Resident Evil 7 traz um retorno às suas origens com muito horror e suspense em um jogo tecnicamente perfeito.
Um recomeço para a franquia
Desde que foi anunciado, a proposta de RE7 é dar aquilo que os fãs tanto pediram: um retorno às origens da franquia. E para quem não teve o privilégio de conferir o primeiro título em seu lançamento (lá em 1996), saiba que de tantas características, a principal delas era ser popularmente conhecido pela sua pegada de horror, regada a muitos sustos.
Dessa forma, espere um RE7 completamente imprevisível. Aquele que, mesmo depois de terminar o jogo e recomeçá-lo novamente, é impossível prever todas as aparições que causam um belo susto ao jogador. Esse elementos tornam a experiência ainda mais incrível quando se utiliza o PlayStation VR – capacete de realidade virtual do PS4. Com ele, há inimigos, criaturas e insetos que, literalmente, pulam em seu rosto. Um verdadeiro "teste para cardíaco"
O que também voltou, depois de quase desaparecer nos últimos jogos da franquia, foram os famosos puzzles (quebra-cabeças). Como nos primeiros games, será preciso procurar peças por toda a mansão, decifrar enigmas e encontrar pistas em papeis espalhados pelo cenário. Tudo isso com um inventário bem limitado, onde é preciso escolher a todo momento o que levar e o que deixar nos baús – que também retornaram.
O título coloca o jogador na pele de Ethan Winters, que deve ir em busca de sua namorada desaparecida – isso depois que ela própria enviou uma misteriosa mensagem, após anos sem dar notícias. Ao chegar ao local, o personagem precisa lidar com uma família um tanto estranha e ameaçadora.
Esse clima de mistério permanece durante boa parte do jogo e faz com que o gamer revire todas as partes do cenário em busca de qualquer pista. Portanto, mais do que nunca, será preciso ler cada pedaço de papel e revirar cada uma das fotografias espalhadas pela casa para se surpreender com o desenrolar de todos os acontecimentos.
Ainda há espaço para algumas surpresas, principalmente para os fãs de longa data. E vale lembrar que a própria Capcom já confirmou o lançamentos de futuros DLCs para prolongar a história (e vida útil) de seu jogo.
Uma nova perspectiva que agrada e cai como uma luva
Quando RE7 foi apresentado ao mundo, muito se falou em sua nova perspectiva de visão em primeira pessoa. Entretanto, já na primeira demo lançada, era possível notar que essa mudança foi feita para que o game pudesse entregar exatamente aquilo que ele promete: um clima de suspense a todo momento. Em outras palavras, dificilmente o jogo seria tão apavorante e assustador se mantivesse a perspectiva em terceira pessoa – característica de todos os principais jogos da franquia.
Essa visão também se mantém como uma excelente opção para o sistema de combate do jogo. Em primeira pessoa, fica mais fácil mirar em certos pontos de seus inimigos ou até mesmo golpear de uma forma mais precisa. Entretanto, fugir de seus oponentes é mais caótico, principalmente em uma perseguição, onde é preciso procurar para onde correr sem deixar de se preocupar com os oponentes atrás de você.
Procurar e encontrar itens também fica mais fácil com a nova perspectiva em primeira pessoa. Vale lembrar que o jogo conta com alguns colecionáveis, que ficam tão bem escondidos que, em muitos casos, será preciso olhar tanto para cima quanto para baixo até encontra-los.
A visão pode parecer um tanto incomoda, mas é preciso se acostumar, pois dificilmente futuros jogos da franquia deixarão para trás um elemento que funcionou tão bem em Resident Evil 7.
Um visual nictofóbico e perfeito
Tudo que foi falado anteriormente não funcionaria tão bem se os gráficos do jogo não cooperassem. Por isso, a Capcom fez um trabalho incrível em Resident Evil 7 e trouxe um dos visuais mais belos e realistas dessa atual geração de consoles.
Isso se reflete logo nos primeiros minutos do jogo, mostrando uma iluminação (ou falta dela) tão realista que impressiona e causa fobia naqueles que possuem um certo medo de escuro. Esse escuro, que é o grande coadjuvante dessa jornada, faz com que a sua lanterna seja o máximo de luz em boa parte dos ambientes, ampliando o clima de tensão em que o jogo tanto investe.
Os personagens também trazem um realismo angustiante. Difícil não sentir nojo com a maluquice de seus inimigos ou das formas medonhas de certas criaturas. Outros elementos do cenários também causam diversas reações, como insetos passeando por paredes (ou até mesmo seu corpo), ou o sangue que jorra de seus membros depois de um golpe violento. Haja estômago para encarar tudo isso!
Ausência de extras
Como nada é perfeito, Resident Evil 7 peca apenas por não contar com modos extras. O famoso Modo Mercenários poderia não ser o ideal para o que o jogo propõe. Entretanto, modos como sobrevivência ou algo mais inovador poderia ampliar a vida útil do game, ou até mesmo dar um alívio aos jogadores mais sensíveis e que se sentem incomodados com a tensão da campanha principal.
Conclusão
Resident Evil 7 mostra ao mundo que é possível sim dar um belo recomeço para franquias consagradas. O jogo faz com que você encare seus medos da forma mais desafiadora possível, em cenários claustrofóbicos e pouco iluminados, regados com uma boa dose de horror e suspense, cujo visual perfeito ajuda a recriar todo o clima apavorante. RE7 é o presente que seu fiéis fãs esperaram por tanto tempo.
FONTE