tudo que acontecia a sua volta.
- Esse tem um sono pesado – debochou Matt.
Como se tivesse escutado, o garoto ergueu a cabeça e começou a encarar Matt, olhou para Elly e depois voltou seu olhar para Matt. O garoto tinha os cabelos pretos curtos e pele cara, olhos pretos e semi-abertos, como se ele estivesse cansado ou entediado.
Matt e o garoto encaravam-se como se quisessem matar um ao outro ali mesmo. Logo o clima pesado entre os dois silenciou a sala, que parou para encará-los. Alguns comentários começaram entre os alunos da sala, eram audíveis sussurros dizendo “É o bolsista, aquele pobre que conseguiu vaga”, “Não sei o que um pobre e preguiçosos faz na escola, tomara que o loiro acabe com ele”.
- Posso ajuda-lo, loiro de farmácia? – debochou o moreno, ignorando os comentários a seu respeito.
- Se deixa-se de existir seria de grande ajuda – retrucou Matt no mesmo tom, causando algumas risadas nos alunos, em troca de um tapa no ombro, recebido por Elly.
- Perdoe-me vossa alteza, não sabia que minha presença o intimidava. Mas é de se esperar que fique ameaçado na presença de alguém melhor que você – caçoou o moreno recostando na cadeira.
- Não deve estar falando de você – desafiou Matt.
- Quer testar, cabeça de lâmpada? – disse levantando-se
- Só se for agora, cabelo de petróleo – gritou Matt correndo na direção do moreno pronto para briga, mas foi impedido por Elly.
- Não arrume briga logo no primeiro dia – sussurrou para Matt – Sinto muito pela atitude do meu amigo, me chamo Elly, prazer em conhece-lo.
- Não se preocupe, não tenho intenção de bater no loiro, me chamo Peter, é bom conhecer alguém quando se é novo na escola.
- Como assim vai se apresentar a ele? – perguntou Matt abismado.
- Qual o problema? – caçoou Elly.
- Ele... Eu... Eu não gosto dele – resmungou desviando o olhar.
- Que fique registrado que compartilho do mesmo sentimento loiro – zombou Peter – Bem, melhor sentarem-se se não quiserem ser atropelados pelos alunos – convidou Peter.
Safira estava em uma igreja. A sua frente, um homem alto, com a face oculta nas sombras, apenas com as vestes de um padre a mostra, falava com ela. Safira, ajoelhada em sinal de respeito, ouvia atentamente o que pareciam ordens.
- Então, finalmente chegou a hora de agirmos – devaneava Dyan, sentado em um dos bancos da enorme igreja. Ela tinha um estilo europeu, assim como todas as grandes igrejas católicas.
- Vejo que tem uma pequena casta de sangues puros, Safira – comentou o padre com uma voz grave.
- Infelizmente sim, mas localizamos mais um – acrescentou rapidamente a ruiva.
- Entendo – bufou o padre – Sinto que essa onda de paz já me cansou, hora de agirmos. Vá atrás dessa Hellsing e traga-a para mim.
- Entendido – respondeu Safira – Estou indo – acrescentou levantando e andando a passos firmes em direção a grande porta. Dyan a segui, do lado de fora, esperavam Smith e Vince, encostados em um carro.
- Como foi? – perguntou Vince animado.
- Vamos agir – respondeu Safira com a voz firme – Vamos atrás daquela Hellsing, tragam-na custe o que custar. Smith, você irá a residência dela, Vince, você irá até a escola onde ela estuda.
- Certo – animou-se Vince, Smith respondeu apenas com um aceno com a cabeça.
- E quanto a mim? – perguntou Dyan.
- Volte para o QG e aguarde junto do exercito, a hora da guerra se aproxima.
- Só pode ser brincadeira, eu vou ser o único fora de ação? – berrou Dyan.
- É uma ordem – cortou Safira com uma cara de poucos amigos.
Dyan não reclamou e logo foi para o QG. Smith andou um pouco em direção a rua, atravessou e chegou a um parque. No meio de algumas arvores, onde ninguém podia vê-lo, um raio caiu em cima dele e ele sumiu.
Longe dali, em uma casa grande e bonita, uma mulher de cabelos castanho-claros varria calmamente o jardim. Cantarolava alguma musica, despreocupada. Foi quando um estrondo gigantesco calou a moça. Um raio caiu a alguns metros dela, após seus olhos se recuperarem da grande claridade, pode ver a figura de um homem encapuzado com um tridente nas costas.
- Quem é você? – perguntou desesperada.
- Você é Elly Hellsing? – perguntou o homem.
- Mãe, cheguei – fez-se ouvir uma voz no interior da casa.
Antes que a moça pudesse dizer algo ao recém chegado, o homem fincou o tridente em sua garganta. A arma foi lançada pelo homem e prendeu a garganta da mulher na parede da casa. Sangue jorrava sem parar no chão e na parede. A mulher se debatia tentando falar, porém a respiração já não mais funcionava. A saliva começou a misturar-se com o sangue e a mulher começou a mexer-se menos. Logo não se movia mais, havia morrido.
Uma garota de cabelos pretos entrou no jardim gritando o nome da mãe. Ao deparar-se com a cena, Cloe gritou desesperada. O homem aproximou-se dela.
- Você é Elly Hellsing? – perguntou sério.
- Afaste-se de minha filha – gritou um homem em cima do telhado.
- Pai – gritou Cloe.
- Pra dentro, agora – berrou o homem pulando com uma espada pronto para acertar Smith. Com muita destreza, Smith puxou seu tridente e protegeu-se contra o ataque do homem. O homem de cabelos negros como os de Cloe, e olhos castanhos como os cabelos da falecida mulher aproveitou a chance e chutou Cloe para dentro da casa.
A garota voou para dentro da sala e bateu na parede com tamanha força do chute. O homem começou uma série de investidas com a espada, tentando acertar ataques por cima. Smith defendia-se de todos. O moreno ergueu a espada acima da cabeça e desceu com toda sua força. Com extrema velocidade, Smith acertou a espada bem no meio das pontas do tridente e fincando ele no chão, assim desarmando o homem.
- Saia do caminho, não tenho intenção de matar mais ninguém – falou Smith tranquilo.
- Eu perdi essa escolha no momento em que você a matou – gritou o homem.
- Então que assim seja – falou Smith, ergueu a mão e apontou para o estomago do homem. Um raio saiu da ponta de seus dedos e atravessou a barriga do moreno. O homem pode apenas gritar e cuspir litros de sangue. O raio queimou grande parte do abdômen e desintegrou todos os órgãos que havia tocado. Parte do fígado havia caído no chão. O sangue agora se misturava com o da mulher caída com a garganta perfurada.
Cloe tremia dos pés a cabeça. Viu seus pais serem mortos de forma brutal e ainda estava ali, com o assassino. O homem pegou o tridente e entrou na casa, pisando em alguns porta-retratos onde haviam fotos de família.
- Você é Elly Hellsing? – perguntou pela terceira vez naquele dia.
- “Ele está atrás da Elly” – deduziu na hora. Ela estava em choque, mas tinha que se acalmar, esforçava-se ao máximo para controlar a respiração – Sim, eu sou Elly Hellsing – gritou com a voz falha.
- Ótimo – suspirou Smith e adiantou-se em direção a Cloe. Pegou seu braço e puxou-a para perto de si – Sinto por ter matado seus pais, porém eles iriam interferir em nossos planos, temos coisas mais importantes a fazer, agora vamos indo – dito isso um raio acertou a casa, quebrando o telhado e iluminando a sala.
Os dois sumiram, e o que restou foi o casal já não mais vivo no chão. A porta abriu-se mais uma vez, porém dessa vez, quem entrava era Bryan, o homem, adotado pela família quando tinha 10 anos, cuidando dela desde então.
Entrou em choque ao perceber a casa destruída, correu para o lado de fora e viu os corpos de seus pais. Caiu de joelhos em frente ao corpo de sua mãe e desabou em lágrimas. De uma hora pra outra perdera tudo. Saíra para comprar um suco na venda da esquina, e ao voltar, deparou-se com o caos. Sua casa totalmente destruída, seus pais mortos, e nem sinal de suas irmãs.
Suas irmãs. Precisava acha-las, protege-las. Provavelmente estariam em perigo, ou pior, mortas. Gritou pelo nome de Cloe e Elly, não obteve resposta alguma da casa vazia. Vasculhou todos os quartos e banheiros. O desespero tomou conta dele, até que lembrou que Elly estava na escola, e Cloe provavelmente estava trabalhando.
Com isso em mente pode se acalmar um pouco. Voltou ao jardim e pegou uma pá. Começou a cavar em um canto perto de um grande carvalho, que ele mesmo havia plantado, junto de sua mãe no dia em que fora adotado.
- Um dia ele será grande e forte, assim como você. Ele cuidará de nós, guardara nossas almas e não deixará que nada de ruim aconteça conosco. – foram as palavras de sua mãe naquele dia.
Parecia que ela havia mentido, o carvalho não os protegera. Eles haviam sido mortos, e nem a árvore, nem Bryan os salvara. Continuou cavando, cada vez mais fundo. Se pudesse, enterrar ia-se junto dos pais. Porém não podia, não tinha o direito de descansar em paz junto de seus amados e preciosos pais adotivos, e deixar suas irmãs a mercê de um grande perigo.
Terminou a cova e cuidadosamente colocou os pais dentro. Cobriu-os com um cobertor e fez uma oração. Começou a enterra-los e quando terminou, gravou no carvalho a frase “Seus corpos pereceram, mas suas almas permanecem vivas nos corações daqueles que os amam”.
Fez mais uma oração e deixou uma rosa no tumulo dos pais. Tinha que ir a escola, pois sabia agora o objetivo de quem invadira sua casa. Pegar a descendente dos Hellsing, Elly.
O horário do intervalo havia chegado, Elly, Matt e Peter compartilhavam uma mesa junto de mais duas pessoas. Uma delas era um garoto de cabelos longos e negros, com olhos azuis e a pele clara. Esse era Kaito, amigo de Peter, um garoto de 15 anos muito engraçado e cheio de energia.
Ao seu lado sentava-se uma garota de cabelos negros e bem compridos, que combinavam com os olhos castanhos. Tinha seios grandes, visíveis até mesmo embaixo da camisa do uniforme escolar. Essa era Yume, melhor amiga de Kaito e Peter, uma garota mandona, que ficava sempre brigando com Kaito por seu jeito extrovertido, e sempre dava broncas e Peter, por ser tão preguiçoso.
- Então, Elly, você mora perto? – perguntou Kaito animado como sempre.
- Porque quer saber? – perguntaram Matt e Yume ao mesmo tempo, porém, ao perceberem os olhares de todos na mesa, voltaram a sua compostura de antes.
- Sim, moro a algumas quadras daqui, se quiserem, podemos ir a minha casa depois da escola – convidou sorridente.
- Se tiver comida e um sofá confortável, pode contar com a minha presença – brincou Peter recebendo um cascudo de Yume.
- Essa escola é realmente animada – comentou Matt.
- Você acha? – perguntou Peter – Eu sempre achei ela normal, acho que estou acostumado.
- Com se você presta-se atenção em algo, fica só dormindo – zombou Yume.
- Que cruel – gemeu Peter.
O refeitório era grande, tinha várias mesas compridas com espaço para oito pessoas dispostas em oito fileiras com quatro mesas em cada. Mais a frente, na direção oposta as portas, maquinas de lanches, uma cafeteria e um bife estavam a vista.
Tudo estava calmo, Yume brigava com Kaito e Peter como sempre, Elly e Matt riam com seus novos colegas. Todos na escola seguiam suas rotinas, um dia típico de um colégio.
Foi quando uma explosão calou todos, a parede do refeitório explodiu. Pedaços da parede caíram nas mesas e acertaram alguns alunos. Um homem atravessou o buraco recém feito e adentrou no recinto.
O homem de cabelos prateados olhou pelo local e disse.
- Sinto pelo estrago, mas não consegui achar a porta – suspirou rindo sem graça – Então, alguém pode me dizer quem é Elly Hellsing.
Imediatamente os alunos gelaram e começaram a se encarar. Peter, que até agora dormia em meio as broncas de Yume levantou.
- Leve-a ao QG – mandou olhando para Kaito – Yume, vá com ele, eu seguro as coisas por aqui, chame reforços – falou voltando o olhar para o invasor.
- Se não me disserem terei de fazer vocês falarem – ameaçou Vince.
- Droga, o que esse cara quer com a Elly? – perguntou Matt preocupado olhando a garota.
- Isso não importa – interrompeu Yume – Todos vocês, deem um fora daqui – gritou para todos os alunos que começaram a correr desesperados, Yume acertou a nuca de Elly com a mão fazendo-a desmaiar e colocou nas costas de Kaito.
Aproveitando a multidão, Kaito e Yume saíram do refeitório em meio a correria. Vince riu um pouco e sacou suas armas, mirou nos alunos mas lançou-se para trás quando um jato de fogo foi lançado em sua frente.
- O que é isso? – perguntou para sim mesmo.
- Sinto informar que não posso deixar que machuque os alunos – disse Peter com a mão pegando fogo apontada para Vince.
- Ora, se não temos um Lycan aqui, pelo que vejo você é o Dragão dos Lycans, o lobisomem que controla o fogo – admirou-se Vince – Infelizmente, eu sou Vince Carter Hellsing. Um sangue puro e general da segunda divisão de batalha do exercito de caçadores. Como vê, um simples soldado como você não tem nível para enfrentar alguém com o nível de um general.
Peter ficou meio apreensivo, como Vince dissera, ele era apenas um soldado da aliança. Enfrentar alguém com um nível desses era loucura. Sabia o quão forte eles eram, afinal já enfrentara um general da aliança.
- Você pode ser até um líder, mas eu não vou recuar – falou decidido – Afinal, que tipo de homem eu serei, se não puder nem ao menos proteger uma amiga – gritou Peter fazendo as chamas em sua mão queimarem mais forte espalhando-se pelo braço.
Peter correu na direção de Vince com os dois braços em chamas. Pulou e atacou com os dois punhos juntos. Vince desviou-se jogando seu corpo para o lado e com o pé chutou, enquanto caia, uma pedra acertando em cheio o lobisomem.
Peter foi lançado alguns metros com o ataque e rolou até parar na parede. Levantou assustado pelo poder gigante do General. Vince apontou sua arma para Peter, mas antes que aperta-se o gatilho desviou-se de uma nova rajada de fogo, porém dessa vez não era fogo normal. Ele era negro, como se fosse escuridão.
- Matt – surpreendeu-se Peter – Você é um Lycan?
- Não, eu sou um Vampiro, descobri a alguns anos – comentou com o fogo negro queimando nos dois braços – Parece que esse cara é extremamente forte, se lutarmos juntos talvez conseguiremos escapar e encontrar a Elly.
- Até parece – interrompeu Peter – Eu quero acabar com esse cara – falou levantando e queimando ainda mais as chamas nos braços.
- Não temos chances contra ele, ele derrotou você com uma pedra, temos que distrai-lo e fugir – insistiu Matt.
- Fuja você, eu vou acabar com a raça dele – animou-se Peter.
- Porque quer tanto lutar com ele? – questionou Matt.
- Nenhum motivo, só quero socar a cara dele – respondeu Peter sorrindo.
- Você é idiota – gritou Matt – Se é isso que quer, que seja. Vamos acabar com ele então.
- Um Lycan e um Vlad com poderes de fogo contra mim, um General, essa será uma luta interessante – admirou-se Vince – Muito bem garotos, podem vir.
Matt pulou para trás e lançou uma nova rajada de fogo negro em Vince, que desviou calmamente. Porém Peter atacou por cima com um soco com o punho em chamas. O soco acertou Vince em cheio lançando-o para a parede. Peter aproveitou e juntou os braços lançando uma rajada de fogo no local onde Vince caiu. Matt o imitou e uma combinação de fogo e fogo negro acertou o local. Vince pulou antes de ser acertado e pegando impulso no teto, desceu acertando um soco no estomago de Peter. A força foi tanta que o chão abaixo de Peter rachou.
Matt avançou tentando acertar Vince, porém recebeu um chute erguendo-o do chão. Peter soltou uma rajada em Vince que o fez pular para trás. Peter pegou a perna de Matt ainda no ar e jogou o vampiro em direção de Vince. Matt queimou suas chamas intensamente e juntou as mãos para um soco com os dois punhos.
- Dark Fire Hamer – gritou acertando Vince em cheio. O chão explodiu e poeira cegou Peter. Quando ela baixou tudo que Peter viu foi Matt sendo lançado em sua direção.
Matt acertou Peter e ambos foram jogados para trás. Vince levantou e correu em direção dos dois. Ele era muito rápido, enquanto os dois ainda eram lançados, Vince começou uma sequencia de chutes impulsionando-os para fora do refeitório. Os dois bateram na ultima parede, e como estavam no segundo andar, começaram a cair. Vince pulou e acertou um ultimo chute impulsionando-os para baixo.
Os dois caíram violentamente no chão, levantando uma nova onda de poeira.
- Agora acabou – suspirou Vince. Porém antes que pudesse reagir, do meio da poeira saiu Peter com o punho em chamas. Ele tinha os pés pegando fogo, como se o tivessem impulsionando para cima.
- Fire Tekken – gritou acertando o estomago de Vince – Minha vingança por aquele soco – falou jogando Vince no chão.
Antes que o Hellsing atingisse o solo, recebeu uma joelhada de Matt que o esperava no chão. Matt consumiu os braços em chamas e fez uma esfera de fogo negro do tamanho de um carro. Peter ainda no ar juntou as mãos em frente ao corpo e apontou para Vince.
- Dark Fire Explosion – gritou Matt lançando a enorme esfera de fogo negro em Vince.
- Flamethower – gritou Peter soltando uma rajada gigante de chamas na direção de Vince.
Matt usando o impulso de seu ataque conseguiu sair antes de ser acertado pelo golpe de Peter. As duas grandes concentrações de fogo misturaram-se criando uma grande esfera de fogo no local onde Vince estava. Matt aproveitou que Peter ainda atacava e juntou as mãos em frente ao corpo para um novo ataque, lançando uma rajada muito forte contra Vince.
As duas rajadas cessaram com uma explosão, muita fumaça ficou no local, impedindo a visão dos garotos. Quando a fumaça baixou puderam ver Vince de pé com apenas a calça preta inteira. A parte de cima de suas vestes havia sido queimada. Mesmo assim, sua pele continuava sem marcas de queimaduras. Sacou as duas pistolas e apontou uma para cada garoto.
- Tenho que admitir, vocês tem força maior que a de simples soldados, porém não chega ao nível de um general. Agora, vocês estragaram minhas roupas, então terei de fazer vocês pagarem.
- Pode vir – gritou Peter.
- Insolente – zombou Vince e atirou, o tiro acertou Peter em cheio, no peito. O impacto foi tão forte que derrubou o lobisomem. Caiu no chão e começou a sangrar. Em poucos segundos, uma poça de sangue já se formava em volta dele – Minha mira está péssima, errei os pontos vitais. O próximo será fatal.
- Até parece – gritou Matt atirando outra rajada de fogo negro em Vince – “Estou ficando sem energia, esse cara não morre“.
Vince atirou com uma de suas pistolas no ataque de Matt, e a bala absorveu completamente as chamas negras. Apontou para Matt e atirou, porém errou, Matt jogou-se para o lado no ultimo segundo.
- Vocês conseguiram me divertir por bastante tempo, mas agora está na hora de acabar com isso de uma vez – falou Vince flexionando os joelhos – Primeiro você, vampiro.
Em um segundo Vince sumiu, apareceu a poucos metros de Matt e acertou um potente soco em sua face. Matt foi lançado e Vince corria ao seu lado, antes de Matt cair Vince deu mais um soco, porém em seus estomago, fazendo-o cair com força total.
Sem nem dar tempo de uma reação, Vince pegou Matt pelo pé e lançou para o alto. O general pulou e acertou uma joelhada no estomago do vampiro. Em seguida, ainda com o joelho em seu estomago, acertou várias cotoveladas em suas costas.
Matt recebia os golpes de força anormal sem poder reagir. Muito sangue saia de sua boca, estava quase engasgando. Os golpes eram tão rápidos que nem tinha tempo de reagir. Vince pegou seu braço e girou-o no ar lançando-o para baixo. Nesse movimento Matt sentiu o braço quebrando. Ao cair no chão não sentia forças para mover um musculo sequer. A dor aumentou mais ainda quando recebeu um chute nas costas.
Vince estava pisando em Matt que não tinha como se defender. Matt estava ali, embaixo do general, apenas esperando, afinal, não via chances de escapar vivo dali. Pelo menos sabia que Elly havia conseguido fugir, isso o confortava. Morrer para proteger uma pessoa importante não era tão ruim afinal.
Porém mesmo assim, a dor era algo irreal. Cada célula de seu corpo doía, como se agulhas estivessem em cada poro de sua pele. Sua cabeça latejava e o sangue o impedia de respirar direito. O braço quebrado era o que mais doía.
De repente sentiu algo em sua nuca. Algo frio, pressionado contra sua cabeça. Ouviu o som de metal e descobriu na hora o que era o objeto. Vince apontava sua arma para a cabeça de Matt.
- Dessa vez eu não irei errar – sussurrou calmamente.
Peter estava caído, inerte em meio a poça de sangue. Ergueu sua mão direita e encarou o anel de prata em seu dedo médio. O anel tinha uma cruz entalhada, com algumas escrituras em latim em volta.
- “É o único jeito” – pensou e aproximou o anel da boca. Tocou a língua na prata por um segundo e deixou o braço cair novamente.
De repente sentiu uma energia percorrer o seu corpo. A ferida em seu peito começou a fechar, e a dor parou. Seu braço direito começou a escurecer. Da ponta dos dedos, até um pouco acima de seu cotovelo, sua pele ficou totalmente preta. De repente, como se fossem chamas, a escuridão em sua pele subiu alguns centímetros e parou. A pele voltou ao normal e Peter sentiu que sua energia havia aumentado.
Levantou calmamente e viu a arma apontada para Matt. Vince virou para encará-lo e surpreendeu-se com o Lycan recuperado.
- Impossível, mesmo que não tenha sido um tiro fatal, você não deveria nem estar em pé.
Peter não respondeu, apenas fechou os olhos. Quando os abriu, sua energia era tão alta que tornava-se visível. Chamas o envolviam criando um pilar de fogo em torno de si. Peter fechou os punhos e as chamas que até agora apenas pairavam em volta de si começaram a queimar e ir pra cima. A velocidade aumentava conforme o poder de Peter.
- Impressionante, para um soldado. Sua energia chega quase ao nível de um General – admitiu Vince – Mas ainda é menor que a de um General, diria que tem 60% da força de alguém do meu nível.
- Vamos testar então – sorriu Peter.
- Pode vir lobisomem – animou-se Vince.
Os dois partiram em uma velocidade incrível para o encontro. Ambos acertaram-se com um soco na face e foram lançados pela força. Porém, antes de tocarem o chão, pegaram impulso e partiram para o ataque novamente.
Vince foi mais rápido, e acertou um gancho em Peter, levando-o para cima. Pulou e acertou um chute no Lycan, que segurou sua perna e girou lançando-o para baixo. Peter chegou ao chão e pegou Vince pelo braço. Girou-o duas vezes e lançou no telhado da escola destruindo parte do terraço. Vince levantou-se em meios aos blocos e defendeu o soco de Peter que já estava no terraço. Ali começaram a trocar ataques.
Peter acertava socos em Vince em uma velocidade assombrosa. Vince defendia todos, porém não achava espaço para contra- atacar. Peter preparou mais um soco, porém usou chamas em seus punhos, aumentando a potência do ataque. Foi forte, porém não o bastante para quebrar a defesa de Vince, que apenas foi um pouco para trás.
Aproveitando que Vince havia ficado meio atordoado, Peter se afastou e lançou uma enorme rajada de chamas em Vince. Quando as chamas apagaram, Vince estava completamente bem.
- Chega de brincadeiras – gritou Vince – Agora fiquei irritado.
- Então vamos lutar a sério – sorriu Peter arrancando a camisa cheia de sangue.
Os dois partiram para o ataque novamente. Seus punhos se encontraram causando um grande tremor. O soco de Vince foi mais forte e fez Peter recuar um pouco. Vince rapidamente acertou um chute em sua costela. Quando Peter abaixou por causa da dor, Vince acertou um soco em sua cabeça. Peter caiu de cara no chão e Vince apontou sua arma para ele.
- Como eu disse, você ainda não está no nível de um general garoto – falou Vince – Você é forte, por isso vou mata-lo.
- Como se eu fosse morrer em um lugar como esse – gritou Peter, porém sem conseguir se mover.
- Quer lutar? Ótimo, gosto do seu entusiasmo.
Peter levantou e encarou Vince. Realmente aquele homem era absurdamente forte. Peter estava lutando a sério a tempos e o Hellsing nem ao menos usou algo além de socos e tiros. Seu poder era assustador.
Peter ignorou seus pensamentos e partiu para cima de Vince. Seu braço inteiro estava em chamas quando acertou um soco na face de Vince que foi lançado vários metros.
- Chega de brincadeiras – falou Peter com os dois braços em chamas.
As chamas ardiam fervorosamente. Peter agachou e impulsionou-se para frente. Começou a acertar vários socos em Vince que não conseguia defender. Os ataques estavam muito mais fortes que antes. A cada soco uma lufada de fogo era expelida das mãos de Peter. As chamas em seus braços queimavam cada vez mais.
Acertou um soco no queixo de Vince lançando-o para cima. Lançou várias bolas de fogo no caçador no ar. Pulou e acertou um chute em seu estomago. Pegou suas pernas e começou a rodar no ar. A velocidade era grande, logo um circulo de fogo formou-se no ar.
Após algum tempo soltou Vince. Ele foi lançado ao chão com um violência enorme. Sua queda abriu uma pequena cratera no chão. Peter caiu em pé ao seu lado com os braços ainda em chamas.
- Você fez três coisas imperdoáveis – falou Peter com raiva na voz – Você machucou amigos meus – falou pegando Vince pelo pescoço – Você me subestimou – falou erguendo o punho – E você... – as chamas começaram a queimar ainda mais – Você... – seus olhos estavam vidrados em Vince, o caçador encarou os olhos de Peter e sentiu receio – VOCÊ ATRAPALHOU MEU SONO – Peter gritou e acertou a face de Vince com toda sua força. Vince foi lançado vários metros e só parou quando derrubou um poste do outro lado da rua.
Peter correu até Matt e ajudou-o a levantar.
- Você é realmente fraco – zombou Peter.
- Calado, mas, fiquei surpreso por ter conseguido, aquele cara era realmente forte – comentou Matt.
Os dois ouviram algo e viraram para olhar. Vince estava levantando. Ele não aparentava um ferimento sequer. Um sorriso sádico estava estampado em sua face.
- Achou mesmo, que podia me derrotar – disse gargalhando.
- O... o que é esse cara? – perguntou Matt perplexo.
Peter estava sem ação, o Hellsing era muito forte. Mesmo depois de tudo isso ele ainda tinha força para levantar. E o pior, não aparentava um arranhão sequer. Nem ao menos uma gota de suor.
- Agora garotos, vamos começar a brincar de verdade – falou rindo – A partir de agora vou mostrar a vocês a verdadeira força de um general.
Continua....