Eu fui criado com muito faroeste. Meu pai sempre foi apaixonado pelos clássicos filmes de John Wayne, John Ford, Henry Fonda, Gregory Peck e Howard Hawks. Quando era mais novo, vi vários filmes ao lado dele, com “No Tempo das Diligências”, “Rastros de Ódio”, “Da Terra Nascem os Homens”, “Onde Começa o Inferno”, “Sete Homens e um Destino” e “O Homem que Matou o Facínora”. Tudo bem que eu não devia ter visto tantos filmes “violentos” quando criança, mas meu pai adorava mostrar que o mocinho sempre dava a volta por cima (alguns nem tanto).
Mas quando o Seu Jurandir falava de faroeste, sempre via Clint Eastwood entre os primeiros nomes. Eu vi a trilogia dos dólares dirigida por Sergio Leone pelo menos uma vez por ano. “Por um Punhado de Dólares”, “Por alguns Dólares a Mais” e “Três Homens em Conflito” são clássicos incomensuráveis. É impressionante como a trilogia funciona até hoje. Porém, a trilha sonora composta por Ennio Morricone é o item mais marcante. Aliás, as músicas do Morricone definiram o que seria um bom faroeste.
No final de “Três Homens em Conflito” (conhecido também “O Bom, O Mau e o Feio“), Tuco (o Feio) está buscando freneticamente em um cemitério um túmulo que contém 200.000 dólares em moedas de ouro. Só que existem tantas cruzes no cemitério, que ele fica excitado. Em êxtase. Como se tivesse tomado ecstasy. É aí que entra a genialidade de Ennio Morricone. Ele criou uma das maiores obras de arte do cinema: The Ecstasy of Gold (L’estasi dell’Oro, no italiano, ou O Êxtase do Ouro, em português). A música é apoteótica. Muito força dessa canção é por causa dos corais e da potente voz de Edda Dell’Orso. Veja a cena completa:
A platéia me representou e deu as palmas que o Morricone merecia por essa obra prima.
Fonte: http://cinemacomrapadura.com.br/colunas/acme/299416/the-ecstasy-of-gold-e-uma-das-maiores-obras-de-arte-que-o-cinema-ja-ouviu/
A cena é memorável, a música é memorável, tudo é memorável em Ecstasy of Gold!