(A queda do ministro Jacques Necker foi o estopim para que os franceses invadissem a Bastilha.)
Não suportando as pressões políticas do Terceiro Estado, o rei Luis XVI aceitou a organização de uma Assembleia Nacional que votaria uma nova constituição. Com isso, a hegemonia política tradicionalmente controlada por nobres e clérigos seria superada por propostas liberais influenciadas pelo iluminismo. Contudo, acuado pela situação, o monarca francês demitiu o ministro Jacques Necker, que apoiava as reformas burguesas.
A notícia da demissão foi o estopim para que as massas da cidade de Paris organizassem uma revolta contra a ordem vigente. No dia 14 de julho de 1789, uma grande aglomeração de populares cercou as proximidades da Bastilha, fortaleza utilizada pelo governo real para o aprisionamento de seus inimigos e o armazenamento das armas. A princípio, os envolvidos na manifestação desejavam somente tomar as armas e munições ali disponíveis.
A invasão da Bastilha era uma tarefa quase que impossível. Composta por oito torres e paredes com quase três metros de espessura, a enorme construção era um dos mais imponentes símbolos da autoridade real francesa. Com cerca de trinta metros de altura, a prisão era protegida por duas pontes levadiças. A ponte que dava acesso ao prédio era rodeada por um enorme fosso de vinte e cinco metros por onde passavam as águas do rio Sena.
Segundo algumas estimativas, a prisão recebia uma média anual de quarenta criminosos detidos, sem julgamento, pelas ordens expressas do rei. As celas não seguiam um padrão fixo. Enquanto algumas se resumiam a um cubículo onde só se poderia ficar em pé, outras contavam com camas e outros mobiliários. No dia da invasão, havia quatro falsários, um nobre e dois loucos presos. O restante da população era composto por uma centena de militares franceses e suíços.
Tentando aquietar os ânimos dos revoltosos, o marquês de Launay, diretor da prisão, convidou os líderes do levante para almoçarem. Contudo, a espera e a falta de uma resposta imediata somente prestaram para que a população ficasse ainda mais insatisfeita. Os mais agitados pegaram machados para romper as correntes dos portões externos da Bastilha. De repente, o estampido de um tiro levou ao confronto direto entre os populares e os oficiais.
No fim daquela tarde, não mais suportando a pressão, Launay abaixou a ponte-levadiça e permitiu a entrada dos populares. O desafortunado diretor acabou sendo alvo da fúria dos revoltosos ao ter a sua cabeça cortada e exposta na ponta de uma lança pelas ruas de Paris. Todos os prisioneiros foram libertados e os manifestantes se apropriaram de todo o arsenal bélico da Bastilha.
Ao fim dos confrontos, um guarda e aproximadamente cem manifestantes acabaram morrendo. A tomada deste símbolo do poder imperial francês só acabou cinco meses mais tarde, quando, já sob o controle revolucionário, o governo francês estipulou a demolição da Bastilha. Em 1880, esta célebre data passou a ser comemorada como feriado nacional. Atualmente, uma placa indicativa sugere o local onde, um dia, os inimigos do Antigo Regime ficavam presos.
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Créditos (fonte):
Imagem/foto: Deste site
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola