"A coisa mais misericordiosa do mundo, creio eu, é a incapacidade da mente humana em correlacionar todos os seus conteúdos." — H. P. Lovecraft, O Chamado de Cthulhu
É interessante ver como a morte prevalece na literatura ética:
→ A encarnação do problema do dilema do bonde (uma pessoa sempre acaba morrendo);
→ O debate sobre o aborto e a legalidade em matar um feto;
→ A ética de matar animais, seja para esporte, entretenimento, culinária etc.;
→ Os debates em curso sobre a política de imigração (que muitas vezes decidem se os refugiados morrerão ou não);
→ A possibilidade de uma guerra justa (na qual combatentes e/ou civis serão mortos);
→ A permissibilidade (ou falta dela) da pena de morte;
→ Os limites da autodefesa (se é ou não aceitável matar alguém para se defender).
Isso não é uma lista exaustiva (hmm ata okay )... A morte é notadamente proeminente no discurso ético.
O que também é proeminente e intuitivamente óbvio é que a dor parece ser mais importante do que o prazer. Eu fiz alguns tópicos sobre esse assunto anterioramente: a dor é, a prima facie, de prioridade ética.
De uma perspectiva biológica, evolucionista, a dor é uma orientação adverbialista subconsciente para um certo tipo de estímulo: notavelmente, danos nos tecidos. O que sentimos como "dor" é o comando para "algo muito ferrado acontecerá seu vacilão" — em outras palavras, qualquer experiência de dor pode ser descrita como essencialmente o desejo de deixar de experimentar certos estímulos — para "desaprovar" os estímulos como um complexo motivacional subconsciente.
O oposto pode ser plausivelmente dito do prazer: o prazer é uma orientação adverbialista subconsciente para um estímulo: notavelmente² a satisfação das preocupações. As preocupações vêm em uma grande variedade, mas podem ser mais ou menos reduzidas a dois tipos (sobrepostos): necessidades e desejos. A experiência do prazer pode então ser descrita como essencialmente o desejo de continuar a experimentar certos estímulos — "aprovar" os estímulos como um complexo motivacional subconsciente.
Devido à conexão inerente da dor com o dano tecidual, e devido à conexão inerente do dano tecidual à moralidade do organismo, a dor está inerentemente conectada à morte (e o prazer inerentemente ligado à vida). O que é doloroso é o que coloca o organismo em risco, e o que é agradável é o que coloca o organismo em segurança e estabilidade.
No entanto, todos os sistemas são entrópicos e, portanto, predispostos à fadiga. Em sistemas biológicos, isso resulta em morte inevitável. Desde o momento da concepção, estamos em um estado de decaimento — uma direção metafísica — em direção à aniquilação (o ser-para-a-morte de Heidegger).
Como tantos dados psicológicos, antropológicos e até filosóficos têm demonstrado, os seres humanos têm um medo inato da morte e um impulso para continuar a existir. O medo da morte coincide com a dor (que coincide com a morte), e a pulsão de persistência coincide com os prazeres (que coincidem com a vida).
Na verdade, é impossível experimentar o prazer, o conforto, ou ser geralmente feliz durante os momentos em que se entende plenamente a mortalidade. A consciência — o ego — não pode imaginar que é a própria não-existência. Isso foi aprendido por pensadores como Freud, Becker, Zapffe, Lovecraft e tantos outros.
"Ilusões recompensam-se a nós porque nos salvam da dor e nos permitem, em vez disso, desfrutar do prazer, devemos, portanto, aceitar isto sem queixa, quando às vezes colidem com um pouco da realidade contra a qual elas são despedaçadas." (eu peguei a frase de cabeça, então, perdoem-me se encontrarem alguma palavra fora do contexto) — Sigmund Freud
Portanto, é que o prazer, em relação ao nosso fatalismo metafísico, é enganoso, enquanto a dor é esclarecedora. O prazer é enganador porque põe a guarda em baixo contra a morte (uma vez que não podemos experimentar o prazer — e ao mesmo tempo compreender plenamente a extensão da nossa mortalidade) — no sentido fenomenológico, é quase certamente intoxicante (estamos "viciados" neste bagui chamado prazer). A dor é esclarecedora porque nos lembra da nossa mortalidade.
Essa é, talvez, uma das principais razões pelas quais colocamos, na ética, a dor em uma prioridade maior do que o prazer: porque somos inerentemente temerosos quando trata-se da morte, e a dor nos lembra de nossa própria mortalidade imanente. E é também por isso que a morte é tão proeminente na ética: estamos cercados por ela.
É interessante ver como a morte prevalece na literatura ética:
→ A encarnação do problema do dilema do bonde (uma pessoa sempre acaba morrendo);
→ O debate sobre o aborto e a legalidade em matar um feto;
→ A ética de matar animais, seja para esporte, entretenimento, culinária etc.;
→ Os debates em curso sobre a política de imigração (que muitas vezes decidem se os refugiados morrerão ou não);
→ A possibilidade de uma guerra justa (na qual combatentes e/ou civis serão mortos);
→ A permissibilidade (ou falta dela) da pena de morte;
→ Os limites da autodefesa (se é ou não aceitável matar alguém para se defender).
Isso não é uma lista exaustiva (hmm ata okay )... A morte é notadamente proeminente no discurso ético.
O que também é proeminente e intuitivamente óbvio é que a dor parece ser mais importante do que o prazer. Eu fiz alguns tópicos sobre esse assunto anterioramente: a dor é, a prima facie, de prioridade ética.
De uma perspectiva biológica, evolucionista, a dor é uma orientação adverbialista subconsciente para um certo tipo de estímulo: notavelmente, danos nos tecidos. O que sentimos como "dor" é o comando para "algo muito ferrado acontecerá seu vacilão" — em outras palavras, qualquer experiência de dor pode ser descrita como essencialmente o desejo de deixar de experimentar certos estímulos — para "desaprovar" os estímulos como um complexo motivacional subconsciente.
O oposto pode ser plausivelmente dito do prazer: o prazer é uma orientação adverbialista subconsciente para um estímulo: notavelmente² a satisfação das preocupações. As preocupações vêm em uma grande variedade, mas podem ser mais ou menos reduzidas a dois tipos (sobrepostos): necessidades e desejos. A experiência do prazer pode então ser descrita como essencialmente o desejo de continuar a experimentar certos estímulos — "aprovar" os estímulos como um complexo motivacional subconsciente.
Devido à conexão inerente da dor com o dano tecidual, e devido à conexão inerente do dano tecidual à moralidade do organismo, a dor está inerentemente conectada à morte (e o prazer inerentemente ligado à vida). O que é doloroso é o que coloca o organismo em risco, e o que é agradável é o que coloca o organismo em segurança e estabilidade.
No entanto, todos os sistemas são entrópicos e, portanto, predispostos à fadiga. Em sistemas biológicos, isso resulta em morte inevitável. Desde o momento da concepção, estamos em um estado de decaimento — uma direção metafísica — em direção à aniquilação (o ser-para-a-morte de Heidegger).
Como tantos dados psicológicos, antropológicos e até filosóficos têm demonstrado, os seres humanos têm um medo inato da morte e um impulso para continuar a existir. O medo da morte coincide com a dor (que coincide com a morte), e a pulsão de persistência coincide com os prazeres (que coincidem com a vida).
Na verdade, é impossível experimentar o prazer, o conforto, ou ser geralmente feliz durante os momentos em que se entende plenamente a mortalidade. A consciência — o ego — não pode imaginar que é a própria não-existência. Isso foi aprendido por pensadores como Freud, Becker, Zapffe, Lovecraft e tantos outros.
"Ilusões recompensam-se a nós porque nos salvam da dor e nos permitem, em vez disso, desfrutar do prazer, devemos, portanto, aceitar isto sem queixa, quando às vezes colidem com um pouco da realidade contra a qual elas são despedaçadas." (eu peguei a frase de cabeça, então, perdoem-me se encontrarem alguma palavra fora do contexto) — Sigmund Freud
Portanto, é que o prazer, em relação ao nosso fatalismo metafísico, é enganoso, enquanto a dor é esclarecedora. O prazer é enganador porque põe a guarda em baixo contra a morte (uma vez que não podemos experimentar o prazer — e ao mesmo tempo compreender plenamente a extensão da nossa mortalidade) — no sentido fenomenológico, é quase certamente intoxicante (estamos "viciados" neste bagui chamado prazer). A dor é esclarecedora porque nos lembra da nossa mortalidade.
Essa é, talvez, uma das principais razões pelas quais colocamos, na ética, a dor em uma prioridade maior do que o prazer: porque somos inerentemente temerosos quando trata-se da morte, e a dor nos lembra de nossa própria mortalidade imanente. E é também por isso que a morte é tão proeminente na ética: estamos cercados por ela.