Depende do que se trata. Não acho que uma maioria tenha direito de atentar contra a vida de uma minoria, mesmo que a maioria da população seja à favor disso. Por outro lado, se para um grupo em específico matar crianças para rituais religiosos for algo aceitável, a opinião da maioria de que isso não é cultura, mas sim homicídio, deve prevalecer. Ou seja, alguns direitos são fundamentais e não podem ser violados a não ser em determinados casos (já que os direitos não são absolutos, por exemplo, se a vida fosse um direito absoluto, a legítima defesa seria necessariamente ilegal). O problema é exatamente estabelecer o limite onde a maioria poderá impor seu ponto de vista. Se a maioria não puder impor nada de seu ponto de vista, todos os direitos seriam relativizados (ou então a opinião da minoria seria imposta à maioria), e estaríamos vivendo em uma anti-democracia.