Castelo de Chico Bento

Um pequeno castelo feito com pedras que é utilizado como principal sede da Vila Robusta. Chico Bento utiliza ele para treinar seus alunos e serve como moradia para a maioria dos guerreiros da vila.

- É aqui que tudo começa? Eu tenho algumas perguntas a fazer. - Estaria ainda sem mobilidade mas meu paladar ainda estava ativo e assim eu poderia falar normalmente. Aliás, agora que eu estava longe de pessoas conhecidas, num local hostil agora, eu iria demonstrar um comportamento muito mais frio, demonstrando ainda mais esse tal lado "Talentoso", melhorando também minha capacidade de aprendizado sem ser muito agitado. Talvez eu até perdesse esse comportamento e agora tivesse um de "Justiça Absoluta". Era minha visão sobre a personalidade de Chico Bento na qual fez eu me separar da minha amiga e que eu nunca chamaria de "Mestre" por rancor e quem me vesse iria ficar querendo saber o por quê desse comportamento rebelde e desobediente. Mas enfim, eram apenas especulações que poderiam se tornar reais posteriormente, mas o foco era no que eu iria me tornar agora. E é lógico que quando eu achasse uma brecha eu iria até o local dos selvagens, iria ajudá-los enquanto eu treinava com Chico Bento.
- Dormirei no mesmo quarto que alguém? Terei parceiros em missões? Ficarei forte em pouco tempo? E o mais importante, poderei sair daqui em algum momento necessário ou não apenas por questões pessoais? - Diria, só queria mesmo que os dois últimos questionamentos fossem sim, e o resto não. Caso ele se pronunciasse eu iria escutar. Se fosse demorar iria olhar ao redor pra ter a vista do local, embora eu não possa me locomover por tal, estava bastante ferido. Talvez só depois, tirando o fato de que eu era um forasteiro, tinha que conseguir reputação de alguma forma sem simpatizar muito pra isso não me ser um problema.

Os homens que carregam Nills simplesmente ignoravam suas falas e jogaram ele numa espécie de cama isolada de um quarto, enquanto que um médico observava suas feridas com atenção, aparentemente ele iria fazer o tratamento mais bruto possível para curar o ferimento já que ele parecia levemente louco. Chico Bento aparece em seguida com um tipico sorriso no rosto:

— Xobarto, utilize sua magia mais potente para curar as feridas desse cara, eu gostaria de testar todo potencial dele ainda nessa semana! — Fala o homem que alisava a lamina de seu machado.

— Você não acha que ele vai nos trair assim que puder? Lorde Chico! — Fala o médico com um olhar pervertido. — Não posso usa-lo como experimento?

— Já falamos sobre seus experimentos, isso não é legal! — Fala Chico dando suas costas em direção ao seu quarto. — Faça o possível para curar a perna do garoto, quando acabar mande ele até a mim!

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Pelos Deuses, foi uma péssima ideia eu ter aceitado a proposta. Olha onde eu vim parar, arrastado até tal local e em seguida colocado sozinho com um médico aparentemente louco. Era mais fácil eu morrer ali do que ser curado, sendo sincero.
Não pude deixar de notar a frase de Chico Bento ignorando o médico que pensava que eu iria traí-los todos. Ele basicamente refutou com uma resposta direta sem se preocupar muito com o questionamento, e a resposta era sobre outra coisa. Não sabia desse lado dele, mas ainda assim, não iria simpatizar.
Bom, após isso, eu fiquei meio assustado ao ver o rosto do ser, o olhar que ele me deu e suas palavras, dando mais ênfase ao "Experimento".
- Aí... Não faça nada estranho comigo. É só pra curar minha perna, não fazer algo do tipo... Me transformar em mulher magicamente por um tempo. - Falaria corado e pensando nessa possibilidade.
- Eu não sou sua cobaia. - Dessa vez tentaria parecer um pouco mais rude. Mas do jeito que eu conheço as pessoas, ele iria me tratar como um "Príncipe raivoso", ainda mais sendo um louco. Enfim, restava apenas saber oque iria acontecer.

— Relaxe homem! — Fala Xobarto ignorando-o enquanto pega uma faca coberta de um liquido esverdeado e acaba metendo dentro da ferida de Nills.

A lamina tinha um liquido que fazia arder ao contato da pele, fazendo Nills berrar de dor por alguns segundos até adormecer completamente. Pode ter passado algumas horas até ele voltar a despertar e perceber que estava sozinho no quarto com sua perna totalmente enfaixada e uma bengala ao lado de sua cama. Aparentemente ele poderia se movimentar, mas iria precisar usar a bengala por algum tempo para se movimentar.

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- Por que eu sempre acordo na melhor parte do sonho? - Acordo já meio irritado, mas olhando ao redor, não tinha nada. Eu nem lembrava como eu dormi e como cheguei ali, mas depois de pensar um pouco, relembrei.
Olho para meu pé que estava enfaixado, então andar normalmente seria complicado. Notei uma bengala que possivelmente foi deixada para eu poder me locomover, e graças aos deuses pelo menos isso eu consegui ter.
Pegaria e tentaria conseguir ficar de pé e dar alguns passos ali mesmo, com cuidado para não machucar novamente o pé. Testaria se estava tudo bem, e, ao ter a certeza, buscaria sair do quarto para explorar o lugar, caso não fosse barrado. Se não, iria buscar conhecer mais as coisas e as pessoas.

Nills não estava sentindo nenhuma dor na sua perna ao tentar se apoiar-se com a bengala, aparentemente poderia se movimentar com auxilio do pedaço de madeira sem nenhum problema. Então ele se movimenta em um destino desconhecido para andar pelo castelo e nota um pequeno terreno de treinamento na grande estrutura de Chico Bento e encontra novamente a garotinha estranha que ele tinha encontrado anteriormente, ela parecia está novamente comendo uma maça enquanto olhava para alguns homens que estavam treinando no local.

— Chico me deixou aqui sozinha novamente com um bando de pessoas que não podem me ver, queria ver Arial logo... — Sussurra ela não percebendo a presença de Nlls Nithercott. — Tenho que ir em direção da Montanha da Verdade logo, mas esses adultos ficam me impedindo toda hora.


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"Ele certamente tem um bom exército a sua disposição." Pensei ao encontrar o lugar depois de uma caminhada anônima.
Olhando ao redor, noto aquela garota que parecia falar bem baixo. Ao menos tentaria pegar alguma parte de sua fala, oque mais me fosse importante. Caso conseguisse, destacaria o "Montanha da Verdade" e o "Que não me podem me ver". Certamente seria curioso, mas não me importaria, não era da minha conta.
Passaria direto por ela, mas falaria bem baixo para não atrapalhar os demais e só ela ouvir:
- Você também está aqui observando? Bom saber que não estou sozinho aqui. Enfim, boa sorte aí. - Tentaria ser simpático e sociável, ao menos, e sentaria em algum chão com boa visão do treinamento, pra observar um pouco.
Oque eu não sabia era se ela iria me colocar pra dormir de novo, enfim. Vida que segue.

— Você novamente? Pensei que já estivesse morrido! — Fala a garota com olhos sério e surpresos. — Você é aluno de Chico Bento? Porque nunca te vi aqui, moleque?

A garota não parecia ter vontade de utilizar o feitiço que tinha desmaiado ele novamente, mas ela não parecia está afim de conversar com Nills em especifico já que seu rosto mostrava um certo medo, possivelmente pelo fato dele conseguir ver ela.

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- Você me deixou vivo, te agradeço por isso. Não queria ter morrido ali, seria muito sem graça. - Falaria com naturalidade após a primeira fala dela.
Pude notar seu olhar diferenciado para mim, e passo a ter um comportamento mais sério, não sabia oque ela queria fazer ou estava pensando, então o máximo que eu poderia fazer por agora era ficar atento. Só não ficaria com tensão, ia fazer ela suspeitar do meu comportamento.
- É uma história e tanto. Eu entrei aqui hoje meio que obrigado a ficar aqui por Chico Bento, mas não era oque eu desejava pessoalmente, na realidade... Não aprendi nada de diferente desde que te encontrei na última vez, juro. - Responderia a outra pergunta.
Após ter respondido a pergunta, eu iria novamente desviar meu olhar dela, ficando mais naturalizado, assumindo minha postura normal de tranquilidade. Mas ainda pude perceber a expressão que os olhos dela lançavam ao me fitar, meu talento em Psicologia iria me ajudar.
- Não sei se é invadir a sua privacidade e você possa me cobrar por isso, mas, por que sente medo? Posso ver no seu olhar. Eu não sou nenhuma ameaça, sou só um humano comum péssimo em qualquer área existente, rank F. Se você quer fazer ou falar alguma coisa pra mim e tem algum motivo pra isso, deveria fazer isso agora. - Falaria sem muita covardia, ou seja, não querendo escapar de qualquer ação dela.

— Parece que vocês podem se comunicar? Interessante! — Fala Chico aparecendo no local com um sorriso nada animador. — Pequeno Nills, essa garota é simplesmente uma "Assistente da Morte". Basicamente apenas alguém perto da morte pode conseguir ver ela. Interessante não? Eu e você estamos na beira da morte de acordo com os deuses. Um bom motivo para sermos aliados!

A garota simplesmente vira o rosto quando Chico Bento aparece, aparentemente ela não gostava do termo "Assistente da Morte". A garota de cabelos e olhos negros deveria ter apenas 14 anos de idade e parecia ser inocente e facilmente irritada com a presença des pessoas:

— Estar perto da morte não é nada bom, vocês não tem ideia de como o mundo dos mortos é, um lugar horrível e apertado onde vocês tem que dividir com outras criaturas para conseguir manter a sua consciência, um lugar sem ninguém para te ajudar, preso para sempre no abismo da escuridão! — Berra a garota mostrando um profundo medo. — Minha função é basicamente fazer que todos seres humanos na minha volta, tenham uma morte tranquila e que não sejam enviados para aquele mundo.

— Deixe esse papo de "morte" pra lá, sua mestre me mandou apenas te treinar para que possa sobreviver, você e Nills vão ser parceiros de agora em diante, Algum problema? — Fala Chico Bento encarando Nills com um olhar sério. — Não se esqueça que você é meu aluno, agora!

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Observaria a conversa entre os dois progredindo sem intervir, minha opinião sobre o assunto poderia descer meu relacionamento com algum dos dois a depender do que eu falasse, então eu preferi ficar quieto.
O interessante é que deu pra entender o motivo do medo da garota, cujo qual foi explicado por Chico Bento e achei interessante a colocação dele quando disse "De acordo com os Deuses", e isso me fez pensar se eles estavam me esquecendo ou se me deram alguma chance a mais, considerando que burlei a morte, eu acho. Escapar da morte é meio que um pecado pois estou alterando um destino já escrito, coisa de poucos.
Mas, saindo agora desses pensamentos, vejo Chico Bento perguntar se eu teria objeções quanto eu fazer par com a garota, e então respondo solenemente:
- Nenhum problema, mas se pudesse me apresentar direito a ela seria ótimo para ela não me achar um peso morto e acabar me matando alguma hora fora do seu alcance de visão. - Termino com um suspiro e tento levantar.

— Meu nome é Lubis Nevasca, sou uma "espécie peculiar de necromante" que adquiriu uma espécie de invisibilidade num experimento... — Lubis dá uma pausa levemente irritada. — Digamos que eu era um experimento e agora inúmeras pessoas não são capazes de me ver. Mas não se preocupe, ainda estou viva.

— Espero que vocês sejam amigos, infelizmente... Nills ainda não pode utilizar sua perna, mas acredito que ele não quer ficar parado aqui, certo? — Fala Chico Bento com seu tipico sorriso. — Vocês vão partir para uma missão que pode ser recompensadora, alguns dos meus homens foram visitar a Aldeia do Martelo Colossal e não voltou mais. Preciso que vocês dois descubram o que está acontecendo e auxiliam eles para voltarem até aqui. Eu irei ao encontro de vocês depois de resolver alguns prejuízos que alguns selvagens cometeram aqui. Não perca Nills de vista, okay Lubis?

— Como assim? — Fala Lubis com seus olhos inocentes.

— Digamos que ele pode se revoltar e ir correndo até Anila, mas estou confiando que ele não vai fugir! — Fala Chico Bento alisando seu machado com sinceridade.

— Então tenho que encarar ele como companheiro e ainda tenho que vigia-lo? Que papo estranho é esse? — Berra Lubis irritada.

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- Como já deve ter percebido, Nills Kuni... Não, Nithercott, sou um humano normal, eu acho. Não vejo no que tem de interessante na minha história, então não preciso fazer um resumo dela. -- Falaria me apresentando.
Prestaria atenção nas falas de Chico Bento que realmente não parecia ser totalmente sério, ele ria bastante com o mesmo sorriso, só não sabia se era disfarce ou algo do tipo, isso eu não podia notar. Continuando, ao fim de suas frases, ele diz que a garota teria que me proteger e me olhar, mas qual o motivo de me mandar na missão com ela se eu estava debilitado pra isso, e justo uma missão de resgate? Era algo a se suspeitar, mas enfim. Nem eu nem Lubis curtimos a ideia, mas, fazer o que né, tinha que aceitar ou minha cabeça ia arranjar um abrigo fora do corpo.
- Chico Bento, ao menos me dê alguma arma poderosa para eu me defender, como um escudo, por exemplo. Imagine uma situação em que nos separamos, eu irei morrer facilmente sozinho sem ter como me defender. - Falaria me direcionando a Chico Bento, me preocupando com sua resposta, depois me viraria para a garota.
- Olha, não sei se nos daremos bem daqui pra frente, espero que sim. Mas, se precisar ou quiser, pode me ferir, principalmente se eu pedir em alguma situação por necessidade. A depender do caso, me mate, entendeu? - Completaria de forma séria. Ela certamente entenderia oque eu planejava fazer.

— Uma arma? Olhe bem para a bengala que você está usando! — Fala Chico Bento apontando para o objeto que Nills utilizava para se apoiar.

O objeto de madeira de Nills tinha um estranho brilho mágico que ele não tinha notado antes, o objeto não parecia ser resistente e nem nada do tipo, mas havia algum segredo por trás dele. Chico Bento se aproxima lentamente em direção de Nills e fala:

— Ai que começa seu verdadeiro treinamento, um homem deve ser capaz de concluir uma missão mesmo com a perna ferrada e uma arma desconhecida em suas mãos. Se você se mostrar util nessas condições, imagine quando você estiver totalmente saudável? Não se preocupe, se você concluir essa missão te darei uma arma incrível.

Lubis encarava os dois com certa duvida, a garota não gostava do papel de vigiar um possivel traidor, mas não tinha escolha:

— Iremos partir agora? — Fala a garota jovem observando atentamente Nills.

— Tudo depende do seu parceiro! — Fala o homem do machado com um sorriso no rosto.

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