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No País dos Redemoinhos, situado nas remotas e históricas bases do lendário Clã Uzumaki, encontra-se uma colônia recém-estabelecida. As pequenas casas que compõem essa comunidade são construídas com madeira e rochas. Oculto no coração das montanhas, este vilarejo foi estrategicamente posicionado para evitar a detecção de qualquer shinobi, protegendo seus habitantes de olhares indesejados.
Este refúgio é o lar dos nukenins de Kumogakure, renegados que se uniram sob a bandeira de uma organização secreta conhecida como Byakuren. Exilados e procurados, os membros da Byakuren encontraram nas antigas bases do Clã Uzumaki não apenas um esconderijo seguro, mas também um lugar onde podem reconstruir suas vidas longe da perseguição constante. A localização da colônia, cercada por uma densa floresta e protegida por montanhas imponentes, proporciona um abrigo quase impenetrável, tornando-a um bastião de resistência e sobrevivência para aqueles que buscam redenção ou simplesmente um novo começo.
Atentamente, escutaria as explicações do Yoru sobre aquele agrupamento de coelhos com intenções assassinas. Mais do que isso, após os comentários, entendia eles como armas de guerra, sem qualquer distinção para shinobis. Eles tiveram seu final morrendo por algo, e, dadas as circunstâncias, é bem possível que terminemos assim também. O Niilismo fazia parte de meus pensamentos. Não haviam distinções entre um peão e um bispo ou um cavalo de ouro. Aquele que não era o Rei não era nada além de uma simples ferramenta tal qual nós somos. Assim, me agruparia com os outros dois membros do time Yugito e partiria em busca de algum lugar que fosse possível estabelecer uma sede.
— Neve negra? Não parece ser só isso... com certeza possui chakra aqui. É um pouco diferente do que aquela mulher que me salvou usufruía. Na verdade, tomando licença poética, certamente esse jutsu não foi usado para salvar nada nem ninguém... que seja, é um problema para depois e que em nada nos compete por ora.
Encontrando um local que poderíamos usufruir como base, passaria à função essencial de gerar madeira o suficiente para cercar o ambiente, além de que nas próximas estaria voltado às atividades de marcenaria, construindo casas e ambientes. Aos outros experimentos, questionaria o quanto suas habilidades seriam úteis para a construção da nossa colônia, sendo o responsável direto pela comunicação entre o Yashin e eles. Ocasionalmente me focaria em habilidades sensoriais para encontrar animais violentos, seja como forma de antecipar um ataque seja como forma de utilizá-los como alimento para os outros, enquanto me alimentaria de frutas encontradas nas árvores naturais ao redor.
O cenário do País dos Redemoinhos lembrava histórias de terror. Era informação geral que o local se encontrava em ruínas e com perigos que dificultavam a vida de civis e outros ninjas mais fracos, mas só vendo pessoalmente que era possível entender a magnitude do problema. Resquícios de jutsus poderosos e táticas perversas usadas para liquidar o Clã Uzumaki ainda deixavam sua marca no terreno. Fortuitamente, o grupo que nos encontrávamos era muito forte, então abrir o caminho até um vale onde poderíamos criar uma base segura não foi muito difícil.
Nos dias que seguem, todos se ocupam com a construção da base. Alguns se focavam em eliminar os perigos do vale, outros preparavam os animais caçados para servir de alimento e, por fim, outros se focavam na construção. Durante esse período, Kuroi e Kasuga tinham sido fundamentais com seu uso de Mokuton. O primeiro usou seu Jukai Koutan para fechar a vegetação nas montanhas, dificultando ainda mais eventuais entradas de perigos. O segundo explorou seu Shichuuka no Jutsu para criar casas prontas de Madeira, consistindo nas primeiras habitações da Byakuren.
Com o Vilarejo minimamente estabelecido, era hora de recrutar pessoas para morarem no local. Separo os membros em três times:
- Yoru, Ken e Ichi - Bee, Yoi e Hoshi - Ryo, Ann e Enkei
Essa distribuição garantia que todos os times tinham pelo menos um membro com alto nível, um com Iryoninjutsu e um com sensor. A missão era simples, buscar civis e até ninjas espalhados pela ilha e convidá-los para morar no vilarejo. Dentre as estratégias para esse recrutamento, eu sugeria:
- Demonstração de poder, liquidando perigos terríveis na cabeça dos civis com facilidade; - Promessa de tratamento médico e demonstração de poder medicinal com o Iryoninja; - Promessa de um local seguro com moradia e espaço para cultivo; - Permissão para levar familiares que não consigam trabalhar, como crianças, idosos e doentes.
Para não enganar ninguém, no entanto, instruiria os times a informar qual era o custo desses benefícios. O vilarejo era um local fechado e com tendência isolacionista, então os civis não teriam liberdade total para sair do vale. Além disso, eles precisariam trabalhar em alguma função para ajudar o vilarejo a se desenvolver.
Eu, Kuroi, Kasuga e Yugito ficaríamos no vilarejo. Os dois usuários de Mokuton poderiam continuar com o trabalho de construção, Yugito seria o bastião defensivo do local e eu tomaria conta da parte organizacional. Isso incluiria dar as boas vindas aos recrutas, apresentá-los ao local, tomar nota de eventuais capacidades úteis para o vilarejo que eles possuam. Com tudo isso em mãos, eu já decidiria em que casa alocá-los dentro da vila.
Sigo as instruções do time e permaneço atento às investidas da fauna selvagem. Ademais, por já conhecer Ryo, busco conversar mais com Ann para que possamos nos dar um pouco melhor e entender qual é a fita da substituta.
A pequena vila foi construída rapidamente, graças às habilidades de Kyosuke Kuroi e Kasuga, que usaram sua kekkei genkai Mokuton para erguer casas de forma eficiente. Essas construções eram discretas, confortáveis e espaçosas, ocultas entre florestas e montanhas. Uchiha Yashin, Yotsuki Enkei e Kyosuke Kuroi tiveram um papel essencial na vila, resgatando civis que viviam em condições precárias naquele país inóspito e montando uma pequena sociedade funcional. No entanto, a falta de uma Ninja Shop e de um ferreiro ainda era um desafio significativo para a organização shinobi em seus estágios iniciais.
Uchiha Yashin
Uchiha Yashin, uma das figuras de liderança da organização, foi repetidamente atacado por clones de um samurai do Clã Uzumaki. Esses clones tinham a habilidade de se dispersar e transformar em fumaça à vontade, tornando-os imunes aos genjutsus de Yashin. Ele tentou dialogar com o usuário original desses clones, que parecia estar sempre por perto, mas esse indivíduo só aparecia em momentos inoportunos, quando Yashin estava isolado. Os ataques eram focados principalmente em Yashin, sugerindo que o samurai o via como a principal ameaça. Contudo, devido ao seu comportamento protetor e habilidades de liderança, Yashin conseguiu evitar danos significativos. Infelizmente, seu avô foi atacado pelo samurai durante um momento de vulnerabilidade mental, mas os ferimentos não foram graves.
Uchiha Ryo, avô de Yashin, mostrava sinais iniciais de demência, o que ainda não comprometia suas habilidades sociais e de combate. No entanto, ele tinha momentos de "desligamento", ficando avoado e contemplativo, chamando Yashin pelo nome de sua mãe ou, com certa raiva, de Uchiha Madara.
Conversar com Ryo era uma batalha em si quando ele tinha seus surtos, mas uma das perguntas de Yashin revelou algo crucial: Ryo estava determinado a lutar com o jovem Uchiha, sacrificando sua vida para que Yashin despertasse o Mangekyo Sharingan. No entanto, esse plano estava em risco devido à devastadora doença mental que consumia seu avô. Desesperado e sem alternativas, Yashin implorou a ajuda de Yoi e Ann para reparar os danos mentais causados pela enfermidade. Era a última esperança em um cenário cada vez mais sombrio.
Informações gerais do que foi pesquisado nesse tempo: — Com o contato com o Hachibi, Uchiha Yashin agora possui um conhecimento relativamente grande sobre as bijuus, características físicas e algumas habilidades delas. Sabe o real nome de Rikudou Sennin e tem um conhecimento relativamente pequeno sobre Otsutsuki Indra e Otsutsuki Ashura.
— Ao perguntar sobre Nishimura Aiko para Ryo, era notável que ele sabia que a mulher era uma Uchiha e ele confirmaria toda história que aquela mulher havia falado para Yashin em sua memória, mas o velho Ryo não parecia conhecer de fato sobre as origens dela, ficando com visivel surpresa quando Yashin deduziu que ela possivelmente era uma mulher chamada Uchiha Hanako. Uma pessoa que poderia ter algum vinculo com uma organização chamada Akatsuki, apesar de parecer um vinculo indireto.
— Por algum motivo, pesquisar ou tentar se aproximar de Unknown foi completamente inútil, era quase como se aquele indíviduo nunca tivesse existido dentro de qualquer registro existente do Clã Hagoromo. E também, só era possível se comunicar com aquele sujeito ao realizar e concluir os desafios envolvendo o Seirei no Chikara. Porém, graças ao contato que Yashin tinha com Ann, ela mencionou que o nome Unknown já foi mencionado por Okabe, um dos responsáveis pelos experimentos genéticos em Kuroi e Clown.
— Pesquisar sobre Uchiha Hanako/Nishimura Aiko foi completamente inútil, existia quase nada sobre ela em termos informativos. Mas alguns indíviduos do mercado negro comentaram que ela trabalhava ocasionalmente junto com Madarame.
Kyosuke Kuroi
Enquanto Kuroi estava focado na construção da colônia, Kyuiin vagava pela vila e pela floresta, investigando eventos e interagindo com o ambiente de maneiras inusitadas. O comportamento da mulher, dita como rainha, tornava-se cada vez mais humano, permitindo que ela se passasse por uma pessoa comum, apesar de seu sotaque refinado e único.
Kyosuke Kuroi dedicou uma parte considerável de seu tempo à investigação da enigmática jovem conhecida como Aburame Anki. Com o auxílio da organização, ele descobriu que o Kazekage Rasa havia capturado Anki no passado para estudar suas habilidades estranhas. No entanto, ela escapou do centro de pesquisa, transformando os cientistas em zumbis monstruosos. "Anki" supostamente é o nome de uma garota desaparecida do Clã Aburame, mas provavelmente não é seu verdadeiro nome. Ann mencionou que Anki pode ser sua irmã, Anput, embora não tenha fornecido detalhes adicionais sobre esse vínculo.
Anput, irmã de Ann, é descrita como rebelde, irritante, perversa e provocativa, mas, acima de tudo, perdida. Sua habilidade, diferente da de Kuroi e Kasuga, envolve a manipulação biológica. Anput pode criar, modificar e controlar matéria biológica, especialmente animal, desde que seu chakra entre em contato direto com o alvo. Seu chakra vaza constantemente, causando doenças mortais nas pessoas ao seu redor e modificando automaticamente a matéria biológica, enfraquecendo as vítimas e tingindo sua pele de um tom acinzentado assustador. Segundo Ann, isso é apenas um fragmento das verdadeiras habilidades de Anput, que também pode criar muralhas de carne podre como defesa sólida e quase impenetrável, além de formas de vida assustadoras a partir de seu chakra, capazes de um potencial ofensivo devastador. Anput se destacou muito mesmo jovem, isso pode ter chamado atenção de diversas nações diferentes, e talvez essa fama seja um dos motivos da descoberta dos remanescentes do Clã Hagoromo dentro do território do País do Vento, o que fez Kumogakure no Sato efetuar um ataque no pequeno vilarejo que Ubel, Ann e Anput viviam.
Durante a noite no País dos Redemoinhos, Kyosuke Kuroi e Kasuga avançavam cautelosamente por uma região onde sentiam seus chakras vibrando em sincronia. Árvores retorcidas pareciam observá-los, e monstros de madeira enegrecida surgiram, atacando-os com agilidade sobrenatural. Kasuga foi brutalmente ferido e desmaiou, enquanto Kuroi lutou até precisar fugir. Ele então ouviu uma voz suplicante emergindo de uma grande árvore, pedindo ajuda para escapar da escuridão.
Yoru analisou o local e concluiu que Kuroi e Kasuga foram atraídos para uma área selada por Uzumaki Mito, reforçada pelo chakra de Senju Hashirama. Ele alertou sobre o perigo de libertar algo desconhecido. Kuroi ponderou se deveria manipular o chakra de Hashirama para romper o selo, mas no final, resolveu cegamente tentar romper o selo que possuia um chakra muito semelhante com o seu. Invadindo a região novamente, o jovem Kyosuke desviou dos ataques das árvores humanoides e colocou suas mãos sobre a árvore que continha o selamento, fluindo seu chakra sobre a árvore, ele tentou abrir sua estrutura que estava brutalmente selada por um poderoso fuinjutsu. Kuroi quase havia conseguido quebrar esse selamento, no entanto... Um dos monstros de madeira atacaram brutalmente Kuroi antes de concluir o processo e desmaiou ele, sendo salvo mais tarde por Kyosuke Yoru.
A ação de Kuroi parece ter rompido consideravelmente o selo presente naquela árvore, e por algum motivo, o País do Redemoinho ficou mais inóspito do que deveria ser, uma quantidade interminável de neve iria inundar a região que antes não tinha, e agora os monstros de árvore presente no ambiente ficaram mais hostis. A mulher, que estava selada na grande árvore, continuava presa e parecia estar sofrendo mais ainda.
Após esses eventos, Kuroi explorou um pouco mais as ruínas do País do Redemoinho, quando sentiu o chakra de um civil remanescente, mas este rapidamente desapareceu. Ao entrar na área onde o chakra sumira, Kuroi encontrou um túnel e foi afetado por um genjutsu. Em uma das portas existente naquela construção estranha, ele descobriu uma biblioteca com informações sobre um incidente no passado.
Para compreender o início desta calamidade, é essencial desvendar a lenda que a precede. Tudo começou com a união sinistra entre um homem do Clã Uzumaki e uma mulher do Clã Yuki, resultando no nascimento de uma jovem dotada de habilidades prodigiosas, porém incontroláveis. Ela possuía um poder regenerativo sobrenatural, capaz de ressuscitar os moribundos com apenas uma gota de seu sangue. Reduzida a um mero instrumento de cura e assassinato, desde criança foi marcada com um selo especial em sua testa, que a privava do controle sobre seu próprio corpo. Uzumaki Chiro era o mestre cruel que governava suas ações.
Com o passar dos anos, seu corpo se tornou grotescamente deformado pelas incessantes batalhas. O estresse insuportável fez seus cabelos rubros tornarem-se negros como a noite, enquanto ela era forçada a fornecer chakra e fluidos corporais continuamente para outros ninjas do clã que se machucavam constantemente em conflitos com outros clãs inimigos. Essa agonia perdurou até que, aos 28 anos, ela quebrou finalmente o fuinjutsu que a aprisionava. Com uma facilidade aterrorizante, congelou até a morte o ancião que a escravizava desde o nascimento.
O País dos Redemoinhos mergulhou no caos quando uma neve negra começou a se espalhar pela vila, congelando os habitantes com um gelo que jamais derretia ou se quebrava. A jovem, mestre do Hyoton, dizimou a maior parte de seu clã, mas sua alma foi rasgada em duas e selada em dois espelhos gigantescos que lembravam escudos, que também não havia sido suficiente para acalmar seu poder aterrorizante. Anos depois, ninjas de outras nações invadiram o País dos Redemoinhos, aproveitando-se do banho de sangue que ela provocara.
Embora o tempo tenha passado, rumores sinistros persistem, sugerindo que a usuária de Hyoton, responsável pelo cataclismo do Clã Uzumaki, ainda vive de alguma forma dentro dos escudos onde foi selada. A localização desses espelhos permanece um mistério, mas acredita-se que um deles possa estar oculto em algum lugar no País dos Redemoinhos, aguardando o momento de liberar novamente o terror aprisionado.
Depois de conseguir tal informação, Kyosuke Kuroi saiu daquela biblioteca, mas quando fizesse isso, ele simplesmente despertaria em sua cama dentro de sua casa na Sede Byakuren.
País dos Redemoinhos Por volta das 8 horas.
Kyosuke Kuroi estava caminhando calmamente enquanto olhava de relance para o vilarejo que ele havia montado em conjunto com Kasuga, um pequeno grupo de civis havia sido reunido pela Byakuren, formando um total de 50 pessoas dentro daquela pequena vila, pescadores, fazendeiros, cozinheiros, pessoas dispostas a trabalhar com arquivos, entretenimento e até mesmo aspirantes a médicos agora existiam naquela região. Apesar de que ainda precisavam achar um bom ferreiro, coisa que aquilo ainda continuava um desafio para o grupo.
Ao seu lado estava Uchiha Yashin que parecia um pouco diferente do que ele lembrava, ambos por algum motivo sentiam um sensação de vazio em seus corações, quase como se estivessem vivendo suas vidas apenas por viver, era uma sensação complicada de explicar. Mas durante seu breve passeio naquele vilarejo, um zumbido longo e contínuo atingiria o ouvido de Kuroi, um som que ele lembraria vagamente já ter ouvido em algum momento em Kumogakure no Sato.
Kuroi iria paralisar completamente na rua daquela pequena colônia e por algum momento, se sentiu mais lúcido que o normal. Yashin iria parar de caminhar por um breve segundo ao notar seu companheiro simplesmente congelar naquele instante, mas o jovem Uchiha também sentiria o mesmo, ambos estavam um pouco mais lúcidos do que estavam nos ultimos meses e por algum motivo, aquilo tinha acontecido agora. Olhando ao seu redor, imediatamente perceberam que Enkei não estava com eles, ele havia decidido seguir em direção do antigo local onde eles obtiveram o poder relacionado ao Seirei no Chikara, já que Hagoromo Ann suspeitava que o garoto talvez pudesse também possuir os requisitos necessários para o desafio envolvendo o Ego.
Durante um raro momento de lucidez, eles ouviram um grito angustiado vindo do fazendeiro que trabalhava para a pequena colônia que haviam fundado. Seu nome era Ortêncio, um nome incomum no universo shinobi. Provavelmente, ele era um dos remanescentes genéticos do Clã Uzumaki, apesar de não carregar o nome desse clã. Embora não possuísse habilidades shinobi, seu físico era impressionante, com músculos robustos e uma força que deixaria muitos ninjas invejosos. Ortêncio carregava com facilidade uma cesta pesada de frutas que nem mesmo os shinobi mais experientes conseguiriam levantar sem esforço. De longe, ele gritava desesperadamente, alertando Yashin e Kuroi de um perigo iminente.
— Ô, cuidadi, Zashinho-sama e Cudoi-sama! O Bambi saiu do controli! Tá fazendi uma bagunçinha danadi. Num sei se vai dá pra segurá não, sô! — Falava o ruivo com um sotaque um tanto engraçado, enquanto alertava a dupla.
Foi nesse momento que Yashin percebeu um touro furioso emergindo atrás dele, invadindo seu território do curto alcance. Bambi como era chamado, era uma uma criatura de quatro patas, musculosa e bizarra de 3 metros. O monstro chifrudo tentaria aplicar uma chifrada no Uchiha nesse momento e como Kuroi estava ao lado de seu companheiro, poderia intervir caso quissese.
Caminhando pelo Vilarejo com Kuroi, somos atacados por Bambi, um enorme touro quer era mantido na região da fazenda.
Mas que merda!?
Ativo o Sharingan e saco minha Gunbai em preparação de uma defesa. Com o Doujutsu, procuro avaliar a Keirakukei do bicho para ver se havia algum tipo de perturbação ou chakra externo. Antes que fosse atingido, uso a Zettai Bogyo: Tenkai Nio para bloquear com uma frente de chakra, enquanto na segunda uso o Genjutsu Sharingan. A ideia não seria nocautear o animal, mas acalmá-lo, e talvez ver se havia algo em sua mente que explicasse o comportamento.
Bom dia Ortêncio. Outros animais tem se comportado dessa maneira, ou esse aqui foi um caso isolado?
Torna-se gratificante ver que nossos esforços não foram inúteis. Conseguimos plantar uma base e gerar produtividade em poucos meses. Não me importava muito com aqueles civis que estávamos ajudando. Enquanto não nos tornássemos aptos a derrotar o Kagehira e recuperar Kumo, pouca coisa era relevante. Mesmo os mais educados e gratos civis em minha cabeça estavam lá apenas como peões dos peões, como serviçais, não como pessoas que possuíam uma vida e agora dignidade. Ainda assim, não seria antipático com eles, diga-se.
Esse zumbido... que inferno! Não escutava desde Kumogakure. O que está acontecendo aqui!? Achei que era algo relacionado aos meus experimentos e ao País do Relâmpago... mas, até mesmo o Uchiha está sentindo. Em poucos segundos, o zumbido teria sua presença ignorada por algo enorme. Bambi, o touro gigante, avançava descontroladamente em nossa direção. Impondo minha superioridade, reagiria.
Assim que o Yashin agisse, finalmente falsamente conversaria com o agricultor. — Ortêncio-san, se ele avançasse em algum civil poderia ter acontecido uma tragédia. Não se preocupe por enquanto, mas não permita que isso aconteça novamente. Tsc. Não é fácil investigar os redemoinhos, se preocupar com Kumogakure e ainda ter que lidar com animais gigantes. Será se seria interessante ensinar ninjutsu, taijutsu e genjutsu aos civis para ao menos os problemas internos eles conseguirem resolver? Me indagaria, divagando sobre temas ainda não discutidos na Byakuren.
Yashin sacou seu leque de madeira reforçada com um movimento ágil, posicionando-o à sua frente enquanto o monstro invadia seu espaço pessoal. O gigante touro lançou um golpe devastador, mas o Uchiha, com seu doujutsu escarlate brilhando intensamente, previu cada movimento. Em um instante, bloqueou a investida com precisão impecável. A força colossal do golpe, porém, lançou Yashin para trás, seus pés arrastando-se pelo chão e levantando uma cortina de poeira que ondulava no ar, testemunha do confronto titânico.
Kuroi, ao lado do imenso touro, sentiu o peso de seu olhar impiedoso, mas não hesitou. O jovem, de pele escura, cabelos brancos e vestes tingidas de roxo, deslizou em um movimento ágil, executando um selo de mãos. Com um sopro de chakra, ele despertou as células vegetais adormecidas no solo e no seu próprio braço.
Num instante, o ambiente pareceu vibrar de vida. Do solo, brotaram raízes grossas como braços e ramificações entrelaçadas como teias. Com uma velocidade sobrenatural, a estrutura de madeira cresceu, envolvendo o touro monstruoso em uma prisão natural. Mesmo em sua imponente altura de três metros, a criatura se viu enredada, incapaz de se libertar. O touro retorceu-se furiosamente, mas a madeira, fortalecida pelo chakra de Kuroi, era inabalável. Cada tentativa de quebrar sua prisão apenas a fortalecia. O ambiente ao redor pulsava com a energia do confronto, enquanto Kuroi mantinha sua concentração, segurando firmemente as rédeas da batalha.
Yashin iria focar sua visão naquele momento no touro, tentando achar algum resquício de controle mental, mas aparentemente aquele touro era apenas um animal terrivelmente irritado. Talvez alguma coisa tivesse enfurecido ele, mas não dava para saber de fato, se aquela raiva era relevante para os líderes da Byakuren.
O jovem sujeito chamado Ortêncio iria assobiar quando eles conseguissem, de fato, suprimir aquele monstro.
— Oxi, ainda bem que cês tavão por perto, a dona Zoe até se feriu quando tentou acalmar o tourin. Acho que tá na hora dele virar um pedaço de alcatra, sô. — Ele comentaria de forma casual e depois respoderia as perguntas de Yashin e Kuroi. — Ah... Não se preocupi, essa raça de touro giganti é meio invocadi por naturezi mesmo, o outro que capturamos recentemente, também está por ai a solta, mas eu vi o Ishi-san se locomovendo até eli.
Após o incidente, o sujeito ruivo sacou uma pequena seringa e aplicou em seu corpo para acalmar o touro. Com a ajuda de um homem e uma garota, levaram o gigantesco animal de volta para a pequena fazenda montada antecipadamente por Kuroi. Durante esse momento, notaram King Clown casualmente encostado na parede de uma casa próxima, observando o ocorrido no vilarejo, mas sem tomar nenhuma ação aparente, como se apreciasse o desespero dos moradores. Sem dar explicações, ele seguiu em direção à Sala de Convergência, como se Kuroi e Yashin tivessem estragado sua diversão.
O que Yashin e Kuroi iriam fazer após aquele momento? Iriam continuar andando pelo vilarejo? Iriam se encontrar Bee e Yugito? Iriam ver como estava o velho Ryo? Continuariam investigando o País do Redemoinho? Ou tentariam resolver algum problema pendente? Como o caso envolvendo Pandora ou Samurai ruivo?
O caminho de volta no oceano me dava muito tempo para pensar. Busco as memórias de Ikhor, tentando entender mais sobre sua realidade, sobre os inimigos que tinha enfrentado. Tento internalizar essas memórias, já que elas poderiam ser muito úteis. Isso era acompanhado, inevitavelmente, de ponderações sobre os membros da Byakuren que faziam parte da Oleander: Yoru, Ken, Kuroi e eu. O que tinha acontecido naquele mundo, como Aoshin tinha nos dominado? Será que tinha sido o controle mental usado no Raikage? Talvez as escolhas que fizemos no fatídico Chunin Shiken tinham alterado o curso de nossas vidas.
Eventualmente chegamos de volta no País dos Redemoinhos, nos dando logo de cara com um barco desconhecido. Isso colocava todos nós em alerta, já que nossa presença naquele local era altamente confidencial. A viagem entre a praia e a Sede era ainda mais bizarra, já que várias criaturas nativas da ilha estavam derrotadas. No fim, até o Samurai que nos tinha dado tantos problemas jazia derrotado no chão.
O que aconteceu aqui?
A resposta se apresenta logo depois, numa discussão entre Ortêncio e Ayaka. Aparentemente a mulher tinha nos localizado, o que em si era preocupante. Além disso, ela tinha lidado com o Samurai, o que adicionava mais perigo ainda em sua figura. No entanto, sua personalidade contrastava com seu poder, ela era meio infantil e avoada. Quando ela nota minha presença, começa a reclamar de porque eu não tinha me encontrado com ela conforme combinado. Encaro a mulher por alguns segundos, minha mente trabalhando desesperadamente para tentar achar a melhor solução. No fim, eu suspiro e comento.
Vou explicar tudo, só um instante. Esse samurai tinha umas habilidades bem chatas de lidar e tava dando um baita trabalho.
Avanço calmamente, coloco a mão em seu peito, na posição do coração e ativo um novo Fuinjutsu. Essa marca de Fuin era aplicada diretamente no coração, carregando consigo um comando que não poderia ser quebrado. O comando seria: "Não é permitido moldar chakra para utilizar em qualquer tipo de jutsu".
Kinkoju no Fuda
Pronto, ele não deve incomodar mais, depois eu faço o interrogatório. Vamos para a sede, ficar conversando no meio da floresta é uma péssima ideia.
Coloco o homem no ombro e o carrego até a vila, conduzindo o grupo até minha residência, onde poderíamos conversar com mais calma. Antes de conversar com Ayaka, faço uma única pergunta para Kuroi.
Kuroi, o nome Oleander significa alguma coisa para você?
Observo calmamente sua reação e também a de Ayaka. Depois de ver a mulher, várias peças começavam a se encaixar na minha cabeça. Minha teoria é que ela tinha passado por uma situação similar a nossa. Depois da resposta de Kuroi, me volto para Ayaka e começo a explicar.
Bom, vamos do começo. Primeiro, desculpe por não aparecer no horário marcado. Era completamente impossível depois do que aconteceu conosco na vila. Eu vou te contar o motivo por que tenho uma teoria do que aconteceu para você estar atrás daquelas nomes e até de porque você perdeu sua memória. O atual Raikage, Kagehira, está sendo possuído por uma entidade chamada Aoshin. Os detalhes por trás disso são algo que podemos discutir depois, mas o importante é que Aoshin é um ser milenar ancorado a esse mundo. Mesmo que ele morra, ele ressurge depois de um tempo, pense em algo como os Bijuus. Esse ser tem motivações bem sinistras e, desde que possuiu Kagehira décadas atrás, ele tem espalhado sua influência nas sombras de Kumogakure. O motivo do racha e da perseguição que eles tem feito contra nós é porque nós descobrimos parte de seu plano, um plano que incluía o controle mental do Yondaime Raikage, Ay. Nosso grupo acabou sendo forjado graças a essa descoberta, nós lutamos como dava, mas acabamos tendo que recuar. Enfim, pode parecer maluquice, mas se minha teoria sobre você estiver correta, tudo vai fazer sentido.
Bom, você me disse que perdeu suas memórias, mas tinha escrito uma mensagem desesperada para encontrar quatro pessoas: Yoru, Ken, Inosuke Adolf e Muteki. Eu sei quem todas essas pessoas são, mas até muito recentemente, não sabia exatamente o que as conectava. Hoje, eu sei. Ann-chan, vou explicar agora o que aconteceu com a gente no País do Ferro. Existem criaturas de enorme poder nesse mundo, criaturas com origem numa era esquecida. Uma dessas criaturas é Genshi Zou, um lobo colossal que hoje está na forma de uma estátua lá no País do Ferro. Genshi Zou tem um domínio anormal sobre o conceito do tempo. Sua forma como estátua é na verdade sua própria essência congelada no tempo, por isso a estátua é invulnerável. Durante uma batalha envolvendo um assassino no país do ferro, ele usou um artefato de Genshi Zou, uma adaga. Essa adaga tem um poder misterioso, ela é capaz de mostrar realidades diferentes, realidades com uma linha do tempo distinta. Foi isso que eu e Kuroi vislumbramos, Ann. Ayaka, eu acho que de alguma forma você viu isso também. Eu te falei que seu Ego estava no exame Chunin, possuindo animais poderosos e caçando o Yoru. No primeiro contato que tivemos com um desses animais, ele falou palavras ininteligíveis, que por muito tempo eu não consegui compreender. Mas depois da visão da linha do tempo do futuro, eu sei pelo menos que ele estava falando de duas pessoas, Ikhor e Sakuya. Essas pessoas ainda não existem, mas elas vão existir no futuro, elas estavam em uma posição central da minha visão e, imagino que na do Kuroi também. Os nomes que você registrou não tem nenhuma conexão nessa realidade, mas eles têm naquela linha do tempo. Os quatro são membros de alto escalão na organização criada por Aoshin naquele mundo, Oleander. Yoru, naquela realidade, era o próprio receptáculo de Aoshin. Ken era seu braço direito, atuando como vice líder da Oleander. Muteki era o líder da divisão marítima da organização. E Adolf foi um homem que recebeu o livro contendo Jashin, sendo influenciado pela entidade. Ayaka, eu acho que de alguma forma você viu aquele futuro. Você viu a Oleander levando à destruição das vilas ninja. Você memorizou alguns dos responsáveis naquela linha do tempo, seu Ego estava tentando eliminá-los para evitar aquele futuro a qualquer custo. Sobre sua memória, eu imagino que a visão de alguma forma abalou sua consciência. Talvez você tenha usado um método diferente da Adaga, um método mais intrusivo. Ou talvez sua compatibilidade com a pessoa que foi sincronizada na outra linha do tempo era menor que a minha e a do Kuroi. De qualquer forma, eu tenho quase certeza que foi isso que aconteceu com você. Assim, eu tenho até um chute de qual pessoa foi sincronizada com você... a Sakuya é a sua cara, eu não duvido que ela seja uma descendente sua. Se você quiser, e você também Ann, eu posso mostrar o que eu vivenciei na outra realidade com o Sharingan. No seu caso, Ayaka, talvez ver essa visão de novo consiga recalibrar suas memórias. O que acham?
Caso elas permitissem, usaria o Genjutsu Sharingan, mostrando a visão que a adaga tinha proporcionado, com o máximo de detalhes que conseguisse. Além disso, levando em conta meu domínio em Fuinjutsus e a conexão via Sharingan, tentaria observar se algum tipo de selo tinha sido aplicado para restringir as memórias de Ayaka. Se fosse o caso, eu tentaria romper com o Fuinjutsu: Kai. Os próximos movimentos dependeriam da reação de Ayaka à essas informações. Se ela recuperasse as memórias, poderia se tornar uma aliada. Por outro lado, a forma dela lidar com tais informações poderia a colocar contra nós.
Shikotomi? Sasuke? As memórias se misturavam. O primeiro, um nome conhecido do Kuroi. O segundo, um nome conhecido do Hyoumi. O que era certo era que a figura que hoje eu chamava de Myuzaki estava há pelo menos muitas décadas causando problemas de fato. As descrições do Bingo Book eram reais no fim das contas e agora eu sabia que havia ainda muito o que aquele homem poderia fazer. A situação mais assustadora no entanto vinha de sua fala. Uma entidade!? Então ele consegue saber que eu não sou apenas o Yuki? Como se estivesse brincando até mesmo com a realidade, sabia que voltando ao meu corpo verdadeiro aquela impressão me aterrorizaria por um bom tempo. A consciência de que ele poderia ter até mesmo um domínio do espaço e do tempo que atravessava gerações e realidades ameaçava qualquer ideia de que eu estaria seguro e escondido com a Byakuren. Eu estava sendo vigiado? Era impossível descrever, mas certamente abraçaria esse sentimento por um bom tempo.
Huh, então esses são Uchiha Yashin e Kyosuke Kuroi de anos depois. Duas auras negativas emergiam de seus corpos como se fossem pessoas ruins fadadas a carregar um rastro de destruição por onde passavam. Não percebia também nas presenças deles como se nós fôssemos os inimigos, não. Pelo contrário, pela vivência e memórias que tive com aquele Yuki Hyoumi, em pouco eles dois diferiam do Kagehira ou do Myuzaki. Em jargão popular: todos farinha de mesmo saco. Certamente, ao voltar ao meu corpo, teria muito a pensar no que levou eles dois a perderem o senso de moralidade e se tornarem quem eram. Poderia imaginar o King Clown como inimigo e talvez até mesmo o estranho Yoru, mas nós, do time Yugito e revolucionários ao governo do Aoshin em Kumogakure não possuíamos praticamente qualquer chance de apoiar nossos principais inimigos. Ver que o Uchiha havia esquecido de seu velho avô a julgar pela aparência por pelo menos 30 anos era estranho, mas mal ele sabia que talvez eu soubesse mais dele do que ele próprio. Ali eu conhecia o verdadeiro Uchiha Yashin, ou ao menos julgava saber que conhecia. Ainda assim, nada me despertava mais ódio do que ver o próprio Kuroi em minha frente. Sentia a aura de um verdadeiro demônio cuja frieza superava até mesmo o Hyouton que eu conseguia exalar naturalmente daquele corpo. Nosso rei foi morto!? Então nessa realidade eu tenho como rei o mesmo homem que eu almejo destruir? É, certamente tudo isso não passa de uma ilusão. Não havia forma disso acontecer.
Minha estadia no corpo daquele homem chegava ao fim. Em um ato de sacrifício, extinguia a vida do shinobi que por alguns instantes foi eu mesmo. Dois lados da mesma moeda. Talvez, paradoxalmente, três. A mesa quadrada do Shogi tornava-se um delta entre o jovem Kyosuke Kuroi, Yuki Hyoumi e o Kyosuke Kuroi de uma outra dimensão. Minhas lágrimas se tornavam gelo ao passo de que dava meus últimos suspiros. As lembranças de uma vida inteira adornavam minha mente e, pela primeira vez, conseguiria saber o que era morrer por alguém, porém, dessa vez, não como uma ferramenta ou um peão, mas sim como um homem que foi escolhido pelos outros para ser o expoente máximo de uma era de amor e paz. Eu sabia, naquela hora, quem era o rei que não somente o amoroso shinobi de Kirigakure deveria defender, mas também o garoto-experimento que não nutria sentimentos verdadeiros por ninguém. Havia, talvez, desabrochado como ninja depois de tudo isso.
Yuki Hyoumi... na minha idade, quem era o seu rei?
Infelizmente, antes que pudesse retornar ao meu eu, via minha filha e meu último companheiro vivo sendo aterrorizado por lobos, animais cuja temática se fazia mais presente do que eu mesmo gostaria. Kikoemon, Hagoromo Ann e até mesmo aquela estátua cultuavam de certa forma o canídeo, então poderia presumir que o que aconteceu com Mizumi e Mirian poderia vir a acontecer também conosco. Ou, em pior cenário, poderíamos ser os responsáveis pela visão infernal que eu tinha em meus últimos momentos.
[...]
— Que dor de cabeça horrível... onde eu estou!? Após olhar um pouco para os lados percebi que estava em nossa realidade. Um clima ligeiramente caótico estava instaurado, mas confiava nas habilidades (pouco) sociais do Yashin para resolver com a Ayaka enquanto eu ainda me recuperava daquilo tudo. A única reticência àquele meu momento de luto foi ter ouvido que o Orochimaru havia matado o Hokage. É, pelo visto Kumogakure e Kirigakure são companhias de caos. Ai, minha cabeça dói...
[...]
Quando começamos as conversas mais sérias, abarcaria todas as memórias futurísticas que tinha em um só pensamento para responder aos comandos e dissertar um pouco sobre. — Sim, Uchiha. Ao que parece vivenciamos a mesma coisa.
Me entretinha com o maior monólogo que havia visto do Yashin. Estava interessado, demorando até um pouco para perceber que em certos momentos ele interagia comigo. — Sim. Também conheci Ikhor e Sakuya. Faço um questionamento, Ayaka: você tem alguma relação com o País das Fontes Termais? Apenas para tentar ligar os pontos, claro, mas parece que depois disso tudo você é realmente alguém ligada à pequena Sakuya. Estranhamente, gostaria de proteger ao máximo aquela mulher, mesmo que ela não significasse nada para mim. Talvez herança de minhas memórias, mas ela era uma pessoa especial. Estaria de acordo com o Yashin para tomar quaisquer atitudes, ainda que hesitasse em atacá-la. Antes de tudo, no entanto, pediria a ele que utilizasse seu genjutsu em mim, mas para que me permitisse mostrar naquele plano mental as coisas extras que eu havia visto, especialmente com relação ao seu próprio futuro.
Ignorando por alguns segundos aquela estranha situação, Uchiha Yashin se posicionou no corpo desacordado do estranho samurai e por fim, com um jutsu que havia aprendido recentemente, decidiu marcar o samurai que estava completamente caido com o mesmo. Um selo diretamente em seu coração que negava ações propriamente dito, e nesse selo, Yashin praticamente proibiu o samurai de manifestar qualquer tipo de chakra, impedindo assim de realizar qualquer jutsu.
Por fim, vendo que havia conseguido aplicar seu selo naquele indíviduo, o Uchiha resolveu se erguer e por fim, conversar com Ayaka, Ann e Kuroi.
Ayaka ouvia pacientemente a longa explicação de Uchiha Yashin, seus grandes olhos azuis piscando de forma atenta. Curiosamente, ela parecia mais focada do que o habitual para uma jovem tão enérgica e dispersa. Mas, conforme Yashin falava sobre uma entidade que mexia com o conceito de tempo, uma figura que dominava Kumogakure no Sato pelas sombras, outra realidade e conceitos técnicos como bijuus, o olhar da garota começou a perder o foco. Era como se, em algum ponto, Yashin tivesse se perdido tanto quanto ela na própria narrativa.
Ela permaneceu encarando o Uchiha por alguns instantes, a expressão levemente confusa, antes de finalmente criar coragem para falar, com um sorriso travesso nos lábios:
— Espera aí... Calma, é muita coisa. Que tipo de roteiro de ficção maluca é esse? — Ayaka disse, com um tom provocativo, enquanto tentava organizar inutilmente a avalanche de informações que Yashin acabara de despejar. — Sério, você tá falando muita coisa estranha, parece até teoria da conspiração... Não vai me dizer que você acredita em terra plana também, né?
Ayaka daria um riso nervoso enquanto uma gota de suor se manifestava em sua testa. Ann, ao lado de Yashin, parecia um pouco incomodada com o comportamento desleixado e irreverente da garota, mas até mesmo ela não pôde deixar de achar aquela história um tanto absurda, mesmo sabendo que grande parte dela era verdade. Por alguns segundos, Ann apenas fitou o chão, sem saber ao certo o que poderia adicionar àquela conversa, visivelmente intrigada e um pouco cética. Porém, conforme Ayaka começava a racionalizar alguns nomes, ela sussurrava algumas coisas um tanto chamativa:
— Ikhor... Hyoumi... e Sakuya... Esse nome em especial, eu já tinha ouvido ele antes… — Falaria pacientemente Ayaka enquanto o brilho de seus olhos azuis lentamente sumiam, sua voz pacientemente se direcionava para Kuroi naquele momento, respondendo sua pergunta. — É... Com essa conversa estranha de vocês, acho que consegui lembrar algumas coisas, eu realmente morei no País das Fontes Termais há muito tempo atrás, porém... É apenas isso que talvez eu tenha me lembrado de fato. Certo... Vou acreditar na sua história, Criminoso-san... Me mostre o que você tem para me mostrar com seu doujutsu.
Através de seu doujutsu, Uchiha Yashin conectou todos os indivíduos restantes naquele ambiente em um genjutsu poderoso e opressivo. Suas memórias, carregadas de sombras e ecos do passado, foram projetadas diretamente nas mentes dos presentes, revelando a estranha visão proporcionada pela adaga. À medida que os fragmentos de memória se entrelaçavam, a atmosfera ao redor parecia se distorcer, como se o próprio ar estivesse contaminado por uma presença maligna. Hagoromo Ann, que sempre mantivera um semblante sereno, agora exibia um olhar aterrorizado enquanto Eltanin e Kyuuin daquela realidade se manifestavam com uma presença avassaladora. As memórias de Kuroi complementavam a visão de Yashin, pintando um quadro ainda mais perturbador e surreal. O ar parecia pesado, como se o tempo estivesse se dobrando sobre si mesmo, misturando passado, presente e um futuro distorcido.
Nas imagens que se desenrolavam, uma versão futura e deformada de Yashin e Kuroi surgia entre as sombras, suas figuras carregadas de um poder corrompido. No entanto, Ayaka não se deixava prender pelo turbilhão de imagens projetadas por Yashin. Por algum motivo, as batalhas de Ikhor não pareciam tão interessante para ela.
Em vez disso, seus olhos se fixavam nas visões provenientes da mente de Kuroi que manifestavam por ressonância. Com um movimento fluido e quase ilusório, ela se aproximou da imagem de Haikotsu, cujo corpo jazia no chão, encharcado de sangue. Após isso, se moveu em outra posição do campo de batalha, seus passos eram lentos, quase etéreos, enquanto se dirigia em direção à cena de Hyoumi se sacrificando, uma visão que a envolveu em uma sensação esmagadora de tristeza.
Por um breve instante, lágrimas emergiram nos grandes olhos azuis de Ayaka, deslizando silenciosamente por suas bochechas pálidas. Ela não compreendia o motivo de seu choro, mas algo profundo e visceral dentro dela se despedaçava ao contemplar aquelas cenas perturbadoras. Cada imagem parecia arranhar as profundezas de sua alma, despertando uma dor inexplicável. Uchiha Yashin, sentindo a angústia que emanava dela, decidiu mergulhar ainda mais fundo na mente de Ayaka. Ao explorar seus pensamentos, encontrou algo inesperado: um selo cravado em sua consciência, uma barreira que escondia segredos há muito trancados. O selo, embora não fosse particularmente complexo de romper, exalava uma rusticidade que indicava algo sombrio, como se fosse uma proteção arcaica, reforçada por múltiplas camadas de fuinjutsu, uma sobreposta à outra, cada uma mais intrincada e sufocante.
Determinando-se a quebrar a primeira camada, Yashin sentiu uma resistência estranha, como se o selo ressoasse com uma energia obscura. Com um movimento decidido, ele encaixou sua mão na barreira mental, e com uma força inexorável, rompeu a primeira camada. No exato momento em que o fez, o mundo ao seu redor... distorceu-se. A realidade que conhecia parecia desmoronar, como se o genjutsu tivesse escapado de seu controle,
No meio daquela ilusão, uma figura feminina começou a se materializar lentamente atrás dela. Era uma mulher com uma aparência assustadoramente semelhante à de Ayaka, vestindo um manto que lembrava o design de Kirigakure. Seus longos cabelos brancos flutuavam como se fossem movidos por uma brisa invisível, e seu olhar opaco e azulado revelava uma espécie de cegueira, mas não era visual, quase como se estivesse tão focada em um objetivo que tudo ao seu redor era apenas um detalhe trivial. Era uma cegueira alimentada pelo ódio, um ódio que queimava como fogo negro em seu coração.
A presença daquela mulher, uma "anomalia" no genjutsu de Yashin, perturbava a ilusão de maneira inquietante, provocando uma onda de desconforto no trio de Byakuren, que agora observava com uma mistura de medo e fascínio. A criatura feminina se aproximou de Ayaka com uma lentidão quase ritualística, envolvendo-a em um abraço gelado que parecia esvaziar o calor da vida. Seus lábios se aproximaram do ouvido de Ayaka, sussurrando com uma voz que ressoava como um eco distante:
— Me diga... Como você se sente, "Ayaka"? — A voz da criatura era suave, mas carregada de uma amargura antiga, enquanto apertava seu abraço, quase sufocante. — Você se lembra por que está aqui? Conseguiu lembrar o que viemos fazer aqui? Se sim, cancele esse genjutsu agora... E nunca mais deixe que aquele Uchiha encare-a nos olhos novamente... Não ouça as explicações deles, apenas... Foque no objetivo. Quando cair no sono... Você entenderá, nem que seja, aos poucos. Quem realmente nós somos...
A pergunta ecoou na mente de Ayaka, como se estivesse sendo arrastada para um abismo sem fim, diversos pequenos monstros emergiriam no meio daquele plano mental, manifestações de seu próprio Ego, uma habilidade que até então, estava adormecida dentro do seu consciente, porém agindo no mundo afora. As criaturas pareciam voar em volta do grupo, encarando-os com uma forte intenção assassina, porém aquilo era apenas um genjutsu que tinha perdido o completo controle, por parte de Yashin ao entrar em contato com a consciência fragmentada de Ayaka.
Os braços de Ayaka se moveram quase instintivamente, como se seu corpo estivesse reagindo por conta própria ao perigo iminente. O genjutsu de Uchiha Yashin se desfez em um instante, arrastando todos de volta ao mundo real. A transição foi brusca, como se a própria realidade tivesse sido rasgada e colada de volta às pressas. No chão, Ayaka, da família Kyosuke, estava encolhida, o corpo tremendo enquanto suava frio, seus olhos arregalados fixos no solo como se algo terrível estivesse prestes a emergir das profundezas.
A jovem tossiu violentamente, o som ecoando na sala como um reflexo de seu estado interno, até que, sem aviso, vomitou, expurgando o terror visceral que ainda se agarrava a ela. Seus olhos, agora fixos no chão, expressavam arrependimento profundo, como se ela amaldiçoasse o momento em que permitiu que Yashin fizesse contato visual com ela. Uma sombra de pavor a envolvia, deixando claro que o que ela havia experimentado dentro daquele genjutsu estava muito além do que qualquer mente deveria suportar.
Depois de um longo silêncio sufocante, sua voz finalmente emergiu, trêmula e entrecortada, carregada de um medo quase palpável:
— Mas... que p-porra... foi e-essa... Isso n-não foi engraçado, Uchiha... Não faça isso n-novamente, p-por favor... — As palavras saíram aos tropeços, como se cada uma fosse forçada a atravessar uma barreira de terror. Ela não conseguia desviar os olhos do chão, como se acreditasse que qualquer movimento ou olhar para Yashin pudesse trazê-la de volta para aquele pesadelo. Dentro de sua mente, ela estava convencida de que a figura assustadora no genjutsu havia sido uma criação deliberada do Uchiha, uma manifestação de intenções malevolentes que ela não conseguia compreender.
Ayaka estava tão aterrorizada que sua habitual energia e vivacidade tinham desaparecido, deixando-a vulnerável e indefesa, uma presa fácil para qualquer ameaça que pudesse surgir. Hagoromo Ann, observando a situação, captou o profundo trauma que se instalara em Ayaka. Sem hesitar, Ann se aproximou e, com um movimento firme, levantou a garota, apoiando-a em seu ombro. A tensão no ar era quase sufocante, mas Ann manteve a calma, decidida a proteger Ayaka de qualquer perigo iminente.
Conforme caminhava com a jovem mulher em seus braços, Ann direcionava seus passos para um lugar mais seguro, provavelmente seu próprio quarto. Visivelmente aquela jovem mulher era um perigo para Byakuren, não apenas por causa daquela manifestação que parecia carregar um ódio intenso e cego por eles, mas pelo fato de que... O que fariam com ela? Iriam prendê-la? Era seguro deixa-la livre andando por ai? Por fim, o grupo estava com o dia livre para fazer o que quiser no Vilarejo Central, poderiam decidir fazer o que quiser com as informações que tinham.
Observação:. Atualmente seus personagens estão livres para descansar efetivamente, estamos no que chamamos de "tempo livre" que pode ser gasto como vocês quiserem.
Caso tenha algum assunto dentro da missão que tenha ficado pendente, vocês podem investigar por conta própria e isso pode desbloquear uma futura missão, assim como vocês podem usar esse tempo para ir no Ninja Shop que está sendo construido nesse momento, interagir com outros npcs, pedir um treino pessoal com algum npc e até mesmo investigar locais que tenham interesse. Basicamente... Vocês que estão no controle aqui, não há nenhum objetivo definido por enquanto, até mesmo uma luta pode ser realizada dentro desse tempo livre.
Caso queiram se deslocar para algum lugar, apenas me avisem nesse tópico, apenas me avisem que irei transferir imediatamente.
Ao mostrar as visões do futuro, Ayaka tem uma forte reação emocional, especialmente às mortes de Haikotsu e Hyoumi. Minha suspeita de que ela tinha alguma relação com Sakuya parecia estar correta, mas a situação era estranha, já que ela não parecia lembrar de fato. Outra suspeita minha, de um fuinjutsu selando suas memórias, também era comprovado como verdadeiro. O problema é o que vinha depois, uma espécie de alter ego de Ayaka aparecia, alguém que parecia ser uma versão adulta de Sakuya. O que ela fala para Ayaka me faz arregalar os olhos, uma nova possibilidade surgindo em minha mente.
E se for o contrário? Talvez não tenha sido a Ayaka que viu a outra realidade, mas sim a Sakuya que de alguma forma veio para essa. Tsc, sendo a Sakuya ou não, esse alter ego está carregando um enorme ódio. Se o objetivo é liquidar qualquer um responsável pelas mortes, vai ser complicado.
Ayaka tinha ficado completamente transtornada com a situação e, no momento, eu não sabia o que falar para consertar o mal entendido. Quando Ann a leva para outro local, eu suspiro incomodado. Olho então para o Samurai, decidindo prosseguir logo com o interrogatório.
Kuroi, restringe ele com Mokuton, por favor. Eu bloqueei a capacidade dele usar chakra, mas pode ser que ele cause problema na força bruta.
Quem é você? Qual a sua história? Porque têm atacado nossa organização? Descreva seus poderes, como você se transforma em fumaça e porque meus genjutsus não funcionam direito? Me conte tudo de importante que sabe sobre essa ilha.
Se houvesse algum tipo de barreira mental no oponente, tentaria rompê-la com Fuinjutsu Kai.
Com o interrogatório feito, o próximo passo seria conversar com Yoikami. Procuraria por Yoi na vila, perguntando outros membros por seu paradeiro, se necessário. Quando a encontrasse, pediria para conversar em particular.
Yoi-san, bom dia. Eu preciso falar com a Yoikami-sama, é bem importante.
Quando a entidade estivesse de fato presente, eu revelaria tudo o que vimos na outra realidade. Como eu não conseguia colocar ela no Genjutsu Sharingan, teria que relatar verbalmente. Além disso, comentaria sobre o que aconteceu com Ayaka, incluindo minhas descobertas e teorias.
As memórias que eu tive como Ikhor... mesmo usando o poder de Jashin em sincronia, o poder do outro lado era avassalador. Nós temos que nos mover para evitar esse cenário, mas tudo fica ainda mais complicado quando se leva em conta a situação do Yoru-san e do Ken. Yoikami-sama, você tem algum conselho para nós? Acha que devemos revelar tudo para a organização inteira, ou manter isso um segredo? E quanto à Ayaka? Ela nos achou com muita facilidade, eu acho possível até que tenha algum envolvimento do Sengan Karasu nisso. Se ela tiver tido contato com ele, seria algo que você pode descobrir?
Depois que ela respondesse, eu utilizaria o Kuchiyose: Raikou Kenka para invocar a Adaga.
Depois que eu empunhei a adaga, recebi o conhecimento de como ela atua. Aparentemente ela só pode mostrar seus verdadeiros poderes para um servo de Genshi-zou, algo que não pretendo ser. Será que é possível usar seus poderes para purificar a influência dele de alguma forma? Se conseguíssemos usar o poder do artefato sem depender da criatura, pode ser de grande ajuda.
Com a conversa com Yoikami resolvida, converso com Kuroi.
Esse ovo que a gente comprou lá... segundo o vendedor ele chocaria em um vulcão ativo, mas nós podemos testar algumas coisas antes.
Minha proposta era tentar chocar usando Katons e Dotons, criando uma lava artificial. Primeiro, eu começaria com uma chama leve, enrolando o ovo com o chicote do Hokaku En. Depois disso iria gradativamente aumentando o calor, usando jutsus mais fortes. Gōkakyū, Gōryūka, Messhitsu e um combo de Messhitsu com óleo. Durante todo o processo, observaria o ovo com o Sharingan, avaliando se havia algum limite na sua capacidade de resistir às chamas, a ideia não era carbonizá-lo. Se o ovo suportasse meu nível mais alto de chama, o próximo passo seria criar a lava artificial. Para tanto, pediria para Kuroi manipular o solo com seu doton, enquanto eu derreteria esse solo com meu Katon.
Quando tivesse criado um pequeno lago de lava, simplesmente jogaria o ovo dentro.
Procuro também meu avô, entregando o corvo "resgatado" por Hanako e os itens pessoais de nossa casa. Aproveito para conversar com o velhote sobre a misteriosa mulher, descrevendo como ela lutou com seu Mangekyou Sharingan e sua reticência em se juntar a nós pela presença dos Jinchuriki na organização.
Depois de todas essas atividades, era provável que Ayaka já tivesse tido tempo para descansar e colocar a cabeça no lugar. Eu procuro primeiro Ann, perguntando à jovem o que ela achava do estado mental de Ayaka. Pergunto também sua opinião sobre o que fazer com a mulher, já que ela tinha descoberto nossa localização e claramente havia um potencial perigoso de vingança embutido em sua mente. Por fim, já que tinha conversado com Ryo, pergunto à Ann se houve algum avanço na tentativa de estabilizar sua mente frente ao enfraquecimento da idade.
A decisão sobre o que fazer com Ayaka era urgente, mas antes de tomá-la era importante ter todas as informações. Para tanto, as respostas de Yoikami e Ann seriam levadas em conta.
Por que ela aparentou se preocupar mais com as memórias do Mizukage que as do Ikhor? Não me parecia ter nada além muito especial, tirando o fato dele ser "mais família". Estranhava, mas nada demais. A relação daqueles dois com a criança de cabelos brancos era igualmente próxima ainda que de formas diferentes. Teria eu que pensar um pouco mais para destrinchar.
Antes que o Yashin conseguisse terminar sua frase/pedido que já era bem claro, cortaria. — Cale-se, Uchiha. Não sigo suas ordens.
Mokuton: Mokusatsu Shibari
Utilizaria o estilo madeira para restringir seus movimentos bruscos, mesmo que eu teorizasse que, pelas circunstâncias em que chegamos, ela fosse mais forte do que as minhas capacidades no momento.
— Você é insano, Uchiha. Quer recriar o poder de um vulcão para tentar chocar esse ovo caríssimo? Aquele cara tinha um ar de fanfarrão, pode ser que a gente jogue ele e nosso dinheiro fora ao fazer isso. Mas... pensando bem, já se passou algum tempo e nada dele chocar. É, se você quiser tentar...
Doton: Retsudo Tenshou
Assim que a terra começasse a se movimentar, alertaria que aquele seria o momento para que ele utilizasse seu Katon em potência máxima. Em algum momento parte do solo derreteria e as juntas abertas pelo doton se tornariam pequenos caminhos de lava, o que talvez fosse parecido com o que o vendedor havia comentado conosco.
Kyosuke Kuroi, com uma expressão de desdém, estimulou as células vegetais do solo ao seu redor. Diversas ramificações começaram a brotar e se enroscar ao redor do corpo do samurai, já enfraquecido pelo fuinjutsu de Uchiha Yashin. Enquanto isso, Uchiha Yashin, com seu Sharingan ativo, fixou o olhar nos olhos do samurai inconsciente. Utilizando seu genjutsu, ele forçou o samurai a responder todas as perguntas que lhe foram feitas, manipulando-o para revelar informações cruciais.
P. Quem é você? Meu nome é Uzumaki Enmu. Sou um dos sobreviventes do Clã Uzumaki, com sangue do Clã Ibuki por parte de mãe. Minha missão é proteger este território e impedir que qualquer um descubra os tesouros ainda escondidos do Clã Uzumaki.
P. Qual é a sua história? Faço parte de um pequeno grupo que vive no antigo vilarejo subterrâneo do Clã Uzumaki, composto por membros dos clãs Uzumaki e Iburi. Este é o único lugar seguro da influência do Shinigami Enkai.
P. Por que têm atacado nossa organização? Vocês são intrusos de uma nação que já foi responsável pela destruição do Clã Uzumaki e de outros clãs deste território. Para mim, estrangeiros como vocês são abominações. Estava sendo gentil em tentar afastá-los, pois esse lugar é destinado a matar todos que permanecerem nele, exceto indíviduos que carreguem genes de indíviduos que anteriormente viviam nesse território. Vocês já notaram algum comportamento estranho nos animais da sua fazenda? Há um motivo para isso... Eles se sentem ameaçado em ficar nesse território.
P. Descreva seus poderes, como você se transforma em fumaça e por que meus genjutsus não funcionam direito?
Kekkei Genkai do Clã Iburi: Esta habilidade, exclusiva dos membros do Clã Iburi e seus descendentes, permite transformar seus corpos, parcial ou totalmente, em fumaça. Nessa forma, tornam-se imunes a danos físicos e podem atravessar objetos. Além disso, podem interagir fisicamente com objetos, se necessário. Em forma de fumaça, também podem possuir o corpo de uma pessoa, controlando suas ações e experimentando suas sensações. Ofensivamente, podem entrar no corpo do oponente para causar dor interna.
Ibushimi no Jutsu: Na forma de fumaça, posso invadir o corpo de um alvo pelas narinas ou boca e, uma vez lá dentro, causar dor extrema ao atacar internamente até matá-lo.
Ninpou: Kankaku Enmu: Produzo uma fumaça invisível, imperceptível até mesmo para doujutsus, que se mistura no ar. Qualquer movimento dentro desse território é detectado por mim, permitindo que eu saiba o que ocorre em uma área, mesmo à distância.
Ninpou: Enbun Bunshin Posso criar clones vazios que controlo à distância. Esses clones não possuem consciência própria e são imunes a genjutsu, já que não pensam por conta própria, apenas seguem meus comandos.
Shiki Fujin - Enraō Uma técnica proibida que invoca o Shinigami chamado Enraō, ele é usado principalmente supervisionar acordos entre duas ou mais pessoas, uma criatura que basicamente oficializa um contrato sobrenatural, forçando ambas partes a realizarem o que foi combinado, desde que ambos jurem por suas almas e estejam cientes disso. Se alguém quebrar o pacto ou não cumprir sua parte, Enraō ceifa sua alma e a sela eternamente em sua barriga. Ao contrário da maioria dos outros Shinigami(s), Enraō não consome a alma de quem o invoca... Ele parece gostar exclusivamente de consumir a alma daqueles que não cumprem suas promessas ou acordos.
Fora isso, sou habilidoso em kenjutsu, Katon e Fuuton, mas nada de excepcional nessas áreas.
P. Me conte tudo de importante que sabe sobre essa ilha. Há muito tempo, o País dos Redemoinhos enfrentou uma tragédia devastadora. Uma mulher do Clã Uzumaki, chamada Uzumaki Pandora, desencadeou um ataque que mudou para sempre o destino de sua terra natal. Pandora possuía um chakra maligno incomum e tinha a habilidade de manifestar Hyoton, um gelo de natureza sobrenatural, imbuído com chakra Inton, que jamais derretia, não importando as condições. Sua força e poder despertaram a cobiça das nações vizinhas e até de territórios distantes, como o País do Relâmpago, o País das Fontes Termais, o País do Demônio, o País da Terra e o País da Água, que viram a oportunidade de roubar o conhecimento ancestral do Clã Uzumaki.
O ataque que se seguiu foi implacável. As forças dessas nações uniram-se e investiram com tudo contra o País dos Redemoinhos, resultando em um massacre. Mais de 99% da população foi dizimada, e os poucos sobreviventes foram forçados a fugir. Aqueles que se recusaram a abandonar sua terra natal foram obrigados a se esconder nos subterrâneos, pois a vida na superfície tornou-se impossível devido à presença de criaturas aterrorizantes e à maldição do Shinigami: Enkai.
Antes da queda definitiva do Clã Uzumaki, dez anciões sacrificaram suas vidas para realizar uma técnica proibida, conhecida como Shiki Fuujin: Enkai. Esta técnica invocou um poderoso Shinigami, que lançou uma maldição sobre uma arma cortante. Quando a arma foi cravada no território, duas condições foram ativadas: a primeira, amaldiçoava todos que pisassem naquelas terras com um "azar macabro", que os acompanharia até que fossem mortos; a segunda, transformava a maioria das formas de vida no território em seres hostis aos humanos.
Animais pacíficos se tornaram monstros sedentos por sangue, e doenças, normalmente benignas, tornaram-se mortais. Com o passar do tempo, as criaturas e os perigos se intensificaram, tornando o território ainda mais inóspito. Esta maldição foi a última defesa do Clã Uzumaki para proteger os segredos ocultos que ainda residem na região, garantindo que nenhum intruso saísse ileso ou com vida, mantendo o legado do clã intacto. A única forma de quebrar tal maldição é caso, consigam achar e desenterrar a tal katana amaldiçoada que está escondida em algum lugar dentro do País do Redemoinhos, local esse que provavelmente está próximo do vulcão inativo que existe nessa região.
Por fim, depois de ter coletado informações suficientes daquele sujeito, alguns fazendeiros da região seria instruidos a moverem Uzumaki Enmu para uma prisão que havia sido construida dentro do Vilarejo Central. Então, caso quissesem perguntar mais coisas para Uzumaki Enmu, eles deveriam visita-lo nesse tal território.
Biblioteca Geral Por volta das 15 horas.
Kyosuke Shizuka estava sentada com certa calma numa das cadeiras de veludo escuro da imensa biblioteca da Byakuren. A iluminação suave das luminárias de bronze refletia delicadamente nos detalhes dourados das prateleiras repletas de livros antigos. Shizuka, com seus dedos finos e ágeis, tateava as páginas de um grosso volume em braille, seus olhos fechados em uma expressão de serenidade.
Mas essa quietude era apenas a superfície. Quando Uchiha Yashin e Kyosuke Kuroi adentraram silenciosamente na biblioteca, a mudança em Shizuka foi imediata e perturbadora. Sua expressão pacífica se distorceu num franzir de sobrancelhas, e sua mão, antes delicada, agarrou com força uma caneca de café que descansava ao lado do livro. Com um movimento brusco, ela a levou aos lábios, o líquido quente quase transbordando pela borda, enquanto a irritação emanava de sua postura tensa.
— As nossas permutas de personalidade têm se tornado insuportavelmente frequente, tudo que eu queria, era dormir. — A voz de Yoikami emergiu, carregada de uma impaciência que ressoava com a exasperação de eras vividas, como se a entidade, aprisionada no corpo de Shizuka, lamentasse a cruel necessidade de manter-se desperta. — Hoshi-san, tiveste êxito na investigação daquele pergaminho que Ichigan trouxe das antigas ruínas? Já foste capaz de decifrar seus enigmáticos segredos?
Encostada numa prateleira próxima, Hoshi, a jovem abertamente racista, parecia alheia à crescente tensão no ambiente. Seus olhos permaneciam fixos no livro em suas mãos, o tom de voz baixo, quase preguiçoso, enquanto respondia com um suspiro de desdém:
— Acredito que o conteúdo desse pergaminho seja apenas um símbolo esquisito que era utilizado para algum jutsu mirabolante, mas ainda vai levar alguns dias até que eu consiga decifrá-lo por completo. — Nesse momento, sem levantar os olhos do livro, Hoshi notou a chegada de Yashin e Kuroi, e uma sombra de desprezo cruzou seu rosto. — Ora, ora... O netinho do vovô e o sub-humano metido a líder. Como vão?
Um grosso livro que estava no topo da prateleira onde Hoshi estava encostada, iria inexplicavelmente cair sobre sua cabeça, fazendo-a soltar um gemido de dor. Yoikami que estava quietamente bebendo seu café, apenas iria dar um meio-sorriso naquele momento:
— Seja educada com os garotos, Hoshi-san. E... Boa tarde, Yashin-kun e Kuroi-kun. A que devo vossa visita?
Uchiha Yashin, com um olhar pensativo, começou a relatar suas aventuras recentes, detalhando em especial a estranha visão que teve ao ser exposto à luz peculiar gerada pela adaga quando esta se chocou com algo sólido. Enquanto a conversa se desenrolava, Hoshi, que inicialmente estava presente, começou a se afastar, seus passos quase inaudíveis. Era evidente que ele estava desconfortável com a presença dos dois, como se algo na atmosfera entre eles o fizesse querer se distanciar. Ele não trocou palavras, nem olhares, apenas se retirou para uma área onde pudesse escapar do que estava sendo discutido.
Quando Yashin terminou de falar, Yoikami permaneceu em silêncio por alguns instantes, seus pensamentos claramente girando em torno do que acabara de ouvir.
— O que você viu... Não me parece ser o futuro, hm… Pelo o que você falou, o termo Byakuren não existia nessa realidade. — A pausa que se seguiu foi carregada de significado, como se ela estivesse pesando cuidadosamente cada palavra. — Não tenho um profundo conhecimento sobre tal estátua que consegue até certo ponto manipular o tempo e conceder tais poderes para seus cultistas, porém, já tive acesso a algumas informações sobre uma teoria que eles particularmente acreditam muito. Não sei todos os detalhes, mas peço que ouça, Yashin-kun... Isso talvez explique alguma coisa sobre esse tal "futuro" estranhamente diferente que você viu…
Teoria do Universo Cíclico
Contado por Yoikami
Dentro do enigmático Culto Tokiogarasu, seus membros devotam-se a desvendar os mistérios do tempo e cultuar a estátua paralisada pelo tempo, embora, curiosamente, essa não tenha sido a intenção original de seus fundadores. Nas profundezas de suas tradições, encontra-se o legado daqueles que, fascinados pela vastidão do cosmos, se dedicaram ao estudo da cosmologia e à contemplação do céu. De seus estudos nasceram conceitos que, admito, me escapam em profundidade — nomes como Recyclers, Lúdios e Peregrini, que ressoam com uma certa poesia nas literaturas e estudos deles, mas cujos significados permanecem, para mim, nebulosos.
Esses eruditos, que podem ser tanto cultistas quanto cientistas, dependendo do ponto de vista, sustentam uma crença baseada em suas observações do universo. Eles são os proponentes de uma teoria fascinante, embora, talvez, perturbadora e com pouco embasamento: A Teoria do Universo Cíclico. Segundo essa perspectiva, o universo não teve um início absoluto. Em vez disso, ele está preso em um ciclo eterno de expansão e contração, de morte e renascimento.
Dentro dessa crença, tudo começa com uma singularidade — um ponto onde toda a matéria e energia se condensam em uma infinita pequenez. A partir dessa minúscula concentração, o universo se expande, desdobrando o espaço e o tempo, criando estrelas, galáxias, e todas as maravilhas cósmicas que conhecemos. Este processo de expansão, dizem, pode durar por bilhões de anos. Contudo, eventualmente, a força gravitacional começa a prevalecer. As galáxias se aproximam, estrelas colapsam, e o universo, como um grande suspiro, começa a se retrair até que tudo se condense novamente em uma singularidade.
Então, segundo eles, ocorre um novo colapso — um evento catastrófico que desencadeia outra explosão, reiniciando o ciclo. Surge um novo universo, semelhante ao anterior, praticamente idêntico ao outro, com sutis diferenças, preso em uma dança cíclica sem fim. Cada ciclo carrega consigo pequenas variações, quase imperceptíveis, mas, em essência, nosso universo estaria destinado a repetir-se, em uma eternidade que é, ao mesmo tempo, familiar e desconhecida. Porém, mesmo nesse ciclo infinito, Genshi-zou não mudaria sua forma, seria uma estátua... que, na prática... já viu o início e o fim de outros universos, uma criatura que está destinada a viver infinitamente.
Mas nada disso é, certo... Afinal, é apenas uma teoria limitada construídas por humanos que poucos sabem, e não existem evidências sobre a tal contração universal que eles tanto defendem. Só estou contando o que eles primordialmente acreditam.
Após compartilhar um pouco de informação, Yoikami agora comentaria sobre Kyosuke Yoru:
— Yoru-kun até onde eu conheço e nas lembranças que carrego de Shizuka, ele não seria tão megalomaníaco ao ponto de se juntar com Aoshin mesmo na pior das chances. Não consigo imaginá-lo, iniciando uma rebelião nessa escala e se unindo com Aoshin por conta própria, é certo que... Um acontecimento com Shizuka possa corromper ele, mas não nessa escala tão distorcida. Há algo de errado, uma peça faltando nesse quebra-cabeça. Então, me diga... Não estaria esquecendo de me contar algo? Algum detalhe importante que possa esclarecer essa confusão? Pois até mesmo vocês, não me parecem do tipo que se corromperiam tão facilmente, ou estou errada?
Yoikami, com uma calma inquietante, fecha os olhos enquanto leva à boca uma caneca de café. A jovem mulher, cega aos olhos do mundo, parece se queimar por um instante, mas logo retoma a fala, sua voz carregada de uma autoridade sutil.
— Confio em Kyosuke Yoru. Para mim, você pode compartilhar qualquer informação com ele... Mas quanto ao Ken... ou King Clown... Confesso que não tenho apreço por esse indivíduo. Ele pode parecer leal a Hagoromo Ann, mas suspeito que seja a maior ameaça à nossa organização. Além disso, ele poderia eventualmente se disfarçar de qualquer um de nós, e fazer qualquer tipo de ação problemática, escapando ileso de qualquer punição. A existência daquele indivíduo perturba qualquer tipo de ordem que possa existir, é um problema, de fato. É sempre bom, tentar reduzir a quantia de informação que chega até ele, mas não podemos, é claro, ele perceber que estamos fazendo isso.
Por fim, agora ela comentava sobre Ayaka e a tal Adaga:
— Então, o novo chakra que entrou na vila e está agora com Ann em seu quarto pertence a essa tal de Ayaka, certo? Não tenho uma opinião formada sobre isso, mas talvez fosse melhor isolá-la o quanto antes. — Seus olhos cegos assumiram uma expressão séria. — Não estou sugerindo que a matemos, mas aprisioná-la em algum lugar confortável e forçar esse alter ego a se manifestar por completo pode ser a opção mais inteligente para tentarmos manter algum dialogo de fato. Enquanto ele não estiver convencido de que não somos uma ameaça, ela pode nos causar problemas. Contudo, aprisionar alguém, independentemente da situação, pode fazer com que Ayaka nos odeie ainda mais, inviabilizando qualquer chance de aliança. Bem, nem tudo sai como queremos, mas pelo menos ninguém morre. Além disso, eu poderia purificar a influência do Genshi-zou sobre a adaga, reduzindo seu poder e facilitando o transporte. É isso o que você quer?
País dos Redemoinhos Por volta das 22 horas.
Por fim, depois de se comunicar com Ryo que parecia um tanto sonolento naquele horário e um tanto inacessivel, Uchiha Yashin e Kyosuke Kuroi iriam se mover para um território mais seguro naquele momento e tentariam produzir lava com algum sucesso, através de um complexo uso de técnicas de Katon e Doton, porém, além do movimento entre eles ser praticamente inútil para chocar tal ovo, o grupo notou que a casca daquele ovo era inexplicavelmente dura e não parecia absorver calor com muita facilidade, como se a criatura presa dentro do ovo, não estivesse conseguindo absorver a quantidade de calor usufruida nos jutsus de Yashin e Kuroi. Porém, era quase certo que o calor gerado pelo Katon de Yashin estava próximo, se não mais potente do que o magma que geralmente sairia de um vulcão. Aquele ovo definitivamente iria chocar caso caisse num vulcão ativo? Parecia um pouco díficil de acreditar... Eles haviam sido enganados? Ou precisavam de ainda mais calor para chocar tal ovo?
Após a falta de sucesso, Yashin e Kuroi se movimentariam até o quarto de Ann, ambos ouviriam alguns murmurios como se ambas garotas estivessem conversando, curiosamente não parecia ser uma conversa pesada, quase como se a presença de Ann não incomodasse Ayaka de fato. A conversa porém não parecia útil ou produtiva, era definitivamente uma conversa casual entre garotas com idades semelhantes. Ao bater na porta, porém um silêncio notório aconteceu, depois de um longo minuto. Hagoromo Ann emergiu da porta, fechando-a bruscamente e com um sorriso tímido comentou ao usufruir de sua projeção:
— Bom, eu conversei um pouco com Ayaka e, pelo que percebi, ela não parece ser uma pessoa ruim. Ela foi bastante prestativa e respondeu todas as perguntas que pode. Isso torna qualquer atitude contra ela um pouco amarga. Embora ela se chame de Ayaka, parece que esse nome foi dado pelo Otokage e ela simplesmente o assimilou, pois não tem acesso às suas memórias. — Hagoromo Ann suspirou e continuou. — O nome "Sakuya" parece ser um gatilho para ela. Devemos evitar usar esse nome perto dela. De resto, prefiro que tentemos abordá-la de forma amigável. Podemos deixá-la viver um tempo em nossa vila e absorver a atmosfera. Se ela realmente tiver algum objetivo nocivo contra nossa organização, pode ser fruto de uma má interpretação causada por esse "alter ego". Se conseguirmos mostrar que está errada, talvez possamos convencê-la a se unir a nós.
Ann olhou para o chão e acrescentou:
— Mas isso também significa que corremos o risco de algo sério acontecer. A manifestação dentro dela parece carregar uma intensa sede de sangue. Não quero nem imaginar o que poderia ocorrer com o Yoru-san ou com qualquer um de nós, se a situação se agravar... E... Posso afirmar, ela é mais forte do que aparenta, a musculatura de seu corpo, é tão rígida quanto aço. Apenas um eximílio usuário de taijutsu consegue ter acesso a um corpo como aquele. — Ela lançou um breve olhar para a porta de seu quarto. — No final, vou acatar a decisão de vocês. Contudo, acho que o melhor é esperar e tentar conquistar a simpatia dela de alguma forma.
Antes que continuassem falando, King Clown iria emergir naquela região, o sujeito simplesmente parecia estar assobiando de forma zombeteira enquanto iria se encostar numa parede próxima de Ann. O comportamento daquele palhaço era visivelmetne desrespeitoso com a presença de Yashin e Kuroi, porém, ele parecia bem coperativo com a garota do Clã Hagoromo. Sua voz parecia até mesmo suave:
— Boa noite, Ann-chan. Apenas gostaria de informar que vários moradores do vilarejo estão começando a ficar doentes repentinamente, inclusive o Ortêncio acabou de desmaiar não faz muito tempo. Investiguei rapidamente e descobri um fungo estranho crescendo junto com o trigo que estávamos usando para fazer pão e que era distribuído como alimentação geral. Embora esse fungo não pareça ser mortal, vários civis estão relatando diarreia com sangue, o que é no mínimo preocupante no ponto de vista médico. Pensei que você gostaria de dar uma olhada nisso. Avise o Yoru-sensei e a Shizuka, pois parece que vocês, iroyonin(s), terão bastante trabalho nas próximas semanas. — Ken finalizou com um sorriso zombador para Yashin e Kuroi. — Eu estarei investigando o País dos Redemoinhos mais a fundo. Tenho a impressão de que há algo mais profundo por trás desses incidentes bizarros que ocorrem com frequência na região. Acho que descobri o que pode estar causando tudo isso... Se quiserem me acompanhar no futuro, "Yashin-sama e Kuroi-sama", sigam para o Sudeste dessa região. Não seria produtivo levar muitas pessoas como costumam fazer em suas missões. Para o local que estou indo, quanto mais pessoas, mais perigoso parece ser.
O estranho palhaço desapareceu em uma nuvem de fumaça, sem fornecer mais explicações. Sua natureza duvidosa sugeria que seguir suas sugestões poderia não ser a melhor opção. O grupo, portanto, tinha decisões importantes a tomar, incluindo o destino da jovem Ayaka. Com base nas opiniões de Ann e Yoikami, o grupo deveria considerar se deveriam prender Ayaka, conversar com ela ou limitar suas ações de alguma forma.
As conversas no vilarejo tinham deixado claro que haviam duas prioridades no momento. Tomar uma decisão em relação à Ayaka e garantir que o País dos Redemoinhos seja um local seguro para nossa estadia à longo prazo. Para a segunda, as informações do samurai e a investigação de Ken indicavam o caminho. Para o primeira, por outro lado, a decisão estava completamente em nossas mãos. Sem perder muito tempo, entro no quarto de Ann para conversar com a enigmática mulher.
Você está melhor, Ayaka-san? Primeiro, quero pedir desculpas... o que você tinha aceitado era eu mostrar a visão que eu tive, não a segunda parte. Sei que pode ser difícil confiar em mim no momento, mas eu dou minha palavra que não conjurei aquela mulher no fim. O que eu fiz de errado foi romper um Fuinjutsu na sua mente sem permissão. Quando eu estava conectado com você, pensei na possibilidade da sua memória não estar simplesmente reprimida ou fragmentada, mas sim selada com algum tipo de técnica. Quando eu avaliei a situação, foi exatamente o que aconteceu e... talvez na esperança de resolver o problema todo de uma vez, eu tentei romper o selo. No fim eu só rompi uma parcela, e foi dali que saiu o alter ego que vimos no fim.
Esse alter ego parece ser uma manifestação das suas memórias, uma manifestação que claramente tem um objetivo que quer cumprir a qualquer custo. Meu medo é que esse objetivo seja atacar alguns de nossos ninjas. É uma situação complicada, porque se essas memórias estiverem agindo com base nas possibilidades de outra realidade, realmente faria sentido atacar. O problema é que essa realidade é diferente daquela, o que pode gerar um mal entendido. O que eu quero é que consigamos resolver esse mal entendido, afinal eu acredito que o verdadeiro inimigo que nós temos é o Aoshin.
Com tudo isso em mente, o que eu peço a você é tempo. Nossa localização é extremamente sigilosa, se ela chegar em Kumogakure, não vai demorar até sermos liquidados. Não sei ao certo como você conseguiu nos descobrir aqui, mas isso acabou criando um problema. Se não conseguirmos resolver a "pendência" com sua alter Ego, acaba se criando um risco enorme para a nossa organização. O que eu quero é que você fique no nosso vilarejo por um tempo. Conheça as pessoas, converse com os nossos conselheiros, principalmente a Yoi, enfim, entenda com seus próprios olhos o que é a Byakuren. Depois disso, se você permitir, eu quero ir rompendo as outras camadas do Fuinjutsu. Eu sei que foi dolorido da primeira vez, mas eu tenho convicção de que é melhor mergulhar nesse problema até resolvê-lo do que tentar ignorá-lo. O que me diz?
Se ela aceitar se integrar ao vilarejo, conversaria com Ann para providenciar uma residência para a mulher. Caso ela fosse irredutível, querendo ir embora a qualquer custo, o movimento seria reunir alguns dos ninjas mais fortes (Bee, Yoru, etc) e capturar a mulher. Nesse caso, depois que ela fosse neutralizada em combate, eu aplicaria o Kinkoju no Fuda com a mesma ordem que embuti no samurai. Após isso, ela seria colocada no mesmo local do samurai.
Qualquer que fosse a resolução da "situação Ayaka", o próximo movimento seria ir atrás de Ken para resolver as maluquices dessa ilha amaldiçoada de uma vez por todas.