Platão (em grego: Πλάτων, transl. Plátōn) nasceu em Atenas, na Grecia, por valta do século 348/347 a.C.) foi filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia onde eram enviados jovens para obter formação de excelência.
Foi aluno de Sócrates e mestre de Aristóteles. Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento. É na sua grande obra chamada “A república” que irei tentar desenvolver uma relação entre esta obra e o filme matrix. Para tal, farei uso da carta VII e de algumas cenas do filme para desenvolver o raciocínio.
A idéia da caverna representa uma Paidéia grega, de forma que a alegoria representa a ascensão do conhecimento em direção a idéia do bem.
Começa assim: Suponhamos uns homens numa habilitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.
Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção da entrada da gruta, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
Logo depois decide voltar e contar as maravilhas do mundo que vira, mais ele é ignorado e logo depois o espancam e o batem até a morte por dizer tal coisa.[514ª a – e]
Esta alegoria tem uma função estratégica na tese socrática, ela representa não somente a contemplação do mundo superior, mas, também sua epistemologia e sua política, enfim, sua Paidéia. Tentaremos entender uma parte dessa complexa estrutura filosófica.
Estabelecer relação com matrix não é fácil, pois tanto o texto de Platão como o filme apresentam uma variedade de simbolismos e significados, aliados a uma igualmente variedade de ramificações teóricas.
The Matrix (em língua portuguesa: A Matriz; no Brasil: Matrix) é uma produção cinematográfica norte-americana e australiana de 1999, dos gêneros ação e ficção científica, dirigido pelos irmãos Wachowski e protagonizado por Keanu Reeves e Laurence Fishburne. Foi lançado em março de 1999, Matrix custou 65 milhões de dólares e rendeu mais de 456 milhões. No início da série, Thomas Anderson é um entre os milhares de milhões de seres humanos adormecidos. Neuralmente conectado à Matrix, ignorava que o mundo em que vivia é diferente do que parece. Nesse mundo simulado, ele vive uma vida dupla. Nas suas atividades legais, ele é um tranquilo programador para a "respeitável companhia de software" Metacortex.
Mas Anderson também é um hacker de computador, que penetra em sistemas de computador ilegalmente e rouba informações, sob o seu apelido hacker de "Neo" (neo em inglês significa “novo”, portanto, é aquele que novamente volta reencarnando na matrix para salvar o mundo novamente). Durante a sua vida como um hacker, Anderson descobre algo conhecido apenas como a "Matrix". E é descrita por Morpheus como uma vaga intuição de que Neo teve durante toda a sua vida: "que há algo de errado com o mundo".
Essa lembrança que Neo tem da matrix é a lembrança das idéias que o filósofo possui, já que para Platão, o filósofo é aquele que consegue investigar esse mundo ideal, e lembrar de sua condição como mortal, por isso, para o filósofo o filosofar é ir em direção à morte. O mundo é o mundo das ilusões e do engano, isso fica bem representado na parte do diálogo de Neo com a criança budista que fala sobre a possibilidade de entortar a colher.
As aventuras de Neo começam logo após ele ser resgatado e seu corpo recupeado dos anos de vida na usina. Depois que Neo recupera a sua consciência e é capaz de andar, Morpheus diz a verdade sobre a Matrix, sobre o mundo real e sobre o destino da humanidade. De primeira, Neo recusa-se a acreditar nele, mas finalmente percebe que a Matrix não é real e que não podia voltar atrás, não importa quanto queira. Depois de se recuperar do seu choque inicial, Morpheus também conta a Neo sobre a profecia do escolhido (the One) e de sua crença de que Neo é esse homem.
No dia seguinte, Neo começa sua "formação", tornando-se especialista em muitas formas de combate, simplesmente carregando vários programas de treinamento diretamente em seu cérebro. Ele também recebe novas instruções de Morpheus, de como "libertar sua mente" e sobre os agentes.
Estamos diante de duas histórias parecidas e podem ser interpretadas da mesma maneira. Temos Neo, como aquele que representa o homem da caverna “a matrix”, onde todos se encontram num estado de ilusão, o mundo visível pode ser entendido como o programa matrix. Neo é aquele que encontra o mundo real e tenta ajudar a humanidade a se livrar do mundo ilusório, no entanto, nenhum dos dois personagens vivem no final de suas aventuras, tanto Neo como o homem da caverna que encontra o sol conseguem se livrar do mundo ilusório (matrix).
Na teoria do conhecimento de Platão o homem pode voltar a viver, é a tese da transmigração da alma, todo vez que o homem morre, sua alma vai em direção ao mundo das idéias, onde relembra de todo o conhecimento das idéias, logo, o mundo sem ilusões, o mundo verdadeiro, após um período ele reencarna e esquece novamente do mundo das idéias, por isso o homem precisa aprender tudo novamente, porém, o homem vê as coisas de forma imprecisa, como sombras numa caverna, pois este mundo visível é o mundo das sombras. No último episódio Neo morre, mas, o arquiteto deixa claro no filme que houve muitos outros como Neo.
Esta última parte da saga mostra claramente que Neo é a versão moderna do homem da alegoria. Nas duas ilustrações temos um modelo do mundo como um mundo da aparência, onde a visão é negativa, matrix é também o mundo ilusório, do erro e da aparência.
Enfim, de forma superficial, porém, tentei deixar um pouco claro os símbolos identificados no filme (alguns) e sua relação com a alegoria da caverna de Platão, sabemos que são duas obras separadas por estilos e épocas diferentes, o que impõe dificuldades em abordar todos os símbolos existentes. Matrix faz uma espécie de bricolagem de vários elementos: filmes de ficção científica (The Terminator, Metrópolis), animes (Akira, Ghost in the Shell), H.Q.s(Os Invisíveis), filosofia (Platão, Descartes, etc.), religião (Budismo Tibetano, Messianismo Judaico-Cristão), informática (Realidade Virtual, Inteligencia artificial), literatura cyberpunk (Neuromancer, de William Gibson) e etc.
Faltou muitos símbolos para averiguar (como o gato preto de Matrix e o coelho branco de Alice no país das maravilhas) para serem explorados, mas a leitura ficaria muito cansativa para este tipo de mídia, ficaremos de identificar outros símbolos de matrix e releitura da “república” de forma geral para conhecer um pouco mais destas duas fantásticas obras.
Fonte: http://filocinetica.blogspot.com.br/2010/09/platao-e-matrix.html
Na boa... Eu não sabia desta bagaça! Vou ver documentários de Platão, Aristoteres e Sócrates lololol