Estudar a dignidade moral de Kant traz muitas reflexões, eu provavelmente morrerei antes de refletir sobre tudo a respeito. Mas, antes de morrer, trago-vos uma interessante provocação: você faz porque é correto, ou porque Deus está te olhando? Ou ainda, você deixa de fazer o errado por ser errado, ou porque Deus castiga? Se você é ateu, ou, caso tenha pensado deste ponto de vista, deve estar pensando: "Mas se eu não crer em Deus, como essa filosofia se aplica a mim?", e é muito simples. Não necessariamente as pessoas agem por causa de uma figura como Deus, mas por causa dos pais, da família, dos amigos, da sociedade politicamente correta e etc.
Kant traz uma provocação sobre Moral. Moral são seus valores internos, formada pelos seus princípios. Ora pois, diz Kant, se eu não ajo baseado em meus princípios morais (deixando a Ética de lado), que tipo de pessoa eu sou? É muito comum que as pessoas cresçam assim. Eu, por exemplo, ouvia dos meus pais o seguinte: "Não pode fazer isto, Deus castiga"; "Deus está olhando"; "Faças tal, pois a Deus agradará"; oras, parece-me, nos, inicialmente, algo bonito. Mas há um outro lado aí, que é muitas vezes o acarretar na perda de valores morais, ou ignorância desses. "Eu vou ajudar o senhor a subir a escada, porque Deus está olhando e mais tarde me recompensará!", num exemplo onde age-se interesseiramente; "Melhor não fazer isso, Deus está olhando", num exemplo onde não se faz porque se fizer será punido.
Eu devo salientar que isto não é nenhuma crítica (embora eu tenha muitas a fazer) à religião, igreja ou à própria religiosidade em si (eu sou religioso), estou falando de um fato. Quando pessoas, comprovadamente, deixam de fazer coisas erradas porque se fizessem seriam punidas, ou fazem coisas esperando uma recompensa, temos aí um lixo de ser humano, um ser humano sem moral. Este mesmo tipo de ser humano, quando é ateu (ou não, já que há religiosos que o fazem), e fica sozinho, faz algo errado, já que não será punido, é a própria definição de imoral.
Mário Sérgio Cortella costuma dizer que a ocasião não faz o ladrão, ela apenas o revela! Isto está muito correto, porque ser um ser humano justo, digno, é agir corretamente independentemente das circunstâncias. Infelizmente, vivemos em uma sociedade que cria seres humanos assim, imorais. Muitos pais ensinam que se fizer tal coisa, a polícia prende, ou eles batem, e criamos um paralelo entre a ação e a punição. É por isso que quando não serão punidas as pessoas fazem o errado, porque não lhes foi dada estrutura moral. Isto se encaixa tanto na questão de religiosidade, onde pessoas podem (não se sinta atingido por generalização, pois não estou generalizando) muitas vezes agir somente de acordo com a conveniência da figura superior, quanto em outros âmbitos, onde podem agir somente porque seriam punidas se não o fizessem, e etc.
Por fim, a provocação é esta: você age por si mesmo, ou por causa das consequências? Fazer o certo ou errado, para você, depende respectivamente de ser punido ou não e ser recompensado ou não? Você já foi assim no passado? Eu já fui, até meus 15 para 16 anos ao menos. Mesmo dentro da minha religião, ensinaram-me muito mais sobre a ira de Deus que pairaria sobre mim se eu errasse, do que o amor incondicional de Jesus. É por isso que também, nesta idade, eu aprontava quando sabia que não seria punido. Falando de mim, desenvolvi moral, conceitos próprios, na faixa de idade de 15/16 anos. Cansei-me de, nesta idade, só deixar de fazer algo porque Deus estaria olhando, e me envergonhava muito de pensar assim. Felizmente, eu amadureci.
Espero comentários.
Kant traz uma provocação sobre Moral. Moral são seus valores internos, formada pelos seus princípios. Ora pois, diz Kant, se eu não ajo baseado em meus princípios morais (deixando a Ética de lado), que tipo de pessoa eu sou? É muito comum que as pessoas cresçam assim. Eu, por exemplo, ouvia dos meus pais o seguinte: "Não pode fazer isto, Deus castiga"; "Deus está olhando"; "Faças tal, pois a Deus agradará"; oras, parece-me, nos, inicialmente, algo bonito. Mas há um outro lado aí, que é muitas vezes o acarretar na perda de valores morais, ou ignorância desses. "Eu vou ajudar o senhor a subir a escada, porque Deus está olhando e mais tarde me recompensará!", num exemplo onde age-se interesseiramente; "Melhor não fazer isso, Deus está olhando", num exemplo onde não se faz porque se fizer será punido.
Eu devo salientar que isto não é nenhuma crítica (embora eu tenha muitas a fazer) à religião, igreja ou à própria religiosidade em si (eu sou religioso), estou falando de um fato. Quando pessoas, comprovadamente, deixam de fazer coisas erradas porque se fizessem seriam punidas, ou fazem coisas esperando uma recompensa, temos aí um lixo de ser humano, um ser humano sem moral. Este mesmo tipo de ser humano, quando é ateu (ou não, já que há religiosos que o fazem), e fica sozinho, faz algo errado, já que não será punido, é a própria definição de imoral.
Mário Sérgio Cortella costuma dizer que a ocasião não faz o ladrão, ela apenas o revela! Isto está muito correto, porque ser um ser humano justo, digno, é agir corretamente independentemente das circunstâncias. Infelizmente, vivemos em uma sociedade que cria seres humanos assim, imorais. Muitos pais ensinam que se fizer tal coisa, a polícia prende, ou eles batem, e criamos um paralelo entre a ação e a punição. É por isso que quando não serão punidas as pessoas fazem o errado, porque não lhes foi dada estrutura moral. Isto se encaixa tanto na questão de religiosidade, onde pessoas podem (não se sinta atingido por generalização, pois não estou generalizando) muitas vezes agir somente de acordo com a conveniência da figura superior, quanto em outros âmbitos, onde podem agir somente porque seriam punidas se não o fizessem, e etc.
Por fim, a provocação é esta: você age por si mesmo, ou por causa das consequências? Fazer o certo ou errado, para você, depende respectivamente de ser punido ou não e ser recompensado ou não? Você já foi assim no passado? Eu já fui, até meus 15 para 16 anos ao menos. Mesmo dentro da minha religião, ensinaram-me muito mais sobre a ira de Deus que pairaria sobre mim se eu errasse, do que o amor incondicional de Jesus. É por isso que também, nesta idade, eu aprontava quando sabia que não seria punido. Falando de mim, desenvolvi moral, conceitos próprios, na faixa de idade de 15/16 anos. Cansei-me de, nesta idade, só deixar de fazer algo porque Deus estaria olhando, e me envergonhava muito de pensar assim. Felizmente, eu amadureci.
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