O problema não é de maneira nenhuma desprezar as religiões, mas sim, confundir religião com religiosidade.
Vamos voltar no tempo, então. A religião surgiu apenas pela nossa adaptabilidade, como o proprio White Beard disse. Usando as palavras do Eremita: "A religião é fruto da seleção Natural", e isso sim é um FATO.
A questão, é que a ciência e a Religiosidade sempre foram vistas como uma em detrimento da outra (apesar de que, a RELIGIÃO que confronta a ciência, e não a religiosidade. Observação: interpretem bem o sentido de CONFRONTAR A CIÊNCIA. Obrigado, de nada.) nos seus aspectos essenciais, então nunca tivemos a capacidade de ver uma civilização que não contenha uma religião como "pilar fundador".
E não se enganem: enquanto mencionam que a ideia de civilização foi fundamentada sob os aspectos das religiões (onde estou inteiramente de acordo), a religião foi fundamentada sob os aspectos "naturais" da vida, através da observação do que já existe. A questão de hierarquia, por exemplo, é facilmente vista por um observador atento no mundo animal. Como mencionei acima, os aspectos ESSENCIAIS da religião e da ciência não se batem, mas os aspectos FUNDAMENTAIS não. E são estes aspectos da ciência que a religião abraçou, e tais aspectos que nós preservamos até hoje, não porque a religião é um fator INDISPENSÁVEL na vida humana (novamente quero atenção acerca da diferença entre Religião e Religiosidade), mas sim, porque as ferramentas que a religião utiliza, são boas para a humanidade, e principalmente, sociedade.
Entretanto, as ferramentas utilizadas pela religião não são fruto de sua existência, mas sim, da OBSERVAÇÃO dos seus praticantes. As questões levantadas como hierarquia, literatura, leis, idioma, estruturas organizacionais e coisas do tipo, são apenas construtos originados dos homens e mulheres que, apesar de estarem em conjunto (e até a serviço) da 'igreja' (melhor dizendo, das instituições religiosas), analisaram as necessidades, motivos, causas e formas para aprimorar e resolver os problemas que eram existentes na época, criando todo este sistema.
O mundo contemporâneo está ai pra provar que a Religião não é essencial ao homem. Ele é capaz de manter sua religiosidade sem necessariamente ser norteado por uma Religião. Não nego, entretanto, que ela é um facilitador, um "direcionador". E é aí que mora o perigo, pois todo veículo de manipulação de massa (dizendo a grosso modo) é tendencioso, e humanos são tendenciosamente "iludidos" por este tipo de poder. Então, a religião não é ruim, mas não podemos negar que ela tenha indiretamente, causado muitos malefícios à humanidade também.
O que quero dizer com tudo isso?
No fim das contas, tudo o que temos hoje é fruto da capacidade de adaptação do ser humano. Não é causa da religião, nem de qualquer outra instituição. É apenas porque a centelha da investigação, da curiosidade e da vontade arde dentro do ser humano.
E o problema da lingua portuguesa (em distinção do Alemão) é que toda a palavra abre margem pra interpretação.
Normal é sim, "algo que ocorre regularmente". E neste aspecto, realmente a Homossexualidade é anormal, visto que é comportamento de uma "minoria".
A questão é que "normal" não tem apenas este significado. Usual, habitual, exemplar...
Todos estes termos necessitam de uma referência, algo que possa dar "amparo" à sua análise...
E é aí que entra a pergunta mágica: QUAL O PONTO DE REFERÊNCIA?
Digo isso, porque se formos considerar o fator "numero de praticantes em detrimento dos que não praticam", sim, é anormal, pois não é a expressão da maioria.
Entretanto, o ponto de referência que costumam utilizar, é a questão do "certo e errado", para definir se é normal ou não. Fazem isso até inconscientemente, inclusive.
O Ser Humano INSISTE em se distinguir dos animais, de se considerar diferente, superior e que os domina. E é esta a origem do maior erro que cometem. Somos tão animais quanto os outros. O que nos diferencia, é nossa capacidade de auto-consciência em nível aprofundado.
O Ser Humano, plural como é, não pode ser "ponto de referência" para uma questão dessas. Aliás, ele não deveria ser ponto de referência à questão alguma, visto que ninguém é igual a ninguem, logo, não há "padrão humano", mas sim, de comportamento.
E se comportamento pode ser qualificado como bom ou ruim dependendo de suas características, o comportamento homossexual também.
Só que, para qualificar comportamentos, usamos VÁRIOS pontos de referência como amparo.
Querem um Exemplo? Pois não:
Caracterizamos comportamento ruim como aquele que fere/sobrepuja os direitos dos outros, interferindo num direito essencial do ser humano: Livre Arbítrio.
Notem que esta é a forma mais "simplória" para caracterizar comportamentos. Se você age desta forma, está sendo abusivo, indiferente do comportamento ser GRAVE ou LEVE.
Acontece que isto não é levado em conta para esta questão muito mais complexa, que é a sexualidade.
Sexualidade é apenas uma "versão" do comportamento sexual do Ser Humano. E ele por si só, não fere o direito principal outros... Não pode ser considerado "errado" ou "ruim" por causa disso.
E se falando em sexualidade, repito que o Ser Humano não deve ser pego como REFERÊNCIA em momento algum, pois existem inúmeros tipos de características que expressamos, e que também seriam dados como "anormais" para uns e para outros, usando as mesmas perguntas que fiz anteriormente.
Entretanto, se usarmos a pergunta que cabe à devida resposta, isto é: "bom ou ruim, certo ou errado" tendo em vista os nossos direitos e deveres, não há impedimento algum.
Toda pergunta tem uma resposta diferente dependendo de como a fazemos. Portanto, não é errado, nem ruim, porque do ponto de vista apropriado pra responder esta pergunta, tudo o que conseguimos é um "não fere os direitos de ninguém".
Entenderam o que quero dizer né? Dão a ideia de "errado" à "anormalidade do comportamento", em termos de quem pratica. Entretanto, isto é totalmente equivocado...