[Maynard Harbor] Arco de Treinamento

"Que saco, a última coisa que eu queria agora era uma escola.", murmurava Drake para consigo mesmo enquanto se aproximava de Maynard Harbor. Por mais que tivesse sido o palco dos eventos que mudaram o mundo há tão pouco tempo, Drake sabia que sua visita não teria absolutamente nada a ver com eles. Se fosse para tentar alterar os resultados dos conflitos recentes, ele preferiria ir a Maggiore, mas seus superiores discordavam disso: "Vá para Maynard antes de qualquer coisa.", disse o Vice-Almirante Charles, "Você tem muito poder latente, mas precisa de ajuda para refinar o seu poder. Maynard é a melhor pessoa para isso."

Bem na ponta da proa do navio da marinha em que atravessou a Red-Line, Drake observava a cidade da Academia do Mar se aproximando. Com um suspiro que terminou em fogo sendo exalado das suas narinas, ele começou a se lembrar de tudo o que já havia passado. De nobre a cobaia, de cobaia a fugitivo, de fugitivo a marinheiro que limpava banheiros e agora sendo enviado para a melhor academia de marinheiros do mundo. "Não posso reclamar, poderia ser muito pior.", ele reconsiderou. Talvez tudo que ele passou o tivesse trazido para esse momento, talvez fosse necessário tudo isso para que ele pudesse hoje ter Yuna como exemplo e se esforçar para um dia preencher o vazio que ela deixou.

Respirou fundo mais uma vez, dessa vez sem baforadas de fogo, e voltou sua atenção pro navio. Drake procuraria o responsável pelo navio e se disporia a ajudar com a descarga do navio: "Soldado Drake aguardando ordens para auxiliar na descarga do navio!", diria ele para o responsável com a continência prestada. Por mais que fosse um soldado um pouco anormal tanto pela sua conexão mais próxima com o Vice-Almirante Charles quanto por sua força um pouco maior e, em especial, por ser o portador de uma Logia, Drake sentia que devia muito à Marinha. Tudo talvez. E portanto ele se colocava no seu devido lugar de serviço. Aguardaria as orientações para ajudar na descarga da melhor forma que pudesse.

"Quem viria até aqui para desistir agora? Não é possível que esse treinamento seja tão difícil assim... ou será que é?", pensou o recém-marinheiro, começando a ficar preocupado. "Bom, se for difícil quer dizer que terá valido a pena vir para cá antes de perseguir os revolucionários."

Ainda com esse pensamento e surpreso por não precisar ajudar na descarga do navio como um todo, Drake acompanhou os outros recrutas e foi até seus aposentos para pegar o pouco que trouxe: uma sacola com suas roupas e algumas jóias. Acompanhou o fluxo da tripulação com medo de se perder e logo desceu do navio.

E lá estava ele. O primeiro passo de uma caminhada longa que viria, mas também um passo a mais que ele distava do seu passado sombrio e nada distante. Inspirou profundamente ainda uma vez e voltou a acompanhar o movimento - Drake não queria ser deixado só - seguindo em direção ao distrito de treinamento onde começaria seu, bom, treinamento. Começou a observar seus arredores e rapidamente identificou que o movimento na ilha não era apenas de marinheiros: havia comércio, turismo, e toda uma história por trás de tudo aquilo, a história de Thomas Maynard. Talvez depois Drake devesse procurar saber mais sobre esse homem, ele deveria estar no mesmo nível de Yuna.

Poucos passos na direção certa e Drake se aproximou de um rapaz com uma grande espada que esteve no mesmo navio que ele nos últimos dias. “O que estou fazendo aqui?.... Talvez fosse melhor ter ficado em casa “ - Dizia ele a si mesmo, com olhos desanimados, mas alto o suficiente para que Drake ouvisse ao se aproximar.

-- O que você faz aqui?! É a sua pergunta? Eu te garanto que se você sabe realmente usar a espada que está carregando, a melhor coisa que você pode fazer é usá-la para defender as pessoas. - diria Drake ao se aproximar mais do rapaz na tentativa de soar inspirador, apesar de ele mesmo não estar tão feliz com a ideia de voltar às aulas depois de tanto tempo - Se a fama desse lugar for verdadeira, com certeza sairemos daqui mais aptos a cuidar dos inocentes. Não é isso o que você está fazendo aqui?

Finalmente, Drake faria sua última pergunta fitando seu futuro companheiro com seus olhos vermelhos cor de chama, mas com um ar de inspiração. Enquanto conversassem, contudo, o rapaz de fogo não pararia sua caminhada em direção ao destino. Por mais que cresse que deveria seguir diretamente para o distrito de treinamento, acompanharia a massa de recrutas que chegaram junto com ele, assumindo que talvez soubessem mais do que ele mesmo sobre os procedimentos devidos.

Turno 2


O estiloso homem, imaginava a dificuldade do treinamento enquanto deixava a embarcação. Drake não via a dificuldade como algo ruim, pois acreditava que a validação que conseguiria através do treinamento, faria com que valesse a pena. O jovem marinheiro, não estava totalmente errado, o treinamento concedido na Academia do Mar foi muito cruel e duro, por muitos anos. Recentemente, com a entrada de novos instrutores mais novos, alguns dos processos não são tão duros quanto eram antigamente, no entanto, há muitas controvérsias entre as gerações.

Como Drake havia imaginado, o Ex Almirante Thomas Maynard, para a ilha de Maynard Harbor, foi seu pilar, sem ele a ilha não seria nada parecida com o que é hoje em dia. Vendo o rapaz cabisbaixo, o jovem marinheiro tentou uma aproximação inspiradora. “ - O-o que? Q-quem… é você? “ - O rapaz  assustado abraçaria sua espada, ficando na defensiva. Assustado com a abordagem de Drake, o garoto começaria a dizer tudo o que vinha em sua mente. “ - A-aprender… a lutar, treinamento….Para ser um b-bom…..marinheiro, como p-paizinho. “ - Dizia gaguejando e misturando as palavras. “ - M-medo, treinamento…. muito difícil…. professores duros… Não falhar…. Preciso passar…. e tornar marinheiro… Muito fraco.. “ - Contaria um pouco de forma abstrata sobre sua situação, era impossível dizer o que havia de errado com o jovem, mas algo não estava certo.

Enquanto os dois caminhavam lado a lado, passariam pelo primeiro distrito da ilha, o distrito administrativo. Passando pelo local, poderiam ver melhor as diversas famílias que esperavam por sua vez, em filas, cada prédio tinha sua própria fila e era bem guardado por soldados da marinha. As famílias em geral falavam sobre suas expectativas, era comum eles ouvirem comentários sobre como esperavam encontrar bons trabalhos e abrir novos negócios, assim como expandir a família e ter boas moradias. “ - Olha mãe, como fiquei bonito em minha identidade… O que são esses números? “ - Uma criança que estava acompanhava dizia a mãe, após deixar uma das instalações do distrito administrativo.

Após continuarem a caminhada, por cerca de 15 minutos, as pessoas normais começaram a desaparecer, e quase todos ali eram apenas marinheiros, era claro que estavam próximos de seu destino. A distância poderiam observar Torres de vigilância, como aquelas em que há em prisões, assim como um grande prédio feito de mármore, em seu centro estava escrito bem grande “ Academia do Mar “. “ - TODOS OS NOVOS RECRUTAS DEVEM SE REGISTRAR ANTES DE ENTRAR NAS INSTALAÇÕES. REPETINDO, TODOS OS NOVOS RECRUTAS DEVEM SE REGISTRAR ANTES DE ENTRAR EM NOSSAS INSTALAÇÕES. “ - Um megafone anunciava de forma bem alta.

Já a poucos metros da academia, poderia observar que ela  tinha grandes grades em sua volta e era bem protegida, além disso, sua entrada era controlada. Dois grupos de soldados da marinha, checavam e registravam os novos soldados que chegavam dentro de uma cabine, entregando-os seu cartão de identificação após uma pequena entrevista com os soldados . Os soldados esperavam em fila por sua vez, sempre chamados de dois em dois para o registro, era possível escutar alguns gritos e barulhos altos vindos da cabine,  em poucos minutos a dupla seria chamada.

“ - Próximos! “ - Um soldado que estava na entrada da academia anunciava para que a dupla entrasse na cabine. Entrando na cabine, Drake podia observar uma pequena sala com uma luz única, o local era escuro e cheirava a suor, no chão havia algumas gotas de sangue. Haviam quatro soldados que aparentavam ser os responsáveis pela revista, no meio da sala havia duas cadeiras de ferro, já no fundo da sala havia um homem sem expressão, sentado atrás de sua mesa. “ - Tirem a roupa e entreguem seus pertences, além disso, preencham esse documento. “ - Dentro da sala um Soldado de patente maior daria instruções a dupla, seu tom de voz era frio e ele não possuía nenhuma expressão notável. O papel que haviam recebido, perguntava sobre algumas informações básicas, como nome, idade, local de nascimento, se tinham alergia a algo, se haviam ou não consumido uma akuma no mi, assim como qual era sua especialidade de combate. Por fim, os demais soldados se aproximaram para realizar a revista, um deles carregava uma caixa para guardar os pertences dos novos recrutas, enquanto o outro iria realizar a revista.



" - BUWAHAHHAHAHA. Magnífico! Não vejo a hora de receber o novo lote para testar essa belezinha. " - A mulher ria de forma vilanesca, lambendo seus lábios pensando em seus planos malígnos.

Em algum lugar distante no tempo e no espaço.
Na completa escuridão, barulhos estridentes de chicote se misturavam com baques secos de socos e chutes e um choro agudo e desesperado.
-- P-por favor! N-n-não me bat-AAAAAAHHH!! P-P-POR FAVOR! AAAAAAAAAAAAHHH!!
-- Você está apanhando porque você é fraco. Você é um fracasso!
-- AAAAAIIIII!! PARA! P-POR F-AV-AVOR, PARA! AAAAAIIIIII!!

No mesmo lugar, pouco depois, se ouvia apenas um choro fraco e sem força.
-- P-preciso... ser mais forte... não ap-apanhar. Dói-dói muuuito.

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A forma chorosa, desesperada e até mesmo aterrorizada com que o marinheiro falou com Drake trouxera a ele memórias tristes, memórias que se possível o devorariam. Não foi fácil, mas ele respirou fundo por um instante, focando na chama dentro de si e pensando consigo mesmo "Eu sou forte, eu sou o fogo, eu sou o dragão", o mantra que ele criou para despistar os pensamentos ruins. Se fosse uma cena de anime, por certo os espectadores veriam as chamas que envolvem o seu coração esmurecerem e voltarem a queimar em instantes, emitindo um leve rugido de dragão no processo. Ele não conseguiria, contanto, prosseguir na conversa. Ouvir mais uma vez aquela voz de desespero talvez fosse demais para ele. No entanto, permaneceu próximo ao rapaz, de certo com um sentimento protetivo em relação a ele.

-- Meu nome é Drake, estava com você no navio que te trouxe pra cá. Não precisa falar se estiver com medo, sua fala medrosa me trás más lembranças, mas eu vou fazer o possível para te proteger enquanto estivermos aqui. Conte comigo, mas por favor pare de falar desse jeito. - Drake esperava saber apenas o nome do rapaz, mas se percebesse que ele iniciaria mais uma fala amedrontada, preencheria seus tímpanos com fogo de forma que não fosse percebido, mas que o impedisse de ouvir e ter mais alguma memória engatilhada.

Seguiu sua caminhada ao lado do marinheiro observando a movimentação do distrito administrativo. Seu sentimento era de felicidade, suficiente para que esboçasse um breve sorriso em seu rosto: ele estava vendo nos olhos daquelas pessoas a esperança, a confiança de que em um lugar protegido pela bandeira da marinha elas seriam felizes, seriam seguras.

Poucos minutos se passaram e Drake já estava para se registrar com o companheiro medroso ao lado. A sala escura o incomodou, o cheiro de suor e sangue puxaram mais memórias ruins da sua mente, mas ele seguia repetindo em seu interior: "Eu sou o fogo, eu sou o dragão", e conseguindo ignorar aquelas lembranças. Pôs sua bolsa no chão e a abriu, revelando que havia apenas mais algumas roupas ali dentro - sua bolsa com jóias estava dentro desta mas fechada, não chamando atenção. Começou a despir-se aos poucos, tirando apenas as peças de roupa mais elegantes que tinha e as colocando em sua sacola, junto com as poucas jóias que estava usando. Tiraria suas roupas aos poucos, olhando sempre para os guardas que fariam a revista e se atentando se eles pareciam estar esperando que ele tirasse mais. Ao chegar em suas roupas íntimas, esperaria ao menos alguns instantes para ter certeza se era realmente necessário retirá-las. Depois de retirar o quanto fosse necessário, pôria sua bolsa na caixa segurada pelo soldado.

Com relação ao formulário, Drake pretendia preenchê-lo sem esconder nada. Preencheria seu nome e a idade de que ele se lembra. Ele não lembrava o nome do reino em que nasceu (de alguma forma a marinha jamais havia ouvido falar de um reino erradicado pelos revolucionários), então colocaria apenas Silver Wing. Também seria honesto a respeito de seus poderes, colocando que havia, sim, ingerido uma fruta e que seu estilo de combate era apenas "fogo".

Devido à presença de gotas de sangue no chão, Drake não abaixaria sua guarda, mesmo estando na presença da marinha. Ele não pretendia revidar, mas transformaria seu corpo em fogo nas partes e momentos que o fizessem necessário para evitar qualquer tipo de ataque. Além disso, a baixa luminosidade o incomodava muito e, se o único foco de luz se apagasse por algum motivo, criaria fogo em uma de suas mãos imediatamente para iluminar o local, não ficando momento algum no escuro.

As palavras do marinheiro, foram o suficiente para causar um certo desconforto em Drake, lembrando de seu passado sombrio. No entanto, o marinheiro não se deixaria abalar por muito tempo, recitando seu mantra: " Eu sou forte, eu sou o fogo, eu sou o dragão ". Conseguia voltar a ter controle emocional da situação, reprimindo suas emoções. O marinheiro então, com palavras bondosas, se oferecia para proteger o assustado garoto enquanto participavam do treinamento, o que eu o deixou um pouco aliviado. " - O-obrigado. " - Agradeceria num tom de alívio, voltando seu rosto para o chão. Os dois continuaram a caminhada até a Academia do mar sem trocar palavras.

Após alguns minutos de caminhada silenciosa e mais alguns de espera, a dupla adentrava a cabine de registro da academia, um local pequeno, escuro e com um odor desconfortante. Drake não se abalava muito com a aparência do local, no entanto, o fato do local estar escuro o deixava apreensivo, fazendo-o recordar de seu passado. Já seu parceiro ainda desconhecido, olhava o tempo todo para o chão, mas aparentemente estava bem assustado. Seguindo a ordem dos responsáveis, os marinheiros entregaram seus pertences e removeram suas roupas, ficando apenas com suas cuecas.

" - Drake der Brand e Joseph Obama, a partir de hoje, vocês são os soldados 78 e 79. Seus pertences estarão confiscados até o fim do treinamento. " - Diria ao marinheiros em treinamento, após ler suas fichas recém preenchidas. A dupla então seria revistada pelos marinheiros. " - Soldado 78, considere isso como um aviso, não tente nenhuma gracinha durante o treinamento e siga todas as regras, as consequências para os baderneiros e não disciplinados serão severas. " - Diria no frio tom de sempre, sem sequer mudar sua expressão. Após o recado do Capitão, o soldado que revistava Drake, daria um forte soco contra o estômago do soldado, o golpe seria forte o suficiente para que o rapaz sentisse falta de ar por alguns segundos. Drake poderia revidar o golpe caso quisesse, mas o capitão avisa dado seu recado, uma reação podia resultar em grandes consequências, então o jovem teria que pensar bem antes de agir.

Concluindo o registro, os soldados receberiam roupas identicas para o treinamento, assim como também, um cracha de identificação, que mostrava suas informações básicas. Então, a dupla seria instruída a se retirar da sala de registro. " - Mantenham me informado sobre o miúdo. " - A dupla poderia ouvir o capitão ordenar os demais soldados, enquanto deixavam a sala. Entrando na Academia, podiam sentir o clima de treinamento, um enorme campo de terra vermelha os esperava, os marinheiros em treinamento estavam espalhados pelo grande campo, alguns em grupos e outros sozinhos.

Vendo a Academia do Mar mais de perto, Drake poderia notar que o lugar consistia em 3 prédios, um grande prédio branco feito de mármore que aparentava ser onde ficava as principais instalações, bem em frente a esse prédio, uma grande estátua do Ex Almirante de frota era exibida. O prédio a direita era bem diferente em relação ao primeiro, era feito de madeira e parecia ter sido abandonado, diferente dos outros dois, talvez nunca tenha recebido uma reforma. O último prédio, ficava ao lado esquerdo e era um grande galpão de paredes negras. Além disso, no campo de entrada da academia, haviam múltiplas pistas e campos demarcados com uma linha branca.

Bem em frente ao prédio principal, havia múltiplos soldados alinhados e, acima deles em uma espécie de mini palco, estava um marinheiro que se destacava entre os demais. " - Soldados, sentido! Alinhem-se em filas, o diretor irá fazer um anúncio. " - Anunciava um simples soldado usando um mega fone. Rapidamente todos os soldados se alinhariam em filas perfeitas em frente ao palco. " - Boa tarde soldados, eu sei muito bem que estão bem ansiosos para começar nosso intenso treinamento, mas antes disso preciso lhe dizer algumas coisas importantes. " - Diria num tom acolhedor. " - Eu me chamo Levi O'Neal e, sou o diretor da Academia do mar. Sejam todos muito bem vindos a nossa academia. " - Se apresentaria com um grande sorriso no rosto. " - Agora vamos para o que interessa. Nosso sistema de treinamento é liderado por alguns mentores, vocês serão divididos em alguns grupos e serão guiados por esse mentor durante o treinamento. Para completar nosso treinamento, vocês precisam passar por 3 fases, a primeira delas consiste num prova de resistência e força, onde terão seu corpo colocado ao limite. Nossa segunda fase, consistirá em uma prova de destreza e inteligência, onde terão que utilizar seu corpo e mente para completar os objetivos com precisão. Por fim, nossa principal e última fase, a fase de combate, vocês terão que colocar em prática tudo aquilo que aprenderem na academia. " - Explicaria a respeito da Academia do mar, contando um pouco, sobre o que os novos soldados terão que fazer para se formar. " - Por fim, lembre-se de seguir as regras que os orientadores passarem a vocês. Caso quebrem as regras de nossa Academia do Mar, serão enviados até nossa prisão. Dito isso, aproveitem o tempo na Academia do Mar e sejam muito bem vindos. " - Terminaria seu discurso de forma bem animada, deixando todos ao redor ansiosos para o que estava por vir.

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Zaza, dividi o post em dois para não ficar muito grande.

Foi necessário respirar fundo para que Drake não reagisse àquele soco. Ele poderia até se lembrar das suas torturas mais uma vez, mas o soco teria sido fraco demais para se assemelhar ao que ele sofria lá - ou, talvez, ele só estivesse muito mais forte. Em sua sabedoria, até mesmo enrigeceu seu corpo, não permitindo que o soco passasse por si, atendendo assim de forma mais facilitada o desejo de quem o acertara e acelerando sua saída dali. Ficou também um pouco incomodado com a ausência de seus pertences, mas confiaria que a marinha os guardaria com cuidado. Sua felicidade foi não terem acertado seu novo companheiro, ele se quebraria mais fácil.

Seguiu para fora daquele local e se maravilhou bastante com a estrutura daquele lugar. Por mais que Silver Wing tivesse sido um ótimo primeiro contato com uma ilha dominada pela marinha, não havia um centro de treinamento como aquele: apropriado para a maior academia de marinheiros do mundo e, inclusive, do Novo Mundo, esse novo lugar com o qual Drake estava tendo o primeiro contato.

O discurso também foi aliviador e inspirador, renovando a vontade de Drake de estar ali depois de um primeiro contato com marinheiros mais problemáticos. Naturalmente ele não tinha a menor intensão de quebrar as leis, o seu propósito ao estar na marinha era essencialmente aplicá-las e não o contrário, mas sempre haveriam aqueles mais incômodos, Charles o havia preparado psicologicamente para isso. Estava ansioso para o início do treinamento.

Após a apresentação do diretor da academia, Levi retornaria a seus aposentos dando espaço para os mentores reunirem suas turmas. Os mentores começariam a reunir suas turmas, de um em um, subiam no palco e chamavam os números dos soldados, após reunirem as turmas, os guiavem para um lugar desconhecido. Depois de alguns tutores terminarem de reunir suas turmas, uma mulher de cerca de menos de 1,60m subia ao palco, a oficial da marinha tinha uma bela aparência e um duro olhar. " - Soldados 70,71,72,73,74,75,76,77,78 e 79. Serei a responsável por seu treinamento, me acompanhem até os dormitórios. " - Chamaria de os soldados, indicando para onde deveriam seguir. A seguir, a ruiva os guiaria até o prédio antigo, enquanto cantarolava qualquer coisa. " - Ohh, eu já ia me esquecendo. Soldados, eu sou a Tenente Grace Parker, eu venho dando aulas na academia a cerca de cinco anos, eu ansiosa para podermos começarmos nossos treinamentos. Sejam muito bem vindos. " - Parker se apresentaria de forma animada, a mulher apesar de sua aparência séria, era doce e atenciosa.

Chegando no dormitório, a tenente abriria a porta para os novos alunos, um grande rangido poderia ser ouvido, mostrando o quão antigo era aquele prédio. Toda a estrutura do lugar era feita de madeira, suas paredes eram decoradas com uma descascada tinta laranja, além disso, algumas quadros e medalhas de honra eram exibidas, se tratavam de alunos que tiveram algum reconhecimento em sua história na marinha. A Tenente, os guiaria por um longo corredor, ao caminharem pelo tapete azul, poderiam escutar o ranger e estalos que antigas tábuas faziam. Chegando ao fim do corredor, poderiam encontrar um grande salão, por lá haviam algumas mesas e sofás surrados, além disso, uma grande e comprima mesa de jantar poderia ser vista mais mais adiante do salão. Muitos dos novos alunos, já estariam acomodados nas instalações, relaxando, conversando entre si ou até mesmo almoçando na grande mesa, o clima era bem mais agradável.

" - Bem soldados, estamos em nosso dormitório, aqui será o lugar que poderão comer, dormir, se lavar e se conhecerem melhor. Seguindo o corredor vocês encontrarão os quartos e os banheiros. As refeições são servidas 3 vezes por dia, às 6 horas da manhã. às 12 horas e ás 18 horas. Todas elas podem ser retiradas no balcão da cozinha, o almoço ainda está disponível por conta de todas as cerimonias. Ahhh, e as luzes se apagam as 22 horas, ou seja, vocês precisam estar em seus quartos antes do horário. " - Explicaria alegremente sobre como funcionava o dormitório. " - Nossas aulas começam amanhã, às 8 horas da manhã. Tratem de estar preparados para iniciarmos o treinamento. E sigam todas as regras!!! Não quero ter que prender ninguém. " - Grace se despediria de seus novos alunos, deixando o dormitório. Antes de deixar o salão, daria para cada um de seus alunos um caderno escrito " Manual do Aluno.

Os alunos se dividiam por todo o salão, alguns conversavam uns com outros, outros já eram mais reservados e, ficavam quietos em algum canto, outros já preferiam ir diretamente para os quartos, como era o caso do Soldado 79. Na grande mesa de jantar, os soldados se juntavam para almoçar, em geral conversavam sobre suas ilhas natais. Em um dos cantos mais distante do salão, se formava um grupo de marinheiros, que discutia algo entre eles, era impossível escutar o que falavam na distância atual. Drake, teria que decidir o que faria a seguir, se iria almoçar, se abordaria alguém, seguiria para os quartos, ou se tentaria algo diferente.

Manual do Aluno

1 - Os soldados não devem deixar o dormitório em hipótese alguma, durante a noite.
2 - Qualquer tipo de briga ou destruição as propriedades da academia, não será tolerada.
3 - Todos os mentores e oficiais devem ser respeitados, assim como os horários
4 - O uso de armas e Anm só é permitido com a autorização dos mentores.
5 - Qualquer quebra de regra ou trapaça, perante as provas contará como desqualificação do soldado.
6 - Os soldados estão sujeitos a prisão, caso haja alguma quebra de conduta.

"Uffa!", pensou o marinheiro ao ver sua instrutora. Algo dizia a ele que iria acabar com um daqueles rapazes problemáticos da entrada como instrutores e que eles iam acabar arrumando problema com ele e com seu novo... amigo? Ficou aliviado de não ser o caso.

Assim que chegou ao dormitório, Drake recebeu as instruções e começou a pensar no que fazer. Seu plano naquela ilha não era nada além de receber e completar seu treinamento para ir efetivamente atrás daqueles que o fizeram sofrer por tanto tempo, então não teria planos mirabolantes como os de investigar a academia ou algo do tipo. Por certo, contudo, ele também não se enfurnaria em seu quarto até às 8h do dia seguinte. Passou tempo demais preso em um quarto em sua vida.

Com esse plano formado, Drake logo convidaria seu novo conhecido, mas ele aparentemente havia corrido para seu quarto - infelizmente era algo previsível. O rapaz de fogo então se dirigiu para buscar sua refeição e, assim que a pegasse, perguntaria para quem a estivesse servindo: Boa tarde, senhor! - diria com respeito e uma reverência simples com a cabeça, mas sem prestar continência a não ser que veja mais alguém o fazendo - Gostaria de conhecer os prédios da Academia, há alguma restrição a esse respeito?

Com sua refeição e, esperançosamente, sua resposta, Drake se sentaria à mesa. A discussão se montando no salão atiçava sua curiosidade, mas ele queria fazer todo o possível para se manter longe de confusões. Por isso, faria o possível para se sentar em um local que permitisse ouvir a confusão, mas evitaria estar próximo de mais. Se terminasse de comer e não ouvisse nenhuma informação relevante, sairia para explorar a Academia segundo as orientações que receberia.

Turno 5

A tutora responsável por Drake, tinha uma atitude bem mais acolhedora que os demais superiores da Academia do Mar, o que deixava o jovem soldado bem mais aliviado. Decidido em apenas fazer seu treinamento durante sua estadia na ilha, o jovem com a vontade do fogo pronto para ir atrás dos que o feriram, não esperaria até o dia seguinte para começar os treinamentos, estando pronto para explorar as instalações da Academia do Mar. " - Boa tarde soldado. As instalações que ficam abertas, são de livres acesso para os estudantes, só tenha cuidado para não causar nenhuma confusão. " - Diria o simples cozinheiro, após servir uma bandeja de comida.

A refeição de Drake não teria o melhor dos visuais, lembrando até mesmo vomito de crianças, no entanto, ela ao menos tinha todos os nutrientes necessários para um soldado sobreviver o árduo treinamento. Ao se sentar na mesa, Drake poderia ver alguns soldados bem animados, conversando sobre suas expectativas na academia e sobre suas terras natais, num tom bem amigável. Voltando sua atenção para o grupo que chamava a sua atenção, o jovem marinheiro poderia escutar um pouco sobre o que eles falavam. " - Você tem certeza disso? ........... Sim, só precisam ter que certeza que eles não possam............, assim vocês poderão chegar até a última fase sem muitos problemas. " Antes do grupo se desfazer, o mesmo homem diria algo inesperado: " - Espero que não me decepcionem, porque pessoalmente, não vejo a hora de acabar com os sonhos desses metidos a heróis na última fase. " - Diria num tom forte, exibindo uma aura ameaçadora. Mesmo não estando próximo daquele grupo, Drake poderia sentir que aquelas palavras eram direcionadas para si, era como se o olhar e as palavras do desconhecido homem carregassem uma poderosa vontade, capaz de atravessar toda a sala e chegar até o jovem.

" - Ahhhh..... Essa gororoba deu pra encher bem meu bucho, agora vou puxar uns ferros, se quiserem me acompanhar até lá, podemos continuar nossa conversa enquanto nos exercitamos. " - Diria um sujeito bem caipira, antes de deixar o salão de jantar. Drake, depois que terminasse sua refeição teria que decidir o que faria, se resolvesse deixar o salão, poderia ver algumas pistas de atletismo, onde alguns soldados davam voltas, provavelmente treinando o condicionamento físico. Mais distante, do outro lado da academia, havia de um lado percursos de travessia, que tinham algumas travessias e escaladas que aparentavam ser bem árduas, já do outro lado haviam alguns troncos de madeiras revestidos com cordas, onde alguns soldados treinavam golpes.  Os soldados responsáveis pela Academia estavam por todo o campo, mas especialmente, estariam mais presentes nos portões de entrada e no prédio desconhecido, que estava totalmente fechado. Além disso, o jovem poderia perceber que o mesmo soldado caipira seguia para algum lugar dentro do Prédio Principal, se apresasse os passos, poderia o alcançar.

Um arrepio correu pela espinha de Drake ao sentir aquela aura ameaçadora. Eu sou forte, eu sou forte..., ele repetia na sua mente, expulsando mais outra vez as memórias de um quarto escuro. Virando-se na direção da voz, tentaria ao menos vislumbrar a aparência de quem lhe teria olhado daquela forma, gravando sua imagem e correspondendo o olhar de ameaça com um sorriso confiante. Ninguém o deixaria acuado novamente, ninguém, ou ao menos era o que ele repetia para si mesmo ao despertar de pesadelos ruins. Era estranho para ele estar revivendo as cenas de seu cárcere em um ambiente projetado pela marinha, pela organização responsável por impedir coisas como aquelas de acontecerem. Talvez ele devesse ter um pouco mais de malícia ao pensar sobre a marinha, nem todos seriam como Yuna.

Terminando seu almoço, Drake deixaria seu prato novamente na cozinha - ou no local apropriado - e sairia do local instantes depois de ouvir um rapaz dizendo que "puxaria ferro". Era uma expressão jamais ouvida pelo rapaz antes. Ao sair, vislumbrou as várias instalações da Academia. Silver Wing possuia alguns espaços para treinamento, mas nada daquela dimensão. Para ele, nada daquilo teria feito sentido poucos dias antes. Se exercitar, socar repetidamente um alvo ou até mesmo escalar uma parede, para ele isso era loucura. Seu porte e capacidades físicas eram agradáveis a ele, nada que ele precisasse reclamar, mas jamais havia feito esses tipos de exercício. Se fosse treinar algo, sua primeira ideia seria lançar rajadas de fogo contra uma parede de pedra, mas, por algum motivo parecia que ele era proibido de utilizar sua fruta sem autorização. Era algo muito novo para ele, completamente diferente do que sempre viveu: quanto mais utilizar a fruta, quanto mais fogo expelir, quanto mais quente for o fogo, sempre foi o foco de sua vida. Talvez por isso Charles o tivesse mandado para lá, para depender menos do seu fogo.

Refletindo sobre isso e vendo todas aquelas instalações, Drake ficou curioso sobre o que seria "puxar ferro". Não correria atrás do caipira pois seu propósito, em momento algum, era relacionado à pessoa, mas sim a descobrir que tipo de exercício ele pretendia fazer. Seguiria na mesma direção do rapaz com toda a sua curiosidade, mas com uma certa intenção de voltar para testar sua performance nos outros locais.

Turno 6


A única coisa que Drake foi capaz de reparar, antes que o grupo deixasse o salão, foram os amedrontadores olhos do homem que discursava para o grupo, eles carregavam um poderoso apetite por sangue, o rapaz poderia sentir a hostilidade mesmo de longe. A intensidade seria tanta, que o grupo deixaria o salão e o rapaz seria incapaz de dizer para onde teriam ido, ficando apenas com aquela imagem e sentimentos, cravados em sua mente. Deixando o dormitório, Drake não poderia deixar de observar as instalações da academia, elas não podiam ser comparadas com as que tinha, lá em SilverWing. Ele também pensava, que todo aqueles exercícios que os soldados faziam, não eram necessários, em sua opinião apenas o treinamento ofensivo era necessário, mas como as regras da Academia o impediam de utilizar sua fruta, achava uma desperdício de tempo socar as madeiras.

Com sua opinião já formada, o jovem seguiria o " Caipira" até o prédio principal, mas uma coisa era certa, Drake estaria muito enganado sobre a intensidade das  provas da Academia do Mar, todos os soldados que estavam ali, cobertos de lama e suor, treinamento como se não houvessem amanhã, treinavam por um motivo, e esse motivo o protagonista ainda irá descobrir. Entrando no prédio principal, poderia se surpreender, a diferença com o dormitório era gritante, tudo era feito de um luxuoso mármore branco, os detalhes já eram feitos de ouro, diversos quadros, esculturas e medalhes decoravam o local, a cara mais recorrente que Drake podia ver era a do Ex - Almirante de Frota, além disso, um tapete vermelho guiava os caminhos do salão. Diferente dos demais soldados que guardavam a Academia, os que faziam a guarda do prédio principal, usavam um uniforme diferente, usavam um elegante uniforme branco, eles guardavam o local em duplas que ficavam percorrendo os arredores do prédio.

Segundo as indicações de um grande quadro de informações, dentro do prédio se encontrava as salas de aula, as salas pessoais dos tutores, salas de reunião, um auditório, sala do diretor, infermaria e uma academia. Todos esses lugares, eram indicados no primeiro piso ou no segundo piso, no entanto, Drake poderia reparar que um corredor cumprido no fundo do salão, um lugar bem menos iluminado em comparação ao resto do prédio, uma dupla de soldados guardava o lugar, indo e voltando e, em seu final estaria outros dois soldados, que guardavam uma escada que levava até um lugar desconhecido.

Drake, seguindo o soldado, caminharia em direção a direita, encontrando uma grande porta de vidro automática, um painel de led anunciava: " Academia ". Entrando no local, se depararia com uma academia equipada com os mais modernos equipamentos, haviam máquinas para cada tipo de músculo e anilhas de todos os pesos, alguns soldados treinavam no lugar e, entres eles alguns rostos conhecidos, como o do soldado " Caipira " que preparava os pesos para seu treino de peso, como também o da Tenente Parker, que estava correndo em uma das esteiras a uma impressionante velocidade. Além disso, um pequeno grupo de mulheres soldados também poderia ser visto, elas praticavam yoga seguindo os movimentos de uma instrutora desconhecida.

As memórias corriam soltas na mente de Drake. Paredes luxuosas, quadros, ouro, tapete vermelho, nada disso era novo para ele. Cada passo que ele dava o fazia lembrar de si mesmo criança, caminhando nos corredores de sua casa. Lhe doía muito não lembrar coerentemente de seu passado. Eram apenas flashes, trechos curtos de imagens luxuosas e felizes. Não lembrava nomes, não lembrava endereços, sequer se lembrava bem dos rostos das pessoas. Mas aquele lugar parecia estar incitando lembranças novas, memórias que ele não tinha acesso há muito tempo.

Outras crianças correndo. Risos de alegria. Um pátio florido e belo com um clima agradável. O príncipe tropeça e cai numa pilha de folhas. As folhas voam. As risadas do príncipe e das crianças se misturam em um tom alegre. Junto com as folhas que caem no chão, uma pena preta encontra a terra.

O que é essa pena? Será de um corvo?, pensou Drake ao rememorar esse ocorrido com lágrimas em seus olhos. Quando se deu por si, já estava parado diante de uma porta que... se abriu sozinha? Ele jamais havia visto algo como aquilo. Ao entrar, se sentiu realmente em um livro de ficção científica - ele tinha um conjunto de folhas queimadas com algumas histórias de criança que alguma alma mínimamente caridosa do exército revolucionário havia jogado como lixo em sua cela. Pessoas correndo paradas no lugar, outras levantando e abaixando pedaços de metal. Tudo aquilo era extremamente novo para ele. E agora, inevitavelmente, seu espírito de criança se aflorou.

Ele iria experimentar todos os brinquedos equipamentos daquela academia. Não se atreveria a testar equipamentos que não tivesse a menor ideia do funcionamento, mas tudo o que ele visse alguém já fazendo - isto inclui pesos também, já que pra ele também era algo diferente - observaria por alguns instantes e depois tentaria reproduzir. Se sentisse dificuldade em utilizar algum equipamento e percebesse abertura em alguém próximo usando o mesmo tipo de aparelho, pediria instrução, mas tentando não parecer muito infantil enquanto o fizesse. No final das contas, esperava ter experimentado tudo dali, dando sempre o melhor de si em todos os equipamentos e fazendo uma verdadeira festa naquele parque de diversões.