[Novembro] Darkness Arives

1° Turno

Arredores da 2ª ilha, Lóngshan, 09:48

-- Capitão! - um tritão sem nome, que Koichi sabia ser ajudante do navegador, correu até a presença de seu capitão - Avistamos a ilha de Novembro, mas há algo que você precisa ver!

Impossível prever se Koichi se incomodaria mais por ter sido acordado aos gritos, por ter tido sua porta aberta por um tritão cujo nome ele nem sequer sabia, ou por ele ainda estar ali esperando e apressando o capitão para se levantar. Se o acompanhasse, contudo, talvez aliviasse seu incômodo.

A tripulação estava no mar já há alguns dias, alguns deles inclusive após a partida inesperada de Bartolomeu em uma viagem solo. Haviam sido dias tranquilos, mas em todos a tripulação fora obrigada a se alimentar dos peixes que buscavam em alto mar. O estômago de todos já revirava só de pensar em mais frutos do mar para o almoço, e por isso estavam a todo vapor em direção à ilha mais próxima onde pudessem comprar algum suprimento, e esta seria Novembro. Além disso, Novembro teria uma presença significativa de um dos Yonkou, o que talvez interessasse ao adolescente em sua busca pelo crescimento "profissional".

Chegando à proa, contudo, Koichi já seria capaz de avistar terra, como seu subalterno o avisara. Ao longe seria difícil discernir detalhes, mas sua visão de adolescente não-míope o ajudaria a perceber que a região pela qual se aproximavam era composta de uma praia extensa com uma floresta logo atrás e, mais ao fundo ainda - o que veria se forçasse muito seus olhinhos - algumas montanhas se podiam discernir. Contudo, receberia uma informação levemente perturbadora do ajudante de navegação.

-- Capitão, nós estamos chegando em Novembro pelo lado errado. A civilização fica na outra parte da ilha, esta é uma região inóspita a humanos e cheia de monstros enormes. O timoneiro já está alterando o curso para chegarmos ao outro lado, mas queríamos apenas confirmar com você antes de fazer algo. - o medo na voz do jovem tritão era claro. De fato, as histórias sobre aquela ilha eram famosas e Koichi já as escutara há dias pela boca de todos os tripulantes de seu imenso navio: uma parte da ilha era civilizada, comum, mas cheia de aventureiros loucos e ansiosos por riqueza e reconhecimento; a outra era o palco para as aventuras, um local cheio de monstros e criaturas de todos os tipos e tamanhos que, ao morrerem, deixavam tesouros incríveis que podiam ser vendidos na civilização. Tudo o que aquele rapaz queria era um bife decente, e não parecia disposto a enfrentar nada muito dracônico para conseguir isso.

Antes de poder tomar sua decisão, no entanto, o Mad Kid conseguiu ouvir, ao longe, um grunhido que vinha da praia daquela ilha. Acompanhando o som por poucos instantes de maior aproximação, poderia ver que algum ser muito grande parecia estar se mexendo de um lado para o outro, tentando acertar algo, como alguém tentando matar uma mosca, mas sem muito sucesso. A distância, infelizmente, não permitiria ao pirata identificar a silhueta da criatura, apenas o seu tamanho imenso.

1° Turno

Praia em Kurotsuki, Novembro, 09:48

A chegada de João em Novembro ainda era algo deveras misterioso, um evento ainda inexplicável, mas que havia, de alguma forma, ocorrido. Desde que chegou, contudo, o auto-proclamado pirata vinha acompanhando a guilda Neo Destruction e um grupo de membros nessa aventura por Kurotsuki. Em seu pouco tempo lá ele seria capaz de discernir de forma aproximada a hierarquia e funcionamento da guilda, bem como saber que, além de a guilda ter uma relação direta com o Yonkou Barba Ruiva, outro membro extremamente proeminente estava sendo cotado para o cargo de Shichibukai. Ele ainda poderia se lembrar de outras informações quando se tornassem necessárias, se assim o mestre destino lhe permitir.

Contudo, naquele momento, sua última preocupação seria se lembrar de detalhes sobre a Neo Destruction. À frente dele e desse grupo, um gigante de pedra de aproximadamente 12 metros de altura atacava-os ininterruptamente. Sua força e resistência eram condizentes com seu tamanho, mas sua agilidade superava em muito as expectativas. Enquanto João observava a uma distrância segura e invisível - graças ao poder se seu companheiro aéreo - o resto da equipe enfrentava a criatura que encontraram há poucos instantes. Próximo de si, uma mulher de estatura baixa e cara de criança (talvez fosse, de fato, uma criança) atirava imparavelmente contra a criatura utilizando seu rifle que parecia disparar projéteis de energia. De frente para a criatura, uma mulher que havia ingerido a fruta do elefante tentava ao máximo parar seus ataques antes que chegassem aos outros companheiros utilizando sua forma híbrida. Ainda ao redor da criatura, mais dois supostos aliados desferiam golpes constantes contra ela, evitando seus ataques ao máximo. Um deles, um rapaz de cabelos vermelhos e feição insana aparentemente capaz de saltar no ar, a acertava com garras de metal imbuídas com Haki, enquanto outro, utilizando a forma híbrida da fruta do tigre, desferia socos imbuídos em Haki e com poder quase explosivo.

O embate não havia iniciado há muito tempo, mas a equipe de aventureiros estava longe de vencê-lo. Enquanto a mulher-elefante e o homem-tigre eram razoavelmente capazes de segurar os golpes da criatura de pedra, o de cabelo vermelho apenas desviava por saber que um único erro poderia causar sua morte. Além disso, apenas os socos do homem-tigre pareciam surtir algum mínimo efeito no monstro, com as garras de Haki apenas arranhando a criatura e os disparos de energia a atravessando como agulhas perfurando pele, mas sem danificar qualquer órgão interno porque, né, o gigante não tinha nenhum.

-- Ô, do papagaio! Faz alguma coisa! Eu consigo sentir que você ainda está por aí, pare de ser um inútil e faça algo antes que eu mate você! - gritou a mulher com cara de criança que disparava contra a criatura, dando a João a possibilidade de decidir tentar algo contra aquele monstro ou de fugir para a floresta à sua esquerda. Ou, naturalmente, fazer algo mais criativo. Se olhasse com cautela para o mar, veria que um navio parecia se aproximar, mas não conseguiria discernir qualquer detalhe sobre ele.

A princípio, parecia divertido ver a cena de como os aventureiros iriam se sair contra a monstruosidade: - Veja Yago, parecem formigas lutando contra um escaravelho rinoceronte!!!
— Esmague eles, pise neles, coma eles!!!

Yago estava mais agitado que o normal naquele dia, sua forma de falar e a situação que estava acontecendo naquele momento era mais prazerosa para João do que qualquer outra coisa. Para aquele pirata, além do dinheiro, só existia mais uma coisa que ele gostava de saborear com os olhos, a desgraça alheia. Contudo, em um determinado momento, a garotinha que lutava freneticamente contra a coisa, percebe a presença do pirata imundo e lhe lança uma ameaça com um olhar assustador: - Miserável! Como me notou?!

Para o pirata, entrar em lutas sem sentido era totalmente fora de cogitação. Mas, naquele momento, ele tinha pensado em tirar algum proveito da situação, para ser recompensado com qualquer coisa que seja.

Claramente, minhas habilidades de combate eram ineficazes contra a criatura de aspecto rochoso. Então, João tenta bolar um plano e rapidamente se aproxima da zona de combate.

— Preste atenção, pirralha, eu certamente não sirvo para lutar contra esse monstro. Eu tenho um plano, mas vocês precisaram enrolar a criatura o máximo possível.
Inimigos como esse, são extremamente resistentes a ataques físicos, socos ou balas. Normalmente, criaturas do tipo "golem" possuem fraquezas em pontos específicos como nos olhos ou em alguma espécie de núcleo. Já ouviram aquele ditado de "quanto maior, mais forte o tombo"?! Vai ser mais ou menos assim...

Naquele momento, o pirata passou a dar ordens para os aventureiros, de certa forma, ele gostava daquilo.

— Farei uma armadilha de buraco, enquanto vocês distraem a criatura. Yago ficará por conta de analisar a aberração e ver se encontra alguma fraqueza, assim como disse anteriormente. Enrolem ele o máximo que puder e, assim que ele cair na armadilha, atacaremos o seu núcleo.

2° Turno

Arredores da Segunda Ilha, Novembro, 09:52

-- Tem certeza de que não vai querer pegar aquele dali? - a voz de Kraven se destacava aproximando-se por trás e fitando na direção do monstro que a maior parte da tripulação ainda não havia notado - Dizem que os monstros dessa ilha, quando morrem, deixam cair pedras preciosas que podem ser vendidas por mais caro quanto mais forte for o monstro. ... Mas é você quem manda. VIREM O NAVIO NO SENTIDO DA OUTRA ILHA! O CAPITÃO DECIDIU POUPAR A VIDA DE VOCÊS DESSA VEZ!!

Antes da mudança de rumo, Koichi teria ainda uma chance de mudar de ideia e tentar aproveitar a presença daquela criatura imensa e, certamente, realmente muito lucrativa. Mas, se priorizasse outras questões, o navio chegaria até o porto de Novembro em aproximadamente vinte minutos, onde seus tripulantes veriam muitos navios atracados de todos os tipos: navios de batalha da marinha parados ao lado de navios piratas igualmente imensos, embarcações da Spades e dos Libertadores separadas por um pedaço de madeira. Em Novembro, todos eram iguais, todos eram aventureiros buscando riqueza, fama ou, naturalmente, apenas uma boa aventura. Se assim desejassem, seriam capazes de atracar o navio sem muita dificuldade em alguma das docas daquele imenso porto.

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-- Não vá achando que você é o líder, sabichão! ... Mas realmente não é uma má ideia... Continue cavando! - a mulher próxima de João respondeu levemente embaraçada, mas aparentemente concordando com o plano de João. O resto dos companheiros se esforçavam para identificar a voz vinda, aparentemente, do além, enquanto um buraco era lentamente aberto no chão sem que ninguém o cavasse - Só façam o que ele mandou! Enrolem até ele terminar o buraco e depois arrastem esse bicho pra cá, quando ele cair vamos acertá-lo em seu ponto fraco.

-- Pode deixar! - a mulher em formato de elefante acatou à ordem sem muito questionamento, já começando a dar alguns passos para trás na tentativa de atrair a criatura na direção do buraco.

-- Essa criatura parece não ter ponto fraco algum! Atacamos de todos os lados e ele mal parece tomar qualquer dano! - o rapaz em formato de tigre misturava sua fala com rugidos de raiva, mas também parecia estar seguindo o novo plano.

Em seguida, um vulto passaria por cima da cabeça de todos e aterrissaria ao lado da garota com um rifle. O rapaz de cabelos vermelhos, se agachando para respirar por um instante, olharia para ela com ódio nos olhos: "Eu acho melhor você ter certeza do que está falando. Eu ainda não vi ponto fraco algum nesse bicho, e se o plano der errado e ele me acertar, eu vou cobrar de você depois.", diria ele antes de dar uma sequência de saltos no ar em altíssima velocidade e voltar para o campo de batalha corpo-a-corpo. Com raiva nos olhos, a garota olharia numa direção aproximada de João.

-- Eu acho muito bom você saber do que está falando, covarde escondido! Se estiver brincando comigo, eu vou colocar uma bala dessas no meio dos seus olhos!! Descubra logo o ponto fraco dessa criatura e me diga!

Yago tentava olhar na direção do gigante, mas conseguiria ver apenas aquilo que todos viam: uma imensa criatura de pedra. Contudo, se o pássaro se soltasse de João poderia - além de deixar seu dono visível - se aproximar da criatura e reparar que alguns pontos tinham uma coloração mais alaranjada, semelhante ao que talvez João considerasse um núcleo de energia: em especial os olhos, a região em volta da cabeça, as regiões embaixo do braço e algo semelhante à cintura da criatura (vide imagem). Na velocidade com que João escavava e a equipe se movia junto com o gigante, ele pisaria no buraco em alguns instantes (i.e., próximo turno), mas se João quisesse cobrir o buraco em tempo, precisaria pedir que a equipe o segurasse mais um pouco (i.e., mais um turno) antes de trazê-lo para lá. Isso se a equipe conseguisse fazê-lo.

Apesar do inimigo ser uma criatura um tanto quanto estranha, subestimá-lo poderia não ser uma ideia muito sábia. Portanto, seria presunção achar que ela simplesmente veria um buraco e cairia nele. Então, pego algumas folhas de plantas nativas da ilha e começo a cobrir o buraco, certamente para isso precisar de um pouco mais de tempo: - Escutem seus paspalhos, preciso que distraiam o golem por mais tempo! Estou tampando o buraco!

Ordeno que Yago saia do meu ombro e sobrevoe por cima do inimigo, para que ele ajude os aventureiros a tentar achar algum ponto fraco: ⁣ - Ajude esses infelizes, tente achar algum ponto fraco, mas não demore muito. Caso eles não consigam finalizar o inimigo, volte rapidamente para mim. Esses caras não parecem muito amigáveis, entraremos floresta adentro e nos esconderemos até a noite chegar.

— Entendido mestre! - Dizia Yago, com um tom sério para seu mestre.

Passado um certo tempo, dou um grito dando um sinal de ok, indicando que a armadilha está pronta. Em seguida, assobio para que Yago volte para mim: - Eeeeei! A armadilha já está pronta, atraiam a criatura para ela!!!

Então, me concentro totalmente na situação que estava por vir, analisando o movimento de cada aventureiro.

3° Turno

Porto Principal da Primeira Ilha, Novembro, 10:15

Observando ao longe enquanto a criatura seguia se mexendo, passou pouco mais de 5 minutos até que ele perdesse a criatura de vista - a batalha ainda parecia estar acontecendo. O trajeto foi tranquilo até o porto, mas durou realmente algo em torno de 20 minutos, um pouco mais até conseguirem parar o navio e sair dele.

-- Bem-vindos à ilha da aventura! - um rapaz com um terno vermelho e uma máscara bradava sobre um palanque no porto, com dois brutamontes armados parados abaixo - Novembro recebe a todos de braços abertos, quer sejam piratas, marinheiros ou o que quer que sejam, desde que estejam preparados para as maiores aventuras! E a guilda Neo Destruction, a famosa guilda com um Yonkou como membro, está pronta para te ajudar a iniciar seu caminho sentido à riqueza! Filie-se à Neo Destruction, e seus sonhos se tornarão realidade!

Aproximando-se com sua máscara, Koichi conseguiu facilmente passar pelo radar de periculosidade dos aparentes seguranças, mas foi rapidamente notado por quem estava sobre o pódio de que rapidamente desceu ao ouvir a pergunda do pirata. Encurvando um pouco sua fronte, o homem olhou fundo nos olhos de Koichi como se olhasse dentro de sua alma, e o pirata pôde ver os olhos do homem como se estivesse sedento.

-- Rapazinho, não te ensinaram que era feio mentir? Você é um ótimo ator, qualquer pessoa se enganaria, mas eu, o Red Mask, consigo identificar alguém do seu calibre a quilômetros de distância. - ao dizer isso, o homem retiraria do bolso do terno uma moeda feita de diamante puro e entregaria ao pirata - Quando aparece em nossa guilda um pirata que julguemos ser completamente fora da curva, concedemos a ele uma moeda de platina, mas só pelo seu cheiro eu sei que você merece uma dessa, que demos apenas a quatro outras pessoas em toda a história da guilda, e o Barba Ruiva foi uma delas. Sim! Caso você não saiba, o Yonkou Barba Ruiva faz parte da Neo Destruction. Com essa moeda as portas de toda a ilha estarão abertas pra você, em especial as da nossa guilda, onde você pode comer e beber do melhor que há neste mundo, dormir na melhor cama que você já deitou e, principalmente, trazer todas as pedras preciosas que você coletar na segunda ilha. Ah! É verdade, você me pediu informações. Mas é muito simples, agora que você tem uma de nossas moedas, basta ir até a segunda ilha e matar monstros, muitos monstros, e coletar as pedras que caem quando eles morrem. Se você nos trouxer essas pedras, nós compraremos elas de vocês por valores incríveis. Inclusive, os companheiros que chegaram junto com você também são mais do que convidados a coletar essas pedras, eu tenho aqui dez moedas de ouro que eles podem usar para trocar as pedras em nossa guilda e aproveitar nossas instalações. Não terão o mesmo tratamento que você, claro, mas serão muito bem recebidos. Enfim, espero ansiosamente pelos tesouros maravilhosos que você vai trazer daquele lugar, quem sabe você até mesmo supere um Yonkou e seja nosso maior contribuidor! Espero que você e seus companheiros tenham uma aventura incrível!

Após terminar a intricada explicação para Koichi, Red Mask saltaria novamente para cima do palanque e voltaria a anunciar a Neo Destruction, mas, antes que o garoto se afastasse, ele ainda se agacharia mais uma vez para perguntar: "Senhor, me perdoe! Eu acabei esquecendo de perguntar o seu nome!", diria esperando a resposta do pirata, mas não insistiria caso o Mad Kid quisesse ignorá-lo. Agora o pirata que foi em busca de informações retornava para sua tripulação com o mais próximo possível de uma chave da cidade e mais dez moedas para distribuir conforme quisesse em seu bando, permitindo que os peixes fedidos trabalhassem um pouco em sua ausência.

Com toda essa novidade e a ânsia infinda por um alimento que não fosse peixe, Koichi, a nova estrela de Novembro, deveria decidir se seguiria em direção àquele monstro que vira antes, se pararia para uma refeição na Neo Destruction, ou ainda se faria algo diferente com o presente que havia acabado de receber.

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3° Turno

Praia em Kurotuki, Novembro, 10:00

-- Que merda é essa? É o seu pássaro que fica invisível? - a atiradora, que agora finalmente pusera seus olhos em João, questionou a situação.

Aproveitando a capacidade que seu pássaro tinha de falar e de voar, João logo o enviou para tentar ajudar seus companheiros a identificarem os possíveis pontos fracos da criatura. De fato, assim que o pássaro se aproximou, começou a alarmar os outros de pontos que poderiam representar o núcleo de energia daquele gigantesco pedregulho.

-- Olhos brilhantes! Olhos brilhantes! - foi a primeira dica que Yago deu para os combatentes.

-- Eu vou tentar na cabeça! - o rapaz em forma de tigre, com chamas verdes em seu punho, saltou por detrás da criatura e, com um soco de cima para baixo, acertou o local onde estavam os olhos do gigante. Uma rachadura se formou no local e revelou uma espécie de líquido brilhante, provavelmente o mesmo que dava o brilho nos olhos daquele monstro, mas não pareceu surtir maiores efeitos - Não é aqui!

-- Embaixo do braço! Embaixo do braço! - disse o pássaro voando perigosamente perto do tronco do gigante.

-- Não tem como atacar embaixo do braço dele. Esse plano não vai funcionar. - o rapaz com garras de aço não parecia muito feliz com a sequência de eventos.

-- Eu consigo! - recebendo um dos golpes do gigante de propósito, a mulher elefante (que também atingia seus respeitáveis 5 metros de altura em sua forma híbrida) agarrou o braço da criatura e, o levantando um pouco, acertou embaixo do braço com sua tromba imbuída em Haki, causando absolutamente dano nenhum - Aqui também não!

-- Na cintura! Na cintura! - berrou dessa vez o pássaro, talvez um pouco mais convicto, e já retornando para a proximidade de seu mestre.

-- Esse eu acerto! - saltando no ar, o rapaz com garras se posicionou alguns metros à frente do gigante, no chão, e, com um impulso que moveu toda a areia abaixo dele e no caminho até seu alvo, saltou com as duas garras à frente na direção do possível núcleo - DEATH BY CLAW!! - proclamou o nome de seu golpe enquanto se aproximava do gigante.

Aquela foi a primeira vez que a criatura defendeu um golpe. Em uma velocidade inimaginável e inesperada para um ser daquela magnitude, a criatura conseguiu interceptar o vôo de seu adversário e acertá-lo em cheio, lançando-o com seu braço na direção da floresta e fazendo o rapaz destruir ao menos uma centena de árvores antes de finalmente parar, dezenas de metros àdentro da mata.

-- É o da cintura!!

Convita pela reação do gigante, a garota armada disparou na direção do núcleo. Com a velocidade de seu disparo de energia, o gigante não pôde interceptar e foi atingido. A reação do gigante foi um altíssimo urro de raiva - não me pergunte como um gigante de pedra urrou - que deixou claro para todos que aquele certamente deveria ser o tão desejado núcleo de energia. Por ser um disparo mais penetrante do que destrutivo, contudo, não fora o bastante para destruí-lo, apenas para incitar a ira daquela criatura. Olhando na direção da garota, o monstro agora passou a ignorar todos os outros oponentes e iniciou a corrida em sua direção, com ambos os braços cobrindo a região do núcleo. O rapaz tigre e a mulher elefante tentariam segurá-lo e acertar o núcleo, mas a ira da criatura era tão grande que ambos foram apenas jogados para o lado.

-- AAAAAAHHHHH!!! SOCORROOOOO!!! - percebendo seu quase inevitável fim, a garota gritava parada enquanto continuava disparando seus projéteis de energia na direção do núcleo, mas todos eram contidos pelos braços de pedra.

O buraco cavado por João estava finalmente pronto, mas ainda descoberto, e o pirata havia acabado de sair de dentro dele. Se desejasse, poderia prosseguir em jogar algumas folhas sobre o buraco, e talvez conseguisse antes da chegada do gigante. Do contrário, poderia utilizar esse tempo para tentar salvar a garota de alguma forma mirabolante, ou guiar um gigante enfurecido para o buraco aproveitando-se de sua sede por sangue. Ainda poderia pegar o papagaio que havia acabado de pousar em seu ombro e fugir invisível em direção à floresta. Era limitado apenas por sua imaginação.

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Nie, se eu fosse te trazer direto pra praia com o Zed, teria que pular seu turno, porque a viagem de vocês demorou coisa de 20 min e, como dá pra ver pelos horários, você ainda tá uns 15 min à frente dele. Voando acho que dá pra dizer que chegaria em mais 5 min, mas se parar pra comer vai demorar mais. Se quiser manter a ação só posta reagindo ao que rolou e reiterando que vai pra lá que tá de boa, você chega no que seria o final do próximo turno de combate.

João, percebendo que a garota estava em sérios apuros, resolve dar um Dash Genérico em sua direção, cerca de 15m. Então, ele arremessa sua adaga, ativando seu mecanismo que consegue chegar até a garota, que estava sendo perseguida pelo gigante de pedra: - Segure o cabo da adaga sua nanica, mas tenha cuidado para não se cortar na lâmina, ela possui um veneno poderoso.
Pelo fato da garota ser pequena e magrinha, João consegue a puxar sem precisar fazer muita força, como se fosse um peixe que caiu no anzol. Com isso, João pega a garota pelas costas e sai correndo em direção da sua armadilha, aquilo certamente iria atrair o monstro para o buraco, já que ele estava enfurecido com a menina. Como a criatura estava em êxtase, ela dificilmente iria perceber o buraco feito pelo pirata, dessa forma não seria necessário tampá-lo com folhas.

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4° Turno

Sede da Neo Destruction, Novembro, 10:21

Talvez a única construção mais fácil de encontrar em Novembro fosse o próprio castelo da rainha. A sede da Neo Destruction, além dos diversos cartazes e placas indicando sua localização, era uma estrutura colossal, digna de tudo aquilo que Red Mask havia dito - e ele, diga-se de passagem, não ficou muito feliz com a repetida mentira de Koichi, mas não poderia fazer absolutamente nada a respeito, não é mesmo? Entrando pelas belíssimas portas daquele castelo, Koichi seria imediatamente deslumbrado com um salão principal digno, realmente, de um palácio. Logo seria abordado cordialmente por duas mulheres: uma de cabelos loiros e outra de cabelos esverdeados, utilizando um terno semelhante ao de Red Mask, só que preto.

-- Bom dia, senhor! Posso te ajudar? O senhor já possuí alguma moeda ou gostaria de ser encaminhado para o salão de avaliação? - perguntaria a mulher de cabelos verdes e longos. Ao ver a moeda de diamante que Koichi carregava, ambas arregalariam os olhos e se entreolhariam, sorrindo uma para a outra -  O senhor queira nos acompanhar, vamos apresentar a Neo Destruction para o senhor e depois te levaremos a um cômodo apropriado.

Extremamente sorridentes e cochichando coisas uma para a outra, as duas guiariam Koichi pelos salões daquele monumental estabelecimento. Ao final de um corredor, elas abririam uma porta de madeira um pouco mais rústica, mas tão trabalhada e bem esculpida quanto o resto das luxuosidades daquele local, dando entrada para uma espécie de bar ou restaurante com um tema levemente mais rústico (ignore a parte steampunk da imagem, é só uma referência), mas nada simples. Lá, vários aventureiros bebiam e comiam enquanto assistiam apresentações realizadas nos palcos. Se olhasse com cuidado, Koichi talvez reconhecesse alguns rostos dos jornais ou de suas aventuras, tanto marinheiros como piratas e Spades, mas ninguém demasiadamente notável.

-- Aqui, senhor, é onde nossos aventureiros com moedas de prata e de ouro se reúnem. Eles formam grupos de aventura e comentam sobre suas últimas idas à segunda ilha. Há alguns aventureiros de platina que também se reúnem aqui porque preferem ao nosso outro ambiente próprio para eles. Naquele balcão você pode levar suas pedras e trocá-las por dinheiro. Subindo por aquelas escadas ficam os quartos separados para os aventureiros de prata e de platina.  

Saindo dali, as duas moças continuariam guiando Koichi por corredores cada vez mais luxuosos e escadarias belíssimas até um restaurante extremamente fino.

-- Este é o nosso restaurante exlusivo, onde se reúnem apenas nossos aventureiros de platina. Se desejar, naturalmente, o senhor também pode fazer suas refeições aqui, mas nossa equipe está instruída a levar suas refeições em sua suíte.

Se olhasse agora, Koichi realmente seria capaz de reconhecer quase todos os rostos presentes. Quer via cartazes de procurado, notícias da marinha ou mesmo em eventos mais importantes, ele por certo já tinha visto vários dos figurões naquele local alguma vez em sua vida. Nenhum, contudo, era alguma ameaça para si como um Shichibukai ou um Almirante. Seguindo mais um pouco e subindo mais algumas escadas, o trio chegou na porta mais trabalhada, bem esculpida e recheada de ouro que Koichi tinha visto naquela ilha - e possivelmente em toda a sua vida.

-- Senhor, este será seu quarto. - a mulher disse abrindo ambas as portas e dando a Koichi a vista de tão formosa instalação.

No primeiro andar ele veria estantes cheias de livros, sofás de veludo vermelho e um tapete com ar de extremamente caro, além de estátuas e artes de valor inestimável. No segundo andar, quando o visitasse, veria uma cama extremamente luxuosa, bela e confortável, em um ambiente fartamente preenchido com ouro.

-- Agora nós iremos retornar para a recepção da sede da guilda, mas haverá sempre alguém do lado de fora da sua porta para receber quaisquer pedidos que o senhor possa fazer. O senhor já deseja algo? - a mulher perguntou apenas um instante antes de a barriga da criança emitir um ronco leve - Entendido, senhor. Mandaremos trazerem sua refeição imediatamente.

As duas mulheres então sairam do quarto, deixando Koichi lá a sós para aproveitar a instalação. Aproximadamente cinco minutos depois, contudo, alguém bate à porta solicitando a entrada e dizendo: "Senhor, sua refeição.". Se permitisse a entrada, Koichi veria uma trupe de garços entrando empurrando carrinhos cheios de todo o tipo de comida: vários tipos de carnes, massas, aves, saladas e doces à disposição do pirata, além de todo o tipo de bebida. Os garços também preparariam uma mesa para o pirata com todo o tipo de talher dourado e uma seleção de alguns pratos que eles julgavam ser a melhor sequência de refeições. Logo, contudo, a trupe deixaria novamente o cômodo, deixando o pirata a sós novamente. "Estamos à sua disposição, senhor. Espero que a refeição te agrade." - diria o senhor um pouco mais velho que aparentemente coordenava a equipe de garços antes de feixar as portas.

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4° Turno

Praia em Kurotsuki, Novembro, 10:03

Com um lançamento nada preciso - talvez devido ao descaso com o treino de arremesso (i.e., atributo Proficiência) - João tenta acertar sua adaga próximo o suficiente da garota. O projétil passou longe do alvo, mas passou perto o suficiente para chamar sua atenção. Ao ver João e perceber sua intenção, a própria garota saiu correndo em disparada na direção dele e do buraco, revelando ser mais ágil do que João esperava.

Assim como o dono do papagaio planejou, assim que a garota se aproximou dele, ambos se posicionaram de forma ao buraco estar entre eles e o gigante. Ao olharem para trás, o imenso ser de pedra estava a um único passo dele e, num próximo instante, pisou em falso no buraco escavado por João. O desequilíbrio rapidamente o fez tombar e girar, caindo de costas no chão com os braços abertos. Nesse mesmo segundo já era possível ver o homem-tigre no ar sobre a criatura, mais especificamente sobre o seu núcleo, com o punho flamejanto com um tom esverdeado.

-- FINAL PAW!! - urrou o tigre enquanto caia na direção do núcleo da criatura.

Por mais rápido que fosse, na situação e posição em que estava, o gigante não teve tempo de reação suficiente. Com a pata aberta, o combatente desferiu um golpe extremamente poderoso, que destruiu não apenas todo o núcleo da criatura como a fez afundar ainda mais um pouco na areia. Um urro extremamente alto, como que de dor, saiu daquela montanha de pedra antes de todos os pontos "luminosos" apagarem e a criatura perder todo o sinal de vida.

A garota, ao lado de João, se jogou sentada no chão com o rifle em seu colo, ofegante. A mulher elefante apenas se jogou para trás, caindo de costas no chão e levantando uma grande nuvem de areia no processo. O homem-tigre rapidamente saltou para fora do buraco carregando um grande cristal (umas duas bolas de basquete, mas ou menos) e sentou no que seria um dos braços do gigante que estava para fora.

-- Então quer dizer que a ideia foi sua? - perguntou o tigre ofegante e olhando para João.

-- O rapaz do papagaio invisível é um pouco mais esperto do que a gente imaginou. - disse a garota com as mãos para trás apoiando o tronco.

-- Muito bom, rapaz. Descansem um pouco, teremos que entrar na floresta para encontrar o Claw.

Finalmente todo aquele cenário caótico tinha passado e, João tinha sobrevivido ao desafio que o destino lhe propusera. O pirata não iria questionar a garota, toda aquela situação tinha lhe tomado muita de sua energia, até porque, em toda sua vida ele só tinha lutado contra inimigos humanos e criatura de pequeno porte.
Naquele momento descansar um pouco, não parecia uma má ideia.

— Venha yago, descanse um pouco, você se saiu muito bem durante toda a batalha.

Então, João se escorava numa roxa e tentaria tirar um cochilo, mesmo que breve. A preguiça do homem era tanta, que com toda certeza ele iria dormi pesado naquele local, e não apenas tirar um cochilo. Caso a garota tentasse o acordar, precisaria mais do que um leve chamado...