Mente de Hanya - Mundo Lúdico

Esse espaço mental é um lugar singular e misterioso nas profundezas da mente da jovem aventureira. Nesse espaço, as fronteiras entre passado, presente e sonhos se dissolvem, formando uma escadaria infinita de memórias. Cada degrau é um compartimento, um quarto onde as lembranças se materializam. A Uchiha eventualmente pode explorar esse espaço, enfrentando suas emoções mais profundas e buscando compreender a si mesmo.

Hanya tremia à beira do rio, o frio penetrando seus ossos enquanto tentava se aquecer com os fósforos roubados. Sozinha e isolada, sua barriga roncava de fome. O pão do vendedor da vila, antes uma tentação irresistível, agora era uma lembrança dolorosa: o preço de sua audácia foi o espancamento impiedoso pelo vendedor. Hanya fitava o rio, seus olhos cansados encontrando um pequeno barco de madeira à distância. Talvez fosse sua única esperança de escapar dali. A garota estava pronta para fugir daquele mundo cruel, mas seu corpo parecia traí-la. No barco, remando contra sua vontade, Hanya buscava paz. Sabia que, ao chegar ao outro lado do rio, não precisaria mais se preocupar com nada.

Porém, lá, no meio do nada, atravessando o rio com uma névoa que cegava até mesmo seus olhos, a jovem garota de apenas 8 anos, viu a imagem distorcida de duas pessoas. Uma delas, era uma mulher, outro um homem, mas não era possivel distinguir quem eram.

— Hanya… O que você está f-fazendo? — Uma voz feminina, em prantos, questionou. — Cadê sua irmã? Vocês se separaram? Não venha para cá… Fuja…

Quem eram aquelas pessoas?

— Hanya… Ram… Danzou está vindo, rápido, vocês precisam fugir!

Que memórias eram aquelas?


O barco parou no meio do rio, e Hanya percebeu que existia uma corda que anteriormente ligava aquele barco à terra firme, no entanto, uma jovem com lágrimas nos olhos segurava a corda com o máximo de força que podia, impedindo que Hanya escapasse para o outro lado. A garota, também com 8 anos, suplicou:

— Hey, mana... Você já vai embora mesmo?

Uchiha Hanya perceberia naquele momento que aquilo era um plano astral e sua mente lentamente estava sendo consumida pela morte, no entanto, ela iria aceitar aquilo? Sua vida deveria acabar ali? Ela lutaria contra a morte? Isso era possivel?

Ação livre para @ZeddaSilva

De fato, velejar por aquelas águas poderia realmente tirar Hanya daquele inferno, mas o que a garota não sabia era que, uma vez que seguisse aquele destino, nunca mais voltaria. A morte era o destino naquelas águas sombrias. Mesmo confusa com a situação, a pequena Uchiha ainda lembrava de sua missão e não entendia o que estava acontecendo ali. Se por um momento ela se sentiu confusa e deixou o corpo amolecer, agora não pensava mais assim.

— Quem são essas pessoas do outro lado do rio? Essas vozes me parecem familiares, como se eu já as tivesse ouvido no passado. EI, QUEM SÃO VOCÊS E DE ONDE ME CONHECEM?!

Mesmo sem entender quem eram aquelas pessoas, Hanya tentou interagir com elas. Talvez explicassem de onde a conheciam, talvez fossem seus… Antes que pudesse concluir seu pensamento, foi surpreendida por um tranco na canoa de madeira. Notou que uma corda estava amarrada a uma parte pontiaguda da embarcação. Seguindo o rastro da corda, viu a silhueta de uma figura baixinha e cabeçuda se formar. Forçando a visão, Hanya percebeu a imagem de uma menininha com altura e forma física quase idênticas às suas.

Depois de interagir com as duas figuras estranhas, Hanya decidiu se aproximar da garota que se parecia com ela. Talvez ela soubesse de alguma forma de sair daquele inferno astral.

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A jovem, com apenas 8 anos, tentava se comunicar com aquelas vozes no meio da névoa, mas tudo o que via eram sombras grotescas projetadas em sua visão. Por um instante, ela se lembrou de um cenário que havia sido forçada a esquecer. Estava com sua irmã gêmea, num campo verde cercado por plantações de arroz, brincando com bonecas enquanto saboreava um doce, talvez um pudim feito por sua mãe. O sabor era tão bom... Como ela pôde esquecer? Quantos anos tinha naquela época? Talvez 3 ou 4.

A jovem Uchiha e sua irmã Ram viviam numa vila pesqueira do País do Som. Seus habitantes eram simples civis com algumas habilidades shinobi, mas, naqueles dias, eram uma família feliz.




No entanto, um dia sombrio chegou. A mãe delas, desesperada, as carregava enquanto fugia por suas vidas. O pai havia ficado para trás para enfrentar um tal de "Shimura Danzou", que supostamente estava exterminando aqueles que poderiam estar ajudando o Clã Uchiha numa rebelião contra Konoha. Hanya, com sua tenra idade, não compreendia o que estava acontecendo, mas viu o sangue de seu pai sendo derramado por um shinobi de Konoha durante a fuga. Ouvia os gritos e o choro de sua irmã ao lado, mas não conseguia entender o caos ao seu redor. Ela só queria esquecer, só queria fugir.

Em um determinado momento, sua mãe colocou ambas num barco no rio próximo e, com força, empurrou-o, enquanto realizava selos de mão para criar clones que se dissipariam pelo campo de batalha. Era um movimento desesperado para distrair Danzou e os shinobi de Konoha. Tanto Hanya quanto Ram, naquele breve instante, viram sua mãe sendo acertada por uma técnica que parecia usar uma lâmina de vento no ar. O corpo dela foi cortado ao meio, bem na frente delas.




O mesmo shinobi que havia feito aquilo olhou para as meninas, agora desaparecendo na distância do rio. Ele fez um selo de mão e lançou outra técnica de vento cortante em direção ao barco. Tudo o que viram foi o barco sendo partido ao meio, separando as duas irmãs no rio violento. Hanya caiu no meio do rio, bateu a cabeça e tudo escureceu.

Algum tempo se passou. Hanya acordou, sendo carregada por um indivíduo que fedia a álcool, talvez um pescador que encontrou seu corpo boiando no rio, mas ele carregava sem cuidado nenhum, só tinha feito um breve favor em cuidar de suas feridas e provavelmente iria largar em um canto qualquer assim que pudesse. Naquele momento, Hanya não sabia mais quem era. Só sabia que sua vida, a partir de agora, seria extremamente difícil.



Cessando aquela lembrança, nesse momento, Hanya voltaria a terra firme depois de muito esforço de sua irmã que nesse momento iria abraçar ela. Era uma sensação esquisita, mas por algum motivo Hanya entendia que sua irmã talvez estivesse em algum lugar dentro daquele mundo. Aquela garota em sua frente, apesar de bem real, não era de fato ela... Era apenas um vislumbre de sua verdadeira irmã, projetada por sua mente.

— Fuja de Konoha... Aquela nação não irá tratar nós bem, Uchiha não são bem vindos, não confie em ninguém que seja de Konoha, muito menos em Orochimaru... Fuja o mais rápido possível, por favor, seja rápida... Talvez você tenha esquecido de mim, mas eu com certeza, não me esquecerei de você...!

Nesse breve segundo, Hanya notava que estava despertando em outra realidade, ela veria a imagem de Myato e Kabuto lutando, ela poderia ajuda-los caso quissese.

Ação livre para @ZeddaSilva

Como um flash atravessando o cérebro de Hanya, em questão de instantes, a Uchiha se lembrou de sua antiga vida, da felicidade e paz que desfrutava com as pessoas que mais amava e que a amavam. Por um lado, as memórias aliviavam seu coração, sabendo que seus pais e Ram, sua irmã mais velha, a amavam. Por outro lado, Hanya perdeu tudo isso, pois as pessoas que se importavam com ela já não existiam mais.

Neste momento, o tempo era o pior inimigo de Hanya em sua mente. O alívio e a chance de poder conversar com sua irmã, mesmo que espiritualmente, faziam sua própria alma voltar a se sentir em “casa”. Com um olhar simpático e um sorriso carinhoso, Hanya pronunciou em alto e bom tom o nome de sua irmã, demonstrando, por meio dessas expressões, que nunca mais esqueceria da pessoa mais importante e exemplo a ser seguido enquanto viva.

— RAM, muito obrigada por tudo que você fez por mim. Prometo que nunca mais esquecerei de você e de quem eu sou.

Nesse momento, Hanya iria amadurecer de uma forma atípica se comparada às crianças de sua idade. Certamente dúvidas surgiriam e sua forma de pensar passaria a ser considerada. Mas, certamente, Hanya Uchiha não seria mais a mesma.

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