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Ele corria o máximo que podia. Cruzava a mata em busca de seu precioso amor que fora pego por seus opositores de cargo. Estava desesperado. Ela era sua guarda-costas, amiga e muito mais do que podia imaginar. Ela era seu tudo.

Chegou a uma parte mais íngreme do terreno. Suas roupas tinham se rasgado enquanto corria por entre árvores e arbustos. Desceu apressadamente a ladeira e acabou torcendo o tornozelo, mas ignorava a dor lacerante. Sua maior obrigação para si mesmo era chegar a tempo, antes que fosse tarde demais.

Viu uma torre de um relógio em sua frente e na praça abaixo desta estava um corpo de uma mulher de vestido vermelho que ainda estava de olhos abertos, como se esperasse sua salvação que nunca chegou. O rímel destacava os olhos vidrados da moça e sua pele estava tão pálida que era impossível que estivesse viva.

O homem desabou, ajoelhando-se. As pessoas da cidade não ousavam abrir as janelas para ver a cena. Elas tinham medo de tudo que estivesse relacionado com o império. Tinham medo dos opositores e do próprio imperador, mas tinham pena do homem de cabelos negros que estava agora se aproximando lentamente do corpo da mulher.

O homem, de nome Leon Excelcius, que por um destino cruel era filho do imperador, agarrou o corpo da mulher morta e gritou. Gritou com todas as amarguras que sentia naquele momento que nunca poderia ser esquecido. A morta, de nome Wendy Astarion, chefe da guarda pessoal do príncipe e amor secreto do mesmo, tinha se encontrado com um traidor que ninguém nunca soube quem era. O guarda tinha a atraído para uma armadilha.

E esse era o desfecho.

Leon, tomado de ódio, se levantou com o corpo em suas mãos e se dirigiu para a torre do relógio. Opositores do imperador tentaram matá-lo, mas, por alguma força estranha, as balas não atingiam o corpo do príncipe. Em vez disso, elas refletiam, matando quem tinha atirado-as contra ele.

Deixou o corpo da mulher na porta da torre do relógio e se virou, localizando seus inimigos. Sacou uma espada e partiu em direção aos opositores que sobraram. Em dez minutos havia matado um total de trinta pessoas. Voltou à porta da torre e pegou o corpo da mulher morta, adentrando o saguão do prédio. Um padre estava lá, rezando seu terço, quando foi surpreendido por Leon.

- O que deseja, caro príncipe?

O padre não devia ter mais que trinta anos, tinha um cabelo castanho que fora raspado no meio de sua cabeça. Usava uma bata marrom e segurava o terço com força.

- Quero que faça uma coisa para mim, padre.

Nessa época, todos os líderes religiosos eram chamados de padres, mesmo não sendo exatamente padres. Era a cultura no planeta Etherion.

- Aquilo, não?

Leon afirmou com a cabeça. O padre desceu até o porão e pegou dois colares finos, um com o símbolo que representa o gênero masculino e o outro que representa o gênero feminino. Colocou o colar feminino na mulher morta, falando algumas palavras em língua desconhecida. Depois se voltou para o homem de cabelos negros.

- Você realmente quer fazer isso? Sabe que não tem mais volta.

- Sim, eu quero.

O padre apenas fez um sinal de negação enquanto colocava o colar no príncipe. Disse algumas palavras em língua estranha e fez um sinal.

- Agora vocês estão unidos. Na próxima encarnação, quando você a ver, será ligado por ela de corpo e alma. Se deixá-la morrer...

- Morrerei e aí nunca mais... Eu sei disso.

- Até mais príncipe. Espero que você seja feliz.

O padre se retirou para ir dormir. Leon subiu os degraus com Wendy no colo. Lembrou-se de quando a conheceu, das brigas que tiveram e do relacionamento de grandes amigos que tinham, mesmo ele querendo algo a mais. Chegou ao topo da torre e olhou para baixo. Uma queda e com certeza ele estava morto. Olhou para a hora.

Era quase meia-noite.

Ele era egoísta e ela sabia disso. Será que algum dia ela o amou de verdade. Ela iria dizer algo para ele naquela noite, mas morreu antes que pudesse encontrá-lo. Será que ela diria para ele se afastar da vida dela? Era isso que ele mais temia.

Tick, Tack e eram onze e cinquenta e nove.

Mas ele já fez o trato e não podia voltar atrás. Ele iria protegê-la até o fim. Era o único modo de amá-la. Pulou da torre. Foi a queda mais lenta que houve em sua vida e também teve a dor mais latente que um dia poderia ter.

Tick, Tack e faltavam dez segundos para a meia-noite.

Não sentia dor, mas um sono muito forte que acalmava seus sentidos. Antes de fechar os olhos, agarrou o mais forte que pôde a mão da mulher que amava. Sentiu se afundar no sono profundo e sua última visão foram pés correndo para aonde estava.

Tick, Tack. Era meia-noite e o herdeiro do trono estava morto.


**

Tick Tack 1: Pietro

- ...E assim termina a história. - Disse um garoto ruivo enquanto ajeitava a coberta da garotinha a qual estava contando a história.

- Eles morrem, mas eles não vão reencarnar? - Pergunta a menina de cabelos morenos.

- Sinceramente, não acho que eles vão reencarnar. Como disse, é só uma lenda, Giovanna.

- Mas irmão Pietro...

- Nada de mas. Hora de dormir, certo?

A garota se ajeita nas cobertas e, antes de dormir, fala:

- Ainda acho que eles vão reencarnar.

Quando ouviu a respiração calma da irmã, Pietro saiu da cama e foi para seu quarto, que era ao lado do da garota. Tirou a bata de dormir e observou a nova cicatriz que havia ganhado tentando defender sua ferraria dos ladrões. Era bem destacável, já que estava bem no meio de seu torso cheio de cicatrizes iguais a esta. Tinha músculos definidos o suficiente para poder realizar seu trabalho de ferreiro.

E este era Etherion. Um planeta como outros no espaço. Seus habitantes tinham poderes diferentes de todo tipo. Alguns, obviamente, mais fortes que outros. Os opositores estavam no poder com a Rainha Selena, uma jovem muito bonita que governava com o punho firme o império dos Salt.

Pietro deitou-se na cama de pedra e tentou dormir. Mas, pesadelos envolvendo pessoas que ele não conhecia atormentavam suas noites de sono precioso. Ainda não se acostumara aos corpos caindo no chão e a sangue em todo o lado, além de gritos onde não deveria tê-los.

Resistiu a estes sonhos, já que tinha que dormir para que, no outro dia, pudesse trabalhar. Não tinha regalias de nobres e do imperador para faltar um dia no trabalho. Precisava sustentar a família, já que seus pais adotivos estavam velhos e sua irmã não podia trabalhar, pois era só uma criança.

Já não aguentando mais, acordou sobressaltado, piscando diversas vezes os olhos e tentando se acalmar gradativamente. Ainda não era dia, mas o céu dava indícios de que a luz iria chegar naquela terra brevemente. A estrela que ilumina Etherion era chamada Astaris, que brilhava com um branco forte e sua luz refletida no céu, acabava o tornando azul-limão, quase verde.

Pietro vestiu-se. Tomou seu banho e fez sua higiene pessoal. Comeu e saiu para trabalhar. O dia ainda não chegou quando o ferreiro começou a esquentar o forno para o longo trabalho do dia. Eram várias armas para fazer, mágicas, não-mágicas, pequenas como um pingente, grandes como um tridente. Seu trabalho era árduo e muitas vezes ao dia ele parava para tomar um ar puro.

Seu ajudante chegou. Dian, um jovem mago de 13 anos, o ajudava a resfriar as barras de metal, enquanto ele usava seus músculos para modelá-la de acordo com o que iria fazer. Pietro nunca descobriu seus poderes, não importa o que ele fizesse. Quando criança, ele sonhava em ter um poder raro, mas hoje só queria ter algo que pudesse ajudá-lo em seu trabalho.

- Dian, chegue aqui, por favor, preciso de uma ajudinha pra tirar esta espada quase pronta.

Os dois homens puxaram até que a espada saiu voando e, por muita sorte, acabou caindo no barril de água que usavam para resfriar as barras de metal.

- Tire a espada daí, antes que ela resfrie demais! - Disse Pietro, desesperado.

O ajudante tirou a espada do barril e a entregou para o ferreiro, que fez o últimos retoques rapidamente e a resfriou de uma vez.

Os dois homens passaram as mãos na testa, retirando o suor que ali havia, quando ouviram um barulho.

Um dos tesouros secretos do reino havia sido roubado...

description[ANTIGO] [Ação/Aventura] Tick Tack EmptyRe: [ANTIGO] [Ação/Aventura] Tick Tack

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Uma casa de uma família comum. Um bebê que havia acabado de fazer um ano. Pais felizes o suficiente para fazer uma festa grande pelo aniversário do herdeiro. Era a família de um homem muito conhecido, mesmo não sendo rico. A festa era para amigos da família e familiares.

Nada poderia atrapalhar aquela festa feliz. Nem mesmo o sumiço de um dos familiares do bebê.

O tio do garoto sumira para tratar de assuntos com o império. Ele tinha muitas dívidas com pessoas influentes no grupo oposicionista que controlava o mundo com a pequena rainha Selena Salt, que tinha seus 24 anos bem vividos comendo do bom e melhor do império.

- Já disse que vou pagar a dívida quando conseguir o dinheiro que meu irmão está me devendo.

- Não podemos esperar. Queremos esse dinheiro agora.

O homem suava enquanto tentava negociar com os guardas do império.

- Posso pagar depois? Não tenho o dinheiro comigo agora!

- Recebemos a ordem de levar para a rainha ou o dinheiro ou sua cabeça e de seus amigos e familiares. Escolha. - Disse um dos guardas.

Ele olhou para os lados e começou a correr. Os guardas olharam tediosamente enquanto ele voltava para a festa do filho de seu irmão. Ele entrou ofegante e o irmão percebeu isso.

- Saiam todos daqui! O império quer nossas cabeças! - Disse o tio do bebê.

Depois que ele disse isso, os guardas entraram e começaram a matar todos que viam, em busca de matarem-no, antes de terminar com o massacre.

Era um banho de sangue. Os que fugiam logo eram pegos e mortos e os que ficavam também. A mãe da criança correu e pegou uma mala pequena, colocando a criança dentro e fugindo com a mala para onde pudesse ficar segura. O pai saiu logo atrás, protegendo a mulher e seu filho. Deixaram a casa com três guardas vindo atrás deles.

Dentro da mala um pouco aberta, o bebê dormia tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Colocava o polegar na boca e quase o mordia, o segurando entre os dentes. O cabelo preto igual do pai era ralo. Um ano de vida e engatinhava rapidamente, mas preferia dormir bastante em vez de olhar os rostos daquelas pessoas estranhas.

A perseguição se desenrolava e o pai da criança matou um guarda com uma zarabatana improvisada. Correram até chegar a uma parte isolada da cidade. A mãe se escondeu em uma fresta de uma árvore. O pai ficou olhando de um lado a outro para ver se encontrava os dois guardas que sobravam. Um deles o agarrou tentando esmagá-lo, mas ele colocou um dos dedos no olho do que o esmagava e o fez se contorcer de dor.

O outro guarda tentou atacá-lo por trás, mas ele se abaixou quando o guarda iria decapitá-lo e deu um murro nas partes baixas. Nesse meio tempo, o outro se recuperou em parte e partiu para atacar o pai do bebê, mas ele se defendeu e a espada escapuliu, atingindo a mãe, que estava saindo para buscar ajuda.

O homem, vendo sua mulher morrendo, se descontrolou e esmurrou os guardas até a morte. Seu poder de manipulação de corpos fazia com que os murros fossem mais efetivos. Outro guarda chegou e matou o pai descontrolado.

- Droga... - Disse o guarda extra. - Sim chefe, perdemos dois homens. Ok. Estou voltando.

O bebê acordou e começou a chorar. Talvez ele deva ter pressentido que algo de ruim estava acontecendo. Ou só estivesse com fome. Mas, por mais estranho que possa parecer, o guarda começou a gritar dizendo que havia um monstro na frente dele e correu.

O garoto ficou chorando até que uma mulher de aparência nova o encontrou. Ignorando os corpos mortos, ela o pegou no braço:

- Pronto. Acho que você está com fome não?


**

Tick Tack 2: David

Ele observava a rua de sua casa à noite. Ainda não amanhecera, mas ele já via alguns de seus colegas de trabalho saindo para trabalhar. Ouviu alguns barulhos no andar de cima e suspirou. Subiu e encontrou sua mãe de criação se remexendo na cama.

"Outro pesadelo..." - Pensou.

Fechou os olhos e entrou na mente da mulher, tentando saber que tipo de pesadelo ela estava tendo. Era sempre o mesmo, ela estava em uma casa abandonada e depois de ver uma estátua de pedra, um homem que deveria ter morrido por ser petrificado a persegue.

- Dave, meu filho! Não leve o meu filho! - Murmurava a mulher.

David se concentrou e dissipou o sonho da cabeça de sua mãe. Colocou, em vez disso, um sonho em que ela estivesse em grandes campinas, com algumas árvores ao fundo, fazendo um piquenique com ele. Afinal, a mulher sempre dizia que iria lhe levar para fazer um piquenique num lugar desses.

Saiu da cabeça dela e pegou o almoço que estava pronto desde a noite do dia anterior. Era um bife, alguns bolinhos de arroz e verduras. Fez uma cara feia por causa do brócolis que estava lá, mas logo desfez lembrando que precisava comer ou ela iria dar uns cascudos grandes na cabeça dele.

Desceu as escadas, abriu a porta e saiu por ela em direção ao trabalho. Quando amanheceu o dia, estava já em seu uniforme de guarda, com um tipo de lança na mão, fazendo a segurança das casas dos nobres. De certo, odiava seu trabalho, mas fazia o possível para que ninguém percebesse seus sentimentos.

Era mestre em não demonstrá-los desde seus 9 anos, ou seja, desde que descobriu secretamente que poderia manipular o sonho das pessoas.

- David Eklundh?

Um oficial de patente maior o tirou de seus pensamentos. Ele virou seu rosto lentamente até focalizar o oficial ao seu lado. Dave, mesmo sendo de patente menor, tinha uma feição de superioridade perante seu "chefe".

- Sim? - Disse Dave.

- Pode fazer a guarda nos arredores do palácio imperial? Estão precisando de mais reforços lá!

Na verdade não era um pedido vindo do superior, era uma ordem. David se dirigiu ao palácio sem dizer algo para o superior, que perguntava aonde ele iria.

Cumprimentou com um aceno de cabeça todos os guardas que trabalhavam na segurança do palácio. Depois, procurou algum lugar para ficar e viu um grupo de crianças entrando no palácio. Chegou em um local que dava para ver a capital do império, Solemon, em um ângulo nunca antes visto pelo guarda.

Desembrulhou seu almoço e o comeu ali, observando a paisagem, quando o alarme soou e ele viu uma garota saindo com um bracelete que brilhava.

"Espera... Aquele bracelete não era..."

Ele não correu, pois se ela fosse capturada, seria morta. Em vez disso, tratou de se afastar do local onde estava e ir para outra área. Quando chegou em outra área sem guardas, um guarda chegou correndo.

- O que anda fazendo aqui? Não ouviu que o alarme soou?

Ele meneou a cabeça e seguiu o guarda. Ouviu alguns gritos da rainha Selena antes de sair de perto do palácio. Os dois guardas chegaram a uma área de floresta. Os dois se separaram e começaram a procurar. De repente, o som de um grito.

- Peguei você, garotinha! - Disse o guarda que tinha vindo com Dave. - Agora vamos voltar e entregar ela para a rainha...

Antes de o homem completar a frase, Dave o desacordou e alterou sua mente, fazendo com que ele tivesse visto uma alucinação de um monstro qualquer em vez de ter visto e pego uma garota.

- Escute-me. - Ele se ajoelhou. - Corra até sua casa, pegue suas roupas e vá embora desta cidade. Eu não sei porque o bracelete reagiu com você, mas se reagiu, saia daqui. A rainha vai te matar.

A garota assentiu e correu para dentro da mata.

David é um traidor no meio dos opositores, mas ele ainda não sabe disso.

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- Acorda garoto!

O menino acordou desnorteado. Encontrou a base de uma lança o cutucando e viu o guarda que o incomodou durante o sono reparador. Olhou para o homem com cara de sono e depois voltou a dormir. Voltou a ser cutucado enquanto tentava voltar a dormir.

- Garoto, você não pode ficar aqui. Acorde, vamos!

O garoto olhou de esguelha para o guarda e virou as costas, procurando voltar a dormir, mesmo com os cutucões. O homem continuava cutucando, quando uma "coisa" preta envolveu o cabo da lança, não o deixando puxá-la de volta.

- O que é isso? - Disse o guarda, assustado.

Quando o homem soltou a lança, ela foi envolvida pela "coisa" preta e, depois de algum tempo, quando a "coisa" soltou a lança, esta estava completamente quebrada. Não tinha cabo e a parte cortante de metal estava dividida em cinco pedaços. O guarda olhou para o garoto, assustado.

- Que tipo de monstro é você?

O garoto olhou para o homem que se tremia todo. A "coisa" preta já estava perigosamente perto dos pés do homem.

- Eu também queria saber...

Os olhos totalmente pretos, até a parte que tinha que ser branca estava preta, do garoto foi a última coisa que viu antes de ser totalmente envolvido pela "coisa". Antes de morrer, o guarda descobriu o que era aquilo que estava o matando.

Era a escuridão.

No outro dia, o garoto acordou e pegou seus pertences. Eram pertences de pessoas que desapareciam quando envolvidas pela escuridão. Depois de ter sido envolvidas três pessoas, o garoto percebeu que aquilo as matava e não deixava rastros. Somente deixava aquilo que poderia ser útil para ele.

O elmo do guarda estava ao chão. Era bonito e parecia ser bem resistente. Ele o pegou e colocou em sua sacola de pertences. Depois, saiu dali. Uma sinistra sombra o acompanhava de perto.

Chegou ao mercado e conseguiu trocar um pouco de dinheiro que tinha por alguns pães. Viu a rainha/imperatriz na parte mais rica do mercado e foi até lá.

- Posso lhe propor um jogo, Vossa Majestade?

Selena olhou para aquele menino franzino e sorriu. Ele parecia realmente tão podre, mas poderia lhe ser útil para tirar-lhe o tédio de ter que esperar por sua filha.

- Claro!

O garoto mostrou duas cuias e uma pedra.

- Se você conseguir adivinhar em que cuia estou rodando a pedra, você ganha meus pertences. Se não conseguir, tenho direito a uma refeição no palácio. Certo?

A imperatriz pensou e viu que não faria mal fazer uma aposta dessas.

- Ok. Fechado. Qual é o seu nome?

Antes de começar a girar a pedra, o garoto olhou para a mulher.

- Sou Gabriel. Gabriel Liebert.

Ele girou a pedra entre as cuias e, com seu poder da escuridão, fez aparecer mais uma na cuia que sobrou. Era uma pedra de escuridão.

Selena ficou surpresa. Num instante, ela estava vendo só uma pedra, agora via duas, uma em cada cuia. Ele não tinha uma impressão de ser ilusionista, mas deveria ter feito algum tipo de ilusão.

- Hm.. Acho que está nesta cuia. - Ela aponta para a cuia da direita.

Ele para de rodar as cuias e olhou para a mulher.

- Me desculpe, vossa majestade, mas acho que a senhora errou. - Disse Gabe, mostrando a pedra na cuia da esquerda. - Tenho direito a uma refeição no seu palácio.

A imperatriz colocou uma mão na testa e sorriu. Sua filha estava saindo do mercado carregando uma sacola de bombons. A menina olhou para mãe e para o garoto com as cuias.

- Você não quer morar conosco no palácio, Gabriel?

O garoto olhou para a rainha e notou a presença da filha da mesma. A menina sorriu radiante e abraçou Gabe.

E assim, o rejeitado virou conselheiro.


**

Tick Tack 3: Gabriel

Treze anos depois de ter conhecido Selena, Gabe já virara um homem culto, calmo, inteligente e elegante. Os nobres o admiravam por isso e, várias vezes, ofereciam suas filhas para se casar com ele. Eram os mesmos homens que o rejeitaram quando era criança.

Gabriel virara um homem bonito, com seus cabelos pretos e seus olhos pretos, mas que carregavam um tom de violeta quando expostos ao sol. Ele, agora, treinava seu poder da escuridão, que ninguém sabia que tinha. Para todos do reino, Gabriel Liebert tinha um poder ilusionário.

Ele tinha aprendido a ler, escrever e ter boas maneiras. Gostava de ficar na biblioteca imperial e foi numa dessas visitas que descobriu que massacraram todos os que tinham poderes iguais ao dele. Desde então, vem escondendo sua habilidade de todos, até mesmo da família imperial.

Tinha capturado o líder de um dos maiores grupos rebeldes. Com uma tática de invasão simples, matando primeiro e perguntando depois, ele fez um dos maiores massacres que o império Salt já teve. É claro que para poder assumir o comando da operação, teve que persuadir alguns dos maiores comandantes do império a deixá-lo comandar.

E, depois de ter terminado de treinar seus poderes, foi a cela do líder da Organização Excelcius. Ficou cara a cara com o maior controlador de terra que esse mundo já viu, Tristan Carlson.

- Olá Tristan. Sentindo-se confortável aí em cima?

Tristan estava amarrado a vinte metros do chão por cordas de metal amarradas em uma armação de aço.

- Você sabe que não. - O líder rebelde cuspiu no chão perto dos pés de Gabe.

- Ora vamos, não seja tão mal educado. Pelo menos sorria, sim?

- Nem em um milhão de anos eu irei dar o gosto da vitória para você, Liebert.

- Então já se passou um milhão de anos, porque já estou sentindo este gosto.

Tristan se debateu em suas cordas de metal, abrindo e fechando as mãos, de tanta raiva de Gabe.

- Bem, eu estou indo. Faltam só cinco dias antes de você ser executado! Até mais!

Quando se virou para sair da cela, um alarme soou em todo palácio. Gabriel arregalou os olhos enquanto Tristan começava a rir. O líder rebelde ria sarcasticamente e isso começava a gerar uma raiva oculta no peito de Gabe.

- Eu nunca ouvi esse alarme antes! - Disse Gabe.

- Você não conhece a lenda? - Perguntou Tristan, surpreso e rindo.

- Não.

- Oras, dizem que um alarme que lembra a canção da liberdade irá soar quando um dos herdeiros Excelcius reagir com sua relíquia.

Antes que pudesse perguntar mais alguma coisa, Gabe foi chamado pela imperatriz Selena. Chegando ao escritório imperial, ele se curva respeitosamente para a imperatriz e ergue o olhar. Ele viu uma expressão de fúria intensa nos olhos da imperatriz que nunca tinha visto antes.

- O bracelete de Alexandra foi roubado!

E Gabriel percebeu que poderia ser sua chance para roubar o trono e se vingar.

description[ANTIGO] [Ação/Aventura] Tick Tack EmptyRe: [ANTIGO] [Ação/Aventura] Tick Tack

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- Socmo, para debaixo da cama, agora!

O pequeno garotinho de 10 anos correu. Quando sua mãe dizia que era para ficar debaixo da cama, ele obedecia, pois sabia que não deveria ficar junto dela nessas horas. Seu pai morreu por tentar salvá-lo, então, a partir daí, ele sempre obedecia sua mãe aonde quer que fosse.

Escondeu-se debaixo da cama de seus pais. Ficou tremendo e alerta. A cama rangia com o menor esforço, então ele procurou não se mexer. No andar debaixo, sua mãe pegava a escopeta velha e enguiçada do marido. Abriu a porta e foi surpreendida por dois homens encapuzados.

A ação foi rápida. Os dois encapuzados tiraram a escopeta velha das mãos da mulher e a imobilizaram. Um dos homens subiu para o andar de cima e começou a procurar pelo garotinho que estava escondido. Socmo viu um par de pés adentrar o quarto dos seus pais. Os pés procuraram em todos os cômodos do quarto e saíram depois de um tempo.

- Cadê o garoto?

- Foi comprar pão para ele comer e depois disse que ia a casa de um amigo.

- Você disse isso nas últimas quatro vezes em que estivemos aqui. Cadê o garoto? - Um dos homens apertou os pulsos da mulher.

- Eu não sei. Ele disse que iria fazer isso.

Um tiro foi ouvido. Sem querer a escopeta atirou uma bala em direção a um dos homens encapuzados, o ferindo de raspão no braço. Outro tiro foi ouvido e, dessa vez, o homem que não havia sido ferido atirou em direção a mulher, a matando na hora. O garoto tremeu e acabou se mexendo, provocando um rangido da cama.

Os dois homens ouviram e subiram em direção ao quarto onde Socmo estava escondido. Quando chegaram no quarto, um dos homens se abaixou e pegou o garoto pela camisa, o tirando de debaixo da cama. Socmo só viu os rostos dos dois homens antes de fechar os olhos e pedir para que não morresse.

Passado algum tempo sem acontecer nada, o garoto abriu os olhos. Os dois homens estavam como estátuas e não havia barulho algum fora da casa. Com algum esforço, Socmo se soltou e saiu para fora de casa. Viu que todos estavam parados, como se também tivessem virado estátuas.

Ele correu o máximo que pôde até chegar no limite da cidade Sawyer, uma cidade pequena e interiorana do império Salt. Fechou os olhos novamente e quando os abriu, a cidade voltara ao normal. Estranhamente, sentiu um cansaço muito grande, então procurou um lugar onde ficasse bem escondido e dormiu.

Uma lágrima escorrera dos seus olhos ao lembrar de sua mãe ensanguentada no chão.


**

Tick Tack 4: Socmo

- Fique quieto aí ou eu estouro seus miolos!

Levantou as mãos e esperou até que verificassem seu corpo à procura de armas ou algo que pudesse usar como arma. Quando o homem calvo que o estava verificando terminou, ele deu uma cotovelada no nariz do cara e o usou como escudo para as balas que viriam logo a seguir, matando o careca.

Seguiu e desarmou mais três homens, pegando suas armas. Atirou em todos, os matando e foi atrás de sua desert e sua katana. Matou mais uns dois homens e achou suas armas. Colocou a katana na bainha e atirou com sua arma semi-automática em alguns homens que vieram atrás dele.

Saiu do seu cativeiro temporário da vez e foi em direção ao quartel-general dos revolucionários liderados antigamente por Tristan Carlson, mas que agora eram liderados pelo seu subordinado direto, Raul. Depois de uns cinco dias de caminhada, chegou ao quartel-general.

- Olá, Soc. Qual foi o cativeiro dessa vez? - Perguntou um dos guardas de acesso.

- Foi o de Saint Murray, mas vocês sabem como eles são mais desprevenidos que os outros...

Depois da conversa curta, entrou no quartel e foi falar com seu chefe. Entrou na sala e viu Raul, um baixinho cheio de cicatrizes e ruivo, conversando com os chefes de esquadrão sobre o novo ataque ao reino para o resgate de Tristan.

- Podem riscar Saint Murray, já derrotei os de lá.

- Olá para você também, Socmo. - Disse Raul, o olhando com cara de poucos amigos.

- Que foi? - Socmo pegou uma garrafa de uísque e colocou um pouco em um copo, bebendo todo o conteúdo do mesmo em um só gole. - Você disse que só era para entrar aqui quando fosse para relatar minhas missões! Ah... Olá para vocês também! - Acena para os outros que estavam na sala.

- Mas não quando eu estava em reunião!

- Tá bom, eu saio! Só vim para relatar meu resultado mesmo...

Socmo saiu da sala, ignorando as reclamações de Raul, e foi para o seu alojamento. Ainda conseguiu ouvir de Raul antes de se afastar da sala:

- Aquele cara pode ser desse jeito, mas ele tem uma mente tão brilhante que nem precisamos mandar reforços quando ele é capturado... Temos sorte de tê-lo do nosso lado.

Sorriu quando foi para o alojamento. Chegando lá, cumprimentou mais alguns companheiros e entrou no seu quarto arrumado. Estranhava que as camareiras o arrumassem toda vez que ele saia e não todo dia, como faziam com os outros quartos... Talvez fosse porque ele era muito bagunceiro...

Se jogou na cama e dormiu. Acordou algumas horas depois com um pequeno torcicolo e saiu em direção a sala de Raul. Depois de descer alguns degraus, viu o pequeno ruivo indo a seu encontro.

- Soc, tenho uma missão para você!

- E qual é?

- Você vai buscar a herdeira dos Excelcius!

E assim, Socmo se meteu na maior enrascada de sua vida!

[ANTIGO] [Ação/Aventura] Tick Tack PQAAAKbIE17xC4Y5NbhCuev-uJ_7TqzDQ_LZn4nVYpW5pF5pehBvQURxz1k4WFdMN5VYgvn0VIoseTZ1aRJhh5qa9jsAm1T1UC3Au-U5Y4Scg8KmONzS2M2a-eJu

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Era uma mansão gigantesca. Os Phantomhive conseguiram por conta de sua influência no meio comercial. Desde seus antepassados, foram espertos ao ponto de se tornarem a família com maior patrimônio obtido pelo comércio. E sua herdeira nascera em uma época prospera para a família e intimidadora para as outras famílias.

- Quando vamos começar?

- A partir do momento em que eles estiverem vulneráveis o suficiente. Esperaremos...

A noite chegou e, quando tudo estava escuro por completo, dois vultos entraram na mansão Phantomhive e se esgueiraram entre os corredores. Eram dois ninjas mercenários que faziam trabalhos para todo tipo de pessoa, desde nobres importantíssimos, até as escórias imundas do império.

Os cabelos dos dois sujeitos estavam desalinhados e sujos. Suas roupas, amassadas e surradas com o tempo. Eles pareciam duas crianças ao correrem entre os vários recintos da mansão. Um deles, às vezes, se permitia olhar alguns quadros pendurados nas paredes.

- Os Phantomhive sempre foram prepotentes, mesmo quando ainda não tinham sua fortuna. - Disse o outro. - Agora venha. Não se esqueça do que viemos fazer aqui.

Eles abriram delicadamente porta por porta até acharem o que procuravam. Era um quarto típico de criança, com cores claras e brinquedos espalhados pelo chão. Uma garota dormia tranquilamente agarrada a um boneco de pano que sua mãe tinha feito para ela e que era o brinquedo mais importante dali, mesmo com as novíssimas parafernalhas que tinha ganhado de presente dos seus tios.

Pegaram delicadamente a criança do seu leito de sono e um deles a colocou nas costas, fazendo com que ela repousasse sua pequena cabeça no ombro de seu sequestrador. Os dois homens saíram: o que estava sem a criança vigiava, enquanto o outro se movia de modo a não acordar a garota.

Chegaram até o jardim enorme da propriedade e se esgueiraram por entre as árvores robustas. O plano iria dar certo, se um dos guardas não estivesse atrás de uma das árvores, dormindo. Os dois ninjas até tentaram não fazer barulho, mas o homem acordou e viu a filha do seu chefe sendo sequestrada.

- Parados aí!

Os dois ninjas correram por entre os arbustos, tentando encontrar uma árvore qualquer para fugirem. Ou pelo menos uma sombra para se ocultarem, mas naquele jardim só haviam os arbustos bem cuidados pelo jardineiro e um local que tinha sido utilizado pelos donos da mansão.

Depois de terem sido encurralados, os ninjas entram em posição de luta. O que estava segurando a criança passa a mesma pelos ombros e a pendura em suas costas, enquanto o outro distraia os guardas.

- Ajude-me aqui! - Disse o ninja que estava lutando contra os guardas.

O ninja que estava com a herdeira Phantomhive nas costas foi ajudar o outro. Derrotaram cerca de cinco homens e estavam aguentando contra mais dez quando o alarme da mansão foi acionado. Percebendo o perigo, os mercenários subiram em um dos arbustos e atiraram suas shurikens em direção ao casal Phantomhive.

Se fossem lançadas por pessoas comuns, as shurikens não tinham atravessado o jardim, mas os dois ninjas tinham controle do ar, o que fazia com que os objetos que lançaram chegassem até o quarto do casal. Phillip Phantomhive foi morto por proteger sua esposa das shurikens.

- Phillip! - Gritou Kayla.

A pequena Sophie continuava dormindo tranquilamente e iria dormir muito ainda, pois no meio da luta, Farid, que estava carregando a menina, injetou um sonífero forte na garota. Kabul, o outro ninja, tinha uma elasticidade gigantesca e desviava como uma garça dos golpes de espada dos guardas.

Antes que pudessem raciocinar, Kayla Phantomhive apareceu diante dos dois mercenários-ninjas. Ela encostou as mãos na cabeça dos dois e marcou um sinal. Disse umas palavras estranhas e os dois homens começaram a lutar entre si. Kayla pegou sua filha e se afastou dali.

Dentro da mansão, ela colocou sua filha perto do pai morto e chorou. O bondoso marido havia morrido e sua filha não sabia que seu querido pai já não estava entre eles. Uma luz branca surgiu no coração da mulher, vindo de uma tatuagem com um símbolo parecido com o sol de Etherion, a estrela Astarion.

Kayla mordeu seu dedo e fez o mesmo símbolo na filha pequena. O símbolo de sangue virou uma tatuagem quase que instantaneamente. A mulher começou um ritual de transferência de algo, já que fez um círculo no chão desenhando símbolos ininteligíveis. Parecia que Kayla era uma sacerdotisa, mas nenhum dos empregados tinha certeza disso.

- Minha filha... Sua mãe sempre vai estar com você. - Disse a mulher.

- NÃO! - Ouviu-se dos corredores. - VOCÊ AINDA NÃO PODE MORRER, KAYLA PHANTOMHIVE! OS SEGREDOS...

- Eu te amo. - Kayla disse antes de desabar no chão.

Os símbolos de sangue brilharam por um minuto antes de sumirem.

- OS SEGREDOS... ELES PRECISAM SER REVELADOS! - Um indivíduo entrou no quarto. Ele se dirigiu a mulher morta, a abraçando. - KAYLA! FALE COMIGO! KAYLA!

Nessa hora, a menina de três anos acordou de seu sono. Quando viu seus pais caídos ao chão, começou a chorar e balançou os corpos para ver se acordavam. O indivíduo soltou a mulher e abraçou a criança.

- Paizinho! Mãezinha!


**

Tick Tack 5: Sophie

- Olhe quem vem lá! Sophie Phantomhive! - Dizia um homem.

- Dizem que ela ampliou em três vezes o número de riquezas dos Phantomhive! - Comentava outro.

A garota que virara mulher muito cedo. Essa era a alcunha de Sophie Phantomhive, a esposa que todo homem queria ter. Inteligente, rica, bonita. Mas fria como uma pedra de gelo. Era sempre seguida de perto por seu amigo, Byou, que também lhe servia de guarda-costas, mesmo que não precisasse de um.

- Sabe o que vai fazer hoje, Sophie? - Perguntou Byou.

- Sei. Tenho que ir visitar os nobres mesquinhos... - Ela se virou para ver a multidão se aglomerando enquanto a carruagem passava. - E você, tem algo para fazer que não seja me acompanhar? - Os olhos amarelos da garota se estreitavam à medida que vinha mais gente ver sua carruagem passar.

- Não. - Disse o homem.

Sophie tinha os cabelos de uma cor realmente estranha: Branco. Seus olhos eram amarelos, mas as pessoas achavam que eram castanhos bastante claros. Estava entediada, mas só mostrava isso para Byou, seu melhor amigo.

Byou tinha cabelos igualmente brancos. Sua franja cobria seus olhos, mas Sophie já tinha visto que eram de um tom castanho-escuro, perto do preto. Ficava normalmente com fones de ouvido, uma invenção notória que finalmente deixou os velhos descansarem em suas casas e os jovens poderem ouvir música alta depois da meia-noite, mesmo que não fosse a mesma coisa que antigamente.

O garoto gostava de ficar quieto e, por isso, atraiu tamanha atenção da garota rica sem os pais. Depois de algumas conversas, os dois se declararam oficialmente amigos, mesmo que isso não tenha sido verbalizado por nenhuma das partes.

Ela seguia para o conselho dos nobres. Seria uma tarde de conversas sobre taxações, números de vendas, lucros e impostos. Ela realmente odiava isso, mas fazia em nome de seu falecido pai, que Deus o tenha.

Já era de noite quando Sophie mostrava uma de suas outras faces. Pegava sua adaga, alguns utensílios de sustentação e saia pulando sobre as construções à procura de seu alvo da noite. Assassina de primeira classe, chegava na casa do seu alvo e o matava rapidamente.

Fazia esse trabalho mais para saber respostas sobre o assassinato de seus pais. "Quem estava atrás deles?" e "por quê?" eram as perguntas que ela queria saber as respostas. Não descobriu sobre seus pais, mas sabia os podres mais podres do império Salt.

Entrou em sua casa pela janela do seu quarto e se deparou com Byou sentado lendo um livro.

- Você está com cheiro de sangue. Vá se lavar.

Mesmo ele tendo menos idade que ela, o garoto agia como se fosse mais velho. Foi ao banheiro e tomou um banho consideravelmente longo. Depois de se secar e vestir suas roupas, saiu do banheiro. Um jornal veio em direção ao rosto da garota, que simplesmente pegou.

- Leia a manchete. - Disse Byou.

Ela leu.

"Rainha dará um banquete esta noite."

- E daí? - Perguntou.

- Saiba que ela vai dar este banquete para desviar a atenção da mídia.

- O que houve?

Byou olhou perplexo para a garota.

- Você não sabe?

- Se for a execução do Carlson daqui a três dias... - Foi interrompida.

- O bracelete dos Excelcius foi roubado por uma garotinha.

- E?

- Ele reagiu com ela.

Sophie silenciou-se.

- Por que você acha que o Carlson vai ser executado mais cedo do que planejamos? Eles querem desviar a atenção. Se o povo souber disso, haverão muitos apoiadores nas ruas mais fortes do que nunca.

Sophie continuou calada, tentando processar as informações.

- Mais uma coisa. - Byou se levantou e, antes de sair do quarto, falou: - Lembre-se de que descobrimos que seus pais apoiavam os Excelcius.

Sophie não sabia, mas já estava marcada...

[ANTIGO] [Ação/Aventura] Tick Tack PQAAAKbIE17xC4Y5NbhCuev-uJ_7TqzDQ_LZn4nVYpW5pF5pehBvQURxz1k4WFdMN5VYgvn0VIoseTZ1aRJhh5qa9jsAm1T1UC3Au-U5Y4Scg8KmONzS2M2a-eJu

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- Quando vamos embora?

A chuva molhava o chão do cemitério onde estavam seus pais, mortos em uma emboscada. O garoto estava olhando fixamente para as lápides dos pais, enquanto uma garota de seis anos puxava a barra de seu terno pedindo para voltarem para casa.

- Irmão Pete, quando vamos para casa?

O garoto Peter não respondeu. Continuou olhando para a terra molhada e para as lápides de cor cinza. Os cabelos negros estavam encharcados, a roupa, pesada e molhada. Mas ele não sentia. Os olhos pretos, inchados de chorar escondido, levantaram-se e olharam para o céu chuvoso. Ele colocou uma mão nas costas da menina que segurava a barra do seu terno, que era sua pequena irmã, e ficou nessa posição.

Alguém se aproximou dos irmãos. Era um homem loiro, com uma franja cobrindo um dos olhos. As sobrancelhas tinham um formato esquisito, parecido com um caracol, e ele tinha um principio de cavanhaque se formando. Seu nome era Kaijyn.

- Pequena Lucy, o tio Kai vai te dar uma caixa de bombons se você for conversar com as suas primas.

A menina parou de puxar o terno do irmão e foi falar com as primas, saltitando e cantarolando no caminho.

Kaijyn parou ao lado de Peter e acendeu um cigarro, que logo foi apagado pela chuva.

- Sabe o que eu mais odeio na chuva, além de lembrar a morte de meu velho pai?

Peter olhou para Kaijyn de esguelha.

- O que eu mais odeio é que não posso acender meu cigarro e esquecer dos meus problemas com uma tragada. Você deveria experimentar! - Disse o loiro, jogando o cigarro estragado no chão.

- Já disse que não irei ser um viciado como você. - Peter falou. - E como anda o treinamento com aquele velho, o tal Soika?

- Ele é um pé no saco. Não me deixa espiar as mulheres no banheiro feminino!

Peter riu, enquanto Kaijyn se emburrou.

- Você não muda, Kai...

- E você vai ficar mulherzinha por quanto tempo? Afinal dá para ver nos seus olhos, literalmente.

Peter olhou de volta para as lápides.

- Eu não sei. Eles eram tudo.

- Você ainda tem Lucy. E a mim.

- Eu dispenso você.

- Magoei! - Kaijyn faz uma cara triste falsa.

Depois de alguns minutos, o loiro bate nos ombros do moreno:

- Eu também perdi meus pais. Só que, no meu caso, não tenho alguém para cuidar. Mesmo assim, segui em frente.

Peter ficou em silêncio.

- Enfim... Não vou me lamentar agora. Te vejo mais tarde, Pete. - Kaijyn se virou e saiu dali.

O moreno olhou por mais uns momentos as lápides e saiu, indo de encontro a sua irmã.


**

Tick Tack 6 - Peter

- Quando vamos embora, Peter?

A história se repetia, só que agora era sua irmã.

- Quero ficar aqui para sempre, Kai.

Kaijyn tirou do bolso do terno um pedaço de papel dobrado.

- Toma.

Peter pegou o papel e abriu, revelando uma pequena carta que Lucy tinha escrito para ele.

"Caro irmão,

Escrevo esta cartinha, pois não sei se irei viver para te dizer isso. Quero que você viva. Que você arranje uma mulher e que tenha filhos. É o meu maior desejo como sua irmã. Vai ser muito difícil e, por vezes, cansativo, mas você precisa viver, já que não foi dada a chance ao resto de nós.

Eu te amo muito. Sei que você vai conseguir superar isso, mesmo lembrando todos os anos.

Agradeço por ser sua irmã.

Lucy."

Peter queimou a cartinha de uma só vez com sua mão e desabou. Kaijyn o levantou e, propositalmente, lhe deu um choque.

- O mundo não acabou, Peter! Há um motivo para você ainda estar aqui!

- E qual é esse motivo, Kaijyn?

- Lutar! Lutar pela felicidade que seus pais e sua irmã não tiveram chance de achar! Assim como aconteceu comigo! Não é fácil, mas você precisa lutar!

- Como assim?

Kaijyn colocou a mão na cabeça e se afastou:

- Falei demais.

- Como assim Kaijyn? - Peter se aproximou lentamente do amigo, que se afastava gradativamente. - Você tá me escondendo algo desde aquela época?

- Eu juro que me foi mandado não dizer. Não é por culpa sua, é por culpa da situação.

- Então me diga agora! Como assim lutar?

- Seus pais foram mortos numa emboscada do império, certo?

- É.

- Foi proposital. Assim como a morte de sua irmã. Eu fui até os médicos dos revolucionários com o laudo médico da sua irmã e eles disseram que a doença tinha cura. Quando eu os disse o nome dela, eles arregalaram os olhos e me mandaram trazê-la para o quartel, mas ela já tinha morrido.

- O quê?

- Peter, sua família tinha relações estreitas com o antigo império.

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- Saco...

Ele carregava os sacos de feno pesados para o estábulo da fazenda dos pais. Filho bastardo do pai com uma prostituta qualquer, Crisis era tratado como um animal, um escravo. Não podia fazer algo errado ou o pai o açoitava. Os antigos costumes prevaleciam nos vilarejos afastados.

- Então este é o destino de um bastardo. - Falavam os outros garotos do vilarejo, zombando.

Crisis jogou lama em direção aos garotos, que ficaram sujos por não conseguirem desviar.

- Desgraçado! - Disse um deles.

Antes que pudessem esboçar qualquer reação, o bastardo falou com um olhar entediado:

- Dentro desta propriedade, quem tem direito de me bater é meu pai. Creio que ele não vai gostar se eu aparecer machucado sem ser pelas mãos dele.

Os garotos se afastaram a contragosto. Crisis os observou por um tempo, antes de voltar a colocar os sacos de feno no estábulo. O Kyouki era loiro com um cabelo de forma esquisita. Tinha olhos claros e uma expressão conformada no rosto.

Depois de terminar suas obrigações do dia e pedir suplicantemente para que seu pai o deixasse ir para fora da fazenda, Crisis foi visitar um colega que morava em um dojo. O loiro cumprimentou o mestre do dojo e foi falar com Kyoichi, o filho do mestre.

- Kyo. Vamos treinar.

- Tô sem saco pra isso.

Kyoichi tem cabelos pretos e olhos verdes. Seu rosto já estava ficando normal, depois de tantos anos com o rosto deformado. Seu pai adotivo concluiu que ele tinha algum poder de manipulação do corpo.

- É sério cara, eu quero fugir logo, mas pra isso eu preciso treinar e como eu não tenho sua manipulação, é mais difícil pra mim!

- Tô dizendo que estou sem saco! Então cale a boca!

Crisis deu um soco em Kyo, que revidou com um chute na barriga.

- Você moveu meu estômago!

- Pois é, né? Quer mais?

Crisis ajoelhou-se, encostou a cabeça no chão e tentou normalizar sua respiração. Quando olhou para Kyo, ele viu um espectro azul celeste no lugar onde devia estar o garoto. Este fenômeno vinha acontecendo a algum tempo, sem nenhuma explicação.

Um grito agudo cruzou a atmosfera pesada. Kyoichi foi o primeiro a reagir, indo em direção ao lugar onde estava seu pai. Crisis ficou tentando se recuperar. Alguns minutos depois, o loiro correu na mesma direção que o colega tinha ido e o encontrou combatendo alguns guardas que invadiram o vilarejo a procura de um artefato do antigo império. Crisis viu que os guardas estavam atrás de uma luva com símbolos estranhos que estava na mão de Kyo.

- Kyo, me dê esta luva!

- Não! Meu pai morreu por ela, não posso deixá-la em suas mãos!

Crisis viu o corpo do mestre Keigo caído ao chão, ensanguentado. Percebendo a situação, Crisis puxou Kyo da luta contra os guardas.

- Vamos embora!

- Não!

Crisis puxou a luva da mão de Kyo e correu, puxando alguns espectros azuis junto com ele. Percebeu que os homens cujo espectros foram puxados caiam ao chão.

- Desgraçado! Porque você fez isso, Crisis! - Gritou Kyoichi.

O loiro só continuou correndo o máximo que podia. Foi assim que Crisis Kyouki conseguiu sua liberdade.


**

Tick Tack 7 - Crisis

Ele olhou para uma porta. Disseram que o tal Synyster G. sabia de coisas que tinham a ver com o começo dos reinos e impérios. Crisis entrou e encontrou uma águia marrom com barriga branca encostada na janela. Mais ninguém estava dentro do escuro alojamento.

- Sinto que aquelas velhas estão me enganando...

Um ruido de um som instrumental foi ouvido. Um sopro bateu na nuca de Crisis que se assustou, pulando para frente e se virando.

- Bom dia! - Disse Synyster.

- Bom dia... - Disse Crisis, com um tom sarcástico.

- O que traz um humano até meus aposentos?

Um cachorro preto cruzou a visão de Crisis.

- Bem... É verdade que você sabe tudo sobre os impérios?

- Hm... Talvez possa ser.

Crisis olhou desconfiado. Ele pegou a luva e a estendeu a Synyster.

- Pode me dizer o que é isso? Estes símbolos?

O moreno pegou a luva e a analisou. Depois de um tempo, a jogou para o loiro.

- Não é imperial. É de uma entidade mais antiga.

- Ahn?

- Você sabe que desmaterialização é um poder raro? - Disse Synyster, desaparecendo.

O moreno reapareceu atrás de Crisis, que não se assustou com isso.

- Parece que você também tem um poder raro, Crisis Kyouki. Auracinese...

- Como você...?

- Ser desmaterial implica em saber certas coisas em relação a poderes. E como meu mestre... - Synyster se interrompeu.

- O quê?

- Nada. Só era isso?

- Sim.

- Então queira por favor se retirar de meus aposentos.

Crisis saiu e, no corredor do alojamento, começou a pensar sobre aquela luva. A usou e sentiu um poder gigantesco vindo para ele, como daquela vez...

Enquanto isso, Synyster abriu suas janelas pela primeira vez em dez anos.

- O espetáculo vai começar!


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