Legião Urbana (Parte 1) - História e Renato Russo Os-integrantes-da-legiao-urbana-renato-rocha-dado-villa-lobos-renato-russo-e-marcelo-bonfa-1262625836778_956x500

A História

Introdução

Vindos de uma juventude punk forjada sob o olhar da classe média de Brasília, centro do poder no período militar, um grupo de amigos, conhecidos como a Turma da Colina, tinha muito para dizer. Cultos, com formação em bons colégios, viajados, eles foram se encantar logo pela anarquia punk. Natural numa cidade em que a impunidade era comum para quem está tão próximo ao poder. A Legião Urbana surgiu nesse cenário, na sequência de dois projetos musicais cujos nomes eram tão opostos quantos complementares: Aborto Elétrico e Trovador Solitário. Em comum entre eles, a figura de Renato Russo, cuja personalidade poderia ser deduzida a partir destas personas artísticas que ele havia criado e batizado. Da Turma da Colina, se juntaram a ele Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos. Com o trio, o núcleo criativo se constituiu e daí uma nova história começa para os três.

Brasília era ainda uma ilha cultural em relação ao resto do país. Afora a genialidade da arquitetura de Oscar Niemeyer, até 1978, a história curta da nova capital não lhe atribuíra ainda nenhum momento particularmente brilhante nas artes, até porque não havia sido formada a primeira geração de artistas brasilienses. Estes estavam surgindo, justamente ali, com a cara que aquelas duas primeiras décadas tinha tido na cidade. Começa-se, então, a saber que a capital tem um olhar muito particular sobre o país que a cerca. Naturalmente, esse ponto de vista se apresenta pelos gritos jovens. O primeiro alvo, lógico, era o vestibular. Passando por ele, Brasília também entraria na vida adulta. “Química” era um dos hinos do Aborto Elétrico e foi a primeira canção daquela turma a ser gravada em fonograma e lançada em LP e K7 por todo o país. A responsabilidade disso foi de “amigos que estavam lá no Rio”, os Paralamas do Sucesso. Naquele momento, os ouvidos do Sul descobriam um novo jeito de se escrever letras e de se cantar. Esse novo modo vinha acompanhado de assinatura: Renato Russo. Não tardou para que Jorge Davidson, o cara que lançara os Paralamas do Sucesso, quisesse lançar também aquela nova joia que surgia na sua frente. Logo em seguida, eram eles, Renato, Dado e Marcelo, que estavam de mudanças para o Rio. Contrato assinado, chance de gravar um disco e a tal história começa a não ser só dos três, mas de uma geração inteira.

Primeira Parte

Entraram em cena acelerando o andamento da música jovem brasileira. Com ares punks e guitarras distorcidas, assumiam a voz daqueles que tinham crescido sobre o período militar chamando-os de “Geração Coca-Cola”, num texto que punha o dedo na cara dos mais velhos, sem deixar de cutucar a própria ferida. Um misto de desabafo e autocrítica que não poupava ninguém. Mas não eram só isso. Eles também sabiam chegar com canções redondas. “Ainda é cedo” e “Por enquanto” se tornaram duas das músicas mais regravadas por outros artistas nos anos seguintes.
De toda a geração emergida no boom do rock nacional em 1985, a Legião Urbana foi a banda mais venerada pelo público e respeitada pela crítica. Não havia ingenuidade, nem brincadeirinhas nas letras. Por outro lado, o discurso não caía para a facilidade do tom panfletário. Renato era um líder nato. Os arranjos eram simples para não disfarçar as mensagens urgentes. No segundo álbum, Dois, o lado lírico e folk aflorou mais. Se o primeiro trabalho tinha toda a urgência punk-aborto-elétrico, aquele era o contraponto, a visão complementar de um trovador que já não era mais solitário. Estava claro para todo mundo o que era, de fato, a Legião Urbana. O rock poderia ser popular, poderia falar de amor, poderia dar à música brasileira uma pá de grandes canções.
No terceiro disco, Que País É Este 1978/1987, a Legião amarrou de vez a ponte entre o Aborto Elétrico e o Trovador Solitário, gravando várias faixas que circulavam na obra daqueles trabalhos anteriores de Renato. Da violência naturalista de “Que país é este?” à singeleza romântica de “Eu sei”, a Legião era a síntese daquilo tudo: o ápice criativo de Renato e o rebuscamento de Dado e Bonfá (Nesta época, eles ainda contavam com Renato Rocha, o Negrete, baixista que entrou no grupo à época da gravação do primeiro disco e saiu depois deste terceiro trabalho).
Os primeiros anos sem o comando militar ainda eram marcados pela sombra que o governo de José Sarney representava. Para piorar, o fracasso das duas versões do Plano Cruzado provocavam um caos econômico no país e uma falta de perspectivas reais. As tintas que refletiam isso estavam sempre presentes nos trabalhos da Legião Urbana. Em momentos como aquele, elas pareciam tomar mais destaque. O rock brasileiro ainda sofria questionamentos quanto à sua legitimidade cultural, acusado de ser apenas uma importação anglo-saxônica, sem originalidade. Na esteira da resposta a esses críticos, os Paralamas tinham acabado de estourar “Alagados”, um hit cheio de referências caribenhas, nordestinas, com uma letra abraçada por todas as camadas sociais do país. A Legião faria mais e colocaria a saga de vida e morte de um nordestino, cantada em forma de repente, com enredo de história de cordel e nove minutos de duração, para ser a música mais tocada do país. “Faroeste caboclo” se tornou um marco da década de 80 e a Legião Urbana assumia, definitivamente, o posto de maior banda do Brasil.
Apesar e por causa da reação ensandecida dos fãs, as turnês do grupo não eram longas. O imenso circo que era preciso se formar para cada show tornava aquele ritual um tanto quanto incômodo. Emocionalmente também era tudo muito intenso e desgastante. Renato, por ser o líder em quem os fãs depositavam tantas expectativas, sofria ainda mais com aquilo tudo. O apogeu dessa catarse coletiva aconteceu em 18 de junho de 1988, em Brasília. Durante o show que marcava a volta da banda à cidade, os portões do estádio Mané Garrincha foram abertos, na tentativa de conter os que não conseguiram comprar um dos 50 mil ingressos postos à venda. Com a tensão no ar, uma série de confusões se sucederam. Violência policial, discursos inflamados, bombas caseiras e a invasão do palco por um fã alucinado que se agarrou violentamente ao vocalista. O cenário de caos terminou com a suspensão da apresentação e mais confusão. Cerca de 50 pessoas foram presas, mais de 300 ficaram feridas e uma série de péssimas lembranças como resultado. A turnê foi suspensa e, a partir dali, a Legião se voltaria ainda mais para os estúdios.

Segunda Parte

Meses depois daquele show, eles retomaram os trabalhos que dariam luz a As Quatro Estações. Estavam convencidos de que os tempos eram outros e que o processo de espiritualização individual era um caminho mais efetivo para mudanças do que os brados punks de 1978, afinal dez anos já haviam se passado. A obra de Renato Russo e, por consequência, da Legião Urbana circulava pelas fronteiras entre a ética pública e a ética privada, como definiu Arthur Dapieve no livro “Renato Russo, o Trovador Solitário”. Seja na condução do país, da coisa pública, dos meios de comunicação ou na sinceridade e respeito aos sentimentos individuais, era preciso disciplina, compaixão, bondade e coragem. Neste disco, lançado em 1989, essas esferas da vida de todo cidadão eram rediscutidas. Juntando Camões com a filosofia de textos bíblicos e budistas, a poesia de Renato chegava ao auge da forma e se tornava ainda mais precisa sobre os problemas do seu tempo. Do desgaste das relações familiares à Aids, da intolerância e dos preconceitos sexistas ao amor romântico idealizado e inatingível, a Legião Urbana encerrava os anos 80 traçando o panorama daqueles tempos e jogando luzes de esperança para dias tão sombrios.
Essa tal esperança que aparecia em As Quatro Estações coincidia com a que alimentava o processo eleitoral brasileiro. Pela primeira vez em quase trinta anos, o país voltava a vivenciar uma escolha democrática de presidente da Repúbica. O fracasso da era Sarney se redimia pela certeza de que, em breve, o povo brasileiro voltaria a ser senhor da sua história. Só que a expectativa virou trauma. Não havia mais ninguém em quem se pôr a culpa pela escolha de Collor e o preço que se pagava era caro. A cada hora que se passava, se envelhecia dez semanas. A apatia e o marasmo, frutos da incredulidade frente ao que se vivia, eram refletidos pelo novo trabalho do grupo. Em V, Renato voltava a fazer uso das figuras medievais e rômanticas, agora com mais ênfase, para tratar da tal esfera pública e se aproximava mais da simplicidade, delicadeza e despretensão ao falar das relações pessoais. A saída da falta de perspectivas para o cenário do país estava numa melhor condução das relações cotidianas. Bonfá e Dado também passavam por um processo criativo rico e as músicas da Legião ganhavam novas formas e dinâmicas. Os arranjos eram mais complexos e novos instrumentos apareciam. Antes da gravação deste disco, Renato se descobrira infectado pelo vírus HIV.

Terceira Parte
O surgimento da MTV criara a necessidade de as bandas investirem em videoclipes de divulgação, coisa que a Legião Urbana não era muito chegada desde as experiências frustrantes na década de 80. Para suprir essa exigência de marketing, o grupo se dispôs a gravar versões acústicas das canções do álbum para um especial da emissora. Assim, ficariam – que maravilha! – livres da obrigação dos clipes. Na época, 1992, o programa da MTV não representava tanto como veio a ocorrer anos depois. Tanto é que os registros feitos pela Legião só foram lançados comercialmente em 1999.
A turnê de V seria a maior e a mais pretensiosa da Legião Urbana. Um grande show foi preparado, mas a excursão foi interrompida cedo. A dependência química de Renato não aguentou o tranco causado pela exposição que a estrada trazia e as relações internas na equipe ficaram estremecidas após um show em Natal. A turnê foi interrompida no meio e a saída foi lançar um álbum duplo de gravações feitas ao longo dos anos e que se tornou o primeiro registro ao vivo da história do grupo. Música para Acampamentos chegou às lojas ainda em 1992 e tapou o buraco até que a banda retornasse para o disco seguinte. Neste período, Renato iniciou seu processo mais intenso de reabilitação e tratamento.
Em 1993, Fernando Collor já tinha renunciado diante da pressão da opinião pública. A ressaca e a incredulidade se misturavam a algum resquício de esperança pós-impeachment, mas a situação ainda era instável demais. Renato se incomodava com o que os jovens, seus fãs – por quem sempre nutriu muito respeito e preocupação – viviam. Para ele, a juventude brasileira era muito maltratada e não tinha razões para sorrir diante de um país em crise, da falta de empregos, da hiperinflação, da instabilidade política e de tantas mentiras. Nesta mesma época, o rock havia sido alijado dos mesmos meios de comunicação que o sugaram na década anterior. Para muitos, V é uma das principais obras de arte feitas sobre os anos Collor. Um dos grandes méritos da Legião Urbana foi nunca ter feito da esperança um artifício pálido. Ela sempre deu as caras na obra da banda, mas retratada em meio ao caos que a cercava e ao qual ela resistia. Um sentimento que nunca foi banalizado e por isso mesmo seguia real e forte.
Em O Descobrimento do Brasil lá estava ela novamente. No sexto disco de estúdio (sétimo na carreira), a Legião Urbana voltava mais serena que em V. Os novos arranjos eram menos arrastados e tinham mais dinâmica. Logo pela capa se via que era um disco com mais cores do que o anterior. Renato estava certo de que só pelas relações de afeto puro, seja ele numa relação familiar, sexual ou de amizade, se poderia atingir o equílibrio. Ele pregava isso em meio às suas desilusões e expectativas. Não era, contudo, um disco sorridente. Isso não caberia. Nas cinco partes de “Perfeição”, a pena do poeta rasgava a seda da apatia – ainda resquício da era Collor – com um dos textos mais contudentes sobre aqueles tempos. A Legião Urbana levantava o dedo para o cinismo das falsas alegrias, típicas da cultura midiática ufanista que se tem no Brasil e que sempre foi usada para mascarar tantas das nossas tragédias sociais. Ainda assim, a canção terminava olhando pra frente, com algum otimismo: “nosso futuro recomeça/ venha, que o que vem é perfeição”.
Afora isso, em grande parte das letras de O Descobrimento do Brasil, Renato discorre, por uma perspectiva muito pessoal, sobre uma série de idealizações. Novamente, elas eram ligadas ao imaginário de uma vida mais simples e comum, com a diferença de que isso, neste disco, já lhe parecia fugir às mãos. Tinha a tal esperança, mas não era necessariamente um discurso confiante. O tal equilibrio buscado por ele vinha revestido por ora nostalgia ora por raiva ou, às vezes, por resignação. Dado e Bonfá lhe ofereciam algumas das melhores músicas que já haviam feito, como “Love in the afternoon” e “Giz”.
A turnê daquele disco, que seria a última do grupo, também foi interrompida por incidentes em uma das apresentações. Em janeiro de 1995, em Santos, depois de ser atingido por um objeto atirado pela plateia, Renato levou o show deitado por mais 45 minutos até encerrá-lo. A Legião Urbana deu um tempo novamente.

Quarta Parte


Na sequência, Renato cuidou de sua carreira solo e lançou dois discos, “The Stonewall Celebration Concert” e “Equilíbrio Distante”. A banda voltaria a se reunir um ano depois do episódio em Santos para gravar um novo disco. Tanto tempo sem trabalharem juntos lhes rendeu muito material original e o processo em estúdio gerou registros suficientes para se lançar um álbum duplo. A ideia foi descartada em razão do alto preço que um produto desses teria nas lojas. Devido ao agravamento de sua doença, Renato estava frágil e não podia passar muito tempo nas gravações. O assunto era tratado com muito respeito e restrições pelos poucos que sabiam do que se passava com o vocalista. Por isso, com o objetivo de tornar aquele momento o mais exclusivo possível, poucas pessoas foram autorizadas a entrar no estúdio. Desta forma, Dado Villa-Lobos comandou a produção do álbum e assinou junto com o grupo.
A Tempestade ou O Livro dos Dias foi lançado em setembro de 1996. Musicalmente, Dado, Bonfá e Renato tinham um disco mais rock’n roll nas mãos. Renato tinha solidão em sua pena. Quando “A Via Láctea” tocou nas rádios, um alarme soava no ouvido dos fãs: Renato parecia se despedir. Um mês após o lançamento, ele faleceu em seu apartamento. Uma semana após sua morte, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá anunciaram o fim das atividades da banda, mas anteciparam que outros lançamentos de materiais previamente produzidos aconteceriam.

Epílogo

O primeiro deles era também o último registro de carreira da Legião Urbana. O álbum Uma Outra Estação foi lançado em 1997 com as faixas do material que não havia entrado em A Tempestade ou O Livro dos Dias. Nesse disco, Bonfá e Dado buscaram encerrar aquele ciclo de suas vidas e fazer com que ele tivesse o melhor desfecho possível. Não havia como fugir das angústias finais de Renato nas letras que ele deixara, mas era possível não ser funesto.
O disco é uma celebração à vida, que começa com uma apresentação de todos os integrantes da banda, gravada à época do primeiro disco (inclusive com a participação de Negrete) e termina com “Travessia do Eixão”, música que embalava as aventuras da Turma da Colina antes de que o mundo soubesse que ela existia. Ao abrir o encarte do disco, lê-se: “Ouça este disco da primeira à última faixa. Esta é a história de nossas vidas”.
Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá seguiram suas carreiras e lançaram discos solo nos anos seguintes.




Renato Russo - Baixista, Letrista, Vocalista




RENATO MANFREDINI JÚNIOR NASCEU
NO DIA 27 DE MARÇO DE 1960 NO RIO DE JANEIRO.

Renato Russo é considerado por muitos fãs o irmão mais velho de toda uma geração. Uma geração que ele mesmo batizou de Coca-Cola. Desde 1985, quando a Legião Urbana lançou seu primeiro disco, até hoje, milhões de fãs, de diversas idade, classes sociais e culturas diferentes se sentiram profundamente tocados pelas letras do cantor.

Considerado por alguns como o líder quase messiânico dos jovens, Renato Russo refutava veeementemente essa idéia, dizendo que era apenas um cantor que cantava o que as pessoas gostavam e queriam ouvir. Renato Manfredini Júnior (seu verdadeiro nome) nasceu no dia 27 de março de 1960, às quarto horas da manhã, na Clínica Santa Lúcia, em Humaitá, no Rio de Janeiro. Aos sete anos foi morar em Nova Iorque, após seu pai, funcionário do Banco do Brasil, ser transferido para os Estados Unidos.

15 ANOS
Renato sofre de uma doença rara chamada Epifiólise, que tira os movimentos de suas pernas.

Em 1969 a família Manfredini volta para o Rio de Janeiro, mais precisamente para a Ilha do Governador onde ficam morando até 1973, quando mais uma vez seu pai é transferido, desta vez para Brasília.

Aos 15 anos, Renato Russo sofre de uma doença rara chamada Epifiólise, que tira os movimentos de suas pernas, fazendo com que ele passé o tempo todo sentado ou deitado. O período da doença dura dois anos onde Renato estudou e leu muito, tanto que em 1977 passa direto no vestibular de jornalismo da CeuB.

THE 42ND STREET BAND
Renato começa a esboçar os primeiros desejos de se tornar músico.

É nesse período da doença que Renato começa a esboçar os primeiros desejos de se tornar músico. Em sua imaginação ele cria uma banda chamada 42nd Street Band, na qual ele era o vocalista e se chamava Eric Russel. Pela primeira vez o seu nome artístico começava a aparecer. “Russel”era uma homenagem a um dos seus filósofos favoritos, o ingles Bertrand Russel. Mais tarde, o “Eric Russel” daria lugar ao conhecido “Renato Russo”.

O EMBRIÃO…
Renato começa a se envolver com o movimento Punk.

Totalmente recuperado da doença, Renato começa a se envolver com o movimento punk criado em Londres nos anos 70. Calças rasgadas, alfinete na orelha eram o suficiente para chocar a sociedade brasileira da época.

Em 1978, já aos 20 anos, Renato Russo realiza o seu primeiro show com músicas próprias no bar Só cana, em Brasília. O Aborto Elétrico ia bem até que André Pretorius deixa a banda para prestar o serviço military na África do Sul. A banda então ganha dois integrantes: Flávio Lemos e Ico Ouro Preto. Nesse ano Renato conhece Dado Vila-Lobos e Marcelo Bonfá.

TROVADOR SOLITÁRIO
Renato passa a compor com mais intensidade e a realizar shows onde ele toca violão e canta sozinho.

No ano seguinte, o Aborto Elétrico acaba por causa de diversas brigas entre Renato Russo e o baterista Fê Lemos. Renato passa a compor com mais intensidade e a realizar shows onde ele toca violão e canta sozinho, ficando conhecido como o Trovador Solitário. É nessa época que alguns clássicos do rock nacional como “Eu Sei” e “Química” foram escritos por Renato.

LEGIÃO URBANA

Renato convida Marcelo Bonfá para formarem uma banda chamada Legião Urbana.

Sabendo do talento de Renato, o baterista aceita imediatamente e convida o guitarrista Eduardo Paraná e o tecladista Paulo Paulista para fazerem parte da nova banda. Paraná também deixa a Legião Urbana para estudar violão clássico em Tauí, interior de São Paulo. Um mês depois de entrar na banda, Ico Ouro Preto também sai da Legião e finalmente em março de 1983 é convidado Dado Villa-Lobos para assumir definitivamente a guitarra.

EMI ODEON
A Legião Urbana faz seu primeiro show no Rio de Janeiro e é convidada pela EMI Odeon para gravar uma fita demo.

A Legião Urbana começa a fazer sucesso e diversas fitas com shows piratas da banda são trocadas por fãs de toda parte do país. Com o sucesso do primeiro disco do Paralamas do Sucesso, onde a música “Química” foi gravada, a banda começava a interessar grandes gravadoras. Em 23 de julho a Legião toca pela primeira vez no Rio de Janeiro, no Circo Voador, e é convidada pela EMI Odeon para gravar uma fita demo.

1984
A Legião Urbana fecha contrato com a EMI e Renato volta para o Rio de Janeiro.

No ano seguinte, Renato Rocha é convidado por Bonfá para assumir o baixo da Legião Urbana, deixando Renato Russo mais livre para cantar. Em outubro de 1984 a Legião fecha contrato com a EMI e, em janeiro de 1985, lança seu primeiro disco, com sucessos como “Será”, “Ainda é Cedo”, “Geração Coca-Cola” e “Por Enquanto”. Em agosto, os integrantes da banda deixam Brasília e vão morar no Rio de Janeiro. Renato volta para sua antiga casa na Rua Maraú, na Ilha do Governador.

Com o sucessos do primeiro disco, Renato Russo começa a compor muitas músicas para o novo trabalho. A banda desejava lançar um disco duplo chamado Mitologia e Intuição, mas acabou lançando um disco simples, com 12 faixas. Para muitos, Dois, gravado entre janeiro e março de 1986 é o melhor disco da história do rock nacional.

Em dezembro de 1987 é lançado o terceiro disco da banda, Que País É Este, com músicas compostas na fase do Aborto Elétrico. A Legião Urbana começa a ganhar status de maior banda de rock do Brasil, o os seus shows estão sempre lotados. Estoura nas radios de todo o Brasil o épico “Faroeste Caboclo”, uma paulada de quase dez minutos e 159 versos, nenhum repetido.

ESTÁDIO MANÉ GARRINCHA
A banda enfrentou um dos piores momentos da sua carreira.

Em dezembro de 1988 outro fato marcaria profundamente a Legião Urbana. O baixista Renato Rocha sairia da banda após diversas divergências com os outros integrantes. A Legião Urbana deixava de ser um quarteto para ser um trio.

Renato Russo assumiu novamente o baixo nas gravações do disco As Quatro Estações, lançådo em novembro de 1989, consumindo dezesseis meses de gravação.

Após o disco pronto, Renato Russo viaja para São Francisco, nos Estados Unidos. É ali que começa a imaginar a sua carreira solo que só viria a se tornar realidade em 1994.

AS QUATRO ESTAÇÕES
Lançado em novembro de 1989, estoura em todo país.

Vendendo mais de um milhão de cópias e lançando de vez a Legião Urbana para o estrelato. Nos dias 11 e 12 de agosto de 1990 a Legião fez dois impressionantes shows no Parque Antártica, em São Paulo, para mais de 80mil pessoas. Os fãs, cada vez mais fervorosos, acompanham cada passo da carreira de Renato Russo e fazem um trocadilho com o nome da banda a chamando de “Religião Urbana”, fato que incomoda profundamente o cantor, que rechaçava essa idéia.

Em dezembro de 1991 o disco V é lançado pela EMI Odeon. Nessa época Renato enfrentava uma séria crise com drogas e álcool, e a turnê de divulgação do disco foi cancelada em Natal, no Rio Grande do Norte, apenas um mês após seu início.

ACÚSTICO MTV
A Legião Urbana gravou no Hippodromo, em São Paulo, o especial Acústico MTV.

O Acústico foi lançado sete anos depois, em outubro de 1999, em video e em cd. No dia da gravação Renato Russo cantou a música “Hoje A noite Não Tem Luar”, uma versão para a música dos Menudos. Em dezembro de 1992 é lançado o disco Música para Acampamento, com diversas gravações realizadas entre 1984 e 1992.

THE STONEWALL CELEBRATION CONCERT
Renato Gravaria seu primeiro disco com 21 músicas em ingles.

A carreira solo

O disco O Descobrimento do Brasil é lançado em novembro de 1993, e a música “Perfeição” fica em primeiro lugar nas radios de todo o país. A excursão do disco começou apenas em junho de 1994, poise m fevereiro e março Renato gravaria seu primeiro disco solo: The Stonewall Celebration Concert, com 21 músicas em ingles. Os royalties do disco foram doados para a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, campanha do sociólogo Betinho.

1995
O ultimo show da história da Legião Urbana

Feliz com o resultado do seu primeiro disco solo, Renato viajaria com Gilda Mattoso para a Itália, a fim de iniciar uma pesquisa para seu próximo disco solo, todo em italiano. Logo após a sua volta da Europa a Legião faria um show em Santos, na Reggae Night. Durante a apresentação Bonfá foi atingido por uma lata de cerveja. Em protesto, Renato Russo passou boa parte da apresentação, deitado no chão, olhando seu relógio. Era 14 de janeiro de 1995, e aquele foi o ultimo show da história da Legião Urbana.

Renato dedicou o restante de 1995 para as gravações do segundo disco solo, Equilíbrio Distante, lançado em dezembro do mesmo ano. No início de 1996, a Legião Urbana começa as gravações que resultaram no disco A Tempestade. Mais de 30 faixas foram gravadas, apenas 15 lançadas em setembro.

1996
Morre Renato Russo em seu apartamento na rua Nascimento Silva, em Ipanema.

No dia 11 de outubro, 1h15, more Renato Russo em seu apartamento na rua Nascimento Silva, em Ipanema, no Rio de Janeiro. A Legião Urbana acaba oficialmente uma semana depois, deixando milhões de fãs órfãos.

HOMENAGEMS PÓSTUMAS
Em julho de 1997, é lançado o disco póstumo Uma Outra Estação, com o restante das faixas gravadas entre janeiro e junho de 1996. Logo depois, em novembro foi lançado o disco O Último Solo, também com faixas inéditas que deixaram de entrar nos dois discos solos do cantor.

O primeiro disco com a antologia dos maiores sucessos da Legião Urbana chamado Mais do Mesmo foi lançado em março de 1998, esgotando-se rapidamente nas lojas. Em outubro de 1999, o acústico MTV foi lançado em CD e em Vídeo.

Em março de 2001, é lançado o disco ao vivo Como É Que Se Diz Eu Te Amo, com oso shows gravados nos dias oito e nove de outubro de 1994 no Metropolitanm Rio de Janeiro.

PRESENTE

O trabalho de catalogar todo o material inédito de Renato Russo e da Legião Urbana, como sobras de estúdio e outras versões está a cargo do jornalista Marcelo Fróes. O primeiro fruto desse trabalho de arqueólogo foi Renato Russo Presente, lançado em março de 2003, quando Renato completaria 43 anos de vida.

Músicas inéditas como “Hoje” (parceria com Leila Pinheiro), “Mais Uma Vez”, “Thunder Road” e “Boomerang Blues” se misturam a entrevistas concedidas pelo cantor e a outras parcerias com músicos consagrados.

Um pouco de:

Dado Villa Lobos - Guitarrista, Letrista.
Biografia :


Marcelo Bonfá - Baterista, Letrista.

Biografia :


Renato Rocha - Baixista, Letrista.[/b]

Spoiler :



Fontes: http://www.legiaourbana.com.br , http://pt.wikipedia.org