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descriptionA abdução de Travis Walton  EmptyA abdução de Travis Walton

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Caso Travis Walton diz respeito aos acontecimentos que envolveram o madeireiro estadunidense Travis Walton (nascido em 10 de fevereiro de 1953) na noite de 5 de novembrode 1975, quando teria sido abduzido por um OVNI na Floresta Nacional de Apache-Sitgreaves, no Arizona, sob as vistas dos seus companheiros, reaparecendo somente após cinco dias de buscas intensas.

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O caso de Walton recebeu considerável publicidade da mídia, sendo um dos exemplos mais conhecidos de alegada abdução alienígena, e um dos poucos com testemunhas oculares. Nunca antes um relato de abdução começou da maneira relatada por Walton e seus colegas de trabalho; além disso, o caso é singular no aspecto de que o protagonista desapareceu por dias a fio, com policiais à sua procura.






Contexto[editar | editar código-fonte]

O caso começou em uma quarta-feira, 5 de novembro de 1975. Walton era empregado de Mike Rogers, que durante nove anos fora contratado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos para diversas tarefas. Rogers, então com 28 anos, e Walton, com 22, eram os melhores amigos; Travis namorava a irmã de Roger, Dana, com quem mais tarde se casaria. Os outros homens no grupo eram Ken Peterson, John Goulette, Steve Pierce, Allen Dallis e Dwayne Smith, que viviam na pequena cidade de Snowflake, Arizona.
Rogers fora contratado para podar árvores baixas e outros arbustos em uma grande área (mais de 1.200 acres) próxima de Turkey Springs, Arizona. O trabalho era o contrato mais lucrativo de Rogers com o Serviço Florestal, mas seu pessoal estava com o cronograma atrasado. Assim, precisavam trabalhar durante longos turnos para atender o contrato, normalmente das 6h da manhã até o por do sol.

Uma descoberta na mata[editar | editar código-fonte]

Pouco depois das 18h, no anoitecer de 5 de novembro, Roger e seu grupo haviam terminado seu trabalho naquele dia e se acomodavam na caminhonete de Roger para voltarem a Snowflake.
O grupo informou que logo depois de começarem o retornar, viram uma luz brilhante vindo de trás de uma colina adiante. Ao se aproximarem de carro o bastante para ver a fonte da luminosidade, perceberam que esta emanava de um objeto discóide parado a uns 6m de altura e dividido por linhas verticais escuras. O disco tinha aproximadamente 2,5m de altura e 6m de diâmetro.
Rogers diminuiu a velocidade da caminhonete até parar, após o que, segundo eles, Walton saltou da caminhonete e correu em direção ao disco. Os outros homens disseram que gritaram para que Walton voltasse, mas ele continuou em direção ao disco. Mais tarde ele explicaria a sua atitude: "Eu fiquei com medo do OVNI ir embora e eu perder a chance da minha vida de ver um disco voador."
Os homens relataram que Walton estava quase abaixo do disco quando o objeto começou a emitir ruídos muito altos, similares aos de uma turbina. A espaçonave começou a rodopiar e Walton se abaixou atrás de uma pedra. Ao se levantar para voltar à picape sentiu como que uma alta descarga elétrica e desmaiou. Ele aparentemente não viu o que o acertou, mas seus amigos sim: um forte raio de luz azul saído do OVNI.
Rogers disse mais tarde que estava convencido de que Walton morrera e, assim, se afastou dirigindo rapidamente pela estrada acidentada, com medo de que o disco estivesse perseguindo a caminhonete. Quando já estavam distantes do local, Rogers olhou para trás e viu que nada os seguia. As discussões começaram sem demora. Peterson e Rogers disseram que eles deveriam voltar e pegar Walton, mas alguns rejeitaram a ideia. Nesse momento, Rogers parou a caminhonete e disse com firmeza: "Quem não quiser voltar saia do carro agora e espere! Agimos como um bando de covardes, é verdade, mas precisamos fazer o que devíamos ter feito em primeiro lugar!"[1]
Todos concordaram em voltar. Ainda estavam se aproximando do local do incidente quando Rogers, o motorista, conseguiu ver rapidamente entre as árvores, ao longe, o objeto luminoso subindo e afastando-se a alta velocidade para nordeste.
Quando chegaram ao lugar onde haviam abandonado Walton, estava tudo quieto. Ainda receosos, saíram do veículo juntos, mas acabaram por se separar para vasculhar melhor a área, chamando pelo amigo. Inicialmente eles ficaram aliviados por não encontrar nenhum corpo, achando que Walton havia escapado. Mas depois de procurarem bastante e nada encontrarem, pensaram com horror na hipótese que restava: ele havia sido levado pelo disco voador!

A busca[editar | editar código-fonte]

Aproximadamente às 19h30min, Peterson ligou para a polícia de Heber, Arizona, próximo a Snowflake. O agente Chuck Ellison, da Polícia de Navajo, respondeu à chamada. Inicialmente, Peterson informou que um membro de sua equipe de madeireiros estava desaparecido. Em seguida, Ellison se encontrou com os homens em um centro comercial, onde relataram sua história, todos eles perturbados, dois em prantos, e embora estivesse cético a princípio sobre aquele relato fantástico, Ellison mais tarde refletiu que "se estivessem fingindo, eram tremendamente bons naquilo."
Ellison informou seu superior, o xerife Martin Gillespie, que disse a Ellison para manter os homens em Heber até que ele chegasse com o agente Ken Coplan para interrogar os homens. Em menos de uma hora, Gillespie e Coplan chegaram, e ouviram a história contada pelos próprios homens. Rogers insistia em retornar ao local imediatamente para procurar por Walton, com cães farejadores, se possível. Não havia cães disponíveis, mas os policiais e alguns dos homens retornaram ao local. Três dos membros do grupo – Smith, Pierce e Goulette – estavam perturbados demais para serem úteis em uma busca e, assim, decidiram voltar para Snowflake e relatar as más notícias aos amigos e familiares.)
De volta ao local, os policiais começaram a suspeitar da história relatada pelo grupo, principalmente porque não havia nenhum indício físico para comprovar o relato. Embora mais policiais e voluntários chegassem ao local, não encontraram nenhum sinal de Walton. As noites de inverno podem ser bem frias nas montanhas e Walton usava somente jeans, uma jaqueta de brim e uma camiseta. A polícia temia que Walton pudesse sucumbir à hipotermia se estivesse perdido.
Rogers e o xerife Coplan foram dar a notícia à mãe de Walton, Mary Walton Kellett, que vivia em um pequeno rancho em Bear Creek, a umas 10 milhas (16 km) de Snowflake. Rogers contou a ela o que acontecera e ela pediu que repetisse o relato. Em seguida, perguntou calmamente se alguma outra pessoa além da polícia e das outras testemunhas tinha ouvido a história. Coplan achou estranha a discrição da resposta, um fator que contribuiu para a crescente suspeita entre a polícia de que outra coisa era responsável pelo sumiço de Walton, não um OVNI.
Aproximadamente às 3h da madrugada, a sra. Kellet telefonou para Duane Walton, seu segundo filho mais velho, que rapidamente deixou sua casa em Glendale, Arizona, e dirigiu até Snowflake.
Na manhã de 6 de novembro, muitos agentes e voluntários haviam vasculhado a área no local em que Travis desaparecera. Nenhum vestígio dele fora descoberto e a suspeita aumentava entre os policiais de que a história do OVNI fora inventada para encobrir um acidente ou homicídio. No sábado de manhã, Rogers e Duane Walton chegaram ao escritório do xerife Gillespie explosivamente furiosos por terem retornado ao local e não encontrado nenhum policial lá. Naquela tarde, a polícia buscava por Travis com helicópteros, homens a cavalo e jipes.

Publicidade[editar | editar código-fonte]

No sábado, a notícia do desaparecimento de Walton já havia se espalhado internacionalmente. Repórteres, ufologistas e curiosos começaram a chegar a Snowflake.
Entre os visitantes estava Fred Sylvanus, um investigador de OVNIs de Phoenix, que entrevistara Rogers e Duane Walton no sábado, 8 de novembro. Embora repetidamente expressando preocupação pelo bem-estar de Travis (e criticando o que a eles parecia ser um esforço sem empenho da polícia), ambos os homens deram declarações que os atormentariam quando usadas pelos críticos.
Nas gravações feitas por Sylvanus, Rogers notou que, por causa do desaparecimento de Travis e da busca posterior, não conseguiria cumprir seu contrato com o Serviço Florestal e esperava que a busca por seu amigo desaparecido aliviasse a situação. Duane Walton informou que ele e Travis tinham bastante interesse em OVNIs e que uns doze anos antes Duane vira um OVNI similar àquele visto pelo grupo de madeireiros. Duane relatou que ele e Travis haviam decidido que, se tivessem chance, chegariam mais perto possível de qualquer OVNI que vissem. Duane também sugeriu que Travis não seria ferido pelos alienígenas, porque "eles não machucam as pessoas". Inadvertidamente, Rogers e Duane Walton lançaram as bases para uma interpretação alternativa do caso com suas declarações. Mais tarde, Travis diria que nunca tivera um “grande” interesse em OVNIs, mesmo depois da suposta abdução, mas a fita com a gravação da declaração de seu irmão Duane, enquanto Travis estava desaparecido, contraria a declaração de Travis.
Logo depois da entrevista de Sylvanus, o delegado de Snowflake, Sanford Flake, declarou que todo o caso fora uma peça engendrada por Duane e Travis. Eles haviam enganado a turma de madeireiros acendendo um balão e "soltando-o no momento apropriado". A esposa de Flake discordava, dizendo que a história do marido era tão forçada quanto a de Duane Walton.
Nesse meio tempo, os policiais visitavam repetidamente a casa da sra. Kellet. Numa ocasião, Duane retornou e a encontrou às lágrimas enquanto era interrogada em sua sala de estar. Duane disse à polícia para sair, a menos que tivesse algo novo para informar ou perguntar. Duane sugeriu que ela falasse com a polícia somente na varanda da frente, o que lhe permitiria interromper a entrevista em qualquer momento, bastando simplesmente entrar na casa. Foi exatamente o que ela fez após o delegado Flake chegar com uma mensagem que contribuiu para o sentimento entre os céticos de que a sra. Kellet estava escondendo alguma coisa. Ou alguém.
Duane também conversou com William H. Spaulding do Ground Saucer Watch. Spaulding sugeriu que se Travis retornasse, o GSW poderia providenciar um médico para examiná-lo confidencialmente. Spaulding também sugeriu que, após retornar, Travis deveria guardar sua primeira urina para ser testada.

Polígrafo[editar | editar código-fonte]

Na segunda-feira, 10 de novembro, todos os outros membros do grupo de Rogers passaram por um teste com o polígrafo, administrados por Cy Gilson, funcionário do Departamento de Segurança Pública do Arizona. Seu questionário perguntava se algum dos homens fizera algum mal a Travis (ou sabia de alguém que o tivesse feito), se sabiam onde o corpo de Travis estava enterrado e se disseram a verdade sobre terem visto um OVNI. Todos os homens negaram ter ferido Travis (ou saberem de alguém que o tivesse feito), negaram saber onde seu corpo estava e insistiram que realmente viram um OVNI.
Exceto por Dallis (que não completara seu exame, tornando-o inválido), Gilson concluiu que todos os homens diziam a verdade e os resultados do exame foram conclusivos. O relatório oficial de Gilson dizia que "Os exames com o polígrafo provam que os cinco homens realmente viram um objeto que acreditam ser um OVNI e que Travis Walton não foi ferido nem morto por nenhum desses homens naquela quarta-feira." Se o OVNI fora uma brincadeira, pensava Gilson, "cinco desses homens não tinham nenhum conhecimento do fato."
Mais tarde, Dallis admitiu ter ocultado uma passagem pela polícia para conseguir o emprego com Rogers e, por medo de ter sua mentira revelada, abandonou o teste com o polígrafo.
Após os testes do polígrafo, o xerife Gillespie anunciou ter aceitado a história do OVNI, dizendo: "Não há dúvida de que estão dizendo a verdade."
Flake não se deixou persuadir. Em uma ocasião, apareceu na casa da sra. Kellet com uma equipe de televisão, esperando descobrir Travis escondido ali.

O retorno de Walton[editar | editar código-fonte]

Pouco antes da meia-noite de segunda-feira, 10 de novembro, Grant Neff relatou ter atendido o telefone de sua casa em Taylor, Arizona, a algumas milhas de Snowflake (Neff era casado com a irmã de Travis, Alison). O outro lado, uma voz tênue disse, "É Travis. Estou em uma cabine telefônica no posto de gasolina de Heber e preciso de ajuda. Vem me buscar."
Neff disse que, no início, pensou ser mais um trote. Contudo, antes que Neff desligasse o telefone, a pessoa falou novamente, quase histérica e gritando, "Sou eu, Grant... Estou ferido e preciso muito de ajuda. Vem logo me buscar." Neff reconsiderou a identidade da pessoa do outro lado da linha: seu pânico parecia genuíno e, assim, Neff e Duane Walton dirigiram até o posto de gasolina.
Eles disseram ter encontrado Travis lá, caído na segunda de três cabines telefônicas. Usava as mesmas roupas de quando desapareceu, ainda inadequadas, já que a temperatura era de aproximadamente -7 °C, parecia mais magro e não ter se barbeado durante o tempo em que esteve ausente.
Durante a viagem de volta a Snowflake, Travis parecia assustado, trêmulo e ansioso, balbuciando repetidamente sobre seres com olhos terríveis. Pensava que estivera ausente apenas por algumas horas. Quando soube que sumira por quase uma semana, pareceu atordoado e parou de falar.
Duane Walton disse que decidiu não revelar a volta de Travis imediatamente, preocupado com a condição aparentemente frágil de seu irmão. Por não avisar as autoridades, Duane seria acusado de cumplicidade na ocultação de indícios que ele e Travis poderiam não querer que a polícia visse.
Na casa de sua mãe, Travis disse que tomou banho e comeu, mas que não conseguia deixar de vomitar, mesmo após refeições leves. Como Spaulding sugerira, Duane disse a Travis para guardar uma amostra de sua primeira urina após o retorno.
Após receber informação de um funcionário da companhia telefônica aproximadamente às 2h30min, a polícia soube que alguém ligara para a família Neff de um telefone público no posto de gasolina de Heber. Gillespie enviou agentes para coletar impressões digitais das cabines, mas tanto quanto os agentes puderam perceber no escuro, nenhuma das impressões era de Travis. Esse fato seria notado por críticos que pensavam que todo o caso era um trote, enquanto os que defendem o caso alegaram que um exame de impressões digitais feito no escuro, nas primeiras horas da madrugada, por dois agentes usando lanternas, dificilmente seria o ideal, sequer suficiente.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Travis_Walton
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