País do Fogo - Mundo Shinobi

Durante o trajeto, Nii Yugito sacou um apito de sua bolsa, levou-o aos lábios e soprou, produzindo um som que escapava facilmente da percepção auditiva humana. Não demorou muito para que uma águia surgisse naquele ambiente, atraída pelo som agudo. Por fim, Yugito escrevia um bilhete para o Raikage nesse momento, contendo informações sobre a dupla de cultistas e suas coordenadas, para que algum shinobi de Kumo pudesse recuperar seus corpos posteriormente.

A mulher de cabelos presos dirigiu sua atenção para Kyosuke Kuroi, erguendo uma sobrancelha em sinal de surpresa diante do comportamento incomum do garoto, mas limitou-se a assentir com a cabeça sobre seu pedido.


Enquanto isso, Ann, recostada numa árvore, observava o garoto de pele escura e cabelos brancos por alguns segundos. Num gesto reflexivo, ela pegou um pergaminho e começou a escrever, mostrando-o em seguida ao jovem.


Por fim, após concluir a conversa, Yugito libertou sua águia, a qual carregava um bilhete amarrado em suas garras. Sem hesitar, a ave alçou voo em direção a Kumogakure no Sato. Em seguida, o time de shinobi dirigiu-se ao País do Fogo.


Em um determinado momento da viagem, a mulher cega, Yoi, despertou abruptamente enquanto estava sendo transportada nas costas de Yugito. A sensação de movimento a despertou, e com um gesto grácil, ela executou uma pirueta no ar, recuperando instantaneamente sua orientação e equilíbrio. Pousando suavemente em uma árvore próxima, Yoi deixou escapar um suspiro de alívio, ao notar com sua capacidade sensitiva que todos daquele grupo estavam fisicamente bem.

— Está tudo bem contigo, Yoi? — perguntou Yugito, preocupada com o súbito movimento de comportamento de sua companheira de viagem.


— Osu, estou ótima. Aconteceu alguma coisa durante meu sono? Pelo visto escapamos daqueles indivíduos... — Respondeu Yoi, tentando sondar se algo havia ocorrido durante o período em que ela estava adormecida.

Depois de retomar plenamente a consciência, a jovem foi inundada com um mar de informações sobre o Abismo, Ego, Clã Hagoromo, Unknown e uma suposta calamidade iminente. Diante de tal enxurrada de dados, era evidente que sua mente seria sobrecarregada. Levou alguns preciosos segundos para ela processar a maioria das informações, e então, finalmente, após alguns longos segundos ela conseguiu articular um comentário:

— Pessoalmente, eu nunca tinha ouvido falar sobre esse tal "ego". Apesar disso, o antigo ancião que cuidou de mim, junto com Yoru-san, conseguia manifestar uma espécie de coruja bizarra e afirmava que era uma manifestação de sua própria alma. Hmm... Bem, eu não compreendo muito bem qual é a ligação do Clã Hagoromo com a lenda do meu culto em si. Essa "linhagem genética" só teria surgido muito tempo depois dos acontecimentos que fazem referência à guerra que ocorreu há muito tempo atrás. Mas isso parece um tanto incoerente com a versão da história que foi contada pelo meu culto. Segundo a história transmitida, a existência de Aoshin foi completamente apagada quando "Yoi-sama", em conjunto com o Warui, teria realizado o ritual de nulificação. Esse seria o último momento da história que poderia ser descrito como uma calamidade causada por Aoshin, porém... — A voz de Yoi começava a mudar neste instante, tornando-se um tanto séria. — É um fato incontestável que as habilidades de Aoshin, em certo momento, alcançaram uma virtual infinitude. Ele se transformou numa calamidade praticamente indomável, cujo poder evoluía incessantemente à medida que ceifava mais vidas. Ele conseguia até mesmo corromper indivíduos como o próprio Warui, transformando-os em uma entidade caótica conhecida como Jashin. Não me surpreenderia se manifestações de sua vontade ainda ecoassem neste mundo, tal como as bestas de caudas, que não perecem verdadeiramente e ressurgem após sua aparente extinção. Seria razoável conjecturar que existam meios pelos quais Aoshin poderia ressurgir para assombrar o mundo de alguma maneira, e que não tenham ficado completamente registrado na história, talvez o Clã Hagoromo numa antiguidade que desconhecemos, tenha enfrentado algo que tenha sido derivado de Aoshin de alguma forma.

A jovem mulher cega iria tossir em certo momento, voltando ao seu comportamento normal:

— Sobre a Tsunade-sama, muito provavelmente... Ela estaria... Hm... — Ela ouviria Kuroi neste instante. — É... Faz sentido, se me lembro bem da ultima vez que vi ela alguns bons anos atrás, ela estava se acabando de beber em um bar local em Tanzaku, porém... Existem outras vilas locais que tem um foco constante em jogos de azar, se me lembro bem, além de Tanzaku... Ela gostava bastante do Vilarejo Maneki-Neko, assim como gostava bastante da Vilarejo Isshin-Toji... Acho legal começarmos por eles na busca de informações sobre ela... É impossivel que ela não tenha passado em um desses locais...

Por mais que Yashin, Kuroi e outros indivíduos perguntassem para os civis sobre alguém que carregasse as características físicas de Tsunade, e por mais que Yoi mostrasse uma foto que estava com ela, nenhum deles parecia conhecer a famosa Tsunade, o que acabou fazendo o grupo duvidar que ela era tão famosa assim. Por fim, dado as informações de Yoi, eles deveriam seguir em direção de um local que tivesse jogos de azar como principal atração. Qual desses vilarejos eles iriam visitar primeiramente?

Ação livre para @Heimdall @Gaius

Escolham qual local vão visitar e investigar:
Vilarejo Maneki-neko: https://www.forumnsanimes.com/t104790-vilarejo-maneki-neko-pais-do-fogo
Vilarejo Isshin Toji: https://www.forumnsanimes.com/t104791-vilarejo-isshin-toji-pais-do-fogo
Cidade Tanzaku: https://www.forumnsanimes.com/t104792-cidade-tanzaku-pais-do-fogo

- Após me afastar da vila pergunto pra Chiyo o que deveremos fazer.

- Dona Chiyo, e agora? voltaremos para Suna? Procuramos um novo Kage? Ou tentamos achar o Kage atual desaparecido?

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@Luan

Chiyo parecia reflexiva, ela não esperava que a vila da areia fosse cair em um plano tão ardiloso como esse, a aliança com a fola era algo conseguido com muito sangue e suor, ela era uma das pessoas que tinha perdido tudo na guerra, não acreditava do bem das pessoas e das vilas, cada uma tinha seus próprios interesses para preservar, para ela, essas alianças era nada mais que um mero simbolismo, tanto que sua sede de vingança nublou o seu julgamento, agora que tinha conseguido parte dela, o sentimento de tristeza por seu filho e nora ainda continuava em seu peito.

Yugi era um leal seguidor, Chiyo via as qualidades necessárias que uma pessoa de confiança tem, ela precisava ser moldado e treinado para ser um líder, ela imagina outro futuro para o garoto, ser um mero subordinado não era parte desse futuro. Olhando para Owari, ela via o oposto de Yugi, ele tinha as qualidades de liderança que beira a arrogância, sua confiança pode ser desastrosa.

Ao ouvir os questionamentos Chiyo não tinha muito para onde seguir, por muito tempo se viu fora dos assuntos da vila, até mesmo agora não tinha poder para tomar grandes decisões, mas algo precisava ser feito, não poderia ficar de braços cruzados em meio a esse bagunça que pode ser resultado de uma pessoa como Orochimaru.

- Owari, entendo suas preocupações, porém somos ninjas, temos que aguentar e continuar, já recebemos o golpe, não podemos colocar nossos rabos entre as pernas e voltar para vila como se nada tivesse acontecido, precisamos encontrar respostas e o primeiro passo é encontrar o Kazekage. Criança, esse caminho que vocês escolheram não é agradável ou justo, as vezes você vai querer desistir, mas lembre-se, se não for você será outro, o mundo não vai parar, então se é tão confiante nas suas habilidades porque deixaria alguém inferior realizar um trabalho que você poderia fazer melhor. Vamos nos dividir, eu irei para vila reunir pessoas de confiança para investigar internamente a extensão do nosso problema, Kara ira retornar para Konoha para garantir a segurança de Gaara, e garantir que os líderes da invasão saibam desse informação, Takio, seu time deve encontrar o Kazekage, o melhor ponto de partida é seguindo o caminho usual de Konoha e Suna, você como ex guardas costas do Kazekage deve ter o conhecimento dos caminhos usado - Chiyo finaliza, ela estava cansada, o peso de mais uma geração se perdendo estava começando a afetar o seu julgamento, ela esperava que ainda de tempo de evitar uma catástrofe ainda maior.

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Takio, Trinity, Yugi e Owari, seguem como orientado, Owari não estava feliz, sua opinião era contrária a isso, porém no momento ele resolveu seguir as ordens da velha senhora, ele ainda era um ninja de suna no final das contas, Kara também teve um papel fundamental nessa decisão, ela ofereceu um grande presente para ele, então nesse momento isso era tudo que importava.

Takio seguia para a rota utilizada como possível movimentação dos lideres das vilas, ali seria o melhor ponto de partida para investigar, precisavam achar o Kazekage, sua mente estava em branco, talvez seus alunos fossem útil dando ideias de como encontrar o grande líder da vila.

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Ação livre para @Nero Sparda e @Naruse Kakeru

- Sigo a ideia de Owari, crio um clone com meu Byakugan ativado, e cubro a maior área possível vasculhando o local.

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@Luan

Takio direciona o time para a região onde o Kazekage deveria ter passado para chegar até Konoha, o caminho era normalmente usado para locomoção de figuras importantes dentro do país do Fogo. O tempo estava contra os ninjas de Sunakagure, a invasão estava chegando em seu final, as consequências das atitudes tomadas seriam sofridas, o golpe certeiro que a vila estava prestes a sofrer seria devastador, Konoha não seria a única enfraquecida.

Chegando em um ponto central da região, Owari orienta que Yugi utilize o seu dojutsu juntamente com clones para aumentar a área de cobertura, Trinity e Takio fazem uso dos seus sensores físicos, tentando encontrar algo;


O time percorre vários quilômetros vasculhando cada canto da região, com o auxilio do Byakugan o tempo normalmente que levaria para examinar a região é reduzido, Takio entendia o motivo de Konoha ser tão protetora com esses olhos, era uma vantagem muito grande. Um dos clones solta um suspiro audível, ele tinha achado algo, isso faz com que o Yugi original direcione seus olhos para a mesma direção e lá estava o corpo do Kazekage e de seus acompanhantes, rodeados de corvos em meio a uma região rochosa;


O choque era tamanho que o time levou algum tempo para acreditar no que via, Takio como o mais experiente não conseguia disfarçar o seu rosto de puro choque, o líder da vila da areia, o homem mais poderoso, foi morto em uma emboscada, e tudo indicava que Orochimaru e a vila do Som como os responsáveis. Os resultados disso seria caótico.

- Aquela cobra asquerosa, enganou a todos, agora precisamos agir, o Vila precisa saber a verdade... - Takio diz ao examinar o corpo já morto do 4° Kazekage.

Agora o time precisava decidir como lidariam com essa informação, tanto a vila como os esquadrões em Konoha precisavam saber dessa informação o mais rápido possível.

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Ação livre para @Nero Sparda e @Naruse Kakeru

- Nos temos que identificar as pessoas confiáveis da vila como a dona Chiyo e outros anciões, e repassar as informações pra eles, mas como?

- Indago com preocupação.

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@Luan

O time segue horrorizados, o líder da vila foi morto, um possível golpe pode estar acontecendo nesse instante, não dava para apontar os objetivos ocultos do Orochimaru, não se sabia se ele estava sozinho nisso tudo, ou se algum inimigo de Sunakagure se aliou para enfraquecer as defesas da vila, retirando boa parte do poder militar para uma invasão, no final das contas quem seria invadido e dominados seriam eles. Takio estava claramente preocupado, ele sabia mais que todos ali que agora seria uma questão de tempo para que alguém tirasse proveito da situação, ele sabia que a vila já estava dividida em grupos com seus próprios objetivos, os superiores nunca chegavam em um consenso nas decisões, missões com objetivos nublados, com esse golpe a vila sofreria como nunca.

Owari e Yugi analisam o corpo do Kazekage em busca de respostas, simultaneamente Takio e Trinity enviavam seus mensagens, espalhando para o máximo de pessoas possíveis oque tinha acontecido, para acelerar o processo, Trinity usou o jutsu de invocação reverso para enviar uma marionete especial para Chiyo, assim a mensagem chegaria o mais rápido possível.

O corpo do Kazekage, claramente estava com sinais de batalha, porém Owari e Yugi, constataram que a sua morte foi algo rápido e limpo, provavelmente uma emboscada tinha ocorrido ali, o corpo apresentava uma extensa ferida de espada no abdômen. Ao lado do corpo, próximo das mãos do Kazekage tinha a sua pequena cabaça, Yugi com o seu Byakugan conseguia identificar que dentro continha uma grande quantidade de pó de ouro, a sede e ganancia da dupla era desmedida, em um movimento, Owari pega a cabaça e a coloca em sua bolsa de itens, a pequena fortuna faria uma grande diferença para ambos, eles só precisavam encontrar alguém disposto a pagar o valor.

Takio que até o momento estava concentrado repassando a informação, começa o processo de preparo para o selamento do corpo, eles precisavam voltar para a vila e reforçar o poder militar da aldeia. Ele e Trinity se unem para realizar o selamento do corpo no pergaminho, seria necessário os dois para que o selo fosse realizado com sucesso e que o corpo não sofra qualquer dano durante o processo. Uma vez que o selamento fosse completado o time começaria a se mover sem descanso para a Sunakagure.

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Ação livre para @Nero Sparda e @Naruse Kakeru no tópico https://www.forumnsanimes.com/t104169-sunagakure-no-sato-pais-do-vento

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@Hemurin @Hazuray @Nie

[¿] --------------- [SONO/SURTO] --------------- [?]

Narie ficou sentada na grama pelo que pareceu muito tempo, ainda que o lugar se mantivesse igual - com o sol escondido sabe-se lá onde e um total de zero vento batendo. Considerando o pouco que sabia do mapa do mundo, desconfiava que esse inútil ficou preso em alguma nuvem por aí. Não tinha tanta certeza já que não contava com nenhum sensor ou algo do tipo, mas pareceu ficar sozinha por todo esse tempo, nem mesmo animais apareciam por ali. Ao menos teve muito tempo livre pra tentar retomar as memórias, começando a lembrar vagamente que estava em um templo, investigando alguma coisa com o seu time, começou a lutar e puff. Acordou ali, naquele matagal.

– Merda, será que morri? – Começava a cogitar que aquilo se tratava de um pós vida. Se fosse, pelo visto ia ser um período bem chato - ficar presa em um quadrado de mato pelo resto da eternidade só podia ser castigo. Nem pra receber visita dos parentes mortos, né? Qual foi? Seus avós bem que podiam contar algumas histórias, batendo nos seus joelhos e ombros com uma vareta para corrigir a postura. Saber quem era o responsável por sua kekkei genkai seria mais interessante, na verdade. Se ele pudesse brotar ali e explicar...

Em algum momento durante a autorreflexão, sentiu um grande cansaço e viu a borda da floresta perder a cor e a forma. Uma coceira e ardor intenso brotaram em suas costas, apesar de não saber exatamente do que se tratava. Quando pensou que pegaria no sono, começou a se sentir melhor, os arredores voltaram a ganhar foco e pararam de derreter.

「Isso só pode ser obra daquela loira oxigenada! Mal posso esperar pra colocar as mãos nela de novo. Depois de comer ela na porrada, vou fazer uma tesoura de mokuton e raspar o cabelo dela!」

A garota ruiva não deu mais as caras - a mesma que a Kinoshita havia terminado de quebrar no soco. Que fim triste para as kunoichis, ambas jogadas naquele canto perdido do mundo… Mas ao menos ela não tinha roubado ninguém. Se não tivesse mandado a querida momentos antes pra lá, talvez agora tivesse algum item útil além da roupa do corpo.

No meio da clareira iluminada, a garota viu uma sombra começar a se formar sobre ela. A princípio, era algo muito minúsculo para preocupá-la, mas a insistência e o aumento súbito chamou a sua atenção. Quando olhou pra cima, notou que um negócio muito estranho ia descendo. Parecia um casco, mas não fazia sentido. Ela não conseguia se mover nem falar, apenas olhar para cima, como se estivesse presa em um Kanashibari potente. Aos poucos o casco cresceu até ficar grande o suficiente para atingir toda a região onde estava. Um membro branco e alongado fazia parte desse novo objeto não-identificado. Aquela combinação parecia vagamente familiar… De um bicho diferente que viu certa vez. O que era mesmo?

– Não pode ser… – A garota arrependeu-se de recuperar aquela memória em específico. A pata imensa pertencia a Kokuo, finalmente caindo sobre ela e causando uma explosão imensa sem motivo.

– ACORDA DESGRAÇADAAAAAAAAAAAAAAaaaaa… – Uma voz irritada e vinda de cima parecia gritar.

~ BOOOOOOOOOM ~

[¿] --------------- [FIM DO SONO/SURTO] --------------- [?]

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– AAAAAAAAAARGGHHHH-URRRGH… – A menina guinchava de forma exótica, contrastando com a fauna local e acordando num solavanco.

Calou-se quando pôde, com um forte rubor de vergonha cobrindo seu rosto. Percebeu tardiamente que não estava sendo esmagada por nada, muito menos queimada viva na explosão subsequente. Na verdade, não sentia nenhum efeito paralisante ou algo que a prejudicasse naquele momento, apenas uma dor de cabeça, um leve incômodo nas costas e um cansaço físico. A floresta ao redor não era um bom indicativo, mesmo que diferente da que estava. Aliás, ela nem conseguia entender o lugar do sonho, com as árvores borradas e sem nunca ganhar uma forma definida.

– Se eu falar onde eu estive, vocês não vão acreditar... Mas o que aconteceu mesmo? Só não me digam que destruímos qualquer chance de relação com Kumogakure... – Envergonhada, ela tentou mudar o foco da sua situação para receber um resumo, mas ainda estava tentando colocar a cabeça em ordem pra funcionar.

Narie ouviu o plano de Han. O sonho que teve pareceu mais importante agora, se é que podia chamar aquilo de sonho, e ela considerou se tratar de um presságio. Mas foi tão aleatório pra fazer algum sentido… A patona de Kokuo descendo e esmagando-a até podia carregar uma dose de aviso, mas a explosão já foi doideira demais. Tentaria intercalar suas perguntas após os demais se pronunciarem também, considerando que não tinha tanta intimidade assim. Sua parte desconfiada e pessimista fazia brotar algumas ideias malucas na cabeça - ou era só a ansiedade atacando.

– Han-sensei, considerando que Kokuo...-sama... não concorda muito bem com isso, até que ponto dividir a parte do chakra que você conseguiu não vai enfraquecer vocês dois?

A garota lembrou-se da breve conversa com a bijuu, algo como “usem a parte lixo que o Han conquistou, mas me deixem fora dessa”. Obviamente não com essas palavras, o cinco-caudas foi muito polido no breve contato, mesmo encerrando o assunto com o seu jeitinho ameaçador. Não sabia exatamente como tratar o bicho sem ferir seus sentimentos, então o sufixo saiu meio que improvisado. De qualquer forma, aquilo poderia ter um risco alto para o próprio homem, que sabia que tinha gente no seu encalço.

Como ele iria fazer isso? Mordendo cada um? Será que iam todos fumar alguma coisa juntos pra ficar mais próximos do vapor e das supostas habilidades da bijuu? As possibilidades eram muitas e ela nem sabia o que esperar do resultado, mas não deixava de ser uma oportunidade única. Até que ponto seria fortalecida? Se tudo corresse bem, ficaria mais perto do seu objetivo de colocar a sua família de comerciantes na própria sombra. Mas se tudo ocorresse mal, o que sobraria? Seria pisoteada por cada uma das patas de Kokuo? O problema é tudo ocorrer bem e Han se tornar definitivamente uma mera ferramenta para Tsuchikage e para a vila. Caso aceitassem, eles também seriam vistos dessa forma? A garota começava a desenvolver uma leve aversão (e ranço) pelo velho, ainda que fosse a representação máxima da sua aldeia. Conforme descobria mais sobre Oonoki, gostava ainda menos dos pontos que ele parecia ter em comum com os Kinoshita. Será que esse mal-estar também afetaria sua relação com Kurotsuchi? Só o tempo pra descobrir.

– Podemos tentar, mas acho melhor manter segredo até a gente entender melhor os efeitos em todos, você incluso. Fora que não gosto muito da possibilidade do Tsuchikage começar a vê-lo como esteroide grátis para as tropas.

Não sabia quanto tempo poderia levar para Han fazer aquilo e estava considerando que se tratava de planos futuros. Ficaria surpresa se ele respondesse com um “vou começar agora mesmo” e se postasse em ação em terras inimigas, respondendo apenas com um chocado "então tá".

Narie queria saber sobre a relação de Iwa com Konoha, uma vez que a interação recente com Kumo não foi uma das mais amigáveis, por mais que estivessem invadindo terras sem permissão e tudo mais. Só que ela imaginava que ia ser bastante indelicado mudar de assunto de forma abrupta, ainda mais com Han compartilhando algo tão pessoal. Aguardaria o desenrolar daquilo e o retorno da viagem para retomar esse papo mais objetivo.

@Nie  @hazuray  @Keel Lorenz