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[ANTIGO] [Epic Fan-Fic] Hebikuiwashi  Hebikuiwashilogo

Capítulo Primeiro

Estava sentado num banco. A leve brisa que se fazia sentir era bastante fria, e parecia cortar a pele a quem não estivesse bem agasalhado. Da boca das pessoas que por ali passavam, podia-se ver vapor de água a sair, quando estas expiravam. Era de noite, e o sol já se havia posto á algum tempo. Os olhos verdes do rapaz que se encontrava sentado naquele sombrio banco de rua, miravam a entrada para o Metro que estava á sua frente. Muito raramente saíam pessoas de lá, umas mais sinistras do que outras. O rapaz já ali estava desde as 22 horas, e o relógio já batia as duas badaladas. Batia com o pé direito no solo e tremia com o joelho, parecendo estar impaciente, contudo, o que ele estava á espera parecia nunca mais aparecer. A luz ali presente provinha apenas de um candeeiro de forma redonda que se encontrava mesmo ao lado daquele banco. Mais uma vez, o rapaz, este tinha as mãos dentro dos bolsos do seu casaco de cor azul marinha, um carapuço sobre a sua cabeça, um cachecol a tapar-lhe a boca, e umas calças de ganga, terminando a sua vestimenta com umas sapatilhas de cor negra.

Umas gargalhadas começaram a ouvir-se vindas da entrada do Metro. Aos poucos e poucos, três vultos surgiram das escadas subterrâneas. Todos vestiam roupas largas, estavam cheios de piercings, principalmente nas orelhas, lábios e sobrancelhas. O personagem do centro era o mais alto dos três, e era o único de cor negra. Á medida que iam passando pelo passeio, as atenções desse rapaz foi focada no nosso rapaz de olhos verdes que se encontrava sentado. O negro bateu nos ombros dos seus amigos que sorriam ironicamente de imediato e colocando os seus carapuços sobre as suas cabeças avançaram na direcção do rapaz de casaco azul marinho.

-Oy… Tens algo para nós?

As pupilas dos olhos verdes do rapaz dilataram-se um pouco e os globos oculares deslocaram-se um pouco para cima. A cabeça dele nem se moveu. Não proferiu qualquer som e ficou a mirar o rapaz mais alto que havia falado para si. De repente, uma lâmina fora encostada á bochecha do rapazinho, enquanto os outros dois agarram cada um dos seus braços. A cabeça encapuçada do rapaz caiu e uma voz suave e sombria foi ouvida, vinda de baixo:

-Não me toquem.

Um silêncio incomodativo dominou o local. Naquele momento, ninguém passava na rua, muito menos no passeio. A lâmpada do candeeiro que iluminava aquele banco de rua, começou a piscar de maneira intermitente, parecendo que ia falhar. Pequenos sorrisos irritantes e irónicos surgiram, vindos dos três “atacantes” do rapaz de olhos verdes. O mais alto dos “atacantes” mexeu devagar e ligeiramente a lâmina que estava encostada á face do rapaz e um pequeno corte surgiu, saindo de imediato algum sangue deste, que começou a escorrer lentamente, pingando para a perna do rapaz. Os seus olhos verdes focaram-se agora nas gotas que caíam desfasadas. Começara a cerrar lentamente os punhos.

-É melhor dares o dinheiro que tens antes que te faça um rasgão até á orelha. Telemóveis e relógios também são bem-vindos. Hoje em dia vende-se de tudo. – disse o mais alto, lambendo o lábio superior de uma maneira nojenta.

Os outros dois continuaram a rir-se. O rapaz de olhos verdes havia cerrado os punhos, mas relaxou-os de seguida. De repente, a luz do candeeiro desapareceu, deixando aquele local às escuras. A lâmpada voltou a acender logo de imediato, continuando com as piscadelas intermitentes. Os olhos dos atacantes estavam agora arregalados, olhando para o banco, onde já não se encontrava o rapaz encapuçado.

-Eu disse para não me tocarem.

A voz veio de trás do rapaz mais alto. As atenções de todos foram viradas para esse lugar, ouvindo-se alguns palavrões pelo meio, contudo, era tarde demais. Com um veloz movimento, a mão direita do rapaz de olhos verdes assentou na nuca do rapaz mais alto, levando esta em direcção ao banco de rua. Os olhos verdes estavam arregalados e os dentes do mesmo rapaz estavam cerrados. O embate ocorreu, provocando um grande estrondo. A cara do atacante mais alto afundou-se nos destroços de madeira do banco, ficando este último destruído. Os outros dois rapazes começaram a choramingar, colocando os braços á frente da cara e começando a recuar, um para cada lado, preparando-se para fugir. Respirando ofegante, o personagem de olhos verdes olhava para os outros dois, ainda com a sua mão aberta na cabeça desmaiada de quem lhe havia feito um corte. De imediato, apoiou a outra mão ainda na nuca do jovem e elevou o tronco e as pernas, fazendo com estas duas paralelas ao chão. Com balanço, enterrou ainda mais a cabeça do mais alto no chão e começou a rodopiar, dando um pontapé ao primeiro e ao segundo atacantes. Projectados com grande força, depois de caídos no chão, levantaram-se começando a correr como se não houvesse amanhã.

Zaiko colocou-se na posição bípede, e assustado olhou para as suas mãos, começando meio a chorar. Não pensou duas vezes e começou a correr pelo passeio fora em direcção a uns prédios um pouco afastados daquela entrada do Metro. Pequenos passos foram ouvidos, e da entrada do metro surgiu uma figura com um manto totalmente negro. Ficou a mirar o rapaz de olhos verdes a correr, e apenas se conseguiu ver a boca do sujeito a esboçar uma espécie de sorriso – “Humph.” De seguida, o vulto desapareceu como que por magia daquele local, enquanto que flyers esvoaçaram pelo ar.

Cortando pelo ar frio que se fazia sentir naquele mês de Inverno, naquela gélida cidade, Zaiko respirava ofegante, enquanto que o cachecol lhe ia caindo da boca aos poucos. Ao que parecia, o rapaz queria chorar mas estava a controlar-se para não o fazer. Avistava já a entrada de um prédio grandioso. Parou de imediato na entrada do mesmo e rapidamente, meio atrapalhado, tirou do seu bolso esquerdo um porta-chaves e por conseguinte, a chaves do prédio. Não demorou muito até que o rapaz de olhos verdes entra-se no mesmo e se pusesse dentro de casa. Ainda a arfar ficou parado na entrada do seu apartamento, com a cabeça voltada para baixo e com os braços estendidos para os lados, como se estivesse a “guardar” porta. Baixou os mesmo e começou a retirar os agasalhos e o casaco, ficando apenas com uma t-shirt justa sem mangas, de cor preta. Atirou a restante roupa para o chão já da sala que se encontrava logo a seguir á entrada e dirigia-se agora para uma outra divisão da casa. O apartamento de Zaiko não era muito grande, tendo apenas um quarto, uma sala, uma cozinha, uma casa-de-banho e uma pequena varanda. Era um pouco escura e não estava lá muito arrumada. Pouco tempo passava na cozinha e na sala. O que era de notar é que a casa estava cheia de jornais por todo o lado, espalhados, e alguns colados nas paredes, e imensas fotografias de família também pela casa toda. Com o seu dedo indicador, ligou o interruptor do seu quarto. Nesta divisão podemos ver uma cama grande, desfeita, roupa pelo chão, no canto direito do quarto existem alguns Halteres, uns com pesos maiores que os outros, mas ainda são bastantes. O rapaz de cabelos pretos adentra pelo seu quarto, em direcção ao armário que estava do lado esquerdo. Abrindo a porta do mesmo, coloca a sua mão direita cerrada sobre o seu peito e em seguida dá um beijo no seu dedo indicador e o seguinte e encosta-os a uma fotografia de uma jovem mulher, que sorria. Feito isto, Zaiko fecha a porta do armário e estende o seu braço para trás, puxando uma toalha de cor branca, trazendo-a consigo.

Ligou a luz da sua casa de banho e bateu com força a porta da mesma, ficando a olhar-se ao espelho, enquanto abria a torneira do lavatório. Esticou os braços e colocou-os em cima do lavatório, baixando novamente a cabeça. Vários pensamentos começaram a surgir na sua mente, principalmente imagens de algo que havia acontecido naquela passagem de metro. Queria chorar mas ao mesmo tempo não queria. Era uma mistela de sentimentos que nem sabia aguentar nem como os expressar. Abriu lentamente a torneira, fazendo a água jorrar com pressão para dentro do lavatório. Com as duas mãos juntas, encheu-as com o líquido transparente e molhou a cara, escorrendo alguns fios de água pelo pescoço de Zaiko, indo para dentro da t-shirt cabeada. Fechou a torneira, e ficou a ouvir os pingos que caíam da sua face baterem na pequena “poça” que se encontrava no lavatório branco. Cerrou os dentes e deu um soco na parede. O som do embate ecoou na casa, mas não houveram estragos. Olhando de lado, vislumbrava um símbolo preto que parecia uma espécie de serpente, pequeno, tatuado no seu ombro esquerdo.

-Outra vez aparece. Mas que raio…

Num estado um pouco enraivecido, o rapaz de olhos verdes e de cabelos pretos abre o armário que se situa por cima do lavatório e agarra firmemente num frasco laranja. Eram calmantes, e só isso é que o conseguia acalmar naquele momento, principalmente quando aquela marca surgia no seu ombro. Abriu a tampa do mesmo e deixou caírem na palma da sua mão alguns. Não demorou muito tempo para os colocar na boca e engolir. Sabia que aquilo o ia fazer conseguir dormir bem pelo menos. Recolocou o frasco no armário com espelho e fechou-o. Os seus olhos focaram-se no mesmo. Arregalaram-se.

[Moment Soundtrack]


De repente, uma figura feminina havia surgido atrás dele, e estava o seu reflexo no espelho. Empunhava já uma espécie de lança de cor azulada e com adornos dourados, em direcção á cabeça do rapaz. Num rápido movimento, Zaiko desvia-se para o lado, e a lança destrói o armário espelhado.

-What the?!

Os olhos da rapariga focaram-se novamente em Zaiko. Eram frios e estavam sérios. Tinham também uma cor azul, assim como os seus cabelos e vestes. Esta, deu um salto no ar e com uma rapidez tremenda, desferiu um pontapé na zona peitoral do rapaz, que foi projectado para fora da casa de banho, contra a parede do seu quarto que se situava mesmo em frente. Um enorme estrondo foi ouvido, e Zaiko estava sentado no chão, a queixar-se de dor no peito. Olhou para cima, estava a ficar furioso. Mas quem era aquela gaja que aparecera na casa dele, e o começara a atacar? Era estranha e ainda por cima possuía uma lança. Cerrando os dentes e os punhos, Zaiko via a figura feminina a correr na direcção dele com a lança na sua mão direita. Tinha o corpo um bocado curvado, e agora podia ver que era de média estatura. Rápido e obstinente, o rapaz que estava a ser atacado surge de imediato atrás da rapariga com o seu punho cerrado em direcção ás costas da mesma. Um sorriso irónico surge na face da estranha á medida que levava a sua mão aberta á frente da sua cara. Uma espécie de tatuagem que se assemelhava a uma mulher com um pote na mão a jorrar água brilhou numa cor azul.

-Mizu Sutora.

De repente, o lavatório que estava atrás de Zaiko rebentou e a água foi em direcção a ele, fazendo uma espécie de chicote, agarrando os punhos, pernas e pescoço dele. Ficou em pé, levando de imediato as mãos ao pescoço numa tentativa de não se esganar. A rapariga fincou o seu pé direito no solo de tacos do quarto do atacado, e de uma volta de 180 graus, ficando cara a cara com o seu adversário. Fez um movimento com a mão para cima e os “chicotes” de água mandaram Zaiko contra a parede, ficando este imóvel, tentando ainda soltar-se.

-Então, achavas mesmo que conseguias elevar-te ao nível de um Guardião? Está errado. Não é nada pessoal, mas não podes existir neste mundo por mais tempo. Peço desculpa.

A rapariga corou de imediato, e com a sua mão direita, empunhou a lança e preparava-se para desferir um golpe mortal no pescoço de Zaiko. O rapaz continuava a lutar contra os chicotes de água, e cada vez ficava mais furioso. A estranha tatuagem no seu ombro esquerdo cintilou numa cor roxa, e os olhos verdes do rapaz perderam as pupilas, ficando totalmente brancos, com um raio arroxeado.

-Hebiu~iru.

De repente, os chicotes de água perderam a sua força e caíram no solo como se fossem baldes de água, encharcando todo o solo. Com os olhos daquela forma, os seus músculos estavam ainda maiores, e encaminhava-se agora para a rapariga. Ia destrui-la. Elevou o punho e desferiu um potente golpe na face da mesma, fazendo com que esta varre-se o chão todo, e embate-se contra a banheira, destruindo esta também.

-Kuh…

A rapariga tentava levantar-se, mas com uma velocidade brutal, Zaiko já estava á frente dela com o seu braço levantado e com a sua mão numa estranha posição, parecendo os dentes de uma cobra. Estendeu-a para a rapariga. Um som de embate foi ouvido. Uns cabelos de tons vermelhos esvoaçavam assim como um cachecol verde, e uma espada reluzia. Tinha um olho tapado com uma palete preta e o outro olho esverdeado focava-se no olho com o raio roxo de Zaiko. Espantado, as pupilas começaram a voltar á sua normalidade e deu alguns passos para trás.

-Go…Gomennasai – disse Zaiko, desaparecendo logo em seguida, saltando pela janela do seu quarto.

O rapaz que havia salvado a rapariga de cabelos azuis colocou-se na posição bípede e olhava agora para a janela aberta por onde Zaiko havia saído. A aragem que se fazia sentir fez os cabelos dele e o cachecol esvoaçarem ainda mais. Nem sequer olhando para a rapariga que se levantava com a cabeça baixa, falou:

-Não devias de ter vindo atrás dele, Aquarius.

A rapariga tremeu um pouco e em seguida cruzou os braços á frente do seu corpo, tentando responder, estando envergonhada.

-Desculpa, Lavi-chan.

Lavi fez a sua espada desaparecer, e continuava a olhar para a janela, dando alguns passos.

-Não esperas pela demora, Hebikuiwashi.

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~Capítulo Segundo - Brothers. ~


Com as suas duas mãos abertas, esticou os seus pequenos e frágeis braços para alcançar mais alguns blocos. Um belo castelo de blocos era o que estava a construir. Pelo menos era isso que a sua mãe lhe estava a dizer. De variadas cores, e queria que este fosse o melhor e o mais alto castelo que alguma vez construiria. Todas as manhãs antes da sua mãe partir para o trabalho, desde que se lembrava, Zaiko construía um castelo com os seus blocos, e tentava colocar uma pequena boneca de madeira que dizia ser a sua mãe. Os seus olhos verdes estavam cheios de alegria, sempre a construir o castelo, contudo, sempre que tentava por o último bloco ele caía.

-Oh, não chores meu querido!

A mulher de cabelos pretos e olhos verdes, cheios de ternura, baixava-se rapidamente e pagava no seu filho com 6 anos de vida, abraçando-o com força. O pequeno agarrava a camisola da sua mãe com força e estremecia os lábios enquanto as lágrimas lhe caíam pela cara abaixo.

-Não é preciso chorares por o teu castelo de blocos cair. Se ele cai, tentas reconstrui-lo outra vez! O importante é não desistir – exclamou a mulher, sempre a sorrir, acariciando a cabecinha do seu filho.

-Mas Mãe, eu prometi-te que ia fazer o melhor e mais maior grande castelo de sempre! E em cima desse castelo ias estar tu! Sim, porque não há ninguém mais melhor do que tu Mãmã! Tens de estar sempre muito mais bem em cima!

Risadas leves foram ouvidas, provindas da mulher que começava a pousar o seu filho. O rapaz ficou a olhar para os olhos verdes da sua mãe de baixo, sorrindo com todos os dentes á mostra e com os olhos cerrados. A mulher colocou-lhe a mão na cabeça e continuou a falar:

-Faz lá esse castelo, que a mamã quando voltar vê. Aposto que vai ser o melhor de sempre.

Esticou o seu bracinho e tinha o polegar estendido para cima.

-Daijobu, Okasa! Bom trabalho!

De seguida, a esbelta mulher avançou rapidamente para o portão que dava para a rua e lançou-se para mais um que seria um dia de trabalho. Zaiko vislumbrou a sua mãe até esta desaparecer ao fundo. Voltou-se de novo para os seus blocos e foi aí que reparou em algo que não devia de estar ali. Uma capa cheia de papeis da sua mãe jazia no solo relvado. Havia-se esquecido e parecia importante. “Tenho que levar isto até ela!”, pensou o jovem Zaiko, enquanto pegava na capa e começava a correr em direcção ao portão.

Uma escuridão surgiu de imediato. Os olhos esverdeados de Zaiko abriram-se de imediato, e este elevou o seu corpo para cima, fazendo com que o cobertor que o cobria deslizasse para baixo. Respirava ofegante e começou a olhar para um lado e para o outro. Á sua volta, estavam várias camas, e nelas, crianças dormiam profundamente. Suspirou e de seguida olhou para a janela que estava ao fundo daquele quarto. Estava semi-tapada por uma cortina que escondia metade desta. Lá fora podia-se ver a neve a cair. O rapaz de cabelos pretos voltou a deitar-se e ficou a olhar para o tecto negro, não demorando a voltar a adormecer novamente.

-ZAIKO NEE-CHAN PUN!

Um grito foi ouvido, que fez Zaiko abrir rapidamente os olhos e levantar-se novamente como se a sua vida dependesse disso. Virava a cabeça para um lado e para o outro rapidamente.

-O que se passa?!

Na sua segunda viragem para o lado direito, um jacto de água provindo de uma mangueira espetou-se mesmo contra a sua cara, encharcando-o por completo. Gargalhadas de crianças começaram a ser ouvidas por todo o lado, enquanto que Zaiko permanecia sentado, com os seus olhos semi-cerrados e a sua boca arqueada para baixo. Cerrou os punhos e em seguida esboçou um sorriso irónico.

-Aí vem ele PUN!

Maior parte dos miúdos começou a correr para fora do quarto, indo a gritar pelo corredor, á excepção de um miúdo e de uma outra rapariga mais velha, ao que parecia, quase da idade de Zaiko. Este último começou a erguer-se do sítio onde havia pernoitado e de um momento para o outro, lançou-se contra os dois miúdos, com uma expressão de diabo brincalhão.

-ORAAAAH! É DESTA QUE TE ESGANO, KEEEEEEEEEEEEEEEEEEI!

O pequeno miúdo mostrou-lhe o dedo do meio e começou também a correr pelo corredor fora. A rapariga ficou a olhar, com uma gota a escorrer-lhe pela testa, enquanto que abanava ligeiramente a cabeça para os lados. “Crianças…”, pensava ela.

Com passos largos, Kei corria pelo corredor, com a sua língua um pouco de fora, virando em todas as “esquinas”, sem perder velocidade. Na realidade, era uma coisa que o distinguia. Naquele orfanato toda a gente lhe chamava Thunder Kei. Sempre que haviam alhadas, ele safava-se com a sua corrida. Zaiko acompanhava-o, tendo que baixar a sua velocidade para não se espetar contra as paredes do comprido corredor.

-Este miúdo não sabe mesmo parar quieto – disse ele, com um grande sorriso na cara.

Kei era um grande amigo de Zaiko. Desde que o rapaz de cabelos pretos havia começado a frequentar aquele orfanato, tratou Kei como um irmão, e era isso mesmo que era para ele, um irmão, apesar de não ser de sangue. Perdido em pensamentos, não se apercebeu que este mesmo rapaz que tratava por irmão se havia escondido num armário e atirava-se agora para o pescoço de Zaiko. Caíram os dois no solo, começando a rir-se de imediato, estando Zaiko a agarra-lo já e a morder-lhe a orelha enquanto que Kei lhe mordia o braço.

-Pronto pronto, JÁ CHEGA!

Os dois rapazes pararam e olharam para cima. Uma mulher de porte grande estava em frente a eles, com uma colher de sopa enorme na sua mão. Vestia um avental com flores rosa, uma saia negra, chinelos rosa e uma camisa branca com rosas como sempre. Os seus cabelos brancos e pretos misturados faziam aquela figura nunca perder a autoridade que tinha. Grandma, era como lhe chamavam, mais propriamente, Ma. Era a dona do orfanato.

-Venham, o pequeno-almoço está na mesa e já estão todos a comer, se se demorarem, não vão ter pão para vocês.

Num flash, ambos passaram a alta velocidade por Ma, fazendo o avental desta se levantar para cima, tapando-lhe a cara.

Algumas horas passaram. O sol estava agora alto, pelo menos parte do sol que se via. O tempo estava frio, e nevava ligeiramente lá fora. Zaiko estava na grande cozinha do orfanato, adornada com uma comprida mesa de jantar, com compridos bancos a segui-la. Estava encostado á parede, mesmo ao lado da grande janela que dava visão para a parte de trás do orfanato. Lá fora, as crianças brincavam com a neve, fazendo bonecos, guerras de bolas de neve. Kei corria por todo o lado lançando bolas como se fossem balas.

-Zaiko.

A sua atenção foi focada na voz feminina que o havia chamado. A rapariga que estava no seu quarto de manha, estava agora ali, olhando para ele, com uma das suas mãos apoiadas na mesa e a outra ajeitava os seus cabelos. Chamava-se Zuki, e tinha cabelos louros curtos e olhos azuis. A sua vestimenta eram umas calças de ganga e o seu tão estimado colete de cor vermelha que nunca o tirava, não sendo para dormir. As suas sapatilhas vermelhas características também não faltavam, assim como a sua autoritária forma de falar.

-É verdade que tentaram assaltar-te?

O rapaz baixou um pouco a cabeça e fez um ar triste e voltou novamente a sua atenção para o exterior vendo novamente o que se passava. Desta vez Kei estava a tentar fazer um boneco de neve com todas as outras crianças.

-Sim, é verdade. – afirmou o rapaz descruzando os braços e desencostando-se da parede – Mas não me aconteceu nada, como podes ver estou bem.

-Mas isso foi o suficiente para não quereres dormir em casa. – retorquiu a rapariga.

Zaiko fixou os seus olhos nos olhos de Zuki e nem sequer sorriu. Os seus cabelos pretos abanaram ligeiramente com o seu movimento de corpo, em direcção ao balcão. Pegou no seu cachecol e casaco de carapuço e começou a vestir-se. Não havia contado o que acontecera em sua casa. Aqueles dois estranhos personagens, com poderes especiais, e o que Zaiko havia feito, e não era a primeira vez que aquilo lhe acontecia, que havia soltado assim poderes. Sempre que se sentia em perigo atacava, sentia um ódio a consumi-lo, e velozmente atirava-se ao seu adversário.

-Tinha saudades disto aqui, só isso.

-Mas almoças cá todos os dias quase.

O ambiente estava cada vez mais pesado. O rapaz de cabelos pretos estava agora pronto para sair e andou em direcção á saída, passando por Zuki.

-Reparei na tua tatto. Reparei que havia rubor e edema á volta dela, embora que ligeiro. Aconteceu novamente aquilo, não foi?

Virou a sua cabeça ligeiramente para o lado para ver a expressão de Zaiko, mas este nada disse, tocando-lhe apenas no ombro duas vezes, numa tentativa de dizer que estava tudo bem. Zuki suspirou e ajeitou os seus óculos.

-Sabes bem que se precisares de ajuda, não fui treinada para ficar a olhar quando os meus amigos estão em perigo.

-Hai.

Disto isto, Zaiko começou a percorrer o corredor, com uma angústia no seu peito. Queria ter dito tudo á sua melhor amiga, mas não podia. Saberia que ela iria consigo e procura-se o que se andava a passar. Zuki tinha um QI bastante elevado, tirava a melhor nota da escola, e agora estava a lutar para conseguir entrar em medicina. Sabia bastante sobre tudo, e á já algum tempo que estudava sobre a marca que Zaiko tinha no seu ombro. Chegando a sua mão á maçaneta da porta de saída foi parado por uma bola de neve que lhe foi atirada contra as costas. Olhou para trás.

-Não me acredito que te ias embora sem dizeres nada PUN!

O rapaz alto de olhos verdes sorriu abertamente e baixou-se, deixando Kei correr até ele para o abraçar. Nesse momento, Ma surge do corredor do lado direito com um saco. Kei sorri ironicamente para Zaiko e com uns olhos de fanfarrão tenta rir-se para o seu irmão. Virando a sua cara para Ma, os seus olhos pareciam de um anjinho e tinha brilho nos mesmos.

-Ma-sama, o Zaiko ofereceu-se para ir no seu lugar comprar a lã que lhe falta. Ele disse que me fazia companhia. Pode ser PUN?

Zaiko tombou para trás, ficando com a boca aberta e com a sua perna a tremelicar um pouco. E pensava ele que Kei apenas lhe queria dar um abraço de despedida, mas afinal tinha segundas intenções.

-Mesmo a calhar, tenho tanto que fazer. A loja que eu quero, já sabes qual é, fica na outra ponta da cidade. Não podem ir pela auto-estrada não se esqueçam. Mais fácil irem de autocarro.

-HAI – disse Kei, vestindo o seu casaco e puxando por Zaiko saiu porta fora, batendo a mesma com força. Uma aura maligna cobria Kei por completo, quando este olhou para o seu irmão – Vamos pela auto-estrada PUN!

Uma gota de suor escorreu pela testa de Zaiko, que de seguida abanou fortemente a sua cabeça e ficou com um ar sério. Ergueu-se por completo e apontou o seu braço para o ar.

-Faremos uma corrida! Os dois um ao lado do outro, pela auto-estrada! Confio em ti e sei que vais estar seguro…Pronto?

Kei já havia começado a correr com o saco de lã na mão. Como se fosse um espelho, Zaiko pareceu quebrar-se de parvoíce.

-KONO YAROOOOOU!


Num flash, o rapaz de cabelos pretos começou a correr atrás do seu irmão.

-Humph.

De cima do prédio em frente, um jovem de cabelos vermelhos acompanhado de uma jovem de cabelos azuis observavam o que se sucedia. Lavi cerrou os punhos e os dentes, estava um pouco furioso.

-Sabes bem o que ele disse Aquarius…Desta vez não podemos falhar.

-Hai, Lavi-sama.









~Capítulo Terceiro - Highway Clash. ~


A cidade estava agitada. Era normal, para um dia da semana á tardinha. Apesar de estar um frio tremendo, as pessoas tinham os seus afazeres como sempre. Umas mais agasalhadas do que outras, umas mais apressadas do que outras, umas de carro e outras a pé. As vias rápidas passavam por pontes por cima dos subúrbios da cidade. Aqui, os carros andavam ainda mais apressados do que nas ruas ditas normais da cidade.

-Otou-san, ainda falta muito? – perguntou uma rapariga com cerca de 6 anos. Brincava com duas bonecas de plástico e com ar aborrecido.

-Calma querida, não falta muito. Daqui a nada estamos do outro lado da cidade.

De repente, uma mancha negra passou a alta velocidade pelo lado esquerdo do carro. A rapariga deu um pequeno berro, que fez o seu Pai olhar para trás preocupado. De seguida, uma outra mancha negra passou a alta velocidade pelo lado direito. Desta vez foi o Pai a gritar, e a agarrar-se ao banco.

-Nanda Kuré?

Batiam com os seus pés de leve, mas ao mesmo tempo com força para suportar toda a propulsão. Tanto Kei como Zaiko corriam ao máximo, tentando ganhar um contra o outro. Passavam pelos carros a alta velocidade, com um sorriso de desafio na cara. Kei era o que ia mais á frente, olhando para trás de vez em quando. Não queria perder para o seu irmão por nada deste mundo. Voltando a sua cabeça para a frente, cerrou os dentes e deu ainda mais de si. A sua velocidade era fenomenal, nem parecia humana.

-Quando é que eu criei este monstro? – disse Zaiko numa voz leve para si mesmo.

Sorrindo ainda mais, ficou com um ar sério e deu ainda mais lanço. Ia na direcção de um carro, conseguindo alcança-lo. Á medida que começava a chegar ao pé dele, aumentava ainda mais a velocidade, dando um grande salto para cima do tejadilho do mesmo, usando-o para embater lá com o seu pé. Uma mossa ficou no mesmo, mas Zaiko conseguiu ficar mesmo atrás de Kei. O rapazinho mais novo abriu bem a boca:

-NÃO VOU PERDER CONTRA TI, ONII-CHAN!

Não atento ao que estava á sua frente, Kei continuou a correr. Abriu bem os olhos e reparou no grande camião de cisterna que se encontrava no seu caminho, quase colado a ele. Não pensando duas vezes, deixou o seu corpo cair no solo cimentado e com a velocidade, deslizou por baixo do camião. Ardiam-lhe as costas e o seu tronco de lado. Chegou ao “fim” do camião, levantando-se, contudo, caiu para a frente novamente, doía-lhe o corpo. Zaiko conseguia ver o seu irmão e o camião quase em cima dele. Num flash, a tatuagem no seu ombro brilhou e num abrir e piscar de olhos, o rapaz de cabelos pretos colocou-se á frente do camião e agarrou no pequeno órfão continuando a correr. O seu olho direito estava já de uma cor diferente do seu verde esmeralda, contudo, o rapaz virou a cara para o seu irmão não conseguir ver.

-Eu sei que os teus olhos são mágicos, PUN.

Zaiko ficou espantando e voltou a sua cabeça para Kei, sorrindo ligeiramente, mas não querendo mostrar muito os seus olhos. Olhou para o tronco do pequeno rapaz e viu as roupas rasgadas. Preparava-se para ver a pele de Kei queimada e em carne viva, contudo, estava longe disso. A pele estava limpa, mais limpa que todo o resto da pele, lisa e sedosa, sem qualquer tipo de arranhão.

“O que…”

[align=center][Moment Soundtrack] - Ponham a dar mais do que uma vez.[/align]

De repente, a atenção de Zaiko foi desviada daquele assunto. Não foi preciso olhar para o lado. Esticou o seu braço para o lado e deflectiu um punho vindo desse mesmo lado. Uns cabelos vermelhos esvoaçavam no ar. Tinha uma patilha negra e o outro olho era de cor verde. Vestimenta negra e um cachecol também de cor vermelha. Zaiko corria a uma grande velocidade, como é que aquele gajo o tinha conseguido apanhar?

O rapaz de cabelos vermelhos tirou o seu braço para trás e dando um impulso maior, esticou a sua perna tentando desferir um pontapé. A perna deste último passou de rompante á cabeça de Zaiko. O rapaz fez extensão da cervical para trás, olhando de lado para o seu atacante. Tinha os dentes cerrados e começava a ficar furioso. De repente, com uma das pernas no ar, o rapaz de cabelos vermelhos eleva a outra perna, colocando-a na nuca de Zaiko. Com um movimento brutal, as duas pernas colidem no pescoço do rapaz de olhos esmeralda. Com uma rotação do tronco, Lavi empurra Zaiko contra o solo de cabeça. Um enorme estrondo foi ouvido. O chão ficara com uma cratera, fazendo poeira e pedaços de cimento voar para todos os lados. Os carros ali presentes começavam a apitar e a chocar-se em cadeia. Ouviam-se berros e gritos, choros também. As pessoas estavam assustadas…Mas o que era aquilo.

-ZAIKO NII-SAN!!

Kei havia rebolado para fora da zona de impacto antes do seu irmão ser espetado contra o solo. Berrava agora por ele, estando assustado. De repente, uns cabelos azuis surgem por cima da sua cabeça. Aquarius pairava no ar, empunhando já a sua lança, pronta para o que pudesse sair dali. De repente, o corpo de Zaiko sai da zona com fumo a deslizar para trás. Tinha sangue a escorrer-lhe pela cabeça abaixo, e tinha um ar sério. O seu olho estava a mudar novamente, e a sua tatuagem a brilhar.

-És forte.

Uma lâmina brilhante surgiu da fumaça. Era empunhada pelo jovem de cabelos vermelhos. Este tinha também o ar sério e olhava para o rapaz de cabelos pretos com desdém.

-O que é que querem de mim… - disse Zaiko num tom severo.

-Queremos a tua morte, nada mais, nada menos.

Os olhos do rapaz arregalaram-se e não teve muito tempo para reagir. Num abrir e fechar de olhos, Lavi estava em frente a ele com a espada empunhada. Os olhares dos dois cruzaram-se.

-RAAAAAAAAAAAAH!

Uma onda de energia de cor arroxeada emanou do corpo de Zaiko e foi contra o peito de Lavi. Este último recebera o ataque de frente, não estando á espera. A uma bruta velocidade, o corpo do rapaz foi projectado contra o limite da auto-estrada, rebentando o rail ali presente, e indo contra um dos tantos prédios ali presentes, destruindo a porção do embate. Zaiko respirava ofegante. O raio de cor roxa no seu olho estava formado, e a tatuagem ardia mais do que nunca. De repente, a lança com adornos azuis passara rente á orelha do rapaz de olhos verdes. Com um movimento extremamente veloz, Zaiko pressentiu o ataque e desviou a sua cabeça para o lado. Movendo o seu braço direito, agarrou firmemente na lança e puxou-a para a frente. A rapariga que estava agarrada á mesma veio junto e levou com uma potente cotovelada no peito, sendo projectada contra o prédio que estava atrás.

Kei continuava sentado no solo. Mirava o seu irmão a fazer tudo aquilo e conseguia ver o estranho gás roxo que emanava do seu corpo. Não sabia o que pensar, mas sentia-se fascinado por aquilo.
Zaiko tinha uma expressão fria e apática. Fixara o olhar no rapaz de cabelos vermelhos que se levantara dos destroços.

-Humph.

De imediato, um gás de cor marrom surgiu em volta deste. Na sua face, no lado da patilha, uma tatuagem começou a brilhar, tendo a forma da cabeça de um Capricórnio. Elevou o seu braço e esticou o seu dedo indicador. Abriu ligeiramente a sua boca e disse:

-Kapurikōn-sen.

Um raio de luz de cor marrom foi velozmente na direcção de Zaiko. Surpreendido, não teve tempo para mais nada a não ser colocar os braços em forma de X á frente do seu tronco e cara para se proteger. O impacto surgiu, criando uma nova explosão. Ouviu-se um berro proveniente do pequeno rapaz que estava no meio de toda aquela luta sem saber bem porquê. O rapazinho de cabelos louros levantou-se. Estava lavado em lágrimas e começou a correr na direcção da zona de impacto, onde o fumo ali presente começava a dissipar. Sirenes começavam a ser ouvidas por todo o lado naquela cidade. De repente, a rapariga de cabelos azuis passou disparada pelo pequeno rapaz, deslizando a sua lança nas suas mãos. Com um rápido movimento esticou a arma para a frente na tentativa de desferir um golpe. Uma mão ensanguentada e “musculada” surgiu e agarrou na lança. Num abrir e fechar de olhos, Lavi surgiu por cima de Zaiko, que podia agora ser começado a ser visto, com a sua espada empunhada. Agarrado na lança, Zaiko puxa Aquarius para cima, lançando-a contra o rapaz de cabelos vermelhos, contudo, sem efeito. Este último desvia-se e aterra no solo. Trocando o passo, a sua espada começa a brilhar num tom marrom e prepara-se para desferir um golpe na zona abdominal lateral do Hebikuiwashi.

-Nani?

Um pé suave e estrondoso surge na face de Lavi. Num movimento extremamente veloz, o corpo do rapaz da pala negra é projectado contra um camião ali parado. Umas sapatilhas de cor vermelha tocaram de leve o solo de seguida. Poeiras esvoaçavam por aquela porção de auto-estrada, destruída. Os olhos verdes de Zaiko foram de imediato na vertical, vendo um colete vermelho.

-Zu…Zuki?

-Levanta-te, já.

De repente, uma forte rajada de vento fez com que a atenção de Zaiko se voltasse para o sítio onde Lavi havia sido atirado. Os cabelos pretos do Hebikuiwashi esvoaçavam furiosamente, assim como o cabelo de Zuki.

-Zaiko Nii-san.

Kei havia surgido agora ao lado do seu irmão, mirando também o adversário dos três órfãos. O corpo deste último estava aumentado de volume e uma espécie de gás de cor Marrom emanava do seu corpo. Os seus olhos estavam mais sérios do que nunca. Ao seu lado, a rapariga de cabelos azuis estava igual, contudo, os seus cabelos estavam para o alto, parecendo flutuar em água. Um gás também de cor azulada emanava do seu corpo. A pressão que era sentida naquele local, a pressão que ambos exerciam era brutal. Zuki cerrou os seus dentes assim como os punhos. Afastou as suas pernas, preparando-se para uma investida. Kei olhava também sério.

“Mas…Que raio…Como é que eles os dois podem estar a fazer frente áqueles dois, que nem eu sei o que são?”, pensou Zaiko, olhando velozmente para a sua amiga e para o seu irmão, focando depois as suas atenções no que estava para vir.

A lança de Aquarius começou a rodopiar nas suas mãos, ficando a apontar para o céu. De imediato, uma bola de água rodeou a rapariga e esta começou a elevar-se para o ar. Um símbolo de uma jarra de água brilho na sua testa, e quando estava alto o suficiente, abriu bem a boca.

-Gomennasai… CHINAMI! (A Thousand Waves)

Os olhos dos três orfãos petrificaram a olhar para o que se estava a formar. Uma enorme bola de água, de proporções gigantescas estava a ser formada em cima da cabeça da rapariga de cabelos azuis.

-KUSO! FUJAM! – berrou Zuki, começando a correr na direcção oposta do ataque de Aquarius.

No momento em que os três se viraram, uma enorme porta que reluzia como ouro surgiu no caminho. Tinha uma enorme cabeça de um Capricórnio. Zaiko olhou para trás e viu Lavi com a sua mão direita aberta na direcção do local onde estavam. Zuki e Kei viraram-se novamente para os seus adversários, sem saber o que fazer. Parecia ser o fim. A bola de água gigantesca começou a disparar potentes jactos de água vindas de todas as direcções e atrás deles todos, uma onda enorme de água. O rapaz de cabelos pretos não sabia o que pensar, e apenas olhava para aquilo. Fechou os olhos e sentiu o seu coração a bater levemente.

“Estou morto?” – pensou ele.

Abriu os olhos devagar e tentou visionar o que se passava á sua frente. Água? Nem vê-la…Apenas o chão meio molhado, mas nada destruído. Olhou para os lados e viu Zuki e Kei a olharam pasmados para a frente. Não pensou duas vezes em fazer o mesmo. Arregalou também os olhos. Aquarius estava no chão, com um brilho dourado em todo o seu corpo.

-Aquarius… - retorquiu Lavi sem olhar para a sua companheira – O teu tempo acabou.

A rapariga parecia estar a chorar. Começou a desaparecer como se nada fosse. Lavi fez algo parecido como uma cruz na sua pala e em seguida deixou o seu braço cair. Sorriu ironicamente. De repente, uma forte fonte de luz surgiu ao seu lado. Os três órfãos cerram um pouco os olhos, colocando os braços á frente para se protegerem.
Um manto negro tocou no solo. Umas sandálias de cor azulada embateram no cimento destruído. Com uma foice empunhada no seu ombro esquerdo, sorria ironicamente, mas meio que tímido. Tinha os cabelos cinzentos e uns olhos de cor preta, não sendo muito alto.

-Ohayo, Lavi-chan.

-Han-senpai.

O rapaz de cabelos vermelhos fez uma espécie de vénia ao novo ser que havia aparecido, virando se seguida o seu olhar novamente para os seus adversários. Um estrondo foi ouvido de imediato. A enorme foice havia batido no cimento, fazendo ainda mais uma rachadela.

-Então, prontos para levar isto a sério? – disse o novo rapaz, que se parecia dar pelo nome de Han.

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description[ANTIGO] [Epic Fan-Fic] Hebikuiwashi  EmptyRe: [ANTIGO] [Epic Fan-Fic] Hebikuiwashi

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[size=large]
~Capítulo Terceiro - Highway Clash. ~
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A cidade estava agitada. Era normal, para um dia da semana á tardinha. Apesar de estar um frio tremendo, as pessoas tinham os seus afazeres como sempre. Umas mais agasalhadas do que outras, umas mais apressadas do que outras, umas de carro e outras a pé. As vias rápidas passavam por pontes por cima dos subúrbios da cidade. Aqui, os carros andavam ainda mais apressados do que nas ruas ditas normais da cidade.

-Otou-san, ainda falta muito? – perguntou uma rapariga com cerca de 6 anos. Brincava com duas bonecas de plástico e com ar aborrecido.

-Calma querida, não falta muito. Daqui a nada estamos do outro lado da cidade.

De repente, uma mancha negra passou a alta velocidade pelo lado esquerdo do carro. A rapariga deu um pequeno berro, que fez o seu Pai olhar para trás preocupado. De seguida, uma outra mancha negra passou a alta velocidade pelo lado direito. Desta vez foi o Pai a gritar, e a agarrar-se ao banco.

-Nanda Kuré?

Batiam com os seus pés de leve, mas ao mesmo tempo com força para suportar toda a propulsão. Tanto Kei como Zaiko corriam ao máximo, tentando ganhar um contra o outro. Passavam pelos carros a alta velocidade, com um sorriso de desafio na cara. Kei era o que ia mais á frente, olhando para trás de vez em quando. Não queria perder para o seu irmão por nada deste mundo. Voltando a sua cabeça para a frente, cerrou os dentes e deu ainda mais de si. A sua velocidade era fenomenal, nem parecia humana.

-Quando é que eu criei este monstro? – disse Zaiko numa voz leve para si mesmo.

Sorrindo ainda mais, ficou com um ar sério e deu ainda mais lanço. Ia na direcção de um carro, conseguindo alcança-lo. Á medida que começava a chegar ao pé dele, aumentava ainda mais a velocidade, dando um grande salto para cima do tejadilho do mesmo, usando-o para embater lá com o seu pé. Uma mossa ficou no mesmo, mas Zaiko conseguiu ficar mesmo atrás de Kei. O rapazinho mais novo abriu bem a boca:

-NÃO VOU PERDER CONTRA TI, ONII-CHAN!

Não atento ao que estava á sua frente, Kei continuou a correr. Abriu bem os olhos e reparou no grande camião de cisterna que se encontrava no seu caminho, quase colado a ele. Não pensando duas vezes, deixou o seu corpo cair no solo cimentado e com a velocidade, deslizou por baixo do camião. Ardiam-lhe as costas e o seu tronco de lado. Chegou ao “fim” do camião, levantando-se, contudo, caiu para a frente novamente, doía-lhe o corpo. Zaiko conseguia ver o seu irmão e o camião quase em cima dele. Num flash, a tatuagem no seu ombro brilhou e num abrir e piscar de olhos, o rapaz de cabelos pretos colocou-se á frente do camião e agarrou no pequeno órfão continuando a correr. O seu olho direito estava já de uma cor diferente do seu verde esmeralda, contudo, o rapaz virou a cara para o seu irmão não conseguir ver.

-Eu sei que os teus olhos são mágicos, PUN.

Zaiko ficou espantando e voltou a sua cabeça para Kei, sorrindo ligeiramente, mas não querendo mostrar muito os seus olhos. Olhou para o tronco do pequeno rapaz e viu as roupas rasgadas. Preparava-se para ver a pele de Kei queimada e em carne viva, contudo, estava longe disso. A pele estava limpa, mais limpa que todo o resto da pele, lisa e sedosa, sem qualquer tipo de arranhão.

“O que…”

[Moment Soundtrack] - Ponham a dar mais do que uma vez.

De repente, a atenção de Zaiko foi desviada daquele assunto. Não foi preciso olhar para o lado. Esticou o seu braço para o lado e deflectiu um punho vindo desse mesmo lado. Uns cabelos vermelhos esvoaçavam no ar. Tinha uma patilha negra e o outro olho era de cor verde. Vestimenta negra e um cachecol também de cor vermelha. Zaiko corria a uma grande velocidade, como é que aquele gajo o tinha conseguido apanhar?

O rapaz de cabelos vermelhos tirou o seu braço para trás e dando um impulso maior, esticou a sua perna tentando desferir um pontapé. A perna deste último passou de rompante á cabeça de Zaiko. O rapaz fez extensão da cervical para trás, olhando de lado para o seu atacante. Tinha os dentes cerrados e começava a ficar furioso. De repente, com uma das pernas no ar, o rapaz de cabelos vermelhos eleva a outra perna, colocando-a na nuca de Zaiko. Com um movimento brutal, as duas pernas colidem no pescoço do rapaz de olhos esmeralda. Com uma rotação do tronco, Lavi empurra Zaiko contra o solo de cabeça. Um enorme estrondo foi ouvido. O chão ficara com uma cratera, fazendo poeira e pedaços de cimento voar para todos os lados. Os carros ali presentes começavam a apitar e a chocar-se em cadeia. Ouviam-se berros e gritos, choros também. As pessoas estavam assustadas…Mas o que era aquilo.

-ZAIKO NII-SAN!!

Kei havia rebolado para fora da zona de impacto antes do seu irmão ser espetado contra o solo. Berrava agora por ele, estando assustado. De repente, uns cabelos azuis surgem por cima da sua cabeça. Aquarius pairava no ar, empunhando já a sua lança, pronta para o que pudesse sair dali. De repente, o corpo de Zaiko sai da zona com fumo a deslizar para trás. Tinha sangue a escorrer-lhe pela cabeça abaixo, e tinha um ar sério. O seu olho estava a mudar novamente, e a sua tatuagem a brilhar.

-És forte.

Uma lâmina brilhante surgiu da fumaça. Era empunhada pelo jovem de cabelos vermelhos. Este tinha também o ar sério e olhava para o rapaz de cabelos pretos com desdém.

-O que é que querem de mim… - disse Zaiko num tom severo.

-Queremos a tua morte, nada mais, nada menos.

Os olhos do rapaz arregalaram-se e não teve muito tempo para reagir. Num abrir e fechar de olhos, Lavi estava em frente a ele com a espada empunhada. Os olhares dos dois cruzaram-se.

-RAAAAAAAAAAAAH!

Uma onda de energia de cor arroxeada emanou do corpo de Zaiko e foi contra o peito de Lavi. Este último recebera o ataque de frente, não estando á espera. A uma bruta velocidade, o corpo do rapaz foi projectado contra o limite da auto-estrada, rebentando o rail ali presente, e indo contra um dos tantos prédios ali presentes, destruindo a porção do embate. Zaiko respirava ofegante. O raio de cor roxa no seu olho estava formado, e a tatuagem ardia mais do que nunca. De repente, a lança com adornos azuis passara rente á orelha do rapaz de olhos verdes. Com um movimento extremamente veloz, Zaiko pressentiu o ataque e desviou a sua cabeça para o lado. Movendo o seu braço direito, agarrou firmemente na lança e puxou-a para a frente. A rapariga que estava agarrada á mesma veio junto e levou com uma potente cotovelada no peito, sendo projectada contra o prédio que estava atrás.

Kei continuava sentado no solo. Mirava o seu irmão a fazer tudo aquilo e conseguia ver o estranho gás roxo que emanava do seu corpo. Não sabia o que pensar, mas sentia-se fascinado por aquilo.
Zaiko tinha uma expressão fria e apática. Fixara o olhar no rapaz de cabelos vermelhos que se levantara dos destroços.

-Humph.

De imediato, um gás de cor marrom surgiu em volta deste. Na sua face, no lado da patilha, uma tatuagem começou a brilhar, tendo a forma da cabeça de um Capricórnio. Elevou o seu braço e esticou o seu dedo indicador. Abriu ligeiramente a sua boca e disse:

-Kapurikōn-sen.

Um raio de luz de cor marrom foi velozmente na direcção de Zaiko. Surpreendido, não teve tempo para mais nada a não ser colocar os braços em forma de X á frente do seu tronco e cara para se proteger. O impacto surgiu, criando uma nova explosão. Ouviu-se um berro proveniente do pequeno rapaz que estava no meio de toda aquela luta sem saber bem porquê. O rapazinho de cabelos louros levantou-se. Estava lavado em lágrimas e começou a correr na direcção da zona de impacto, onde o fumo ali presente começava a dissipar. Sirenes começavam a ser ouvidas por todo o lado naquela cidade. De repente, a rapariga de cabelos azuis passou disparada pelo pequeno rapaz, deslizando a sua lança nas suas mãos. Com um rápido movimento esticou a arma para a frente na tentativa de desferir um golpe. Uma mão ensanguentada e “musculada” surgiu e agarrou na lança. Num abrir e fechar de olhos, Lavi surgiu por cima de Zaiko, que podia agora ser começado a ser visto, com a sua espada empunhada. Agarrado na lança, Zaiko puxa Aquarius para cima, lançando-a contra o rapaz de cabelos vermelhos, contudo, sem efeito. Este último desvia-se e aterra no solo. Trocando o passo, a sua espada começa a brilhar num tom marrom e prepara-se para desferir um golpe na zona abdominal lateral do Hebikuiwashi.

-Nani?

Um pé suave e estrondoso surge na face de Lavi. Num movimento extremamente veloz, o corpo do rapaz da pala negra é projectado contra um camião ali parado. Umas sapatilhas de cor vermelha tocaram de leve o solo de seguida. Poeiras esvoaçavam por aquela porção de auto-estrada, destruída. Os olhos verdes de Zaiko foram de imediato na vertical, vendo um colete vermelho.

-Zu…Zuki?

-Levanta-te, já.

De repente, uma forte rajada de vento fez com que a atenção de Zaiko se voltasse para o sítio onde Lavi havia sido atirado. Os cabelos pretos do Hebikuiwashi esvoaçavam furiosamente, assim como o cabelo de Zuki.

-Zaiko Nii-san.

Kei havia surgido agora ao lado do seu irmão, mirando também o adversário dos três órfãos. O corpo deste último estava aumentado de volume e uma espécie de gás de cor Marrom emanava do seu corpo. Os seus olhos estavam mais sérios do que nunca. Ao seu lado, a rapariga de cabelos azuis estava igual, contudo, os seus cabelos estavam para o alto, parecendo flutuar em água. Um gás também de cor azulada emanava do seu corpo. A pressão que era sentida naquele local, a pressão que ambos exerciam era brutal. Zuki cerrou os seus dentes assim como os punhos. Afastou as suas pernas, preparando-se para uma investida. Kei olhava também sério.

“Mas…Que raio…Como é que eles os dois podem estar a fazer frente áqueles dois, que nem eu sei o que são?”, pensou Zaiko, olhando velozmente para a sua amiga e para o seu irmão, focando depois as suas atenções no que estava para vir.

A lança de Aquarius começou a rodopiar nas suas mãos, ficando a apontar para o céu. De imediato, uma bola de água rodeou a rapariga e esta começou a elevar-se para o ar. Um símbolo de uma jarra de água brilho na sua testa, e quando estava alto o suficiente, abriu bem a boca.

-Gomennasai… CHINAMI! (A Thousand Waves)

Os olhos dos três orfãos petrificaram a olhar para o que se estava a formar. Uma enorme bola de água, de proporções gigantescas estava a ser formada em cima da cabeça da rapariga de cabelos azuis.

-KUSO! FUJAM! – berrou Zuki, começando a correr na direcção oposta do ataque de Aquarius.

No momento em que os três se viraram, uma enorme porta que reluzia como ouro surgiu no caminho. Tinha uma enorme cabeça de um Capricórnio. Zaiko olhou para trás e viu Lavi com a sua mão direita aberta na direcção do local onde estavam. Zuki e Kei viraram-se novamente para os seus adversários, sem saber o que fazer. Parecia ser o fim. A bola de água gigantesca começou a disparar potentes jactos de água vindas de todas as direcções e atrás deles todos, uma onda enorme de água. O rapaz de cabelos pretos não sabia o que pensar, e apenas olhava para aquilo. Fechou os olhos e sentiu o seu coração a bater levemente.

“Estou morto?” – pensou ele.

Abriu os olhos devagar e tentou visionar o que se passava á sua frente. Água? Nem vê-la…Apenas o chão meio molhado, mas nada destruído. Olhou para os lados e viu Zuki e Kei a olharam pasmados para a frente. Não pensou duas vezes em fazer o mesmo. Arregalou também os olhos. Aquarius estava no chão, com um brilho dourado em todo o seu corpo.

-Aquarius… - retorquiu Lavi sem olhar para a sua companheira – O teu tempo acabou.

A rapariga parecia estar a chorar. Começou a desaparecer como se nada fosse. Lavi fez algo parecido como uma cruz na sua pala e em seguida deixou o seu braço cair. Sorriu ironicamente. De repente, uma forte fonte de luz surgiu ao seu lado. Os três órfãos cerram um pouco os olhos, colocando os braços á frente para se protegerem.
Um manto negro tocou no solo. Umas sandálias de cor azulada embateram no cimento destruído. Com uma foice empunhada no seu ombro esquerdo, sorria ironicamente, mas meio que tímido. Tinha os cabelos cinzentos e uns olhos de cor preta, não sendo muito alto.

-Ohayo, Lavi-chan.

-Han-senpai.

O rapaz de cabelos vermelhos fez uma espécie de vénia ao novo ser que havia aparecido, virando se seguida o seu olhar novamente para os seus adversários. Um estrondo foi ouvido de imediato. A enorme foice havia batido no cimento, fazendo ainda mais uma rachadela.

-Então, prontos para levar isto a sério? – disse o novo rapaz, que se parecia dar pelo nome de Han.


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~Capítulo Quarto - The Three, the Twelve and the Third. ~

[sp3]

*Breaking News*

Inúmeras explosões ocorreram á momentos na Auto-Estrada nº 4, que liga a cidade Fyurin á cidade Kolmatoi. Ao que parece, uns estranhos indivíduos surgiram no meio da estrada, mesmo estando o tráfico “aceso” e começaram a dar socos no ar como se fossem esquizofrénicos. Temos os nossos helicópteros no local, passo a emissão. Consegue ouvir-me? Oumou-kun?


-Sim, consigo perfeitamente Miss V! Como podem ver, os três jovens estão ali em baixo parados, como se estivessem a olhar para o nada! Não sabemos quem são, mas as autoridades não deverão de demorar a descobrir a entidade dos três. Uma rapariga, e dois rapazes, sendo um deles uma pequena criança. A questão é, o porquê de eles estarem a fazer isto e como é que o fizeram? Será que é um atentado terrorista?

A câmara desloca-se rapidamente para o local onde os três jovens estão com o seu olhar fixado.

-Como podem ver, não existe ali nada a não ser destroços de cimento e carros a arder! Eles estão completamente vidrados em algo inexistente!

O ar em volta do helicóptero estava selvagem. As hélices que estavam por cima do mesmo giravam a uma grande velocidade para manter a máquina no ar. Nas laterais da máquina voadora podia-se ler “FNN News”. A porta do mesmo estava aberta e um câmara man assim como um homem de fato com um microfone na mão, e com a sua mão esquerda no ouvido, olhavam para baixo. Os seus cabelos e roupas esvoaçavam violentamente, mas não os impediam de fazer o trabalho deles.

-Kuso, já temos helicópteros das notícias aqui…Ela não pode saber o que está a acontecer. – retorquiu Zuki recuando dois passos, ficando entre Zaiko e Kei.

O novo rapaz que havia surgido estava prestes a entrar em acção. Tinha um pequeno sorriso na cara e os seus cabelos cinza esvoaçavam de vez em quando indo para cima dos seus olhos. Lavi estava de lado, com os olhos focados em Zaiko, esperando alguma palavra ou reacção de Han.

-Zaiko, Kei, preparem-se, vamos ter que…

De um momento para o outro, a voz de Zuki foi abafada. Sangue jorrou para o ar. Os olhos dos três jovens órfãos continuavam focados para a frente, mas agora só conseguiam ver Lavi com uma expressão nada diferente da sua anterior. Lentamente, o olhar de Zuki e Zaiko virou-se para trás. A foice estava em punhada e tinha sangue a escorrer pela lâmina. Han estendia as pernas e rodava já o corpo para ficar na direcção dos seus adversários. A rapariga de cabelos louros fraquejou, caindo com os joelhos no solo. Um corte surgiu na zona do seu peito, indo de uma ponta á outra.

-ZU—ZUKI! – berrou Zaiko.

As suas sobrancelhas franziram-se e o seu olho direito ficou totalmente branco, aparecendo o raio no mesmo de imediato. Desapareceu dali. Com o punho cerrado e com estranho gás roxo á sua volta, surgiu á frente do rapaz que tinha ferido a sua melhor amiga. Com bruto estrondo, a foice amparou o ataque de Zaiko. Os dentes do rapaz de cabelos negros estavam cerrados e era possível ver-se as veias na cabeça do mesmo. A sua fúria era enorme.

-Kuh, és forte para um recém-guardião.

O manto negro que Han trazia vestido esvoaçou bilateralmente enquanto que o fluído gasificado emanou do seu corpo, mas numa cor azul clara. Rachadelas surgiram no cimento da auto-estrada onde lutavam. De repente, fendas ainda maiores começaram a percorrer horizontalmente a estrada. Um ruído brutesco surgiu, e a superfície cimentada começou a ceder, começando a cair em queda livre. Gritos foram ouvidos das pessoas que estavam em baixo, começando a fugir. A altura ainda era considerável. Zaiko tentava utilizar a força bruta para tentar chegar á face de Han através da foice. Num momento rápido, a arma de ferro embateu com força contra a face do seu dono, o que o fez desequilibrar-se um pouco. Fincou o seu pé que estava mais atrás no solo que caía. Com um rápido movimento, rodou a sua mão que empunhava a foice cerca de 180 graus e estendendo o seu braço, tentou desferir um golpe em Zaiko. O rapaz não tirava os olhos do seu adversário. Com uma grande e rápida propulsão, dá um pequeno salto, ficando com os seus joelhos ao nível da cara de Han. Uma pancada forte deste na face do jovem de cabelos cinzentos fez com que este último soltasse uma pequena quantidade de sangue do nariz. Sem perder mais tempo, o outro joelho de Zaiko desfere uma outra pancada na zona lateral do crânio do seu adversário. Com uma velocidade e força descomunal, Han é projectado para fora do pedaço de auto-estrada que caía em direcção ao solo. Cerrou os dentes e o fluído azul claro surgiu de imediato, fazendo o portador da foice parar de repente no meio do ar. Estendeu a sua mão para a frente e abriu bem a boca:

-U oza bīmu!!

Um raio de luz azul clara foi disparado contra Zaiko. Este último havia-se lançado na direcção do seu oponente, usando o poder da propulsão para ficar no ar. Os seus olhos arregalaram-se. De imediato, Zuki surgiu á frente do seu amigo, com Kei ao lado. O raio estava quase em cima deles. A rapariga colocou o seu dedo indicador e médio na testa do rapaz de cabelos verdes. Um Kanji surgiu no local.

-Bunpu no ōpungēto.

Um flash surgiu e os três órfãos foram engolidos por uma espécie de portal. Meio segundo mais tarde o raio passou por esse local. Suspirando ofegante, o guardião de cabelos cinzentos cerrou o punho de onde havia lançado o seu ataque.

-Han-sama, encontrá-los-emos, não se preocupe.

Lavi tinha a sua mão direita no ombro direito de Han, referindo isto com uma voz calma. Os olhos de Han tinham focado o local de onde eles desapareceram. Pequenas bolinhas de energia podiam ser vistas ainda a desaparecer.

-Isto vai ser mais difícil do que pensava.



-UAAAAAAH!

Um portal surgiu no meio de uma floresta. De lá de dentro, foram cuspidos três seres humanos, sendo estes projectados contra o solo. O mais pequeno coçava a cabeça com as duas mãos, e olhava agora á sua volta. Tornou o seu olhar para a rapariga do grupo:

-Zuki-chan, onde é que estamos, PUN?

A rapariga de cabelos loiros levantava-se, tendo uma das suas mãos no seu peito, mais propriamente no corte que lá tinha. Respirava ofegante e tinha um dos seus olhos cerrados. Não conseguia nem falar e pensava que ia desmaiar a qualquer momento.

-Okutsuri Forest. Foi o único sítio que consegui pensar e o único sítio que estava perto o suficiente para o Chikyu Tengoku que me restava.

Zuki deixou-se cair para trás, ficando sentada. As calças negras de Zaiko surgiram á frente da mesma. A face de ambos encontrou-se.

-Acho que me devem algumas explicações. O que se passa…O que é isto? Porque é que me andam a atacar? Porque é que me querem matar? O que são estes poderes? O QUE SÃO VOCÊS?! O QUE ERAM ELES?!

Tantas perguntas perturbavam a mente do rapaz de cabelos negros. Estava prestes a chorar. Matarem-no? Nunca tinha feito nada na vida para isso, não era isso que merecia. E o que eram aquelas coisas sobre-humanas? Ao que parece, as duas pessoas em quem mais confiava no mundo também tinham algo estranho como poderes sobre-humanos. Os cabelos loiros de Zuki balançaram levemente, enquanto a sua cabeça se virava para o lado.

-Tudo a seu tempo… - retorquiu a rapariga começando a levantar-se.

Rapidamente, as mãos de Zaiko agarraram o colarinho da t-shirt que a sua amiga usava e elevou-a ligeiramente. Quase não estava em si. Zuki começou a chorar devagar, tirando as mãos do seu amigo da sua t-shirt.

-Kei…Ajuda-me por favor.

O rapaz começou a andar lentamente em direcção á sua amiga, olhando para o seu irmão de lado. Sorriu levemente, e em seguida virou-lhe costas, visando agora o corte da rapariga. A sua garganta aumentou de volume de imediato, prosseguindo para as suas bochechas. De seguida, um líquido viscoso de cor negra foi soltado, caindo em cima do corte. Zuki trincou o seu braço para tentar aguentar a dor que parecia estar a sentir. Algum fumo saía da ferida, agora coberta por aquele estranho fluído negro. Levando o seu braço direito á boca, Kei limpou a mesma, levantando-se em seguida.

-Tu és o 13º guardião. – disse Zuki.

O olhar de Zaiko ficou mais sério. Olhava para a sua melhor amiga de uma forma de poucos amigos, e fez-lhe sinal para continuar, como quem não estava a perceber nada de nada.

Suspirou lentamente e abriu a boca devagar continuando a falar.

-Para te contar isto vou ter que te explicar tudo o que está para trás. Existem algumas coisas que eu própria não sei e que não te sei responder, mas vou tentar fazê-lo.

A rapariga levantou-se. A ferida que outrora ali estava, já não se via. Em vez disso, a pele estava limpa e brilhante, parecendo como nova. A cara de Zuki estava melhor e já se conseguia pôr de pé. Ficou a olhar para o seu amigo nos olhos e continuou o seu discurso.

-Desde a criação da terra por Ele, têm existido forças superiores para conseguir controlar o balanço do nosso planeta assim como as forças exercidas neste, e por este. Ao início existiam três Deuses supremos, sendo eles Saikõ, o Deus Supremo, Ãgu, o Deus dos 7 Mares, e Yãmi, o Deus da Escuridão. Desde os tempos remotos, estes três Deuses conseguiam manter o equilíbrio da vida na Terra. Contudo, algo mudou… - com o seu dedo indicador, a rapariga desenho no ar um círculo, com pequenos pontos que cresciam rapidamente – A população mundial começou a crescer a um ritmo exponencial louco. Até para estes três Poderosos Deuses era impossível controlar tantas pessoas, tanta força vital. É aqui que entram os Guardiões… - moveu o seu dedo indicador para cima e depois para baixo, fazendo 12 desenhos de pessoas aparecerem – Vendo que era impossível para os três estarem a controlar tudo e todos, e quem sabe por capricho dos mesmos, foram eleitos 12 Guardiões. Estes guardiões estão em relação com as 12 constelações principais que circundam a Terra. Capricórnio, Aquário, Peixes, Aries, Touro, Gémeos, Caranguejo, Leão, Virgem, Balança, Escorpião e Sagitário – cerrou o punho e símbolos das 12 constelações começaram a flutuar pelo local – Estes 12 guardiões recebem o seu Chikyu Tengoku através destas constelações. Á medida que o ano avança, assim avançam os signos. Cada mês é guardado por um guardião do zoodíaco específico. Como pudeste ver, fomos atacados pelo Guardião de Capricórnio, Aquário e Peixes. E estamos no mês de Fevereiro.


-Então aquela rapariga de cabelos azuis…Não morreu? – perguntou Zaiko interrompendo a sua amiga.

-Não. O seu tempo como guardiã terminou ali, e agora apenas para o ano, no próximo meio do mês de Janeiro é que será necessária. Ao que parece, os guardiões têm um X de tempo para estarem a guardar a terra, e não podem guardar todo o mesmo mês. Depois de anos a pesquisar sobre isto, foi fácil de perceber que, se estivessem todos a guardar ao mesmo tempo, a energia exercida naquele momento iria desfazer o equilíbrio do planeta, fazendo com que catástrofes acontecessem por toda a superfície terrestre. De mês para mês, o ano fica mais sobrecarregado e é necessária mais força. O mesmo acontece com os Guardiões. O guardião anterior é sempre mais fraco do que o se sucede. Sendo que, o guardião de Capricórnio é o mais fraco, e o mais forte será o de Sagitário.

O rapaz de cabelos negros voltou a interromper a sua amiga:

-Por essa lógica, são 12. Então porque é que me chamas-te Guardião se eu não sou um desses 12?

Um pequeno sorriso surgiu na face de Zuki.

-Não, não és um dos 12. Tu és o 13º Guardião. O Guardião da constelação Serpentário…Hebikuiwashi.

-Na..Nani?

-Sim. Ainda não sei como nem o porquê, mas tu estás aqui vivo, e és um Guardião, com tanto ou mais poder que os outros. De alguma forma, eu e o Kei sabemos que temos de te apoiar e somos uma espécie de guarda-costas. Conhecemos-te e aproximamo-nos de ti porque tinha que ser…É o nosso destino. A constelação de Serpentário está á frente da de Sagittarius, sendo que, supostamente tu és o guardião mais poderoso. Talvez seja por isso que te querem eliminar, ou pelo simples facto de não precisarem de um 13º Guardião.

-Mas como…

-Não sei, e é isso que precisamos de saber, enquanto te mantemos vivos. Morreres é que não pode acontecer, Zaiko. E não é só com os guardiões que temos de nos preocupar…

Com um novo movimento agora circular do seu indicador, várias imagens de anjos apareceram entre Zaiko e Zuki.

-Os mensageiros dos Três grandes Deuses. São estes que comunicam aos guardiões as decisões dos seus superiores e o que têm de fazer. São eles que ajudam o Deus Supremo em tudo, e que tentam estabelecer a paz sendo omnipotentes. Não têm poder através de nenhuma constelação, sendo filhos directos de Saikõ, Ãgu e Yãmi. Existem três Arc-Tenshi principais: Michael, Gabriel e Raphael. Dizem que têm um poder maior do que qualquer guardião, e que quase rivalam um Deus. – com o seu dedo fez um anjo que transportava uma espada ser desenhado no ar – Michael é o Arcanjo Chefe dos Exércitos Celestiais, do arrependimento e da Justiça. O Arcanjo Gabriel é a Voz do Deus Supremo, arcanjo da esperança, da anunciação, da revelação, fornecem compreensão e sabedoria. E por fim, o Arcanjo Raphael, tem como principal característica ajudar na cura dos doentes, sendo assim, o anjo da Saúde e do Bem-estar Físico e Mental.

Com um movimento rápido, a mão de Zuki agarrou os três anjos e estes desfizeram-se numa pequena luz. Deixou o seu braço ir-se cruzar com o outro e com uma expressão séria continuou:

-Temos forças supremas e sobrenaturais á nossa procura. Tu tens de ficar a salvo, e no nível em que estás, serias destroçado até pelo 4º Guardião. Zaiko, tens de ser treinado.

O rapaz de cabelos negros elevou uma das suas sobrancelhas, ficando com um ar de mau de seguida.

-Como é que vocês querem saber de mim se afinal a nossa amizade não foi nada mais nada menos do que forçada? Foi vossa obrigação.

Um estalo de Zuki foi sentido com força na face do rapaz. Este ficou perplexo, e retornou o seu olhar para a frente, vendo a sua amiga furiosa.

-Nunca mais digas isso. Infelizmente, também somos uma percentagem humanos, temos sentimentos. Tendo sido forçada ou não, nasceu, e mais forte do que seria de esperar. Nós os três somos uma família!

Sentiu algo a agarrar a sua perna. Era Kei, que já chorava. A cara de espasmo de Zaiko desapareceu e foi trocada por um sorriso terno, enquanto colocava a sua mão direita na cabeça do seu irmão.

-Tens razão…

Zuki virou costas e deu um jeito nos seus cabelos. Ajeitou a sua roupa, e esticou as suas duas mãos para a frente.

-Bunpu no ōpungēto…KAI!

Uma fenda de tamanho mediano apareceu em frente a Zuki, emitindo uma luz forte. Tinha sido aquilo que os havia trazido para aquela floresta e que os havia salvo.

-Onde vamos? – perguntou Zaiko.

Um sorriso maléfico surgiu na cara de Zuki.

-Eu disse-te que tinhas de ser treinado. E ainda falta conheceres um outro aliado teu.


-Desta vez não quero cair de cara no chão, PUN! – berrou Kei.

-Não te preocupes Kei…Califórnia, here we go.

Dito isto, Zaiko, Kei e Zuki foram sugados para dentro do portal. Folhas esvoaçaram pelo ar com a ventania sentida. Pequenas bolinhas de luz ficaram no local, começando a desaparecer. Uma delas voou alto. Ia em direcção ao céu, infiltrando-se nas nuvens. Alto, bem alto, ia na direcção do Sol. Interrompida fora. Um vulto deslizara velozmente pelo céu, sendo seguido por um outro.

-Fomos convocados. Isto vai ser algo grande… - retorqui Yoroi.

Uma rapariga de longos cabelos negros estava logo atrás do seu companheiro. Tinha uma cara séria.

-Não fosse isto o futuro do planeta, Yoroi-kun.

-Tem razão, Luna-sama.


Ajeitou os seus cabelos negros e colocou a sua mão no queixo – Se bem que vai ser a primeira vez que todos os Guardiões se vão reunir com os Três Arcanjos, e no sítio em que é – deu um sorriso estranho que fez Yoroi ficar com uma pinga de suor na testa – Tenkai Kõdõ…This is going to be epic.

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