Começamos o capítulo com a continuação do combate entre Goku e Gohan, pai contra filho, Instinto Superior versus Modo Bestial.
Goku, logo de cara nesse capítulo 103, demonstra a surpresa em como Gohan evoluiu e aparenta, graças ao seu treinamento, uma evolução, quando Gohan prontamente exalta o seu mestre, Piccolo, cujo foi uma peça fundamental no desenvolvimento de seu treinamento e o controle de seu mais novo poder de madeixas claras. Em seguida, Goku cita que ele não fica muito atrás/não brinca muito quando se trata de mostrar os frutos de seu treinamento e isso é rapidamente materializado nos painéis quando, sem mais delongas, Goku, com seu Instinto Superior, domina Son Gohan [e aquilo exalto a sutileza e a elegância oriunda do Migatte no Goku'i - que belo ver essa transformação e suas nuances nas páginas], tanto de maneira ofensiva quanto defensiva. Não obstante, os espectadores, incluindo nessa equação o comentarista Vegeta, acompanham o combate, e o ponto alto, pelo menos por ora, em cima dessa observação, é a pontuação feita por Vegeta em quão notável é a diferença das experiências dos lutadores. Nesse período de tempo, Goku dominou completamente o combate, levantando, também, pontuações de seu filho, tal qual, pela primeira vez em combate, estava enfrentando algo desse calibre.
Todavia, demonstrando o personagem que é, isto é, um infinito de potencial, Gohan infere que seu pai não havia visto de tudo de seu novo poder.
Elevando seu poder em níveis altíssimos, Gohan dispara contra Goku, que é retirado de sua zona de conforto, mesmo no MUI, perdendo, na defensiva, a graciosidade que outrora dominava seu ser. No fim das contas, a muralha que é o Ultra Instinto é, naquele momento, rapidamente ultrapassada, na mesma velocidade que, após uma ofensiva poderosa de Gohan, as madeixas prateadas dão lugar aos negros cabelos tradicionais de Goku. No entanto, graças ao grande nível de ki utilizado durante aquele período - suficiente para superar a velocidade de reação do UI -, é notável o desgaste de Gohan através dos desenhos. Depois, vemos a explicação em cima dessas ações, o que me soou bem razoável.
Por fim, dentre as reações, vemos Broly, completamente em êxtase ao presenciar o Beast Mode de Gohan - identificação é tudo -, o que acaba chamando a atenção de Goku em meio ao sparring, fazendo com o que o filho de Bardock finalizasse com o breve combate. Achei bem legal, aliás, a mensagem que Goku deixa em relação ao futuro da Terra, em sua ausência, após presenciar e testar a força de Gohan, é bem bacana. E, no fim das contas, pelo menos da maneira que enxergo, é o que precisa ser feito - Gohan, Goten, Trunks, Pan e Uub: o bastão precisa ser passado para a nova geração, mesmo que Gohan seja, em idade, mais avançado que os demais supracitados. No entanto, fico reticente em colocar o Broly nesse meio, já que não acredito muito na possibilidade do mesmo se tornando um habitante da Terra. Enfim.
Em seguida, Goku solicita para que seu filho, Son Gohan, enfrente Broly, fazendo uma boa leitura do que viria a ocorrer nas próximas páginas. É confrontado por Vegeta, no qual questiona se estava tudo bem em finalizar sem haver um vencedor, enquanto Goku, prontamente, responder afirmando que não era essa a intenção do sparring. Na bolha do powerscalling isso acabou levantando um grande alarde, o que, depois, foi inclusive comentado por Toyotaro, mangaká do título de DBS, adiantando-se que, de fato, isso seria uma questão levantada, mas pediu um olhar mais atento aos fãs para que, dessa forma, entendessem que isso iria mais além do que mero poder bruto, e as formas particulares de combates, características intrínsecas aos personagens individuais, precisariam ser mais analisadas.
Do que eu presenciei nesse capítulo, me pareceu que, de fato, o maior poder latente é o de Gohan. Todavia, Goku é um mestre dos combates e a experiência e a maneira de combate são cruciais aqui. Goku está caminhando para se tornar um professor - EoZ é no ano seguinte e ele assumirá a responsabilidade em cima do desenvolvimento do Uub como um guerreiro. Apesar do poder latente - e não é meramente só o poder bruto de Gohan, que inúmeras vezes evidenciou que houve um treinamento com seu mestre, Piccolo - se equiparar, em alguns momentos, contra a maestria e a sutileza do Instinto Superior, a experiência é um ponto chave. Ponto pro Toyotaro e pro mestre Toriyama.
Goku e Vegeta, analisando a dupla que entrariam em combate, evidenciam as semelhanças de ambos. Intrigado e entusiasmado com a forma de outrora, Broly pede para que Gohan acesse, novamente, a Forma Bestial. Atendido. Em meio ao combate, Broly alcança o gatilho que o auxiliaria ao seu objetivo a curto prazo: um maior domínio sobre suas forças - convertido, em páginas, com seu Super Saiya-jin controlado. A priori percebemos o quão interessante é o seu poder, tal qual a sua aura, no momento da transformação, foi capaz de fazer Son Gohan recuar. Em seguida, é elogiado de forma direta pelo último, tal qual infere que o Super Saiya-jin de Broly é diferente de todos os demais. No entanto, as diferenças ainda eram grandes, e mesmo com o auxílio de seu oponente, Broly é rapidamente subjugado por Gohan. Lá, Beerus (com seu humor duvidoso, como já é de praxe no mangá) e Whis tem um diálogo, no qual Whis levanta a possibilidade de Gohan, por conta de seu poder, ser um candidato ao posto de Deus da Destruição, cujo é rapidamente rechaçada por Beerus que, ao analisar Gohan, percebe que sua personalidade é conflitante com o cargo.
No fim das contas, Vegeta interrompe o combate, querendo a sua vez, e no fim todos queriam o garoto Gohan. Nesse momento, as coisas viram uma bagunça e todos se enfrentam - foi um momento bem divertido.
Depois, tem aquele almoço característico e os personagens retornam até a Terra. Goku, ao se deparar com Piccolo, sem mais delongas solicita um combate contra o namekusei-jin, tal qual é prontamente rechaçado por conta da tarefa de Piccolo: buscar a Pan na escola.
Goku, sem entender nada, o que é péssimo, pergunta do que se trata, demonstrando que havia se esquecido de quem sua neta era. Horrível. Não é uma caracterização que me agrada. A interação, presente no anime de Super, com aquele belíssimo episódio slice of life com Pan, Piccolo e Goku, dá um banho. Entretanto, existe uma perspectiva diferente, na qual eu li, que isso poderia desencadear a relação entre avô e neta que presenciamos durante os eventos de End of Z. Se for isso, beleza. Se retornar a estaca zero, péssimo. Que venha o Goku vovozinho e mestre.
No fim, durante a busca de Pan na escola, tivemos uma das páginas mais belas e significantes da obra [uma das minhas preferidas, também], que consistiu na investida da Pan contra Goku, buscando surpreendê-lo, uma vez que, após Gohan apontar Goku para Pan, mostrando que aquele era seu avô, a pequena mestiça saiya-jin não se mostrou muito surpresa. Doravante, após essa breve interação entre avô e neta, Pan pareceu reconhecer o valor e a força de seu avôzinho. Muito bacana.
https://scans-hot.leanbox.us/manga/Dragon-Ball-Super/0103-044.png
O capítulo se encerra com Goku e Pan apostando corrida no céu, Gohan, se mostrando um pai preocupado, voando - atrasado -, atrás de ambos e Piccolo, o mestre de Son Gohan, se despedindo da professora e acompanhando os demais. Significante, e bastante impactante, o último capítulo que teve dedo do Toriyama, e o último antes de seu falecimento, ter se encerrado com o seu personagem favorito em página.
Na minha concepção, um dos melhores capítulos do título, senão o mais. Esse capítulo traz, consigo, grandes mensagens e um grande impacto, já que é o último trabalho em conjunto do Toyotaro e Toriyama. A importância da nova geração, a transição geracional, o desenvolvimento dos personagens, a importância e auxílio entre si envolvendo os mesmos, etc. Artisticamente e tenicamente falando, foi um capítulo bem superior ao antecessor, o 102.
Nesse momento, um hiato cairá bem por todo o contexto envolvido. É necessário.
Que Dragon Ball consiga ter o seu retorno ainda mais forte e impactante. Estou ansioso para as próximas histórias.