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Prólogo

Estava escuro. Eu corria com passadas largas pelo longo corredor. O som dos meus passos ecoava, juntamente com os pingos d’água que caiam dos canos furados. Um vulto passou a minha frente. Parei. Rapidamente levei a mão até a bolsa de armas que estava presa em minha perna direita e de lá tirei uma lanterna. Iluminei o corredor. Era apenas um rato. Suspirei aliviada. Aproveitei a deixa para parar e recuperar um pouco o fôlego. Levei a mão ao peito abrindo a jaqueta e apalpando o bolso interno só para certificar-me de que ela ainda estivesse lá. Estava. Aquilo precisava chegar ao seu destino. Tudo dependia de mim agora. Pus-me a correr novamente, mais rápido dessa vez. Porém não fui muito longe. Senti que ele havia me achado. Caminhava lentamente em minha direção, com as mãos no bolso. Calmo, sem pressa. Levantou a cabeça e tudo que eu pude enxergar foi o intenso brilho dos seus olhos azuis. Súbita, parei.

- Você sabe que aqui é o fim! – ele disse

- Rá, até parece que você não me conhece. – respondi

- Seria tudo tão mais fácil se você apenas me entregasse... eu não quero te machucar Yura, mas você está obrigando-me a fazer isso.

Sorri. Abaixei as pernas, dobrando um pouco os joelhos e me coloquei em posição de luta.

- Eu sabia desde o começo que você era um idiota Ryu...

Ele pareceu se ofender com minha observação. Resolveu então acabar com tudo de uma vez. Foi tudo muito rápido, de modo que não tive como agir. Num piscar de olhos ele havia me prensado na parede e me segurava pelo pescoço somente com uma mão.

- O quê? Está difícil respirar agora? – perguntou irônico – É só você me entregar, e então eu te deixo ir.

A oferta parecia tentadora.

- Na... ã..o – ofeguei

Ele me levantou do chão, apertando mais meu pescoço. Rapidamente levei uma das mãos livres ao bolso da jaqueta novamente... para protegê-la. Não podia deixar que ele se quer tocasse nela. Mesmo que aquilo custasse minha própria vida.
Ele tirou a espada das costas. Passou-a levemente pelos meus cabelos. Roçou a minha face e vagarosamente... prensou-a em meu pescoço.

- Acabou, Yura...

Capítulo 1: A chegada dos Nishimuras.

Eu estava agitada aquele dia. Pra falar a verdade não tinha um motivo ao certo. Talvez fosse porque o céu estava imensamente azul, do jeito que eu gostava. Ou porque o sol brilhava intensamente sobre nós. Ou talvez fosse porque – aquele dia – era o dia em que eles chegariam à Owari.
Nós estávamos no bosque, Saito e Shu estavam me ajudando a treinar com o boomerang, já que fazia pouco tempo que eu aprendera aquela técnica e ainda não era muito boa.

- Certo Yura – disse Saito – Vamos treinar sua pontaria. Você irá mirar o boomerang e tentar acertar aquela marcação que eu fiz na árvore usando o hiraikotsu.

Peguei meu boomerang – feito de osso – que era quase da minha altura e pus-me na posição correta para lançá-lo. Fechei os olhos – me concentrando – e então o lancei.

- Hiraikotsu!

Ele saiu voando com grande velocidade deixando um forte risco amarelo por onde passava. Atingiu a árvore em cheio... acima da marcação que Saito fizera.

- Oh droga! – reclamei – Quando é que eu vou conseguir completar essa técnica?

- Ei calma. – Saito disse – Você acabou de aprender a usar isso aí. É normal que ainda tenha dificuldades. Precisa se focar mais no seu objetivo, nesse caso atingir e perfurar a árvore naquela marcação. Concentre-se e tente mais uma vez.

Repeti os mesmos movimentos, focando-me mais na marcação. Respirei e lancei-o novamente.

- Hiraikotsu!

Dessa vez ele foi com uma velocidade maior formando giros completos com o ar. Raspou na marca, mas não perfurou a árvore. Foi cair aos pés de Shu que como sempre, estava sentado enquanto Saito e eu treinávamos.
Shu deu-lhe uma longa olhada, então o pegou e levantou-se.

- Yare yare, deixa eu ver se isso é tão difícil quanto parece.

Shu era o típico garoto que gostava de aprontar. Especialmente comigo, já que eu sempre ia na dele. Porém, ultimamente eu andava ficando mais esperta.

- Hei Shu – gritei – Nem pense em fazer o que você está pensando. Devolva-me isso!

Ele apenas me olhou – sorrindo – com o boomerang já na mão.

- Saito, faça alguma coisa. Dê um jeito em seu irmão! – falei batendo o pé no chão.

- Ai ai... – ele suspirou enquanto caminhava em direção ao seu irmão – Shu por favor devolva o boomerang a ela. Nós precisamos terminar logo com isso, Tsuy-hime quer que nos apresentemos em sua sala antes que a nova família – os Nishimuras – cheguem
à vila.
- Ah qual é Saito – Shu reclamou – Uma vez só não vai matar ninguém...

- Shu, você vai se ver comigo! – gritei enquanto corria em sua direção

Ele sorriu e sem nem mesmo se colocar na posição correta, jogou o boomerang, que saiu voando numa velocidade incrível, ultrapassando a altura das árvores. Fez um enorme giro no ar e foi em direção a estrada que passava ao lado do bosque.

- Ah que ótimo – gritei – Se ele acertar alguém Shu, você está morto!

Corri em direção à saída do bosque, pulando de árvore em árvore para ser mais rápida. Eu podia enxergar o boomerang voando bem lá na frente. Tentei aumentar a concentração de energia em meus pés para adquirir maior velocidade e tentar pegá-lo antes que saísse na estrada. Mas a distância que eu estava dele era muito grande.
Quando subi na última árvore e pulei no último galho, avistei um amontoado de pessoas e uma grande confusão. Parei. Um dos homens gritava.

- Acabei de chegar nesta vila e eles já querem arrancar minha cabeça fora? Vou reclamar com Tsuy-hime, onde já se viu... essa coisa quase me acertou! Mas isso é um insulto!

Olhei para onde ele apontava. De costas para mim havia um garoto – vestido todo de preto – segurando o meu boomerang.

- Se não fosse você Ryu, eu estaria morto agora e tudo estaria arruinado... destrua esse boomerang idiota.

O garoto concordou com a cabeça, colocou meu boomerang no chão e tirou uma luva preta que cobria toda a palma de sua mão.

- Kazaana!! – gritou

Um buraco negro formou-se na palma da sua mão direita e um forte vento começou a sugar tudo o que estava ao seu redor. Só depois de perceber que ele estava quebrando meu boomerang em pedaços menores para depois sugá-los, foi que me apresentei.

- Nãoo! – gritei pulando da árvore em direção ao garoto pronta para dar-lhe um chute.

Ele virou rapidamente, com a cabeça baixa e pegou meu pé a poucos centímetros do seu rosto.

- Tsc... isso foi perigoso. – reclamou

Puxei meu pé, livrando-me da sua mão. Ele ainda continuava com a cabeça baixa.

- Ora ora – disse o homem que parecia ser o líder, o que tinha dado a ordem para que meu boomerang fosse destruído – Vejamos o que temos aqui...

Ele caminhou direto para mim, lentamente. Dei um passo para trás e coloquei-me em posição de luta.
- Você parece ser bem valente, sim? – perguntou

- Quem são vocês? – revidei séria

- E isso é jeito de tratar os novos habitantes de Owari?

“Novos habitantes de Owari?” – pensei – “Oh não, eles são a nova família, os Nishimuras... Tsuy-hime vai me matar quando ficar sabendo que meu boomerang quase arrancou fora a cabeça desse homem feioso. Tenho que fazer alguma coisa.”

Relaxei meu corpo, voltando à posição normal. E então, fiz uma reverência.

- Queira perdoar senhor. Minhas sinceras desculpas pelo ocorrido. Eu estava treinando e sem querer lancei-o com muita força...

- Oh tudo bem tudo bem – respondeu – Só tome cuidado, não aceito o mesmo erro duas vezes... Ryu, devolva isso a ela e depois nos alcance.

- Sim senhor. – respondeu o garoto

Todos se reagruparam novamente e começaram a andar. Abri espaço para eles e enquanto voltava minha atenção ao boomerang, uma menina de cabelos azuis esbarrou em meus ombros.

- Preste atenção no que você faz! – disse me encarando

Olhei para ela, sem dizer nada e então me voltei para o garoto. Ele estava a minha frente, segurando o boomerang. Não tinha levantado a cabeça ainda. Suspirei e comecei a caminhar em sua direção. Quando estiquei minhas mãos para pegá-lo das mãos dele, ele afastou o boomerang e – inesperadamente – levantou a cabeça.
Um vento repentino invadiu a estrada, atingindo-nos diretamente. Foi a primeira vez que olhei tão fixamente para uma pessoa.

Ele tinha a pele branca, como a neve. Os cabelos – intensamente pretos e meio bagunçados – balançavam ao ritmo do vento. E seus olhos, imensos olhos azuis com um brilho intenso, me hipnotizaram. Fiquei embaraçada.

- Me devolva logo o boomerang – falei depressa

- Por que a pressa? – quis saber – Nem nos conhecemos direito ainda...

- Como se precisasse – retruquei – Eu só quero o meu boomerang!

- Eu vou levá-lo até minha casa pra consertá-lo. Meu Kazaana destruiu as suas extremidades.

- Oh não! – falei puxando-o das suas mãos – Eu mesma posso fazer isso.

- Tsc... mesmo que você o conserte não ficará igual ao original. Eu posso o fazer ficar novinho em folha. Se não quiser que eu o leve, me encontre no bosque amanhã logo de manhã, consertá-lo-ei lá. E se você não aparecer, irei te achar!

Olhei-o assustada, com meu boomerang já nas mãos.

- Não se assuste tanto... – falou esticando as mãos para tocar-me na testa, porém logo a retirou.

Ouvimos um barulho a nossa costa, viramos. Saito e Shu corriam lado a lado.

- Até que enfim te achamos! – Saito disse ofegando – Você demorou... Tsuy-hime nos quer agora mesmo em seu escritório. Ela mandou Hara-san dar-nos o recado e disse que há uma missão urgente nos esperando!

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Capítulo 2 : Revelações

Saito estava cansado. Ele e Shu haviam vindo correndo até mim após o recado de Hara-san.

- Vamos - Shu gritou - O que é que vocês dois ainda estão fazendo aí parados? Tsuy-hime disse que era urgente!

Olhei para Saito, ele estava encarando Ryu seriamente. Rapidamente me coloquei entre os dois.

- Haha - falei balançando os braços - Esqueci de apresentar o novo morador de Owari, é...

- Yamazaki Ryu. - ele se adiantou

Saito continuou olhando-o desconfiado. Suspirei.

- É melhor irmos Saito... - falei já pulando na primeira árvore entre a estrada e o bosque.

Shu me acompanhou.

- E então, quem é ele? - perguntou

Olhei-o com o canto dos olhos.

- O que foi? - indagou - Porque é que você está me olhando desse jeito?

Aumentei a concentração de energia em meus pés e dei-lhe um chute nas costas. Shu se desequilibrou do galho e quando ia caindo segurou-se com a mão, deu um giro e colocou-se em pé ao meu lado novamente.

- O que você pensa que está fazendo? - perguntou voando para cima de mim

-Baaaaaaka! - gritei - Por sua causa meu boomerang quase arrancou fora a cabeça do líder dos Nishimuras!

A mão de Shu parou a poucos centímetros do meu rosto.

- Mas que droga é essa? Eu não posso ficar um minuto longe que vocês dois já tentam se matar! - Saito disse segurando o braço de seu irmão.

- Humpf - reclamei - É tudo culpa do Shu!

- Ah, até parece! Foi ela quem começou e deu um chute com esse pézão em minhas costas!

- Pézão é o seu baka! - revidei dando-lhe um cascudo na cabeça

- Ok ok vocês dois...Chegam de brigar. Temos um assunto mais sério para resolver agora...

Ficamos em silêncio. Cada um mergulhado em seus próprios pensamentos.

- Hei Saito - chamei - O que você acha que Tsuy-hime quer nos falar de tão urgente assim?

Ele suspirou e me olhou.

- Não sei. Mas seja o que for, pra ela nos convocar deve ser importante.

- Olha só - Shu disse - Vocês não acharam estranho o fato do menino se chamar Yamazaki Ryu mas fazer parte da família dos Nishimuras?

- Ãh? - perguntei - Nem tive tempo de reparar nisso...

- Eu notei - Saito falou - Além do que se vocês repararem bem, ele não se parece com ninguém de lá. É o único que tem a pele clara enquanto todos os outros são morenos.

- O que ele te disse Yura? - Shu perguntou

- Nada de mais - respondi desanimada - Ele apenas ficou lá se exibindo, falando que podia deixar meu boomerang novo em folha novamente...e me mandou encontrá-lo amanhã no bosque.

- Bom, só sei que isso não está me cheirando nada bem! - Saito falou


Paramos em frente á sala de Tsuy-hime. Shu se adiantou e bateu na porta. Uma mulher alta de longos cabelos loiros veio nos receber.

- Oh! São vocês. Podem entrar.

- Com licença Hara-san - Saito disse

Entramos. Tsuy-hime estava de pé - de costas para nós - á janela. Vestia seu tão habitual vestido branco, que descia até os pés deixando apenas seus tornozelos a mostra e corria seus braços abrindo um leque de tecido ao redor de seus punhos. Nos pés trazia uma delicada sandália trançada com fios de ouro e o cabelo -meio solto meio preso - estava trançado deixando escapar alguns fios que modelavam seu rosto.

Virou-se sorrindo. Sorri de volta. Tsuy-hime era uma das pessoas que eu mais admirava na vila. Sempre fazia tudo o possível e um pouco mais pelas pessoas de Owari.

Caminhou até nossa frente.

- Obrigada por terem vindo - falou - Hayashi Saito, Hayashi Shu e Sagahara Yura, quero que me acompanhem!

Levou-nos por um caminho antes desconhecido por mim. Descemos quatro andares e uma enorme escada em forma de caracol. Era frio lá embaixo - reparei - sem nenhuma luz. Ouvia claramente o eco das gotas d'água que pingavam dos canos. Um arrepio percorreu minha espinha.
Caminhamos algum tempo por um longo corredor, até avistarmos uma grande porta. Havia dois guardiões que assim que avistaram Tsuy-hime abriram passagem. Entramos na sala, que logo identifiquei ser o lugar onde mapas estratégicos e pergaminhos com técnicas proibidas eram guardados. Do lado esquerdo da sala havia uma outra porta, toda de ferro. Nos dirigimos diretamente a ela. Tsuy-hime virou e fez com que parássemos antes de entrar.

- Estou prestes a revelar-lhes o maior segredo de Owari - falou - E estou depositando toda a minha confiança e o futuro da vila na mão de vocês três. Espero que não me decepcionem!

Meu coração disparou ao ouvir aquelas palavras. Shu engoliu fundo e Saito cerrou os punhos. Ela se virou para a porta novamente. Cruzou as mãos em frente ao peito, fechou os olhos e concentrou-se. Uma forte luz começou a ser emanada das palmas de suas mãos. Ela esticou-as até a porta e vagarosamente, um desenho começou a se formar.

- Nossa! O que é isso? - exclamou Shu

Tsuy-hime abriu os olhos. Na porta havia se formado o desenho de uma enorme estrela - inteiramente negra. Ela levantou os braços, fazendo com que a manga de leque do vestido caísse até seus ombros. No seu pulso direito, havia a mesma estrela desenhada. Ela levou-o até a porta, colocando desenho sobre desenho. Uma forte luz brilhou novamente e ouvimos um clique. A porta havia sido destravada.

Ela abriu-a calmamente. Como se fosse nos revelar o maior segredo de todo o mundo.

- Apresento-vos a Estrela Negra.

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Capítulo 3: Os guardiões da Estrela Negra

A sala era totalmente escura sem nenhuma janela nas paredes. Tsuy-hime pegou uma lanterna e acendeu-a. Iluminou o local enquanto fazia sinal indicando que podíamos entrar.

“Será que ‘Estrela Negra’ é uma pessoa?” – pensei

Fui a primeira a adentrar a sala.
Não havia nada lá. Era uma sala enorme, totalmente vazia. Senti uma onda de decepção.

- Isto está vazio? – Shu perguntou

- Saito por favor – Tsuy-hime falou – Dê cinco passos para a esquerda e aperte um botão que estará mais ou menos na altura do seu queixo.

Ele contou cinco passos. Parou. Tateou a parede.

- Encontrei...

Assim que Saito apertou o botão a sala foi completamente iluminada por uma fraca luz azulada. No meio dela havia uma urna de vidro coberta por uma longa capa negra de veludo. Tsuy-hime apagou a lanterna.

- Aproximem-se... – disse

Andamos juntos até ficarmos em volta dela. Meu coração parecia querer sair pela boca. Levei a mão até a urna, passando meus dedos delicadamente pela longa capa negra, mas logo retirei-a temerosa.

- O que ainda estão esperando? – Tsuy-hime perguntou – Vá em frente Yura, puxe a capa!

Olhei para Saito, ele sorriu e indicou com a cabeça dizendo que eu devia prosseguir. Levei a mão vagarosamente até ela novamente, com meu coração acelerando a cada segundo.
Fechei os olhos. Engoli fundo. Lentamente, como se estivesse com medo do que aquilo poderia ser capaz de fazer, puxei a capa.
Uma imensa luz invadiu a sala, de modo que – instantaneamente – todos nós levamos as mãos em frente aos olhos até que o brilho diminuísse um pouco. Dentro da urna havia um enorme cristal negro –mais ou menos do tamanho da palma da minha mão – com a estrela desenhada no centro.

- Uau! – Shu exclamou maravilhado – O que exatamente isso aí faz?

Tsuy-hime caminhou até nós, se colocando entre eu e Saito. Colocou sua mão no vidro que tampava a urna e a deixou lá. Olhou para o cristal com nostalgia.

- Há três séculos atrás um homem chamado Kagura descobriu que com uma das suas habilidades poderia criar uma arma que lhe daria a imortalidade e um poder jamais visto pelos homens. Essa habilidade consistia em canalizar toda a sua energia e transferi - lá a um pequeno cristal que ele havia herdado de seu pai. Depois de dar toda a sua energia a ele, Kagura ficou imensamente fraco e acabou desmaiando. Preocupada porque ele nunca voltava para casa, uma das suas irmãs saiu para procurá-lo e o encontrou caído inconsciente no bosque com o cristal ao seu lado. Ela ajoelhou-se ao lado do corpo de Kagura e com as duas mãos em seu coração transferiu um pouco de sua energia a ele. Após algum tempo Kagura acordou e contou a ela sobre o cristal e o que ele era capaz de fazer. Sua irmã foi totalmente contra a idéia e tentou destruir o cristal, porém assim que o tocou, teve toda a sua energia sugada por ele, caindo morta ao lado de Kagura. O cristal que era totalmente puro tinha agora um tom mais escuro e aumentara de tamanho. Kagura percebeu que o cristal ainda precisava de mais energia e que se ele sugasse a energia das pessoas da sua própria família – por causa de serem da mesma linhagem sanguínea – poderia obter a imortalidade mais cedo do que pensava. Então Kagura começou a matar todos e armazenar as energias no cristal – que ficava mais escuro e maior a cada dose de energia que recebia. Até que um dia, Kagura estava lutando com um dos seus poucos irmãos que ainda restara e esse – com muito custo – conseguiu derrotá-lo. Porém antes de sucumbir por completo, ele conseguiu dar ao cristal todo o resto da sua energia, fazendo com que seu corpo sumisse. A partir desse dia então, o cristal foi recolhido, guardado e mantido em completo segredo...

- Não entendo – falei – Se ele foi mantido em completo segredo até agora, significa que aconteceu algo para que você nos revelasse. E o que tudo isso tem a ver com e estrela desenhada no cristal e no seu pulso?

- Conta-se que a cada vez que Kagura colocava a energia de seus parentes mortos no cristal, um risco se formava. Até o dia em que ele morreu e então se formou o desenho de uma estrela. Há uma só noite em que o cristal pode ser usado – continuou – Na noite mais fria do inverno quando – somente nessa noite – surge no céu uma estrela diferente de todas as outras. É uma estrela maior e totalmente negra. Depois de vários anos de pesquisa descobriu-se uma profecia. Apenas uma pessoa poderia ser capaz de destruir a Estrela Negra. Uma pessoa com um poder realmente puro. Segundo ela, tal pessoa nasceria com uma marca em seu corpo...

Ela levantou o braço direito novamente deixando seu pulso a mostra. Mostrou-o a nós.

- A estrela em seu pulso... – falei

- Isso mesmo. – ela disse – Sou descendente de Kagura e somente eu posso destruir a Estrela Negra...

- É por isso que você sempre usou roupas de mangas longas – Shu deduziu – Para não deixá-la visível...

- Certo. – Tsuy-hime disse – Porém há pouco tempo surgiu um problema. Há rumores de que alguém está atrás do cristal. E uma nova família mudou-se para Owari.

- Os Nishimuras... – falei apertando os punhos.

- Pressinto que as intenções de Nishimura Toya não são as melhores para com a vila. Devido a esse fato nomeio vocês três – Hayashi Shu, Hayashi Saito e Sagahara Yura – os guardiões da Estrela Negra!

- O QUÊ? – gritamos juntos

- Mas, mas... – Shu gaguejava

Saito se adiantou.

- Tsuy-hime, sabemos que é de extrema importância a todos e principalmente a vila a proteção desse cristal. Quer dizer, nós realmente não queremos que haja um homem com um poder indescritível e ainda por cima que seja imortal, mas talvez nós não sejamos as pessoas mais indicadas a fazer isso...

Confirmei com a cabeça.

- Sinto muito – ela suspirou – Mas eu preciso de vocês. Vocês são as três pessoas que eu mais confio. Preciso que façam isso por Owari, pelo menos até que eu consiga descobrir verdadeiramente quais são as intenções de Nishimura Toya e possa destruir a Estrela Negra.

Ao ouvi-lá dizendo que éramos as pessoas de maior confiança, de repente tudo não me pereceu ser tão ruim assim.

- Pode contar conosco Tsuy-hime – falei – Com certeza não iremos decepcioná-la!

- É isso aaaaaaaí! – Shu confirmou erguendo os braços

Saito nos olhou.

- Bem, acho que não terá jeito então. Daremos o melhor de nós...

- Obrigada! – Tsuy-hime disse sorrindo – Conto com vocês. Quero que comecem a partir dessa noite, montem guarda aqui no prédio. Vocês podem revezar.

Assentimos com a cabeça.

- Convocá-los-ei depois para entregar-lhes alguns equipamentos. Por enquanto estão dispensados.

Fizemos uma reverência. Viramos e saímos da sala.

- Ah! Sagahara Yura... – ela me chamou

Voltei-me para ela.

- Ia me esquecendo – disse – Tenho uma missão especial para você...

- Ãh? – perguntei

- Quero que se aproxime de Yamazaki Ryu!
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Aaaa! Esse capítuloo não ficou nada legal T.T
Maas o próximo estará mais emocionante. :D

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Capítulo 4: “Uma nova missão”

- O quê? – gritei assustada – Espere um pouco Tsuy-hime, sobre proteger a Estrela Negra eu até entendo, mas me aproximar daquele garoto? Nem pensar!

- Yura, você é a pessoa mais indicada a fazer isso – ela disse – Até porque já tivemos um incidente e Nishimura Toya veio falar comigo.

Olhei para Shu.

- Não me olhe desse jeito! – ele disse indo se esconder atrás de Saito.

- Mas Tsuy- hime, isso é tudo culpa do Shu! – suspirei – E outra, eu já me desculpei com Toya e mesmo assim só faltou ele esmagar minha cabeça!

- Pois bem, ele já esmagou – Tsuy-hime falou – Nishimura Toya disse que teve sua segurança violada por uma menina com a cabeça fora do lugar e que se não fosse um de seus servos a essa altura estaria com seu corpo apodrecendo debaixo da terra... E ele me exigiu algumas coisas.

- Ah que ótimo! – exclamei – Menina com a cabeça fora do lugar... é assim que ficarei conhecida por aí agora. E graças a quem?

Virei-me para Saito, Shu ainda se encontrava escondido atrás dele. Caminhei lentamente com a cabeça abaixada pensando qual seria o golpe que usaria nele dessa vez. Levantei a cabeça.

- Aaaaaaaaah! – Shu gritou – Saito dê uma olhada na feição dela. Agora eu tenho certeza de que Yura realmente está possuída!

Caminhou até mim e levou suas mãos até meus ombros.

- Ombros tensos, pulsos contraídos, olhos brilhando, sorrisinho de lado. Sinais de letargia* pura!

Aumentei meu sorriso.

“Ele está se aproximando” – pensei – “Ótimo! Venha Shu, venha...”

Ele deu uma volta ao meu redor e em seguida parou á minha frente. Levantou as mãos até que elas ficassem na altura dos meus olhos e estalou os dedos.

Rapidamente segurei suas duas mãos. Passei minha perna direita por trás das suas duas pernas, levantei-o do chão e segurando seus punhos o fiz girar acima de minha cabeça, derrubando-o deitado de costas no chão. Sentei em cima da sua barriga. Shu gemeu.

- Está pronto para morrer Hayashi Shu? – perguntei-lhe engrossando a voz.

Olhei-o. Fechei meu punho direito dando um sopro em minha mão.

- Haha – sorri – Você está acabado Shu!

Assim que me preparei para desferir o soco em seu queixo, parei. Ele me olhava com a mão em frente ao rosto. De certa forma, alguma coisa em seu olhar acabou fazendo com que eu me detesse.
Suspirei, abaixando a mão. Levantei-me e estendi meus braços a ele. Shu segurou forte em minha mão e então o puxei.

- Aiai – falei – Te deixarei sair livre dessa vez!

Ele me olhou surpreso, e então sorriu.

- Acho que está na hora de irmos...

E dizendo isso carregou Saito juntamente consigo para fora da sala, deixando eu e Tsuy-hime a sós.

Virei-me para ela, sem graça.

- Haha – falei passando as mãos por entre meus cabelos. Sinal de que eu havia ficado embaraçada. – Onde foi que paramos mesmo?

- Vou direto ao ponto – Tsuy-hime respondeu – Como eu estava falando antes Nishimura Toya fez-me algumas exigências relacionadas a você...

- Exigências? – estranhei – Que tipo de exigências ele faria? E ainda por cima relacionadas a mim?

- Ele esperava que eu a punisse – ela continuou – E como estava precisando de uma menina que cuidasse de sua sobrinha... não vi nenhum problema em indicar-lhe para o cargo.

- Aah! – reclamei – Não acredito que vou ter que trabalhar para aquele homem feioso. E ainda por cima como babá de sua sobrinha!

Parei.

- O QUÊ? COMO BABÁ? – gritei

- Não será tão ruim assim Yura – argumentou Tsuy-hime – E será a chance perfeita, você terá todos debaixo de seus olhos e talvez possa vir a descobrir algo importante...

Suspirei desanimada.

- Se isso irá servir de ajuda na proteção da Estrela Negra então acho que tudo bem. Afinal, não deve ser tão assustador assim cuidar de uma criança! Quando devo começar? – perguntei

- O mais rápido possível – Tsuy-hime respondeu – Combinei um horário com Nishimura Toya que não atrapalhará o seu serviço de guardiã do cristal...

- Certo. Está bom se eu começar a olhar a criança depois de amanhã?

- Ótimo. Bom Yura – ela disse sorrindo – Acho que agora você pode ir... Ah, só mais uma coisa...

Voltei-me para ela pela milésima vez.

- Aprenda a manejar direito o seu boomerang. Não quero que você acabe arrancando realmente a cabeça de alguém...



“Não é justo!” – pensei enquanto andava pelo corredor ao sair da sala da Estrela Negra. “Shu apronta tudo, então eu tento lhe dar uma lição e ele simplesmente me olha com aquela cara de cachorrinho sem dono e veja o que eu recebo em troca: tenho que me aproximar de um garoto totalmente exibido; ser babá de uma garota que eu nunca vi na vida e ainda por cima ouvir que preciso aprender a usar o boomerang direito para não arrancar fora a cabeça de alguém... sendo que nem fui eu que o taquei e quase arranquei a cabeça daquele Nishimura feioso. Não há justiça nenhuma nesse mundo. Realmente...”

Subi a escada que tinha forma de caracol e caminhei até alcançar a sala de Tsuy-hime. Passei correndo por ela. Decidi voltar ao bosque – dessa vez sozinha – para treinar novamente. O boomerang vinha comigo. Fui até a parte mais aberta, onde havia um largo espaço vago no centro rodeado por árvores. Era perfeito. Tirei o boomerang de minhas costas, colocando-o gentilmente no chão. Olhei-o. As extremidades estavam realmente destruídas devido ao ataque de Ryu. Desanimada, conclui que não poderia fazer muita coisa para arrumá-lo. Suspirei. Eu não era tão acostumada a usar o boomerang, era muito mais hábil quando lutava com Tobiume – minha espada. Porém, o boomerang era uma tradição de família, e como havia algum tempo minha família havia sido extinguida – por motivos ainda desconhecidos por mim- e não se sabe por que restara eu apenas, optei por continuar a manter a tradição. Então lutava juntamente com os dois. Tobiume vinha sempre presa em minha cintura – enlaçada pela longa fita de cetim azul. E o boomerang vinha preso em minhas costas, através de um elástico preto que transpassava meus ombros.

Peguei-o. Era verdadeiramente lindo. Passei meus dedos pela longa estrutura óssea, até chegar às listras azuis – pintadas nas extremidades. Saito dissera que era preciso melhorar minha pontaria.

Abaixei as pernas, dobrando meus joelhos. Concentrei-me e escolhi uma árvore.

- Hiraikotsu!

Novamente ele saiu voando, deixando seu tão habitual risco amarelo por onde passava. Atingiu a árvore bem aonde eu queria rancando-lhe uma enorme lasca e parando bem na metade.

- Nada mal. – falei

Súbita, decidi tentar uma maneira nova de jogá-lo. Concentrei uma forte quantidade de energia em minha mão direita e virando um pouco o corpo, joguei-o. Ele fez um giro de 360°, passando de árvore em árvore que me rodeava - dessa vez sem parar e cortando-as ao meio. Quando estava prestes atingir a última das árvores, levantei minha mão concentrando a mesma forte quantidade de energia novamente. Ele então acertou a árvore e veio diretamente em direção a minha mão levantada. Peguei-o no ar, com um sorriso no rosto. Feliz com o resultado.

- Uau! Isso não é nada difícil – exclamei – Só preciso de um pouco de força bruta e um controle preciso de energia. Muito bem, mais uma vez...

Olhei ao meu redor. As árvores já estavam todas destruídas devido ao meu primeiro ataque. Resolvi treinar minha velocidade e o meu fluxo de energia. Joguei-o para frente, bem distante de mim. Teria que ser rápida para conseguir pegá-lo, caso contrário teria que usar a energia para trazê-lo até mim. Sai correndo. No meio do caminho dei uma estrela, conseguindo assim ultrapassá-lo. Subi em um dos tocos de uma árvore que havia sido atingida anteriormente e levantei a mão. Concentrei a energia e ele veio diretamente até mim. Peguei-o imensamente feliz.
Olhei para o horizonte e vi que o sol começava a se por. Coloquei o boomerang nas costas e comecei a caminhar de volta para casa.


Parei em frente ao apartamento em que morava. Era um prédio simples. Subi as escadas até chegar ao 3° andar. Tirei as chaves do bolso da calça, abri a porta e entrei.

- Bem vinda ao lar! – gritei a mim mesma.

O lugar era pequeno, com apenas dois cômodos. A porta por onde entrava dava diretamente ao quarto – que era amplo e iluminado – com uma varanda que dava para a rua. Ao lado do quarto havia um banheiro. Era tudo o que eu precisava.
Fechei a porta e virei-me. E então, fiquei imensamente assustada com o que vi.

O quarto estava totalmente revirado. O guarda-roupa estava aberto com todas as roupas jogadas no chão e na cama. A cômoda tinha sido tirada do seu lugar e todos os papéis que guardava ali estavam espalhados pelos quatro cantos do quarto. Meu porta-retratos – onde ficava a única foto que eu tinha de meus pais – estava quebrado e jogado ao lado da porta do banheiro. E a porta da varanda estava inteiramente aberta, com a cortina voando.

Corri até ela.

- Droga! – sussurrei.

Alguém estivera por ali durante o tempo em que eu estivera fora. E fosse quem quer que fosse, estivera atrás de algo.
------

Notas da Autora. (haha xD)

*Letargia: Sono patológico prolongado; apatia.
Pra quem não sabiaa o que significava :D

Obrigada por lerem! :*

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Capítulo 5: “ Complicações”

Acordei incomodada com o sol sobre meu rosto. Olhei para o relógio, marcava exatamente oito horas da manhã. Lá fora o dia parecia calmo e sereno. Resolvi ficar deitada um pouco mais, já que a noite havia sido longa. Não havia pregado o olho durante um minuto, era só fechá-los e milhares de imagens estranhas bombardeavam minha mente. Talvez isso só estivesse acontecendo devido a minha preocupação – bem, tinham invadido o meu apartamento e isso não me deixava nenhum pouco aliviada. Uma sensação estranha fazia parte de mim agora. O que era? Não tinha muita certeza. Parecia mais com um medo – frio e congelante.
Fechei os olhos imaginando o que é que eu teria que fazer durante o dia. Foi quando me lembrei que Ryu havia mandado eu o encontrar. Soltei um gemido tacando o travesseiro em cima da cabeça. Minha vontade era de deixá-lo pensando que eu o encontraria, mas ele havia ameaçado me achar caso eu não aparecesse.
Preparei o café e depois de tomá-lo troquei a roupa. Caminhei até o espelho para me olhar. Fiz uma careta – eu era tão... comunzinha. Vestia minha roupa-compaheira-de-todos-os-dias. Uma calça legging preta até os joelhos; uma bata branca com as mangas um pouco fofinhas sobre os meus ombros. Uma polaina em cada braço – ambas pretas – que iam do pulso até meu cotovelo, eram ótimas para amortecer o peso do boomerang quando o apoiava eu meus braços. O cabelo estava preso em um rabo alto e mesmo assim podia senti-los bater em minha cintura. A franja caía sobre meu rosto – modelando-o e realçando meus profundos olhos negros. Na cintura já havia amarrado a sedosa fita de cetim azul. Cheguei mais perto do espelho e fingi dar-lhe um soco.

- Você mostra a realidade muito nua e crua! – reclamei

Olhei para o relógio novamente e percebi que estava atrasada. Chacoalhei o ombro indiferente. Ah, não faria tão mal assim eu deixá-lo esperando algum tempo por mim.
Calcei minha sapatilha, prendi Tobiume na fita e coloquei o boomerang nas costas. Antes de sair, certifiquei-me de deixar tudo bem trancado. Afinal, eu realmente não queria chegar e encontrar tudo aquilo às avessas novamente.

Mesmo estando atrasada fui caminhando lentamente até chegar onde deveríamos nos encontrar. Quando cheguei ao local combinado, não avistei Ryu em nenhum dos arredores do bosque. Bati o pé no chão, desconfiada que – na verdade – ele é que me deixaria esperando. Levantei a cabeça para olhar nas árvores, elas eram altas e pontiagudas. Dei um salto até atingir um galho que me daria uma boa visão do local. Mas ele não estava por lá também.

- Droga... – praguejei enquanto descia ao chão novamente.

Mas nesse momento um imenso vento irrompeu pelo bosque – deixando-me arrepiada. Eu nem precisava me virar para saber que ele estava ali. Bem, aquela ventania era típica dele.

- Está atrasada! – reparou

Virei minha cabeça para ele.

- E daí? – provoquei – Aliás, você pretende causar essa ventania toda vez que nos encontrarmos?

Ele passou por mim sem responder a minha pergunta. Vestia a mesma roupa do dia do incidente. E como naquele mesmo dia eu estava começando a ficar perturbada.

- Isso quer dizer que nos encontraremos mais vezes então? – ele soltou

- Não! – respondi rapidamente – Eu só pensei que... que...

Deixei a resposta solta no ar. Minha voz estava tremendo – percebi. Porém estava determinada a não o deixar saber disso. Ryu deu um sorrisinho de lado e então se virou para mim.

- Não fique tão na defensiva – disse com uma voz zombeteira – Não sou tão insensível quanto você pensa. A propósito... ainda não nos apresentamos formalmente, embora eu saiba que com certeza você já faça idéia de quem sou eu... eu só sei o seu primeiro nome.

Fiquei surpresa ao o ouvir dizer “Não sou tão insensível quanto você pensa”. Talvez isso quisesse dizer que ele notara a maneira fria como eu o tratava. Se ele fosse um pouco mais esperto, perceberia também que eu não era nenhum pouco sua fã.

- Yare yare – reclamei caminhando para mais perto dele – Sou Sagahara Yura...

Ele ficou sério de repente, totalmente parado – como se estivesse em choque.

- Hei... – chamei

Então levantou a cabeça e me olhou – com um misto de surpresa e pavor. Senti-me totalmente desnorteada quando seus imensos olhos azuis encontraram o meu olhar – e ali ficou o que me pareceu uma eternidade. Meu coração batia rápido e agora minha voz não era a única parte de mim que tremia também.

- Sagahara? – ele pareceu inconformado – Você é uma Sagahara?

- Sou... – disse com a voz saindo esganiçada

- É claro! – ele bateu a mão na testa como se tivesse acabado de decifrar o mais impossível desafio de todos os tempos – Você luta usando um boomerang...

- O que...

Mas fui impedida de continuar a falar porque Ryu havia dado um salto e estava a poucos centímetros de mim, de modo que podia sentir sua respiração em meu pescoço. Meu coração continuou a bater – dessa vez ele parecia bater nas minhas orelhas. Mas agora por uma razão completamente diferente.

“O que está acontecendo aqui?” – pensei – “Por quê? Porque estou me sentindo desse jeito?”

Dei um salto para trás, me colocando distante dele.

- Não se aproxime – gritei – Você ainda não é confiável!

Uma onda de fúria pareceu passar por seus olhos, mas ele continuou onde estava. Quer dizer, ele não seria confiável nunca. Afinal estava ao lado dos Nishimuras e atrás da Estrela Negra.

- Tudo bem... desculpe – ele respondeu passando a mão pelos cabelos – Acho que me precipitei... Venha, deixe-me consertar seu boomerang...

Andei até ele novamente, dessa vez mantendo entre nós uma distância segura e entreguei-lhe o boomerang. Ele pegou-o cuidadosamente e o colocou a sua frente no chão. Fiquei curiosa, tentando descobrir como ele faria. Agachou-se e da sua mão direita tirou a luva. Esticou-a até deixá-la no rumo das extremidades – onde ele o havia atingido. Fechou os olhos e concentrou-se.
Durante alguns minutos nada aconteceu. Já estava ficando impaciente quando percebi um buraco começando a se abrir em sua mão. O buraco aumentou de tamanho rapidamente e de lá começou a sair uma intensa luz branca. Levei o braço até a frente dos olhos, mantendo-os atentamente grudados a mão de Ryu.
Foi aí que começou a acontecer.
Lentamente, todos os lugares que estavam danificados começaram a se regenerar – como se estivessem sendo reparados por um profissional da área. As extremidades deram um pouco mais de trabalho, já que eram os locais mais atingidos. Quando finalmente ele terminou, caiu sentado ofegando. O buraco na sua mão havia desaparecido.

- Ei – falei – Você está bem?

- Sim sim – ele disse – Não precisa se preocupar...

- Não estou me preocupando – devolvi enquanto abaixava para ver o resultado – Eu só queria saber se...

- Eu sei eu sei – falou colocando novamente a luva

Corri minha mão pela longa estrutura óssea, examinando-a.

- E então? – perguntou

Continuei o exame. Andei em volta dele e encolhi os ombros.

- Nada mal...

- Nada mal? – ele pareceu ofendido – Isso aí está bem melhor do que somente um “nada mal”...

Sorri – levemente para que ele não percebesse.

- Huum... ele está bem novo novamente. Obrigada.

- Eu posso regenerar qualquer estrutura que faça parte do corpo humano – me informou – Foi por isso que pude regenerá-lo, você sabe... por ser feito de osso.

- Entendi – exclamei – Isso é, ahm... bem legal!

- Obrigada! – ele agradeceu

Coloquei o boomerang nas costas e me levantei. Estava prestes a começar andar quando fui impedida por fortes dedos que se fecharam ao redor do meu pulso.

- Onde você pensa que vai? – ele perguntou

Baixei o olhar.

- Ei! O que você pensa que está fazendo? Solta isso...

Ele jogou a cabeça para trás e riu.

- Por acaso você está tremendo?

- É lógico que não! – gritei enquanto puxava o braço tentando livrar-me de seus dedos.

- Porque não prova isso então? – provocou

- Porque tenho mais o que fazer com meu tempo! – retruquei

- Oh é mesmo? Veremos...

Ele soltou meu pulso e desembainhou sua espada. Rapidamente desembainhei Tobiume e parei seu ataque a poucos centímetros de meu rosto.

- O que pensa que está fazendo? – perguntei

- Não fale, apenas lute...

Ele se distanciou um pouco e me deu um chute bem aplicado que me jogou longe.

“Mas que droga é essa?” – pensei – “Quando foi que ele lançou aquele chute que eu nem vi seu pé se aproximando?”

- Porque não luta sério? – ele gritou – Não vou pegar leve com você...

- Tsc, você é maluco! – respondi

Mas ele avançou até mim novamente. Dessa vez se posicionando á minha costa, com a espada em meu pescoço.

- Ora, me dê um pouco de diversão! O quê? Ainda está tremendo? Eu posso sentir... está com medo?

- Idiota... – sibilei

Concentrei uma grande quantidade de energia em meu braço e dei-lhe uma cotovelada nas costelas. Ele arfou e se afastou. Então investi contra ele.

- Você é... muito sem graça! – falei

Ele conseguiu bloquear meu ataque. Ambos demos um salto para trás. Mas enquanto eu estava aterrissando ele já havia avançado até mim novamente. Sua espada cravou em meu ombro direito.

- Uugh...

Senti o sangue empapando minha blusa.

- Você não devia lutar de blusa branca – gozou – Elas sujam demais!

Ergueu o pé e me deu um chute na barriga. Arfei.

“Droga! Droga! Eu consigo ler seus movimentos, mas não consigo bloqueá-los! Por quê? Eu tenho certeza que eu estou lendo-os corretamente...”

Levantei com a mão apoiada nas costelas. Ofegando.

- Poupe comentários inúteis! – falei

Agarrei Tobiume e lancei um ataque por baixo em direção ao seu ombro, mas ele desviou.

- Você é muito lenta!

- E você é um idiota!

Nossas espadas se chocaram no ar. Ele parou e esticou sua mão até meu rosto. Passou-a lentamente pelas bochechas descendo até meu queixo. Limpou o sangue que tinha espirrado de meus ombros ali.

- Chega por hoje – disse embainhando sua espada – Vá cuidar do seu ombro...

- Ei você... – chamei

Mas ela já tinha ido, deixando comigo apenas uma forte ventania.

Caminhei para casa com um pouco de dificuldade, eu tinha acabado de lembrar que era meu dia de guardar a Estrela Negra. Troquei de blusa e fiz qualquer curativo – somente para estancar o sangue. Eu tentava pensar sobre o que havia acontecido, mas minha cabeça doía e aquilo parecia ser demais para mim.
Andei até chegar à sala de Tsuy-hime para pegar os equipamentos que ela daria aos guardiões, mas ela estava em reunião. Então Hara-san apenas me entregou uma pequena bolsa cheia de armas que me seriam úteis. Prendi-a em minha perna e desci até o local em que deveria ficar.
Shu me esperava.

- Hey – ele chamou assim que me viu – Até que enfim você chegou hein...

- Oi Shu, bom dia pra você também! – ironizei

- Boa sorte com isso aqui – falou se espreguiçando enquanto levantava – Você terá muito o que fazer.

Saiu sem olhar pra trás e sem se despedir. Fiz uma careta. Eu nem me importava. Na verdade, estava precisando manter minha cabeça ocupada com algo útil.

Durante o dia duvidei do que Shu havia me falado. Aquele túnel não era muito movimentado – lógico, só descia ali quem possuía permissão. O tempo passou calmo, devagar até. Tsuy-hime me fez uma visitinha a tarde, já que Hara-san havia se esquecido de me entregar o mais importante de tudo.
Era uma pequena placa metálica, onde tinha sido inserida uma cópia da estrela desenhada no pulso de Tsuy-hime e canalizada um pouco de sua energia, para caso eu precisasse entrar na sala onde a Estrela Negra estava escondida.
Tudo correu super bem até uma hora da noite.
Eu estava patrulhando o lado leste do túnel quando ouvi um barulho estranho e senti uma aura de energia diferente. Iluminei bem o local da onde o barulho tinha surgido. Foi então que o vi.
Estava encolhido em um canto, tentando passar por mim despercebido. Assim que percebeu que eu o havia visto, saiu de lá e caminhou até mim. Apoiava uma enorme espada em seu ombro.

- Ora ora – disse – Então é só apenas uma garotinha...
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Uaaaau! =O
Esse capítulo ficou gigaaaaaaaante! heuheuheuheu xD

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Capítulo 6: Surpresas {parte 1}

- Oh não! – exclamei batendo a mão na testa – Não pensei que seria tão rápido assim pra alguém invadir esse prédio. Confesso que estou desapontada! Só porque estou com uma enooooorme preguiça de lutar...

- Lutar? – ele soltou uma gargalhada – Você disse lutar? Desde quando garotinhas como você entendem algo sobre lutas?

- Chamada de garotinha pela segunda vez. Será que devo deixar isso passar em branco?

- Você fala demais! – ele gritou

Correu diretamente até mim com a espada em punhos e mirou-a em meu braço direito, porém segundos antes dele chegar completamente até mim dei um salto – desembainhando Tobiume enquanto ainda estava suspensa no ar – e caí as suas costas. Virei – já com a espada na mão – mas ele percebeu e conseguiu bloquear meu golpe cruzando sua espada com a minha.

- Ora ora... acho que no final acabei te subestimando!

Ele colocou toda sua força na espada empurrando-a em minha direção – fazendo com que Tobiume escorregasse até poucos centímetros de meu rosto. Dei um pulo para trás.

- O que você quer aqui? – perguntei

- E o que você acha? – ele indagou irônico – Eu quero o que todos querem... aquilo que me dará poder e imortalidade... E você me ajudará a chegar até ela!

Sorri de lado.

- Isso é o que você pensa!

Ele avançou novamente. Correu, mas no meio do caminho desapareceu, me surpreendendo por trás. Cravei Tobiume no assoalho e joguei meu corpo para frente – apoiando a mão esquerda no chão e virando uma estrela. Ele me alcançou rapidamente atacando em direção a minha cabeça. Abaixei.

“Que trouxa” – pensei – “Eu consigo ler o fluxo de energia dele prevendo assim facilmente todos os seus movimentos. Por isso posso bloquear ou desviar de seus ataques...”

- Minha função é proteger a Estrela Negra! – informei-o séria – Me desculpe, mas você não passará daqui!

Corri até ele em ziguezague confundindo-o quanto ao lado que iria atacar. Mirei Tobiume no lado direito de seu corpo, porém no último instante, desviei-me e ataquei do lado esquerdo. Atingi seu braço em cheio, rasgando um pedaço da manga de sua blusa. O sangue começou a escorrer.

- Iteeeeeeeee! – ele gritou – Isso dói! Sua, sua mediocrizinha. Farei você pagar por isso.

Novamente, investiu contra mim.

“Um ataque pela esquerda em direção ao pescoço”
Desviei.

“Um ataque por baixo em direção ao braço direito novamente. Ele quer tentar ferir o braço que mais uso pra lutar. Tsc, como se o idiota do Ryu já não tivesse feito isso!”
Desviei.

- Hahahahahaha – ele riu – Eu não acredito... Você está lendo o meu fluxo de energia sua imprestável duma figa, é por isso que está desviando de todos os meus golpes...

- Você demorou muito tempo para perceber isso... Agora já é tarde demais!

- Não diga besteiras! – ele gritou enquanto corria até mim.

Saltei sobre ele – pousando meus dois pés em seu ombro direito.

- Você já era...

Com toda a minha força e uma grande quantidade de energia concentrada em meu braço direito ataquei sua mão, fazendo um profundo corte em seu pulso e jogando sua espada longe.

- Acho que você não pode mais segurar a espada – falei

Ele agachou – gritando e segurando o pulso – tirou a blusa que vestia e a enrolou ao redor da mão.

- Não irá adiantar – adverti-o – O corte foi profundo demais para conseguir estancar todo o sangue somente com uma blusa. Você precisaria de no mínimo uns sete pontos...

Levantou do chão, rindo novamente.

- Você! – exclamou – Não acredito que terei que usar minha melhor técnica em uma garotinha como você...

Coloquei Tobiume a minha frente – segurando-a com as duas mãos – apreensiva sobre o que ele havia falado.
Fiquei esperando-o avançar até mim e tentar resgatar sua espada, mas ele não o fez. Ao invés disso, levou a mão até a perna – onde mantinha presa uma bolsa parecida com a minha – e de lá tirou uma pequena gaita.

- Você irá pagar pelo que fez! – ele disse levando a gaita até os lábios – E então, depois de me entregar a Estrela Negra, farei picadinho de seu corpo...

Soprou-a levemente, primeiramente fazendo um leve floreado com as notas. Então começou a tocar. Era uma melodia calma e doce, porém fez com que eu me sentisse extremamente aterrorizada. O som invadiu meus ouvidos, fazendo com que todos os meus sentidos se congelassem.
Tentei sair do lugar, mas minhas pernas permaneceram paradas, como se alguém as tivesse pregado ali.

“O que é isso?” – pensei – “Meu corpo... meu corpo não me responde...”

Tentei mover-me novamente.

- Não adianta lutar. Você não tem mais controle sobre seu corpo, somente sobre os seus pensamentos. Quero que largue essa sua maldita espada e me leve até a Estrela Negra!

Minha mão se abriu instantaneamente para deixar Tobiume cair.

“Droga, droga! Eu não posso... não posso... tenho que agüentar... tenho que arrumar um jeito de agüentar...”

- Olhe só – ele debochou – É tão teimosa. Talvez eu precise te dar mais uma ajudinha...

Caminhou lentamente até onde sua espada havia caído e depois de pegá-la voltou-se para mim. Chegou bem perto e sussurrou em meu ouvido.

- Vou devolver o presente...

Levantou a espada e com um rápido movimento cravou-a em meu pulso. A dor veio lívida. Apertei Tobiume com mais força, mas a pressão para abrir a mão duplicou. Pude sentir o sangue escorrer farto por minha mão, mas percebi que ele não vinha somente dali.

“Droga! De onde surgiu esse sangue que está sujando minha blusa?” – pensei

Virei a cabeça, até ficar com os olhos no rumo de meu ombro direito. O ferimento que Ryu tinha desferido antes sobre mim havia se aberto novamente. Senti uma dor fina e aguda. Fechei um olho, sentindo o suor escorrer pela testa. A dor voltou mais forte. Involuntariamente minha mão se abriu e Tobiume caiu a meus pés.

- Muito bem! – ele ironizou – Gosto de garotas obedientes. Agora me mostre onde está escondido o cristal...

Minhas pernas se moveram – sozinhas – caminhando em direção a sala onde a Estrela Negra estava escondida.

“O que estou fazendo?” – gritei em minha cabeça – “Estou levando-o diretamente até ela. Pare, pare, PARE!”

Mas as súplicas feitas por meu pensamento não adiantaram, continuei avançando.
Atrás de mim ele ria, se divertindo por ver meu sofrimento. Estávamos quase na metade do caminho quando escutamos um barulho. Ele parou, fazendo com que eu parasse também. Esperamos durante alguns minutos, porém nada aconteceu. Voltamos a andar e o barulho tornou-se a repetir. Então no minuto seguinte, um vulto irreconhecível estava parado a nossa frente.
Vestia uma longa capa negra que ia até seus pés e cobria seu rosto com uma enorme touca – impossibilitando-nos de ver sua fisionomia.

- O que tem tanta graça aqui para você rir desse jeito? – perguntou ao meu agressor.

Senti-o congelando ao meu lado.

“Essa voz!” – pensei – “Não pode ser...”

Ele avançou até o agressor, que num movimento rápido me jogou a sua frente em uma tentativa desesperada de se proteger. O vulto parou com a espada a poucos centímetros de mim. Durante um logo minuto fiquei esperando que ele me atacasse, mas só o que fez foi dar-me um belo empurrão – me mandando longe.
O agressor virou as costas e correu, porém foi lento demais. O vulto já tinha avançado sobre ele e com uma velocidade sobre-humana e impossível de se acompanhar com os olhos, desferiu-lhe um golpe fazendo em sua costa um corte de fora a fora. Ele caiu no chão com um grito ensurdecedor.

- Não pode ser! Impossível – gritou – Você! – apontou para mim – Eu a quero! Traga- a até mim, ande logo...

Rapidamente fui levantada por uma força que não era minha e minhas pernas começaram a se mover novamente, dessa vez mais depressa.

“O que está acontecendo aqui?” – pensei – “Aquela espada, eu já vi aquela espada em algum lugar... mas não consigo me lembrar onde é que foi! Quem é esse vulto? Quem é... eei, primeiro eu tenho que dar um jeito de voltar ao controle de meu corpo. Mas como? Como eu faço isso?”

Eu estava correndo e pensando, e no minuto seguinte não estava mais.

Estava caída desajeitada no chão, com a mão na coxa. Uma dor insuportável havia surgido de repente – fazendo com que eu não conseguisse mais me mover. Tentei ficar em pé – em vão.
Senti algo úmido escorrendo por mim. Foi só quando tirei a mão da perna que percebi o que havia acontecido. Minha mão estava banhada em sangue. A calça havia sido rasgada na altura da coxa – onde estava aberto um enorme corte – que sangrava constantemente.

- Sua lerda! Sua lesma. Imprestável duma figa – o agressor gritava ainda caído no chão – Você não presta para nada...

Percebi que havia algo ao meu lado.

- Você não pode mais andar – me informou – Eu cortei o tendão que liga todos os nervos da sua perna...

Deu as costas para mim e voltou ao agressor. Num piscar de olhos, sem nem mesmo hesitar, perfurou seu coração. Um último grito pode-se ouvir e então tudo voltou a ficar em silêncio.

“Mas que droga” – pensei – “Minha cabeça está rodopiando devido à perda de muito sangue. Não... não vou agüentar por muito mais tempo. Preciso, não... tenho que dar um jeito!”

Enfiei o dedo no corte, numa tentativa inútil de fazê-lo parar de sangrar. Coloquei todo o peso do corpo na perna esquerda e levantei – sem sucesso. As dores na perna, no ombro e no pulso fizeram com que eu caísse novamente. Olhei ao meu redor, procurando por Tobiume. Rastejei-me até ela.

- Mesmo toda ferida e com uma perda enorme de sangue, ainda quer lutar! É de se admirar o fato de ter sido escolhida para ser uma guardiã...

- Cala a... bo-boca! – falei com dificuldade.

Ele se adiantou e com um salto – como se estivesse flutuando no ar – chegou até mim. Colocou sua mão em meu peito e me empurrou – fazendo com que eu deitasse de costas no chão. Levou suas duas mãos até meu pescoço e abaixou a gola de minha blusa até os ombros, deixando o ferimento a mostra – apertou-o fortemente. Ofeguei.
Durante alguns míseros segundos ficou olhando para meu ombro, como se de qualquer modo aquele ferimento o incomodasse.

Agarrou sua espada e levantou-a acima de minha cabeça.

- Bem, agora é a sua vez!
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That's all folks! :D
Obrigaada por lerem |o|

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Tópico arquivado

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Caso queria colocar novo conteúdo, deverá solicita para mover para área correta e tópico será liberado.

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SamuelCosta
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