Tópico autoexplicativo.
ShinobinoKami escreveu:Dostoiévski já tinha percebido isso em 1879 quando cunhou: "Se Deus não existe, tudo é permitido"
Rin escreveu:ShinobinoKami escreveu:Dostoiévski já tinha percebido isso em 1879 quando cunhou: "Se Deus não existe, tudo é permitido"
E como Deus resolve o paradoxo da moralidade? É um problema sem fim, até porque a moral deriva completamente da concepção humana e dos nossos instintos biológicos, ela não existe fora desse plano.
A "felicidade" é relacionada ao moral, por exemplo, porque a felicidade é tida como algo positivo pelo cérebro humano. Da mesma forma, a "morte" é relacionada ao imoral porque, no instinto biológico, a morte é evitada e tida como algo indesejável.
Moral como conceito metafísico não existe, ela existe apenas dentro das dimensões da consciência humana. Deus não resolveria esse paradoxo, pois mesmo se admitíssemos um Deus onipotente e onisciente, por qual razão objetiva as leis éticas dele deveriam ser consideradas morais? Uma moral absoluta seria intrínseca a si própria, ela simplesmente existiria como verdade, não seria criada por outra existência.
O que Deus pode fazer é no máximo estabelecer leis práticas com base em concepções subjetivas. Entretanto, isso já fazem os humanos.
Sertão escreveu:Claro que a moral existe fora desse plano, o homem foi feito a imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26-28)
Todo ligado ao que conhecemos como moral vem do princípio de amar o próximo.
O primeiro a ser imoral foi um ser espiritual, o próprio Diabo com inveja de Deus.
Rin escreveu:ShinobinoKami escreveu:Dostoiévski já tinha percebido isso em 1879 quando cunhou: "Se Deus não existe, tudo é permitido"
E como Deus resolve o paradoxo da moralidade? É um problema sem fim, até porque a moral deriva completamente da concepção humana e dos nossos instintos biológicos, ela não existe fora desse plano.
A "felicidade" é relacionada ao moral, por exemplo, porque a felicidade é tida como algo positivo pelo cérebro humano. Da mesma forma, a "morte" é relacionada ao imoral porque, no instinto biológico, a morte é evitada e tida como algo indesejável.
Moral como conceito metafísico não existe, ela existe apenas dentro das dimensões da consciência humana. Deus não resolveria esse paradoxo, pois mesmo se admitíssemos um Deus onipotente e onisciente, por qual razão objetiva as leis éticas dele deveriam ser consideradas morais? Uma moral absoluta seria intrínseca a si própria, ela simplesmente existiria como verdade, não seria criada por outra existência.
O que Deus pode fazer é no máximo estabelecer leis práticas com base em concepções subjetivas. Entretanto, isso já fazem os humanos.
ShinobinoKami escreveu:Você já respondeu a questão, se deus é onisciente a moral dita por ele é absoluta pois ele sabe tudo.
Se uma entendida que sabe tudo afirmou que tal moral é a verdade, ela é a verdade.
Negar isso é ir contra o conceito de onisciência.
Além disso, o que torna é a moral ambígua é a subjetividade, um juiz para julgá-la remove a subjetividade.
Com raras exceções, você está completamente errado. A humanidade celebra a morte desde os primórdios, na pré-história, eram feitas festas para celebrarem quando alguém morria. Disso surgiu o conceito do Paraíso, uma vida melhor após a morte, dos povos antigos. Depois se criou o conceito da boa morte, normalmente morrer de forma heroica ou pacifica.
Na moral antiga morrer nunca foi visto como algo ruim, quando Aquiles teve que escolher entre morrer jovem em combate, mas ser lembrado para sempre, ou viver uma longa vida pacifica, qual ele o arquétipo máximo do herói grego escolheu?
Até pouco tempo a ideia da boa morte ainda era muito presente, tanto é que ainda existe em algumas religiões com muito praticantes como o Islã. Ela só foi sendo desconstruída quando o humanismo foi prevalecendo.
Eu posso citar vários exemplos seguindo nessa linha, em muitas culturas o jejum (fome) era ou é visto como algo extremamente moral, enquanto a fartura é amoral. A dor é algo moral, enquanto o prazer é amoral. No próprio Cristianismo foi assim por muito tempo na verdade.
A base da moral não é biológica, a própria moral moderna é um exemplo bem forte disso, muitas das práticas consideradas morais são antinaturais.
Não vem não. O que conhecemos como moral atualmente se baseia no princípio do bem-estar da sociedade, não em uma figura religiosa.
Se você acha que Jesus foi o que construiu a ética e que, sem Jesus, seríamos uma espécie desprovida de códigos éticos, você está severamente enganado. Jesus até foi inovador na história da moral antigamente, de fato, mas não extrapole. Até porque a ética perpassa sociedades sem grande associação com a liturgia cristã (vide orientais), inclusive, com uma ética social até melhor estabelecida do que no ocidente.