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Deixar um companheiro para trás e nas mãos dos inimigos está longe de ser uma coisa que eu aceitaria. Claro que meu time pensou o mesmo e isso deixou as coisas um pouco mais fáceis, ao menos nas decisões a tomar porque a luta foi terrivelmente difícil. Eles também sabiam disso, tentei me animar com o resultado da infiltração, mas ainda fiquei irritado com toda a adrenalina daquele confronto.
A floresta era mesmo interessante, finalmente estava vendo uma coisa que deixava feliz e calmo, andar em meio a uma natureza tão vasta, oposto de Iwagakure. Durante todo o momento, prossegui na viagem quieto e maravilhado, olhos brilhando e boca fechada. Não precisava ser um gênio para perceber o quão absorto eu estava diante aquelas belas paisagens.
A proposta de Han Sensei era válida, eu também não confiaria o poder de Kokuo a pessoas mais distantes, principalmente aquelas que ainda não compreenderam um pouco da sua verdadeira essência. Todo o pequeno progresso de anos que Han conseguiu para falar com Kokuo iria de arrasta se ele visse seu poder sendo utilizado apenas para guerra. Naquele momento, pensei se fosse possível usar o poder de Kokuo para outras coisas que não fossem lutar. — Eu ficaria muito feliz em carregar um pouco desse poder, e claro, daria o meu melhor para fazer um uso digno dele, como o de proteger vocês e o vilarejo.
- Bem...devem ter destruído sim, já que deram cabo daquela menina de Kumo. Mas não é como se Kumo fosse um vilarejo muito aberto a comunicação. Provavelmente eles ainda vão cobrar Iwagakure por esse problema em breve, mas isso não está no nosso controle. Sobre genjutsus, nem eu sou muito bom em lidar com esse tipo de adversário, mas geralmente prefiro me ferir para lidar com esse tipo de ameaça. Usar itens do Ninja do Shop da vila também é uma opção, se quiser evitar algum problema real. - Ele fez uma pausa em sua fala para tentar entrar no modo de chakra do Kokuo LV1, mas seu chakra ainda não parecia ter se recuperado por completo. - Não deve me enfraquecer muito...até porque não pretendo dar muito chakra para vocês. Seus corpos não aguentariam a carga, e no pior dos casos, vocês morreriam no processo. A questão mesmo é só descobrir como fazer isso, fora que também não consigo prever que tipo de poder cada um obterá. Enfim, são esses problemas que eu planejo resolver no Templo do Fogo com o Chiriku. - Concluiu, querendo prosseguir com a missão antes que algum inconveniente encontrasse o grupo.
Com o assunto concluído, o grupo seguiu viagem. No trajeto, contudo, antes de chegarem efetivamente ao Templo do Fogo, o quarteto avistou uma dupla formada por um velho e um menino, viajando em um sentido parecido.
- Eu achei que a Vovó Tsunade era uma velha chata, mas até que ela é bem legal. Aposto que ela vai ser uma Hokage melhor que você, seu sapo tarado ! E ela que me espere, porque não vai demorar para mim também virar Hokage ! - O menino loiro com uma bandana de Konoha conversava com o que aparentava ser seu mestre.
- Naruto, a Tsunade nunca foi má pessoa, só é alguém que foi maltratada demais pelas circunstâncias da vida. Se não fosse por isso, eu nem teria ido naqueles lugares para pagar o dinheiro que ela perdeu jogando buraco com aquele empresário ricaço. Então me faz um favor, pega leve com ela. É compreensível que ela seja assim depois da morte daqueles dois e das Guerras Ninjas que enfrentou. - Quase que imediatamente após concluir sua frase, o homem mundial conhecido como Jiraya, e escritor do livro que Brakios tinha, avistou Han e seu time e parou o movimento, evitando um choque entre os dois grupos. - Han, seu maldito, o que você está fazendo aqui ?! Por acaso está querendo confusão ?! - O sannin questionou, enquanto escondia Naruto atrás de si para o proteger.
- Eu devia ter evitado esse tipo deencontro, mas estava distraído discutindo com o Kokuo...crianças, não ataquem. - Han respondia, visivelmente incomodado com o encontro. Momentos depois, ele levantou as mãos, dando sinal de que não queria nenhum combate desnecessário. - Vocês também estão claramente vindo do nosso País, então não se façam de bons moços. Não cometemos nenhum crime aqui, então deixem essa passar. Nós dois sabemos que uma luta não terminaria bem para nenhum dos lados. - Confiante de que poderia derrotar Jiraya e Naruto, Han tentava resolver a questão impondo suas próprias regras. Aquilo não agradou o sannin, que parecia irritado, e prestes a dizer alguma besteira que poderia piorar a situação ainda mais. Já Naruto parecia confuso, como se não estivesse entendendo o que estava acontecendo.
De qualquer forma, algum dos membros do Time Han escolheria interferir ou deixariam o pau comer ? Afinal, naquela situação, diferentemente de seu sensei, eles não tinham um histórico de hostilidade com habitantes de Konoha, e muito menos com um dos lendários sannins. Contudo, se a intenção era criar problema com mais uma nação, aquele era o momento perfeito.
– Pior que a menina de Kumo foi culpa minha. Foi minha primeira vez em uma luta assim, acho que acabei exagerando. Mas ela também não pareceu grande coisa, enfim... A adrenalina bateu forte demais, sei lá. Não entrei nessa vida pra sair matando qualquer um assim. – Narie estava levemente ressentida pelo acontecido, mas cruzou os braços e manteve a expressão firme. Teve a confirmação de que a questão da divisão de chakra afetaria o jinchuuriki de Iwa de alguma forma, mas felizmente não precisaria se preocupar com aquilo por hora. Deixaria o stress da possível seita para dividir o chakra de Kokuo para outro momento.
Ouvindo a conversa dos dois estranhos e tentando compreender o comportamento de Han, a kunoichi ficou curiosa. Duvidava muito que fossem ter sucesso em conseguir informações se ficassem dando voadora em todo mundo que brotasse por aí - chamariam atenção demais e poderiam sofrer com reforços inimigos. Pela conversa do loirinho com o grisalho, o fato do mais velho ter potencial para ser kage podia evoluir muito o nível daquele combate, ainda que pudesse se tratar de uma lorota. O grisalho postou-se na frente do mais novo após uma interação pouco amigável entre ele e Han, levando a garota a crer que ninguém parecia muito confortável num desenrolar violento.
– Hmm... Você conhece esse senhor e o neto dele, Han-sensei? Talvez uma troca de informações resolva esse mal-estar de forma pacífica? – Comentaria a garota, buscando resolver aquilo de forma menos problemática (e sem queimar tanta energia). Também se moveria levemente para o lado, tentando ver melhor as novidades sem ter o gigante jounin de Iwa em sua frente. A garota olharia de Han para o possível oponente, tentando entender quem daria a primeira ofensiva.
Se o velho de cabelo grisalho era um potencial kage, talvez ele tivesse experiência o suficiente para dar dicas sobre a linhagem Mokuton que havia herdado (até onde sabia, a sua kekkei genkai era originária dali). Não fazia ideia de como puxar o assunto sem levantar tantas suspeitas, ao mesmo tempo que não se sentia confortável para expor esse tipo de informação pessoal para estranhos. No fim, a prioridade era que ninguém caísse no soco por agora - veria o que fazer depois se tivesse sucesso nisso.
Quanto às falas de Narie sobre manterem segredo para que Ōnoki-sama não tratar o sensei como um potencializador grátis para as tropas, concordou plenamente.
Acerca de Kumo, não ligava tanto assim. Os inimigos tinham abordado para matar e, portanto, tinham que também estar preparados para morrer. A responsabilidade, na realidade, era da jounin do time deles. Ela deveria ter percebido que seu estilo de luta estava mais para suporte e não para assassino e, portanto, auxiliado melhor seus chuunins usuários de kenjutsu.
De qualquer forma, ansioso pelas surpresas que deveriam estar por vir, Haku focou em prosseguirem viagem para encontrar Chiriku e, por extensão, Sora. Quem sabe aquela Yuuki de antes também não estivesse por lá?
No meio do trajeto, no entanto, acabaram tendo um encontro inusitado. Era o escritor do livro preferido de Brakios-kun em carne e osso.
O que foi inesperado, porém, foi a reação dele quanto a Han. Quer dizer, talvez não fosse algo tão estranho assim, visto que eles já deviam ter se encontrado em campos de batalha passados, afinal.
— Troca de conhecimentos parece algo razoável. Seria mutuamente muito benéfico — tenso e atento às reações dos potenciais inimigos, concordaria com Narie. — Além disso, acho que Brakios-kun iria preferir que as coisas terminassem com um autógrafo naquele livro que ele gosta tanto do que numa trocação franca de socos com seu ídolo, não é? — ainda atento, daria uma breve encarada no colega, completando logo em seguida.
Se Jiraya realmente era ídolo de Brakios ou não, Haku não tinha certeza. Entretanto, o senso comum ditava que, ainda que ele não fosse, ele deveria ficar constrangido demais para contrariar. E, considerando que esse tipo de relação com o famoso sábio poderia quebrar o gelo, seria mais prudente que ele seguisse o plano.
Esse baixinho não parece grande coisa, acho que a gente venceria a luta se entrássemos no confronto agora mesmo. Encarei Naruto, não me importei se ele iria achar isso rude ou não. Quanto ao homem ao seu lado, levei alguns minutos para perceber quem de fato era, foi apenas quando Han mencionou que as coisas se encaixaram. É claro! Aquele era o próprio Jiraya, o lendário sennin que escreveu Icha Icha Paradise.
— Como eu poderia pedir uma coisa dessas? Estamos em missão… Seria totalmente antiprofissional fazer essas coisas assim… Desta forma… Droga…
Era uma oportunidade de uma vida, quando eu poderia conseguir isso novamente? Nunca. Um autógrafo não seria ruim, seria? Han já deu a ideia e os demais provavelmente não ficariam incomodados.
— Eu ficaria muito grato em receber um autógrafo desse livro incrível — mostraria o livro Icha Icha Paradise, estava um pouco avariado por causa das batalhas que ele participou e todas as viagens realizadas, mas ainda era o mesmo livro incrível que me fazia rir antes de dormir. Me aproximei um pouco do grandalhão grisalho, precisava fazer um comentário que não seria tão gentil com Narie, por isso, sussurrei. — Os detalhes são incríveis, como que o senhor conseguiu coletar tanta riqueza nas descrições?
- Conheço...eu já o enfrentei no passado em tempos de guerra, então não somos amigos. Aliás...esse moleque me lembra um certo alguém. - Han respondeu, tentando olhar diretamente para a face do menino loiro que estava atrás do lendário Jiraya. - Jiraya, estou aqui para visitar Chiriku, se quer tanto saber. Você não deve saber, mas somos amigos. Além disso ele não é do tipo que permitiria confusão nesse País, e você sabe disso.
- Chiriku ?! Trocar informações ?! Eu vou trocar é soco com vocês mesmo, nem vem que não tem ! O Sábio Tarado não gosta desse gigante esquisito e eu também não ! Tão achando que o País do Fogo é a casa mãe Joana ?! - Naruto gritou em um tom de ameaça. Ele não parecia estar exatamente com raiva, mas estava incomodado com a situação, provavelmente devido ao comportamento de Jiraya. Contudo, ele não parecia desgostar das crianças.
- Hmm, se é assim, não tenho porque atacar você, mas também não vou te ajudar com nada. E Naruto, trate de ficar quieto. Podemos ser rivais, mas uma confusão é a última coisa que quero no momento atual de Konoha. Inclusive, já que está aqui, tenho um recado para dar. Recentemente uma organização conhecida como "Akatsuki" começou a agir por aí, então eu ficaria atento se fosse você. Minhas fontes afirmar que não irá demorar para eles começarem a caçar os jinchurikis. Podemos ser inimigos, mas prefiro lidar com o inimigo que conheço do que com fanfarrões nukenins. Enfim, é como dizem, o inimigo do meu inimigo é meu amigo. - Pensando racionalmente, Jiraya decide se acalmar e revelar alguns segredos seus para Han. Por fim, depois de alguns segundos, Jiraya percebeu que estava diante de um fã e sua expressão mudou para uma bem mais amigável. - Oh, o que temos aqui. Um admirador da minha obra em uma idade tão jovem, que surpresa maravilhosa ! Pois bem, isso pede uma apresentação adequada. - Animado, o jovem senhor começou a gesticular de maneira espalhafatosa, buscando dar um ar de fantástico a sua própria presença.
- Eu sou Jiraya, o sábio dos sapos, que não cai no charme de nenhuma mulher ! Um dos lendários sanins, e o homem mais livre e desinibido que já passou por esse mundo ! Um romancista de primeira qualidade, escritor de várias obras primas ! E é claro que eu te darei uma autografo, meu jovem rapaz. - Satisfeito com a presença de seu fã, Jiraya pegou o exemplo do menino e com uma caneta depositou ali seu próprio nome. - Tanta riqueza de detalhes exige muito trabalho duro e pesquisa, mas é claro ! Obras primas não se constroem da noite pro dia, afinal. - Ele respondeu com o mesmo entusiasmo, enquanto Naruto se manifestava.
- PESQUISA ! TUDO QUE VOCÊ FAZ É FICAR ESPIONANDO MULHERES EM CASA DE BANHO, SEU SÁBIO TARADO ! VELHO MALDITO, VOCÊ DEVIA TER VERGONHA DE ASSINAR O LIVRO DE UM MOLEQUE DA MINHA IDADE ! - O loiro gritava freneticamente, tremendamente irritado com aquela situação. Jiraya, revoltado com a situação, deu um soco na cabeça do menino antes de voltar sua atenção para Brakios.
- Bem...acho que ele tem alguma razão. Fique com isso como compensação e assim ficamos quites. - Tomado pela vergonha, ele deu um outro livro com o nome "A Lenda do Ninja Determinado" para o shinobi de Iwagakure. Depois, satisfeitos com o diálogo, a dupla seguiu rumo ao seu destino e o quarteto de Iwa também retomou a corrida.
- Quem diria que eu encontraria Jiraya de novo depois da Guerra Ninja...o mundo é muito pequeno mesmo. Sobre essa tal Akatsuki, o aviso dele também vale para vocês, já que devem pegar esse poder, embora duvido que vocês vão ser alvos prioritários em uma eventual busca deles. E sobre os livros dele...recomendo que jogue essas porcarias fora, Brakios. Isso não é conteúdo para criança. - Pensativo, Han falou com seu time antes de continuar com a viagem em silêncio, como estava antes daquele encontro. - Aliás, vocês planejam ter invocações ? Acredito que já consigam formar pactos com criaturas ninjas, se for o desejo de vocês. - Han questionou.
Ação livre. Relacionamentos que pegaram agora eu att dps no fim da missão, junto com tudo.
A tensão aumentou um pouco, mas as ameaças de Naruto não pareciam tão sérias assim. Haku se manteve atento ao desenrolar da situação. Por sorte, porém, a menção ao nome do monge que iriam visitar pareceu acalmar as coisas. Não apenas isso, como, no fim, uma troca conveniente de informações acabou acontecendo. Novamente uma menção à tal Akatsuki. Entretanto, dessa vez a informação era que jinchuurikis estariam sob a mira deles. Considerando o contexto, talvez a motivação deles fosse igual à de todas as outras vilas naquele mundo: o poder das bijuus. O diferencial é que o relato dava a entender que eles eram absurdamente mais pretensiosos. Caçar jinchuurikis, na totalidade, significava que eles queriam, possivelmente, reunir todas as bestas. Ou então, o maior número possível. Coisa que nenhuma das vilas tinha conseguido concentrar. Era um objetivo bem alto, cujas razões eram um pouco preocupantes para Haku.
De qualquer forma, havia um limite para o que podia fazer quanto à Akatsuki. Ajudariam Han, ou até Roshi, se fosse necessário. Mas não via brechas para fazer muito mais do que isso pelos portadores e as bestas.
Por sorte, a situação de Brakios para com o escritor pareceu quebrar o gelo. Porém, não só isso, como também rendeu a aquisição de um título um tanto quanto curioso. Haku lembraria de pedir emprestado a cópia depois que o colega terminasse de lê-la. Afinal, dessa vez, o título parecia ser muito mais de uma história de aventura do que algo relativo a safadezas, como bem Naruto havia apontado.
— Sei que esse aviso de não sermos alvos prioritários é para mantermos distância, se possível, e nos permanecermos seguros, Han-sensei. Pode ser que não estejamos a altura de nukenins desse nível quando a hora chegar. Mas eu, pelo menos, vou buscar dar o meu melhor para continuar crescendo até conseguir impedir gente desse tipo de fazer algo com você, Brakios ou Narie. Roshi, também, se estiver a meu alcance… — determinado a continuar treinando, Haku comentaria de forma meio séria ao aviso do professor. — Mudando de assunto, esse livro novo, pelo menos, não parece ser de safadeza. Pelo título na capa, parece ser algo de aventura. Brakios-kun, quando terminar de ler, poderia me emprestar? Gostaria de ler a história sobre esse tal ninja determinado. Parece interessante — mais descontraído, referiu seu interesse olhando para Brakios.
A pergunta do professor, porém, o pegou de surpresa. Não tinha parado para pensar em invocações desde aquela ocasião na missão da fronteira. Por isso, tomou algum tempo para pensar.
— Acho que não, sensei. Prefiro continuar “solo”, pelo menos, por enquanto — ressurgiria, após alguns bons instantes. — De pet já bastam meus clones das sombras para dar trabalho.
Ao menos as coisas seguiram de forma pacífica - mesmo com o garoto que acompanhava o autodeclarado sábio dos sapos sendo um gritador inconveniente. Jiraya não parecia se importar muito em manter o caminho da paz, passando até mais informações sobre a Akatsuki, o que acendeu uma centelha de esperança para Narie sobre conseguir ajuda do velho. No entanto, ao descobrir que ele era um taradão, a vontade de pedir informações sobre os Senju e o Mokuton só morreu. Julgou muito Brakios enquanto ele levava o livro que parecia lotado de depravação para ser autografado e só lembrou de responder Naruto quando a dupla já havia se distanciado:
– EI, LOIRINHO DO ROSTO PREJUDICADO! DA PRÓXIMA VEZ QUE CHAMAR ALGUÉM DE GIGANTE ESQUISITO, EU TE QUEBRO NA PORRADA, ABUSADO!
Dito isso, deu um tchauzinho para Jiraya, grata pela paz naquele pedaço da viagem e voltou-se aos afazeres do time Han enquanto esperava o sangue esfriar. Se foi ouvida ou não, não tinha certeza, mas nem ligava muito. Se os caminhos se cruzassem de novo, poderia tentar esquecer a depravação e pensar em puxar o papo de alguma forma. Por hora, ia tentar a sorte sobre os assuntos pessoais com os monges que Han conhecia.
– Eu não sabia que tinha tanta gente depravada nesse time... Cada coisa. – Alfinetando os recém-descobertos gostos de leitura de Brakios e o pedido de Haku para ler o novo material, a garota reviraria os olhos. Meninos dessa idade eram muito estranhos, principalmente os que tinham olhos injetados e cara emburrada. Como ela olharia para Brakios agora, sabendo que ele era um apoiador de pervertido e amante de contos eróticos? Ficou grata com a mudança de ares trazida pela pergunta de Han. – Kuchiyose? Hm... Não tô pensando muito nisso. Prefiro investir tempo focando em mim mesma do que cuidando de bicho. Talvez no futuro, mas no momento prefiro não ter esse tipo de trabalho.
A kunoichi não se sentia tão mãe de pet, então ela nem cogitava a ideia. Se precisasse de um apoio na batalha, assim como Hakuryu, ela usaria um clone e pronto. Ou até uma arma. Enfim, nada que ela precisasse limpar, alimentar ou que aumentasse o seu custo de vida. Muito triste ser financeiramente quebrada - e muito irônico carregar o sobrenome de uma família riquinha e estar nessa situação. A vida tem dessas, e Narie também não se arrependia dessa escolha.
Que apresentação magnífica! Somente um ninja lendário como ele poderia ser tão assustador quanto divertido em proporções iguais. Que frio na espinha, fiquei com mais medo ainda de enfrentar ele em combate, espero nunca tornar seu inimigo — Muito obrigado senhor Jiraya! Eu não imaginava que tinha escrito uma outra obra, espero um dia conseguir retribuir tamanha gentileza! — fiz uma reverência, a mais honesta e respeitosa possível, assim como Kamoshida um dia teria feito para o próprio velho Oonoki.
— Claro que posso te emprestar Haku, vai ser divertido ter alguém para conversar sobre o livro. Uma pena que o Han Sensei não gostou de Icha Icha Paradise… Posso emprestar esse também se quiser.
Guardei o livro com carinho, iria encontrar uma oportunidade adequada para dar início a essa leitura. Han parecia incomodado e fez um alerta quanto a Akatsuki, ignorei a parte sobre os livros e voltei a prestar atenção quando o assunto parecia mesmo alguma coisa acertada de se pensar. Invocações! De que forma eu poderia fazer com que isso se tornasse algo verdadeiramente útil para meus aliados durante as missões? É claro que precisa ser uma coisa mais… Distinta que os corvos ou os animais selvagens que encontramos no caminho.
— Eu adoraria saber mais sobre a Kuchiyose, sensei! Honestamente, gosto muito de interagir com animais selvagens, mas se fosse para ter algum aliado, eu iria preferir um único parceiro — comecei a gesticular com as mãos, como eu explicaria isso? Fiquei nervoso, mas tentei concluir os meus pensamentos. — Um aliado tão “singular” quanto a mim…
Focada em saber como as coisas funcionariam na Akatsuki, Rena ignorou a conversa de Itachi com Hanya. Não tinha interesse em ter animais de estimação : pelo contrário, preferia se focar em suas próprias habilidades. Mais interessante ainda era saber que a Akatsuki ajudava mais a Chuva do que o próprio líder do vilarejo. Talvez o sistema de vilas realmente não fosse tão bom assim, mas ainda preferia acreditar que as coisas poderiam funcionar, como Hashirama fez acontecer após derrotar o próprio Madara.
Na sala com o líder oculto da organização, a Kaguya entrou novas informações bastante valorosas. A que mais lhe interessava era o controle que a Akatsuki poderia ter sobre nações. Afinal, se conseguisse usar tal capacidade ao seu dispor, ela poderia usar recursos das grandes nações para tornar o Som em um lugar melhor. Acabou também ficando preocupada com a missão que haviam recebido, mas ficou mais tranquila ao saber que seriam acompanhados por outros membros. Se Itachi já era forte como um Kage, os outros membros deveriam ter um poder semelhante.
Sem perguntas, ela seguiu Itachi, percebendo que ele tinha uma nova rixa com Madara. Contudo, conhecendo a personalidade do Uchiha, preferiu não perguntar sobre a questão, que não deveria revelar muita coisa se fosse questionado. Além disso, outro assunto lhe parecia mais importante do que falar sobre Orochimaru.
- Itachi, como esses outros membros são ? Eles são tão colaborativos quanto você e o Kisame ? - Questionou, interessada em quem seriam seus novos aliados.
- Ei Itachi, por que não pede ao Madara para que o cure assim como fez com Kimimaro? Até parece que está querendo morrer. - perguntou Myato enquanto seguiam rumo a missão. - Como assim, a vila da folha tem um acordo com uma organização do cunho da Akatsuki? Isso é muito estranho, não se devo perguntar sobre isso para os dois, só sei que não sabemos de nada. Estamos entrando no meio desse fogo cruzado, é necessário cuidado. - pensou sozinho.
"Itachi realmente é um gênio. Ele nunca faz nada além do necessário, e é por isso que consegue extrair 100% de eficiência em tudo o que faz", refletiu Hanya, absorvendo positivamente os conselhos de Itachi. Sentiu uma leve felicidade brotar em seu peito, uma sensação rara e reconfortante. O ninja que ela tanto admirava, apesar de seu passado sombrio, participaria de uma missão ao seu lado mais uma vez. Isso reacendeu uma fagulha de motivação dentro dela, lembrando-a da importância de sempre buscar o aperfeiçoamento, mesmo nas sombras das circunstâncias mais difíceis.
Itachi, junto ao time originalmente liderado por Kaguya Rena, avançava em direção ao País da Rocha, uma terra situada entre o País do Vento e o País da Terra. O grupo movia-se com agilidade entre a densa floresta, seus saltos precisos e rápidos, encurtando rapidamente a distância até o destino. No entanto, a jovem Hanya, com apenas 9 anos, começava a mostrar sinais de cansaço. Seus passos, embora determinados, eram mais lentos em comparação a Itachi, Myato, e Rena, fazendo com que ela ficasse um pouco para trás. Apesar disso, a garota mantinha o esforço, tentando desesperadamente se manter próxima ao grupo, sua determinação visível a cada salto.
Itachi, como esses outros membros são ? Eles são tão colaborativos quanto você e o Kisame ?
Uchiha Itachi, com sua característica tranquilidade, responderia:
— Deidara é um terrorista que vê explosões como a forma mais pura de arte. Para ele, a arte é efêmera, como uma explosão rápida e devastadora, e isso reflete em seu estilo de combate. Ele não costuma cooperar quando é forçado a trabalhar comigo ou com o Kisame, então é improvável que ele vá me ouvir, ou qualquer um com uma ligação próxima a mim. — Itachi então fitou Hanya brevemente, um aviso velado em seu olhar. — Sugiro que não o provoque; ele não parece ter grande apreço por nossa linhagem.
Itachi continuou, desviando o olhar com uma calma quase desconcertante:
— Quanto ao outro, Sasori, ele é leal à Akatsuki, mas carrega ressentimentos profundos contra Orochimaru e Otogakure. Considero que... Um time composto por mim, Sasori, Deidara e vocês sejam uma escolha desastrosa por parte de Madara, mas a incompatibilidade entre nós será compensada por poder bruto. Mas caso consigam cobrir as falhas dessa formação, o sucesso dessa missão será quase garantido, suponho eu, é claro.
— Ei Itachi, por que não pede ao Madara para que o cure assim como fez com Kimimaro? Até parece que está querendo morrer.
Itachi, com seu olhar sereno e uma sabedoria que parecia pesar em cada palavra, responderia:
— Madara não é tão benevolente quanto aparenta. Um corpo vulnerável em suas mãos pode facilmente se tornar escravo de sua vontade através do Kinkoju no Fuda. A cura que ele ofereceu a Kimimaro foi uma aposta arriscada; mesmo com compatibilidade, o risco de morrer durante o procedimento é alto. Eu prefiro continuar vivendo com minhas limitações do que arriscar minha vida de forma fútil.
Enquanto saltava de árvore em árvore, Itachi desviou o olhar para o chão, sua expressão levemente sombria, embora quase imperceptível.
— Além disso, a força que possuo é fruto das minhas escolhas e sacrifícios. Aceitar uma intervenção de Madara seria trair tudo pelo que lutei até agora. A morte não é algo que eu temo, mas uma consequência inevitável do caminho que escolhi. Espero que isso tenha esclarecido suas dúvidas.
Naquele momento, um corvo solitário voava pelo céu e pousou suavemente no ombro esquerdo de Itachi. Uchiha Hanya, com sua habilidade de se comunicar com animais, percebeu que a ave trazia informações sobre Uchiha Sasuke. Itachi, absorvendo as coordenadas, soltou um suspiro quase imperceptível até o momento que o corvo parecia avisar o Uchiha de um certo acontecimento, coisa que fez Itachi arregalar seus olhos por um breve segundo. Sua voz seria ouvida nesse momento
— Entendo… Então alguém estava nós seguindo todo esse tempo... — murmurou Itachi para si, em um tom frio, como se já previsse as sombras que se aproximavam no futuro. — Hanya... A sua direita...
Hanya, esforçando-se para acompanhar o grupo, subitamente viu uma imensa cobra emergir das profundezas do subsolo. Em um movimento brutal, a criatura engoliu-a junto com o galho em que a jovem Uchiha se encontrava, e desapareceu rapidamente de volta ao solo, utilizando o Doton: Moguragakure no Jutsu. Itachi, instintivamente, tentou salvar a pequena Hanya, mas no caminho foi abruptamente impedido por uma figura que emergiu do nada, semelhante a ele em aparência. Kunais se chocaram em um combate de curto alcance, produzindo faíscas a cada impacto. Tanto Itachi quanto aquela figura eram usuários de sharingan, o doujutsu do clã Uchiha.
Itachi recuou alguns passos, e a figura à sua frente espelhou o movimento. Rena e Myato logo reconheceram o novo oponente: um morto-vivo ressuscitado por Orochimaru através da técnica Edo Tensei, alguém que Kabuto havia mencionado anteriormente. A tensão era palpável, e o grupo sabia que enfrentar um inimigo assim seria traiçoeiro. Orochimaru, de alguma forma, havia descoberto a localização de Rena, Myato e Hanya. Itachi, porém, parecia abalado com a aparição daquele morto-vivo — não era qualquer um, era seu próprio pai.
A figura, com uma aparência semelhante à de Itachi, comentou de forma casual, sua voz pesada e inquieta, como se sondasse por informações:
— Meu amado filho... Como tem passado? Como está seu irmão? — A voz, embora carregada de uma leve emoção, soava antipática. De repente, ela mudou, e a voz de Orochimaru emergiu das profundezas daquele corpo. — Kukukuku... Que curioso, eu sabia que Rena, Myato e Hanya estavam tramando algo sob meu nariz, mas conspirar secretamente com a Akatsuki sem sequer me avisar? Fiz bem em vigiá-los. Devo considerar isso traição? Bom, isso não importa agora... Uchiha Itachi está bem aqui, o corpo que tanto desejo... Trio de Otogakure no Sato, ajudem-me a capturar Itachi, e talvez eu perdoe essa traição... O que me dizem?
Nas costas de Itachi, uma figura feminina irrompeu, seu corpo envolto em um brilho carmesim que pulsava como o sangue de um demônio. Seus longos cabelos, tingidos de vermelho escuro, se agitavam no ar como serpentes flamejantes, e num impulso violento, ela avançou com a fúria de uma tempestade, desferindo um soco que visava o coração de Itachi. Mas o Uchiha, com o brilho cruel do Sharingan em seus olhos, previu o ataque com uma precisão inumana. Em um movimento ágil e letal, ele desviou, saltando para trás com a velocidade de um raio, aterrissando a metros de distância da mulher possuída.
Itachi iria encostar suas costas numa árvore próxima, sentindo um breve cansaço derivado do seu próprio estado físico. Desde a luta com o Samekyodai, seu estado físico e sua doença evoluíram consideravelmente, ele visivelmente estava longe do seu auge físico, porém, ele ainda conseguia se movimentar numa velocidade que desafiava os limites humanos.
— Meu pai... Uchiha Fugaku... e... a esposa do Yondaime Hokage, Uzumaki Kushina... Essas são as peças que você ousa manipular, Orochimaru? Você aperfeiçoou a técnica proibida do Nidaime Hokage ao ponto de corromper essas almas tão poderosas? — A voz de Itachi, normalmente tão contida, agora carregava uma fúria fria e cortante. Ele fechou os olhos por um breve momento, e ao abri-los, o poder sombrio do Mangekyo Sharingan queimava em suas íris. — Uma cobra como você... nem ao menos tem coragem de me encarar face a face. De que abismo você rasteja, Orochimaru, que teme tanto me enfrentar diretamente? Aprendeu a sua lição no nosso último confronto?
Enquanto isso, Uchiha Hanya se debatia, presa nas presas de uma serpente colossal que serpenteava nas profundezas do solo. Sua mente, jovem mas determinada, buscava desesperadamente uma maneira de escapar do aperto esmagador. Myato e Rena, por outro lado, se encontravam em uma encruzilhada mortal. O que fariam diante da situação que se desenrolava em questão de segundos? Ali estavam, Itachi de um lado, lutando contra mortos-vivos trazidos de volta por Orochimaru, e o Otokage, sempre imprevisível e manipulador. Unir-se a Itachi para enfrentar o exército de cadáveres profanados? Ou tentar negociar com Orochimaru, arriscando-se a ser tragados por suas intrigas venenosas?
O ar ao redor tremia, pesado com a tensão do momento, enquanto o grupo de Otogakure no Sato decidia seu destino em meio ao caos que se erguia, como uma maré de sangue e sombras.
Após escutar as palavras de Itachi, Rena concluiu que aquele homem era bastante sábio e passou a admirá-lo um pouco mais. Ele claramente tinha uma perspectiva realista da vida, e não deixava nenhuma informação passar, como um bom espião. Talvez ficar ao lado dele, no final das contas, fosse mais proveitoso do que ficar com Orochimaru, até mesmo em questão de ensinamentos.
Por fim, seu nível de preocupação acabou se elevando ao saber que seus aliados eram malucos e que Kimimaro não estava exatamente seguro. Trocar de mestre não era exatamente o que ele planejava para seu primo, e se esse fosse realmente o caso, teria que concordar com o assassino de parentes. Por mais que a situação tivesse melhorado, os garotos haviam saído do espeto para cair na brasa.
- Uma cobra ? Orochimaru ! - Percebeu instintivamente com quem estava lidando, e em seguida o combate de Itachi se desenrolou. O Akatsuki estava fora de seu auge, mas ainda era claramente muito poderoso e o trunfo se quisessem sair dali vivos. Nem mesmo se deu ao trabalho de responder o Otokage com a sua proposta ridícula.- Myato, vamos ganhar tempo enquanto Hanya não retorna ! - Sem Hanya teriam poucas chances de vencer, principalmente se o pai de Itachi fosse tão bom em genjutsu quanto seu filho.
Em seu ataque, Rena usou Raiton Gian em potência alta, desferindo dois feixes de raio, um contra Kushina e outro contra Fugaku, tentando manter a dupla ocupada. Depois ativou seu selo amaldiçoado e se preparou para defender Itachi com seu corpo, caso notasse que ele seria ferido, já que ele era o carregador do time.
Focando suas habilidades no controle de chakra e em técnicas de genjutsu, Hanya optou por sacrificar sua velocidade. Por conta disso, a Uchiha, com apenas nove anos, tinha certa dificuldade em acompanhar seus companheiros em longas viagens. No decorrer do caminho, essa limitação se tornava cada vez mais evidente, à medida que a distância entre ela e os outros só aumentava. Em determinado momento, Hanya observou Itachi e percebeu que ele havia dito algo direcionado a ela, mas, devido à distância, não conseguiu entender a mensagem.
"Será que se eu pedisse para o Itachi me carregar nas costas ele aceitaria?", pensou, perdida em seus pensamentos pervertidos. Distraída, Hanya baixou ainda mais a guarda, o que já era perigoso, considerando que seu olho esquerdo estava completamente cego. Foi nesse momento de descuido que uma cobra gigante de Orochimaru a atacou, acertando-a em cheio.
— QUE INFERNO! NÃO POSSO NEM TER MEUS PENSAMENTOS PERVERTIDOS COM ITACHI, QUE ALGO JÁ ACONTECE! — gritou, frustrada.
Apertada pelos músculos implacáveis da cobra, Hanya encontrava grande dificuldade para executar qualquer jutsu. Com a saliva ácida do animal corroendo sua pele, a pequena Uchiha sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar. Notou então que a cobra também havia engolido um grande galho. Determinada a salvar sua vida, Hanya usou o galho como uma espécie de pilar para ganhar espaço dentro da barriga da cobra. Rapidamente, conjurou seu Katon: Gōkakyū no Jutsu na direção da cabeça da cobra, carbonizando seus órgãos internos e gerando uma intensa fumaça.
Como o animal estava no subsolo, o oxigênio era escasso. Com a fumaça e o calor gerados pelo jutsu, era natural que a cobra subisse à superfície em busca de ar. No instante em que a cobra subisse, Hanya não perdeu tempo. Usaria seu Katon Hanyashō no Enkō para fazer um buraco na barriga do animal, tentando sair por ele. Se o plano desse certo, Hanya ativaria sua marca maldita e sacaria seu Gunbai Uchiha, adotando uma postura defensiva, pronta para o que viesse a seguir.
- Talvez eu devesse pensar em outra forma de curar esse homem, pelo que me parecia, soava como se ele não quisesse uma cura. Mas ele simplesmente não quer se arriscar, entendo que seja arriscado. Talvez aquela mulher de quem Orochimaru falou, Tsunade... - pensou consigo mesmo.
Quando uma imensa cobra apareceu no horizonte e engoliu Hanya por inteira, Myato imediatamente recuou e iniciou seus preparativos para a batalha, de forma violenta, uma vez que percebeu que se tratava de Orochimaru. Realizou seu justu Mokubushin para criar 1 clone, e logo após isso invocou o macaco com tinha feito um contrato. Por fim, usaria chakra modo para aumentar suas capacidades em batalha, tendo em vista que percebeu a imensa força dos inimigos no campo de batalha.
