Hakuryuu ficou um bom tempo imaginando aquelas ideias. Porém, logo buscou limpar a mente, porque se fosse ficar ponderando aqueles assuntos, poderia acabar perdido por horas.
Ao que a entrada foi liberada, rapidamente visou escanear o ambiente com os olhos. O local não parecia lá muito organizado. O que poderia ser sinal de falta de tempo ou de muita desorganização, possivelmente por problemas pessoais.
Ao unir a informação de que ele cuidava de alguém com a foto do balcão, a situação mudava. O irmão dele, o garoto loiro, parecia ter a mesma idade que ele, o garoto de cabelos pretos. Então, estar cuidando dele por invalidez, como poderia ser o caso do pai, parecia menos provável. Contudo, o pai era ninja e, como parecia haver um genuíno desprezo pela classe, soava estranho ele ainda cuidar do velho que desprezava. Cuidar de alguém que não gosta a ponto de bagunçar a vida pessoal e profissional? A maioria das pessoas deixava pais ruins em asilos. Sem falar que, a julgar pelo tempo desde a foto, talvez uns 15 anos, não parecia ser suficiente para deixar alguém de meia-idade tão velho assim. Oonoki devia ter quase uns 80 e ainda fazia muita coisa sozinho, apesar da dor nas costas.
Por outro lado, pessoas em cativeiro eram exatamente o tipo que precisava de cuidados. Era necessário dar água, comida, levar no banheiro… Ou seja, muito suspeito da parte dele. Contudo, Hakuryuu não queria dar na cara. Pelo menos não mais do que dariam ao perguntar se ele conhecia Urach Andressa.
— Olha só, seu pai é um ninja. Será que nós o conhecemos? Qual o nome dele? Ele ainda está na ativa? — iniciaria, cutucando aquela possível ferida intencionalmente.Observaria bem as reações do homem. Com elas poderia concluir muita coisa sobre ele e sua situação atual. O homem estar na ativa poderia excluir algumas possibilidades. E, quem sabe, considerando o desgosto que ele devia ter com o ninja da família, ele não acabasse desabafando uma coisa ou outra pela forte emoção desengatilhada?
Eventualmente, então, caso ninguém fizesse a derradeira pergunta, Hakuryuu a faria ao fim do papo.
— De qualquer forma, estamos aqui para perguntar sobre Urach Andressa. Ela desapareceu nos últimos dias e estamos conversando com seus clientes e conhecidos para refazer os passos dela. Quando foi a última vez que a viu? Sabe de alguém que poderia querer o mal dela? — indagaria, novamente observando bem as reações do homem.Queria ver se havia sinais de nervosismo ou demais emoções em sua resposta. A depender da reação, dava para ter uma noção do quão verdadeiras eram suas respostas.
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