Acampamento improvisado Próximo ao Castelo Obscuro - Noite Enquanto Owari corria através das densas florestas e montanhas que cercavam o caminho para o País do Demônio, o peso de Mai em seus braços parecia diminuir a cada momento. Makoto havia conseguido curar boa parte das feridas dela, e agora apenas pequenos cortes e hematomas permaneciam. Mais do que isso, a respiração dela, antes fraca e irregular, agora se tornava firme e estável. Owari sabia que não demoraria muito até que ela acordasse.
Eles haviam montado um acampamento improvisado sob o céu noturno, não muito longe do Castelo Obscuro, sede da Genei Ryodan, onde ele deveria reportar de volta. As estrelas mal eram visíveis no céu, encobertas pelas nuvens escuras que anunciavam chuva, mas a mente de Owari estava muito distante para se importar com o tempo.
Foi então, em uma dessas noites de quietude, que Mai finalmente despertou. Seu corpo se moveu de leve, e Owari, sempre atento, observou com cuidado. Ela abriu os olhos devagar, a confusão estampada em seu rosto ao despertar em um lugar desconhecido. Por um momento, ela parecia desorientada, tentando entender o que tinha acontecido. Mas, quando seus olhos se encontraram com os de Owari, tudo pareceu clarear.
Sem hesitar, Mai o abraçou com força, lágrimas silenciosas escorrendo de seus olhos. Era como se o peso de todo o tormento, de todas as decisões que ela havia tomado, desabasse naquele instante. Owari, rígido e focado como sempre, permitiu o abraço. Sabia que ela precisava desse momento, e por alguns minutos eles ficaram ali, no silêncio da floresta, ouvindo apenas a respiração pesada e soluçante dela.
Quando finalmente Mai se acalmou, Owari, com sua habitual frieza, soube que não havia mais tempo a perder. A noite era sua aliada, mas os inimigos também espreitavam nas sombras.
"
Onde esteve?" Owari começou, sua voz firme e direta. "
Mais especificamente, de quem era aquela criatura que a controlava?"
Ele fez uma breve pausa, os olhos fixos nos dela, enquanto a dúvida crescia dentro dele. "
O espião, qual deles? Não temos muito tempo."
Mai fechou os olhos, respirando fundo. O brilho das lágrimas ainda estava fresco em seu rosto enquanto ela se preparava para contar o que havia acontecido.
"
Eu... estava perdida, Owari." sua voz era fraca, trêmula. "
Quando nossa filha, Kay, morreu... eu não conseguia lidar com a dor. Eu não queria partir, não queria deixá-lo, mas eu estava desesperada. Eu comecei a estudar formas de trazê-la de volta."
Ao ouvir o nome de Kay, Owari endureceu. A dor daquele passado ainda era uma ferida aberta, mas ele se manteve firme, deixando Mai continuar.
"
Foi então que ouvi rumores... no submundo, sobre o Edo Tensei, a técnica proibida que pode trazer os mortos de volta. Eu pensei... que seria a nossa única chance. E foi atrás disso que eu parti da organização."
Owari sentiu o peso das palavras dela. Aquela escolha havia afastado Mai da vida que eles tinham, e levado ambos para caminhos sombrios e solitários. Mas o pior ainda estava por vir.
"
Eu passei um bom tempo na Vila do Som, onde aprendi a técnica. Mas... as coisas não saíram como eu esperava. Eu tentei modificar o Edo Tensei, torná-lo mais poderoso, trazer Kay de volta de verdade. Mas em vez disso... eu invoquei aquela criatura."
Os olhos de Mai estavam distantes, como se ela ainda estivesse presa nos pesadelos da criatura que a controlava. "
Ela... se alimentou do meu desespero, do meu desejo de romper as leis entre os vivos e os mortos. Enquanto ela me controlava, tudo parecia um grande sonho... um pesadelo interminável."
Lágrimas escorreram novamente pelo rosto de Mai enquanto ela lutava contra a memória do parasita. Owari sentiu sua frieza interna vacilar por um momento. Ele queria odiá-la por suas escolhas, mas o sofrimento dela era palpável. E ele sabia que, se tivesse vivido a mesma dor, talvez tivesse feito o mesmo.
"
E o espião?" Ele insistiu, forçando-se a permanecer focado.
Mai limpou as lágrimas e respirou fundo. — "
O espião... é um dos seguidores de Noro. Ele vende informações para quem estiver disposto a pagar mais. Ele sabia sobre mim, sabia sobre a criatura, e me deixou ser controlada porque isso o ajudava a esconder seus próprios rastros."
Owari rangeu os dentes. Ele sabia que algo estava errado com Noro e seu grupo, mas ouvir essa confirmação tornava tudo mais real, mais perigoso.
Mai, no entanto, ainda não havia terminado. "
Há mais uma coisa, Owari. Antes de ser completamente controlada pela criatura, eu estava investigando a Akatsuki. Descobri... que eles têm um grande plano em andamento."
Owari franziu o cenho. Ele sabia que a Akatsuki estava envolvida em algo grande, mas as peças ainda não se encaixavam.
"
Eles estão tentando capturar todas as nove bestas com cauda." Ela olhou diretamente para Owari, a seriedade em seu olhar. "
Dois membros da Akatsuki foram enviados para me matar."
Owari permaneceu em silêncio, absorvendo a gravidade da revelação. Ele sabia que a Akatsuki era perigosa, mas essa nova informação mudava tudo. E agora, com a organização ciente de que Mai sabia demais, o tempo estava se esgotando.
Com Mai ainda fraca, mas agora consciente, ele sabia que não podiam perder mais tempo. As forças que se moviam nas sombras estavam se aproximando, e, como sempre, Owari sabia que deveria estar à frente delas para sobreviver.
Como Owari vai proceder?...
Ação livre para: @Barba Branca no tópico: https://www.forumnsanimes.com/t106615-escritorio-lucilfer-sede-genei-ryodan