Ele aguenta tudo. Por mais extremo que seja. Frio de rachar. Calor do inferno, qualquer coisa. Ele consegue sobreviver até no espaço. O nome desse bicho é meio estranho: tardígrado. Ele é microscópico. Por causa dessa incrível capacidade de resistência, o tardígrado virou objeto de estudos.
Se você estivesse em um foguete, fosse mandado para o espaço e largado por lá, no vácuo, sem roupa de astronauta, o que aconteceria? Em poucos segundos os líquidos do seu corpo ferveriam e seus órgãos explodiriam.
Ainda bem que nunca uma pessoa foi mandada para o espaço nessas condições. E tomara que não seja. Um outro animalzinho não teve a mesma sorte. Ele tem um sistema nervoso, um sistema digestivo, músculos, como você. E ele foi mandado para o espaço em um foguete da Agência Espacial Europeia e largado lá. O mais impressionante: ele sobreviveu.
Como explicar que um ser terrestre sobrevive em condições tão extremas? Tem quem acredite que eles sejam extraterrestres.
No mínimo ele é um super-herói. Capaz de viagens espaciais, ele é o mais resistente dos animais, ele é o incrível tardígrado: o maior dos maiores super-heróis do universo.
E além de tudo, ele tem o superpoder da invisibilidade. Pelo menos para o olho da gente. Ele é tão pequeno que só conseguimos enxergar com um microscópio.
Em um pedaço de musgo qualquer, um bichinho gordo se move lentamente em finas películas de água que envolvem o musgo. Sempre em busca de comida. Isso pode acontecer no quintal da sua casa. Mas como todo super-herói, ele tem um ponto fraco: o tardígrado precisa estar sempre na água. Se ele sai da água, se encolhe todo, se transforma em uma bolinha e entra em uma espécie de estado de hibernação.
Criptobiose: o nome científico desse estado em que ficam os tardígrados quando tão fora da água. É o que explica a professora Clélia Rocha, da Universidade Rural de Pernambuco, ela é especialista em tardígrados.
“Nesse processo, ele consegue desidratar o corpo, fabricar um revestimento extra da cutícula do corpo, e essa desidratação inibe as reações que os levaria a morte.”, explica Clélia Rocha, pesquisadora.
Sem água no corpo, o metabolismo desse super-herói fica muito devagar. É como se ele se fingisse de morto. Dessa forma, ele consegue resistir a temperaturas superiores a 150°. E inferiores a 270º! Ele sobrevive no vácuo, a altíssimos níveis de radiação solar. E foi desse jeito que os tardígrados voltaram inteiros do espaço. É o superpoder da criptobiose.
Para os cientistas, esse é só o começo de uma grande descoberta. Eles esperam que um dia a gente aprenda a usar esse superpoder e assim consiga fazer longas viagens espaciais.
“A gente pode aprofundar essa informação e investigar, exatamente, destrinchar os mecanismos biológicos que fazem com que os tardígrados voltem do espaço e continuem a viver normalmente, para em um futuro, talvez distante, aplicá-la para seres humanos.”, diz Clélia Rocha.
Na Universidade de Manitoba, no Canadá, um grupo de pesquisadores está fazendo um novo estudo.
“A gente quer ir ainda mais longe com as experiências espaciais com os tardígrados”, conta Viridiana Ureña, pesquisadora.
Eles estão construindo um minissatélite, que vai ser lançado no ano que vem. E dessa vez, os cientistas querem que os tardígrados saiam do estado de criptobiose em pleno espaço.
“A gente quer reidratá-los no espaço para ver se eles sobrevivem a longas viagens interplanetárias. Já encontraram vestígios de água em Marte por exemplo. Queremos saber se o tardígrado poderia sobreviver por lá”, afirma Viridiana.
Eles acreditam que os tardígrados possam ser os primeiros animais terrestres a colonizar outro planeta. Por isso tem gente que acha que esses bichinhos provavelmente vieram de lá.
“O que os tardígrados mostram é que é pelo menos possível que a vida sobreviva a uma viagem espacial”, diz o escritor Mike Shaw.
Mike Shaw já escreveu três livros sobre os tardígrados. Ele é um curioso americano, ele busca as evidências sozinho.
Usa como base uma teoria científica bem conhecida, chamada panspermia. Segundo essa teoria, a vida veio do espaço.
“Se você acreditar que tardígrados vieram do espaço, como alguns acham, daí você poderia dizer que toda a vida veio do espaço”, afirma Mike Shaw.
“Talvez a vida nunca tivesse surgido se não existissem os impactos de cometas e meteoros”, diz Douglas Galante, astrônomo.
Esses corpos celestes teriam trazido a vida para cá. Agora, a maioria dos cientistas acha impossível que os tardígrados possam ter vindo em uma dessas viagens.
“Especificamente, no que diz respeito aos tardígrados, tem um registro da história evolutiva dele. Tem registro fóssil e a história está toda documentada de uma existência desenvolvida no planeta Terra.”, diz Clélia Rocha.
Agora, mesmo terráqueo, a relação desse bicho com o universo pode ser uma chave. Olhando para o chão do quintal e para o infinito das galáxias, na busca por entender a riqueza da vida.
Se você estivesse em um foguete, fosse mandado para o espaço e largado por lá, no vácuo, sem roupa de astronauta, o que aconteceria? Em poucos segundos os líquidos do seu corpo ferveriam e seus órgãos explodiriam.
Ainda bem que nunca uma pessoa foi mandada para o espaço nessas condições. E tomara que não seja. Um outro animalzinho não teve a mesma sorte. Ele tem um sistema nervoso, um sistema digestivo, músculos, como você. E ele foi mandado para o espaço em um foguete da Agência Espacial Europeia e largado lá. O mais impressionante: ele sobreviveu.
Como explicar que um ser terrestre sobrevive em condições tão extremas? Tem quem acredite que eles sejam extraterrestres.
No mínimo ele é um super-herói. Capaz de viagens espaciais, ele é o mais resistente dos animais, ele é o incrível tardígrado: o maior dos maiores super-heróis do universo.
E além de tudo, ele tem o superpoder da invisibilidade. Pelo menos para o olho da gente. Ele é tão pequeno que só conseguimos enxergar com um microscópio.
Em um pedaço de musgo qualquer, um bichinho gordo se move lentamente em finas películas de água que envolvem o musgo. Sempre em busca de comida. Isso pode acontecer no quintal da sua casa. Mas como todo super-herói, ele tem um ponto fraco: o tardígrado precisa estar sempre na água. Se ele sai da água, se encolhe todo, se transforma em uma bolinha e entra em uma espécie de estado de hibernação.
Criptobiose: o nome científico desse estado em que ficam os tardígrados quando tão fora da água. É o que explica a professora Clélia Rocha, da Universidade Rural de Pernambuco, ela é especialista em tardígrados.
“Nesse processo, ele consegue desidratar o corpo, fabricar um revestimento extra da cutícula do corpo, e essa desidratação inibe as reações que os levaria a morte.”, explica Clélia Rocha, pesquisadora.
Sem água no corpo, o metabolismo desse super-herói fica muito devagar. É como se ele se fingisse de morto. Dessa forma, ele consegue resistir a temperaturas superiores a 150°. E inferiores a 270º! Ele sobrevive no vácuo, a altíssimos níveis de radiação solar. E foi desse jeito que os tardígrados voltaram inteiros do espaço. É o superpoder da criptobiose.
Para os cientistas, esse é só o começo de uma grande descoberta. Eles esperam que um dia a gente aprenda a usar esse superpoder e assim consiga fazer longas viagens espaciais.
“A gente pode aprofundar essa informação e investigar, exatamente, destrinchar os mecanismos biológicos que fazem com que os tardígrados voltem do espaço e continuem a viver normalmente, para em um futuro, talvez distante, aplicá-la para seres humanos.”, diz Clélia Rocha.
Na Universidade de Manitoba, no Canadá, um grupo de pesquisadores está fazendo um novo estudo.
“A gente quer ir ainda mais longe com as experiências espaciais com os tardígrados”, conta Viridiana Ureña, pesquisadora.
Eles estão construindo um minissatélite, que vai ser lançado no ano que vem. E dessa vez, os cientistas querem que os tardígrados saiam do estado de criptobiose em pleno espaço.
“A gente quer reidratá-los no espaço para ver se eles sobrevivem a longas viagens interplanetárias. Já encontraram vestígios de água em Marte por exemplo. Queremos saber se o tardígrado poderia sobreviver por lá”, afirma Viridiana.
Eles acreditam que os tardígrados possam ser os primeiros animais terrestres a colonizar outro planeta. Por isso tem gente que acha que esses bichinhos provavelmente vieram de lá.
“O que os tardígrados mostram é que é pelo menos possível que a vida sobreviva a uma viagem espacial”, diz o escritor Mike Shaw.
Mike Shaw já escreveu três livros sobre os tardígrados. Ele é um curioso americano, ele busca as evidências sozinho.
Usa como base uma teoria científica bem conhecida, chamada panspermia. Segundo essa teoria, a vida veio do espaço.
“Se você acreditar que tardígrados vieram do espaço, como alguns acham, daí você poderia dizer que toda a vida veio do espaço”, afirma Mike Shaw.
“Talvez a vida nunca tivesse surgido se não existissem os impactos de cometas e meteoros”, diz Douglas Galante, astrônomo.
Esses corpos celestes teriam trazido a vida para cá. Agora, a maioria dos cientistas acha impossível que os tardígrados possam ter vindo em uma dessas viagens.
“Especificamente, no que diz respeito aos tardígrados, tem um registro da história evolutiva dele. Tem registro fóssil e a história está toda documentada de uma existência desenvolvida no planeta Terra.”, diz Clélia Rocha.
Agora, mesmo terráqueo, a relação desse bicho com o universo pode ser uma chave. Olhando para o chão do quintal e para o infinito das galáxias, na busca por entender a riqueza da vida.