País dos RedemoinhosPor volta das 13 horas. O homem, imponente em sua estatura e musculatura, exibia um sorriso ácido e cruel, como se a mera tentativa de Kaguya Rena de iniciar uma negociação fosse uma piada de mau gosto. O desrespeito era palpável, e Rena, por um breve instante, notava algo peculiar: uma bandana de Kumogakure pendurada descuidadamente no bolso do homem. No entanto, o símbolo do vilarejo estava riscado, um sinal claro de que ele havia rompido com sua antiga lealdade. Rena lembraria vagamente que aquele sujeito da outra vez que tinha encontrado ele, parecia ser mais justiceiro e moral, porém... O sujeito em sua frente, era totalmente diferente em termos de personalidade. Sua voz, grave e impiedosa, ecoava com desprezo:
—
Atrasado? Aqui é uma terra sem lei, minha amiga. — ele zombou, sua expressão transbordando arrogância. —
São os fortes que mandam aqui. E você? Uma garotinha fraca como você não tem voz por aqui. Recolha-se à sua insignificância e me entregue tudo que possui.Ao ouvir a menção a Yotsuki Kagehira, um brilho sombrio cruzou seus olhos, e o sorriso se alargou ainda mais, tornando-se quase um escárnio.
—
Eu? Eu não dou a mínima para aquele Raikage usurpador! — sua voz ganhava intensidade, carregada de amargura e ressentimento. —
Foi ele quem me baniu daquela droga de vila por "comportamentos problemáticos". Onde já se viu algo assim algo assim, não é mesmo?. E obrigado por mencionar a Uchiha e o Hyuuga, mas... Eu não me importo com aquele Raikage, Kyosuke "Culhões" ou a vadiazinha da Shizuka. Cedo ou tarde, tudo será meu, porque eu sou... O INVENCÍVEL REI DOS MARES!
Ele ergueu os braços em um gesto teatral, como se estivesse proclamando sua supremacia ao mundo. Enquanto isso, uma mulher que se mantinha à distância realizou um rápido selo de mão. Antes mesmo que Rena ou Myato pudessem reagir, uma densa manifestação de chakra Inton se espalhou pelo ar, materializando-se em forma de penas que preenchiam a área. A técnica, rápida e implacável, envolveu ambos em um genjutsu antes que tivessem tempo de resistir.
Os corpos de Rena e Myato se tornaram pesados, como se uma força invisível os estivesse subjugando. Rena, em particular, sentiu-a se frustrada por não conseguir ativar seu Keijūgan a tempo, e Myato que havia preparado sua técnica especial, para se curar mais tarde, apenas cairia imerso no genjutsu. Antes que qualquer contra-ataque pudesse ser esboçado, o homem, que se autodenominava "Muteki", apareceu repentinamente atrás da dupla. Com um movimento ágil e brutal, usou sua massa corporal para derrubá-los ao chão como se fossem bonecos de pano. A técnica de genjutsu que os aprisionara lembrava outra que Rena conhecia bem, outrora utilizada por Uchiha Hanya, sua companheira de equipe que já não estava mais com eles. A sensação de vulnerabilidade que os envolvia era quase insuportável, e, enquanto estavam caídos, o riso gutural de Muteki ecoava ao redor, como se ele estivesse saboreando cada instante de sua suposta vitória.
[...]
Embarcação de MutekiPor volta das 11 horas. Kaguya Rena e Myato despertaram lentamente, os sentidos ainda entorpecidos pelo efeito da droga que corria em seus corpos. O ambiente em que estavam era sufocante, um misto de claustrofobia e asquerosidade. Uma cela enferrujada cercava-os, o chão coberto por fezes e urina de rato que emanavam um odor quase insuportável. Ratos corriam de um lado para o outro, aproximando-se sem medo, como se estivessem habituados à presença humana. Ambos estavam praticamente nus, a pele marcada pelas correntes que prendiam braços e pernas, impedindo qualquer movimento independente.
Sem noção do tempo que havia se passado, talvez dias ou semanas, uma estranha combinação de calor e umidade indicava que estavam em pleno litoral do País do Redemoinhos. O ranger de madeira maltratada por água salgada os fazia perceber que estavam em um barco velho e precário, cuja densidade talvez fosse a única razão pela qual ainda não havia afundado. Porém, o maior desconforto não era a situação física, mas a sensação estranha na mente. Eles estavam drogados, incapazes de organizar os pensamentos ou compreender plenamente onde estavam. Os olhos desfocados mal conseguiam captar o ambiente ao redor, até que algo incomum surgiu.
Um vórtice dimensional se abriu diante deles, torcendo o ar em padrões caóticos. Dele, Uchiha Madara emergiu, caminhando com firmeza. Sobre seu ombro, carregava o corpo inerte de uma mulher, completamente desmaiada. Apesar da aparência imponente de Madara, os efeitos das drogas ainda dominavam Rena e Myato, impedindo-os de proferir mais do que um murmúrio incoerente.
—
Hm... — Madara murmurou, com os olhos cravados nos dois. Ele suspirou brevemente, sua expressão carregando uma mistura de irritação e desdém. Sem perder tempo, ele ergueu um dedo, apontando para as correntes.
Uma explosão de chamas cortou o ar, destruindo os grilhões com precisão milimétrica. O metal, antes restritivo, agora estava em pedaços espalhados pela cela. Sem dizer nada, Madara retirou uma seringa de dentro de seu manto. Ele a introduziu diretamente nas veias de Rena e Myato, injetando um antídoto raro e potente. O efeito foi imediato. Um calor intenso percorreu seus corpos, como se um fogo interno queimasse os resquícios da droga. O torpor deu lugar a uma clareza abrupta e quase dolorosa. Eles finalmente acordaram completamente para a realidade.
Ambos encararam o homem diante deles, tentando processar a sucessão de eventos. Estavam em um estado deplorável, mas vivos. Antes que pudessem formular palavras, Madara já havia se virado, caminhando em direção à saída da cela. Sem olhar para trás, ele falou com uma voz grave e autoritária:
—
O Zetsu Branco me informou que vocês estavam com problemas. Não imaginei que seria nesse nível de decadência. — Ele parou por um instante, como se refletisse sobre algo, e então continuou: —
Recuperem seus itens e... roupas, por favor. Tenho uma breve missão para vocês, os pertences de vocês e os deles devem estar em algum lugar nesse barco imundo, algo que acredito ser bem conveniente... Aliás, cadê a fedelha da Hanya, é importante que ela esteja com vocês para o que vou pedir.Madara olhou ao redor, seus olhos atentos percorrendo cada canto do compartimento escuro e degradante do barco. Não encontrava a pequena garota, a Uchiha que procurava. Com um movimento fluido e calmo, sacou um pequeno rádio de dentro de seu manto, posicionando-o no ouvido enquanto buscava informações, a expressão impassível, mas carregada de uma intensidade que fazia o ar ao seu redor parecer mais pesado.
Enquanto isso, Rena e Myato, agora plenamente conscientes, começaram a perceber a verdadeira extensão do horror ao seu redor. No mesmo compartimento, várias pessoas estavam acorrentadas, completamente nuas e cobertas de hematomas e ferimentos. Homens e mulheres exibiam sinais claros de maus-tratos e tortura, seus corpos tremendo, alguns em desespero absoluto, outros em um estado apático, como se já tivessem aceitado o pior. Muitos estavam sob o efeito de substâncias tóxicas, suas expressões vazias incapazes de registrar o que se passava ao redor.
Não restava dúvida para Rena e Myato: aquele barco era um transportador de escravos, e o nome "Muteki" agora vinha carregado de um significado mais sinistro. Se Madara não os tivesse resgatado, provavelmente já estariam a caminho de serem vendidos em algum mercado negro sombrio e distante.
De repente, o som de passos ecoou no corredor. Um dos piratas de Muteki apareceu, carregando uma bandeja improvisada com pedaços de pão mofado. Era evidente que aquela era a "refeição" destinada aos escravos, um reflexo cruel do desprezo dos piratas por suas vítimas. Porém, assim que seus olhos caíram sobre Madara, o homem congelou, o terror estampado em sua face. Sua voz saiu trêmula, tentando impor autoridade, mas claramente falhando:
—
Uh? Esse manto... Você é... da Akatsuki? Diga seu nome, apresente-se i-imediatamente!Madara suspirou profundamente, um suspiro carregado de desgosto, enquanto fechava lentamente seu único olho visível. Seu tom, ao responder, era baixo, quase casual, mas cada palavra parecia pesar toneladas no ar ao redor:
—
Este mundo... é verdadeiramente o inferno...
Uma risada baixa e contida escapou de seus lábios, enquanto ele posicionava a mão na máscara que cobria parte de seu rosto, revelando o Sharingan de três tomoe. O olho carmesim brilhou na penumbra do compartimento, sua intensidade hipnótica deixando claro que aquele era o último erro que o pirata cometeria.
—
Prazer... meu nome é Uchiha Madara.O pirata engoliu seco, sua mão instintivamente indo até a katana presa em suas costas. Ele tentou sacá-la, mas já era tarde. O olhar do Sharingan o havia capturado completamente. Seu corpo travou em um espasmo, e seus olhos perderam o foco. Sem conseguir resistir, ele caiu no chão com um baque surdo, deixando a bandeja com os pães mofados cair ao seu lado. O som do metal da arma batendo contra o assoalho ecoou pelo espaço silencioso, um testemunho do destino inevitável de quem ousava cruzar o caminho de Madara.
O Uchiha apenas olhou para o homem caído, sua expressão inalterada, enquanto virava-se novamente para Rena e Myato.
—
Recuperem suas forças. Não temos tempo para lamentações... e vocês não têm escolha. — Ele então dirigiu sua atenção brevemente aos escravos ao redor. —
Quanto a esses... decidam o que fazer com eles. Suas vidas, já são um inferno por si, só... Deixa-los vivos, ou mata-los... Tanto faz para mim.
Ação livre para @Nie e @ZatrysObservações:
— Os itens do grupo, em conjunto com os itens de Raiga/Ranmaru estão em algum lugar desse barco. Apenas localizem tal lugar sem chamar atenção dos piratas, e pegue-os.
— Fora Muteki, e a misteriosa mulher, nenhum pirata dentro desse barco parece ser relevante em poder de combate.
— Após pegar todos seus itens, Uchiha Madara pretende oferecer uma missão para o grupo, estejam prontos.