[ANTIGO] Omaeda [suspense, ação, drama]

Uma área que antigamente era devastada pela invasão continua dos monstros, mas que teve o destino mudado a partir do momento em que os mais ricos e poderosos governantes a ocuparam. O modo de vida em todo império havia mudado; os ricos eram nada mais que os únicos capazes de acabar com os monstros, se você fosse capaz de derrotar um monstro, você já obtinha grandes direitos. Eram chamados de Lords. Com suas habilidades de controle de energia interna e condição externa eles podiam deixar os monstros brevemente incapacitados, e logo depois executá-los. O numero de monstros, principalmente na parte norte havia caído muito; isso porque o responsável por essa área é Yoshihiro Togashi. Tem fama de rei, dito também como um dos Lords mais inteligentes. A parte Norte então havia se transformado num refugio.

Em frente a uma mercearia se encontra um homem, de roupão e aparente despreocupação, fumando um cigarro. Uma brisa fria passa. Ao horizonte, não tão distante se nota um homem de roupa do cotidiano, porém empunhando uma espada; presa a sua bainha. Esse homem vai se aproximando da mercearia, com passos leves, degradado ao mancar de uma perna machucada. Fica frente ao outro homem. Suspira gradativamente; aparentemente cansado.
-Você não seria o imbecil do Togashi né? –exalta o homem, sem nenhuma sensatez
-Claro. E você bastardo de merda, não deveria me condizer desse modo. Acha que eu tenho que escutá-lo com esse desrespeito? –dizendo com superioridade, e logo inalando o cigarro uma vez e baforando no homem
-Imagino que você acha que eu te chamei aqui para essa brincadeira de ofensas, mas o assunto é mais detalhado - O homem entrega uma correspondência, em nome de Condesa Nakamura; filha mais velha de uma família representante dos monstros – não faço a mínima idéia do que está escrito nessa carta, mas não acho que seja boa coisa
-Hmm, tomara que não seja uma coisa ruim – Togashi suspira, apaga o cigarro e o joga no chão – não vou os deixar interromperem o meu trabalho novamente. Espero que eles entendam que monstros não são boas coisas e que eles estão acabando com o império.
-Mesmo assim, se a coisa ficar preta não quero que você fique nervoso. Temos que agir com sabedoria – O homem então se vira e começa a ir embora.
-Ah!? Você ta com a perna machucada!? – exclama Togashi com aparente surpresa
-Sim, isso foi consequência de uma luta com um monstro. Não fui tão sagaz e acabei me machucando – homem então começa a ir mais depressa, com intuito de deixar Togashi falando sozinho
-Espero que melhore, mas enfim tenho que ir – Togashi vai até um carro que se encontra numa esquina – eu quero ir para casa – grita para o motorista - Não precisa correr, eu não tenho pressa hoje. Se não fizer como eu digo eu desconto do seu salário.

O carro vai em direção a um morro, onde se pode notar uma grande casa em alguns quilômetros. Dentro do carro, Togashi abre a correspondência e começa a ler; “Grande Lord, Yoshihiro Togashi, Espero que não tenha algo errado entre nossa relação. Porém não posso te negar os fatos. Infelizmente nosso contrato será quebrado. Eu e toda a família Nakamura, em conjunto com alguns ‘Monstros’ por intermédio dessa correspondência avisamos que não somos responsáveis pelos atos de alguns, e mais agora uma guerra entre nós pode ser estabelecida. Nós não podemos deixar vocês Lords continuar com esse massacre, porque mesmo fazendo coisas horríveis, os monstros ainda são seres humanos, pessoas com vida. Iremos combater as suas manifestações. Sem mais, Condesa Nakamura Itemi”.

Togashi fica perplexo após sua leitura. Sua pressão fica instável, seu corpo começa a não corresponder e lhe falta ar. Togashi cai desacordado no banco do carro. O motorista vê, e então acelera a velocidade do carro. Chega em pouco tempo na casa do Lord. Uma casa grande, sem pintura nova, uma mansão antiga. O motorista passa pelo portão e pelo jardim, e logo se exalta. Grita e se depara com Togashi desmaiado no banco traseiro. O Motorista o pega pelos braços e adentra na casa. Passa pelo hall de entrada e vai a uma saleta onde se encontra um banco com estofado. Dentro da casa tudo parecia muito antigo, em começar pelos moveis e até a pintura e estrutura.
E então que Togashi acorda. Oferecem-lhe água, porém ele não corresponde; fica em estado de choque. Até que em uma reação Togashi joga o copo de água longe.
-Lord, você deve ficar ai quieto. Você saiu do ar, não deve se exaltar – dizia o motorista preocupado, ao lado de duas empregadas com uma jarra de água e um cobertor
-Não fale nada! – Togashi logo se levanta – prepare o carro, precisamos ir imediatamente para o Oeste!

Diferente da parte Norte, a parte Oeste vivia uma realidade de terror, devastada pela ação dos monstros e sem o controle de Lords. O Grande lar de renegados, como era conhecida, na maior parte do tempo ocorriam brigas e assassinatos, de diversos tipos; sendo todos cruéis e sanguinários. E Yoshihiro era ciente disto.

O Carro de Yoshihiro saia em alta velocidade, por uma estrada nova; até certa parte. Conforme o carro ia se deslocando para o Oeste o cenário ia mudando drasticamente; casas, prédios, carros pegando fogo e morros cedendo. Yoshihiro nem dá muita atenção, se mantêm calado e sem surpresa, enquanto seu motorista fica tenso em olhar aquilo.O Carro passa por uma placa; na qual indicava que já estavam no Oeste.
-Senhor já estamos no Oeste – faz um semblante preocupado – me avise quando estiver no lugar de parar.
-Sim, só peço que vá mais rápido, e não me faça perguntas – Yoshihiro pega um mapa e aponta para um local – é até aqui que vamos, e depois explico o que deve fazer.
-O-OK senhor... só não me peça demais...

Enquanto eles conversavam o carro bate em um grupo de pessoas que entraram na frente. Eles gritam e mostram estar irritados. Yoshihiro abre a porta do carro e sai.
-Mas tu só pode ser louco, né cara? – dizia um dos que estavam ali na frente do carro.
-Vocês que são os loucos... entraram na frente do carro e queriam sair ilesos?
-Mas nós queremos matar vós, sabe, precisamos de um carro.
E então Yoshihiro dá as costas.
-Opa, onde tu pensa que vai? Não te matei ainda.
-Bom, um morreu atropelado, um está chorando sobre o cadáver dele e o outro diz que quer me matar? Vocês são monstros ou um grupo de humanos imbecis?
-Mas isso é obvio, para ter audácia de desafiar um Lord se necessita de poder. E isso nós temos!
-Engraçado saber que sou um lord. Fico lisonjeado com a minha importância para você. Sabe o que eu vou fazer agora né?
-Haha, não me importa, eu tenho poder para te matar!
É então que o outro que estava chorando se levanta e solta uma fumaça pela boca.
-Matar ou Sobreviver? O que será que meu poder vai escolher? De qualquer jeito você vai morrer, HAHAHA!
Enquanto a fumaça não se pareava, o outro se transformava em urso.
-Rwrrrr, agora mesmo tu irá morrer, seu Lord de merda...
E então que Yoshihiro saca duas armas douradas. E as aponta de modo cruzado para a face do monstro que acabará de se transformar em urso e dispara um tiro diferente, que faz a cabeça do monstro se desfazer.
-E vocês chamam essa porcaria de habilidade? Sem o menor esforço, apenas com um pequeno tiro de energia eu posso matar vocês.
O outro se desespera, e a cortiça de fumaça começa a sumir.
-Você ainda vai ouvir falar de mim, Liumi Konashibi!
E o homem some como fumaça.
-Então a habilidade dele escolheu Sobreviver... Interessante esse monstro...

Yoshihiro volta para dentro do carro. O Motorista pensa em fazer uma pergunta, mas se lembra do pedido do Lord. O Carro então sai em disparada. Ao passarem pelos locais, se notava a grande destruição e os cadáveres no chão. Enfim eles chegam numa ponte de madeira, que adentrava um vale abandonado. No fim do vale se notava um barraco de madeira.
-Agora me deixe aqui... pretendo ir lá sozinho. Se precisar de fugir, fuga.
-O-OK Senhor, tome cuidado!
Yoshihiro sai do carro, e começa a se direcionar para o barraco, que se distanciava a mais ou menos um quilometro dali. Ele nota varias armadilhas no chão e nas arvores; que era a maioria no local. Com passos calmos, Yoshihiro chega até o barraco e bate sucessivamente na porta; e fica alguns minutos sem resposta, até que a porta se abre. Não se notava ninguém, e assim ele entra. E logo a porta se fecha. A madeira da estrutura era aparentemente podre, e dos poucos moveis que existia, a cama estava aos pedaços e a mesa e a copa estavam arranhadas. De um canto escuro do barraco ia saindo alguém; uma pessoa velha e de boa aparência, de jaleco vermelho e duas espadas nas costas.
-Estava mesmo na hora de você aparecer. Eu esperava mesmo a sua visita.
O Velho homem vai em direção à Yoshihiro, que se mantém calado.
-Togashi, você não tem direitos sobre o que veio buscar. Aquilo futuramente será selado, e o mínimo que irá fazer é deixar que o próximo sábio eremita possa selar.
Yoshihiro se aproxima do velho e o agarra pelo pescoço o levantando do chão, e assim quebrando o silencio com altas gargalhadas.
-Você, na sua idade, deveria evitar conflitos. Não quero saber de suas intenções com aquilo, só peço que me entregue-o.
-Já te disse que não entrego, você não merece Togashi – soltava a mão de Yoshihiro de seu pescoço – tudo que você sabe sobre manipulação de energia é por minha conseqüência, e você ainda me contesta? Seu bastardo de merda!
-Haha! O modo como me trata é envergonhador, ó Grande mestre simplista, ou diria... Vôvô?
O silencio toma conta, e o Velho desembainha suas espadas, enquanto Yoshihiro pega suas duas armas douradas; um confronto seria inevitável.

Omaeda é uma terra de segredos, mentiras e conflitos; tudo rodava em torno disto. As grandes famílias e famílias de tradição eram os grandes geradores disto. Existem até organizações que lutam contra isso. Yoshihiro pertence a uma família desta; porém de sua família na atualidade só tem ele e mais dois integrantes. Koji Togashi, é avô de Yoshihiro, seu ex-tutor e um grande controlador de energia. Diferente de Yoshihiro, ele não é e nunca foi um lord; e vai contra essa idéia. Ele guarda um legado de sua família, desde tempos primórdios, afim de esse não cair em mãos de lords ou monstros, e espera a vinda de uma pessoa, dita como sacerdote do clímax, de uma lenda, para que esse possa selar esse tal legado para sempre, pois o selo que continha dentro de Koji não era forte o suficiente.

O silencio era desgarradamente quebrado por um tiro da arma de Yoshihiro, no qual acertou em cheio seu avô. Porém a imagem de Koji começa, em meio a uma turbulência, sumir. Yoshihiro percebeu uma mudança da condição natural do local; seu avô estava implantando energia na atmosfera, para assim pode-la modificar do modo como quisesse.
-Exploda grande energia dos céus dourados, ó grande lamentação! Explosão de energia elétrica! – Gritava em contesto Koji, do lado de fora do barraco.

No mesmo instante, após o fim da citação de Koji, o barraco explode, em uma explosão formada basicamente por descargas elétricas. Koji fica em cima de uma arvore a fim de esperar uma futura reação do neto. Eis então que ele aparece, em meio a fumaça, protegido por um anjo de aura branca, de braços cruzados e sem um rosto identificável. Logo o anjo some e Yoshihiro mostra suas armas apontadas para a arvore em uma expressão de ódio.

Nisso vários tiros enérgicos são lançados em Koji. Sem reação, Koji ainda impressionado com a aparição daquele anjo, volta a ocultar sua presença; sua imagem some como antes. Yoshihiro tira de um bolso de sua roupa uma chave com cordão de ouro; Ele começa a girar a chave. Koji percebe uma intrusão de energia na atmosfera; Yoshihiro estaria pra começar a utilizar a técnica de manipulação ali também.

-Como se atreve a me desafiar com a mesma condição de técnica que estou usando? Está ignorando tudo que aprendeu até hoje Togashi? – dizia a voz de Koji, sem uma aparente localidade.
-Eu não seria imbecil para chegar nesse ponto, seu velho tosco. É claro que a condição de técnica é diferente. Alias, acho que a idade começou a te afetar.

Koji em resposta inibe sua localidade, aparecendo em frente a Yoshihiro. Ele ainda permanece com suas espadas em mãos.
-Me parece que usa essa chave para espalhar energia, né? Algo bem sutil se comparado a sua personalidade. Eu prefiro usar minhas espadas. E você deve imaginar porque, não é? – Koji dizia apontava suas espadas.
-Não me importa mais. Suas habilidades são de meu conhecimento, enquanto você não me conhece o suficiente para dizer algo sobre as minhas. Logo, eu te vencerei com essa simples chave – Eis que Yoshihiro para de girar a chave – se quiser reagir aos meus ataques, que me mostre algo novo.

Koji parte para Yoshihiro, em resposta a suas palavras. Ele utiliza uma seqüência de ataques com suas espadas, deixando a sua energia banhá-las, e guiando as laminas apenas por toques. Yoshihiro prevê todos movimentos, e utiliza a chave para rebater as laminas. Então que Yoshihiro para de defender; segura a lamina de uma das espadas de modo que não o afeta, e com a chave acerta seu avô com uma extrema velocidade, e quando toca a energia explode, criando um impulso forte, aparentemente quebrando os ossos de Koji.

-Eu sinceramente não queria que acontecesse deste modo, mas você mesmo impôs a condição de combate – dizia Yoshihiro, segurando o corpo de seu avô que ia caindo – agora, não há outra importância em te dar misericórdia. “E com uma certeza demoníaca, eu liberto! Selo de intolerância divina, se livre deste corpo e alma e libere o segredo”

Após ditar essas palavras, uma arma, de aparência futurística, aparece saindo de Koji Togashi. Uma arma de fogo que tem seu cano feito uma lamina e é de cor prata. Yoshihiro a pega, e começa a voltar de onde veio, ao caminho de seu motorista. Koji Togashi estava estirado no chão, e com aparência morta.

Yoshihiro entra no carro e não diz uma palavra, apenas que quer voltar para casa. Yoshihiro começa a se lembrar do passado. Vem imagens em sua mente dele e de seu avô treinando, e o semblante de felicidade dos dois. Logo uma repentina mudança de pensamento acontece. Yoshihiro pensa na imagem de um homem, quase idêntico a ele, mas de cabelos vermelhos. Essa imagem fica em sua mente até que eles chegam no Norte; já em casa.

Seu motorista e ele entram, e se deparam com o mesmo homem que aparecerá nos pensamentos de Yoshihiro. Ele tinha uma mesma aparência e até usava roupas iguais, pois também era um lord, mas seu cabelo era ruivo, enquanto Yoshihiro tinha cabelos negros.

-Nossa, mas que merda você hein? Estávamos aqui há muito tempo apenas esperando sua presença. Agora, pare de ficar moscando ai e vamos entrar logo, existe uma reunião lá dentro formada – dizia o homem de cabelos ruivos, idêntico a Yoshihiro.
-Mas que? Quem mais está ai? E qual motivo logo você está aqui? – o semblante de Yoshihiro era de surpresa, ao ver tal homem.
-Você realmente é uma pessoa burra. Estou dizendo que é uma reunião, formada pelos Lords, a par de discutir a carta que recebemos –explicava o mesmo homem a Yoshihiro – então, vamos logo, não temos tanto tempo para decidir o que fazer.
-E vocês receberam também? Achei que apenas eu tinha recebido – Yoshihiro fica decepcionado.
-Mas meu irmãozinho é um tolo, é claro que não seria só você... Todos lords receberam, mas minha carta ainda teve uma declaração de amor, HAHA morra de inveja! – dizia o homem, que se apresentava como irmão de Yoshihiro.
-Hã? Perdeu o respeito comigo né? Seu imbecil. Já que essa reunião é tão importante, vamos logo então, Shin.

Yoshihiro deixa seu motorista estacionando o carro, enquanto entra em casa com seu irmão;