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Kant vs Religião/Cristianismo

5 participantes

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Todas as vezes que o assunto é religião/religiosidade, fala-se das vantagens que essas têm para a sociedade. Muitos creem que a religião ajuda fundamentalmente a formação moral do indivíduo e a ética da sociedade, e que sem ela as coisas se complicariam neste aspecto. Mas venho apresentar o contraditório.

Kant, provavelmente o maior formador moral da história da Filosofia, sucintamente, elaborou a seguinte frase: 

"Haja de tal maneira, a pretender pela vontade, que sua conduta possa ser a de qualquer um"

Esta frase quer dizer que, o que quer que você faça, deverá fazer da maneira que gostaria que fizessem para você. Ou seja, se você dá aula, deve dar aula de modo que, se fosse aluno, gostaria da aula que você mesmo deu; se você é governador, deverá governar de maneira que, se fosse cidadão comum, gostaria do seu próprio governo, e daí por diante. Ou seja, isto vale para qualquer um, em qualquer que seja a situação. O mais interessante é que, se excluíssemos alguma religião, como o cristianismo, Kant também nos ajudaria. E por quê? 

Cristo disse: "Amai ao próximo como a ti mesmo", e esta frase foi e continua sendo usada mundialmente, motivo que leva várias pessoas a achar a religião fundamental. Mas, se você seguir a ideia de Kant, ele diz exatamente a mesma coisa: qualquer coisa que for fazer, faça de maneira que você mesmo gostaria, ou seja, "não faça com os outros o que não quer que façam com você", "seja a mudança que você quer ver acontecer" e etc. Se você gostaria de ter familiares que agissem de tal forma, agirá assim, o mesmo vale para relacionamentos diversos, comportamento no geral e etc. 

Portanto, o que é que você pensa disso? O estudo de filósofos como Kant mostra ou não mostra que o mundo sem religião poderia ter a mesma base moral, ou até mais forte, bastando propagar este tipo de conhecimento? Filósofos como Aristóteles, Platão, Kant, Nietzsche, Russeau e outros sempre mostraram que dá para formar-se um ser de forte moral sem a presença da religião ou figuras religiosas.

Enfim, o que pensam disto?

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Pra mim filósofos como esses e nosso querido "pai da filosofia" Sócrates
poderiam ter tanta influencia quanto outros.

Eu acho que como eu disse em outro tópico, o homem é um ser que tem
necessidade de seguir ou venerar algo maior que ele e por isso eles
seguem a religião tão firmemente, mais se no caso seguissem a esses
filósofos seus ideais seriam conservados.

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Depende de qual religião e da base central da moral em relação a sociedade.

Esse assunto já foi diversas vezes discutido. É só da uma olhada nos ensinamentos de Cristo e os mandamentos de Deus.

1. Não adore outros deuses; Adore somente a mim

2. Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão

3. Lembra-te do dia do Sábado para santificá-lo

4. Honra teu pai e tua mãe

5. Não assassinarás

6. Não cometerás adultério

7. Não roubarás

8. Não levantarás falso testemunho

9. Não desejar a mulher do próximo

10. Não cobiçar as coisas alheias

Se você ou qualquer um acha que esses mandamentos são ruins, eu não sei o que é bom. É só estudar filosofia moral vai ver que isso é possível sim. Mas com menos chances, até porque, sem esses Mandamentos, quem eles/a sociedade iriam obedecer de forma honesta? aí que está. O que Kant disse é plausível, mais é fácil você ver algum(ns) falando a(s) mesma(s) coisa(s) que Cristo, até porque antes Dele não teve ninguém.

Sócrates, Platão, Aristóteles, todos eles são exemplos disso, não eram psicopatas só por não terem religião. Se fosse pra apostar em que(m) seria melhor para a base moral objetiva/perfeita, o Cristianismo pra mim é melhor.

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@The Terceiro

Levantaste um ponto interessante. Veja bem, não é que os mandamentos são ruins, o problema é a incapacidade das pessoas de relativizar, e é por este motivo que elas não aprenderam a fazer tal coisa: por causa de ensinamentos ditados. Quando sua mãe te repreendeu pela primeira vez por pegar algo dos outros, ela te disse que se você pegasse iria apanhar, ou que não era para pegar, porque seria errado? Acredite, isto tem uma enorme diferença. Se eu relativizo a moral Kantiana por exemplo, eu irei aprender que há coisas que eu não devo fazer, e que não farei independentemente do que me aconteça! Já, se eu não relativizar o ensinamento de Cristo, coisas que muitos fazem, eu terei dois problemas:

O primeiro: "Não cobiçarás a mulher do próximo" - Ótimo, já que eu só não devo cobiçar a mulher do próximo, posso cobiçar todo o resto, o carro dele, as filhas, o homem do próximo, o dinheiro e etc, afinal, o ensinamento só me diz para não cobiçar a mulher dele!

O segundo: "Se eu sigo o ensinamento como está lá, sem margem para interpretação, então devo seguir todo o resto do livro ao pé da letra" - Ótimo, temos então os Islâmicos seguindo exatamente o que o Alcorão manda. Não preciso te dizer o resultado disso, certo?

Então, o problema não é este. Jesus foi o cara, eu mesmo sou religioso, mas é muita bondade dele para pouca inteligência humana. Há um tempo eu fiz este tópico: Provocações Filosóficas - Você faz porque é certo, ou porque Deus está olhando?, e ele narra isto. Vivemos em uma sociedade majoritariamente AMORAL, significa que ela não tem moral própria! Lembra do que eu te perguntei ali em cima? Pois bem, mães dessa sociedade não ensinam o filho a não roubar dizendo que é errado, ensinam a não roubar porque Deus castiga! Ensina-o a fazer o bem porque Deus recompensará posteriormente! Entende?

Se você olhar na própria Bíblia, vai ver que Deus mesmo não se agrada nada nada com isto! Se lembra dos sacrifícios? As pessoas pecavam, depois ofereciam o animal mais belo na oferenda ao senhor, e eram perdoadas. Acontece que elas começaram a planejar os pecados, já sabendo que se oferecessem algo depois, iriam se safar, e foi por este motivo que Deus aboliu a oferenda a ele. Ninguém gosta de um povo amoral, que não faz de coração, que não pensa sozinho, que não se compadece pelo outro, e faz o que faz porque "Deus está vendo". Isto é ridículo!

Por isto a proposta de educar a sociedade sem a presença de figuras religiosas, evitando desta forma todos os contras da religião/religiosidade, entende?

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Não, porque os filósofos não são tão conhecidos como Jesus e muitos os consideram loucos. Por mais que seria legal poderem entender o real sentido das frases deles, as pessoas acham mais fácil um "Deus disse que é assim e pronto" do que interpretar e colocar em sua vida.

Os filósofos existem bem antes de Cristo e nunca tiveram a popularidade de tal. É só ir em qualquer casa pelo mundo afora que você considera mais "precária" e perguntar quem é Jesus logo depois quem é Kant (ou o oposto) e terá o resultado. Nem mesmo eu o conhecia, e olha que eu adoro informações e conhecimento! Até mesmo em casas "abundantes" se percebe que pouco se conhece sobre os filósofos. Jesus é mais popular e sem contar que por mais que alguns evitem o errado por medo do futuro pós-morte, eu acho que fugindo do erro já é alguma coisa. Não que seja o correto, porque em Deus e Jesus nós precisamos fazer por amor e vontade (claro que a maioria que começa nesse "porque não quero ir pro inferno" termina num "porque amo Deus").

Por mais que seja a favor de ir em busca de conhecimento e informação, a maioria se contenta com um "porque Deus quis assim", o que pra mim não faz diferença a pessoa escolher uma das alternativas acima, desde que ela siga o que é certo.

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@Kakau

Então você ta querendo dizer que o problema é as pessoas e não os Mandamentos. Exato, foi isso o que eu disse também mas de forma implícita.

Pelo que vejo, você fez uma exemplificação de como a má interpretação pode prejudicar a prática, isso é correto, porém, o que eu estou levantando é o fato de que sem uma base moral objetiva/perfeita o relativismo moral ou até o lance de "Tudo é permitido" prevalecerão. O problema em si é que o indivíduo algumas vezes entende os mandamentos/A Palavra de forma errada, literal, de uma forma em que alguns líderes religiosos dizem, traduções errôneas e por aí vai.

A própria situação da humanidade ao longo dos tempos já deixa claro que a religião muitas das vezes pode ser algo controlador e perigoso. Agora, Deus e Jesus não criaram nenhuma religião, eles só disseram o que aconteceu, acontece e o que acontecerá por meio de Sua Palavra (Bíblia Sagrada). O indivíduo tem que possuir um bom conhecimento da Bíblia, ler todos os contextos, entender a linguagem, ver as referências, procurar saber se aquela tradução é de fato correta e etc.

Deus sempre condenou a religiosidade. Ele condenou a religiosidade do povo de Israel. O capítulo primeiro do livro de Isaías retrata bem este costume do povo. “Não consigo suportar suas assembléias cheias de iniqüidade.” (Isaías 1.13). Através do profeta Amós Deus também alertou o povo o quanto estavam tão envolvidos na religiosidade, e se esqueciam da pratica da justiça e da retidão. “Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembléias solenes.” (Amós 5.21) e Etc.

Aí você me pergunta se é possível educar a sociedade sem a presença de figuras religiosas, evitando destas formas todos os contras da religião/religiosidade? com certeza, foi isso que eu já respondi, a filosofia moral esta aí pra isso. O que eu disse foi que é preciso uma base moral certeira pra sustentar toda a humanidade, pois algumas pessoas são relativistas, isso é ruim, sempre relativizando e descartando o pensamento divino. Eu mesmo não sou religioso fervoroso, sou apenas um seguidor de Cristo.

descriptionKant vs Religião/Cristianismo EmptyRe: Kant vs Religião/Cristianismo

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@Kel G

Sim, mas não crê que isto é fruto do desinteresse? Se pegarmos, a filosofia surge desde a Grécia antiga, quando os Dórius fundaram Esparta, e ali já nasceram os primeiro filósofos. Nossa, Grécia foi berço do conhecimento, Tales (do Teorema de Tales), Heráclito, Pitágoras (do teorema e Pitágoras), e por assim foi, sem falar que certas correntes se perpetuaram em histórias muito além. Socrátes ensinou Platão, que ensinou Aristóteles, que foi mentor de Alexandre Magno (o Grande), já na queda das cidades-estados gregas, então pense bem: daria ou não daria para perpetuar estes costumes? 

Buda também teve enorme influência, mas veja que os efeitos são totalmente diferentes, justamente porque agiu-se de outro modo. 

Por fim, o problema não é a religiosidade, e sim a supremacia desta sobre os valores morais. Eu acredito que só Deus deveria tirar vidas, mas numa discussão sobre aborto, a lógica me faz pensar que devem ter esse direito, e isto tudo baseado em meus valores morais. Isto se chama não ser "cegado" pela religião, e creio que por isto é que talvez fosse melhor termos uma base moral mais forte que a religião.

Ah sim, não se esqueça de que os Gregos tinham muito mais deuses do que nós, em uma mitologia muito mais "fantasiosa" do que nós, e nem por isso perdiam a razão da moral. 

@The Terceiro

Entendo agora, e concordo na maior parte. Mas aí, surge um outro problema: se as pessoas não são capazes de fazer a distinção do literal e do metafórico na Bíblia, Alcorão e etc, qual é o passo delas? Procurarem quem entenda, e é aí que temos líderes religiosos as manipulando através de tal, escolhendo de forma conveniente o que deve ser interpretado de forma literal e o que não deve, o que deve ser abolido do antigo testamento da Bíblia e o que não deve. De qualquer forma, não seria um grande problema?

Citaram que Kant é "complicado", então eu pergunto: mais que a Bíblia? Porque até hoje não há consenso geral, nem mesmo mínimo em razão da população mundial, enquanto Kant pode ser debatido através da lógica. Nietzsche, Aristóteles, Russeau, são todos difíceis de interpretar, mas não são impossíveis. Mas e a Bíblia? Você coloca 100 líderes religiosos juntos, e vai ter um nível de discordância sem igual. Agora coloque 100 professores de Filosofia, e garanto que haverá consenso! 

O que estou dizendo é que, talvez, não devamos olhar para o quanto a Bíblia é boa ou o porquê de interpretarem errado, e sim pensar que os danos causados por essa má interpretação são muito mais impactantes que o restante.

Afinal, Jesus é adorado, Jesus trouxe coisas super boas para a terra, mas isto não muda consequências diversas, como os milhões que morreram e continuam morrendo por causa da religião. É esta a reflexão que eu queria fazer.

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Kakau escreveu:
@Kel G

Sim, mas não crê que isto é fruto do desinteresse? Se pegarmos, a filosofia surge desde a Grécia antiga, quando os Dórius fundaram Esparta, e ali já nasceram os primeiro filósofos. Nossa, Grécia foi berço do conhecimento, Tales (do Teorema de Tales), Heráclito, Pitágoras (do teorema e Pitágoras), e por assim foi, sem falar que certas correntes se perpetuaram em histórias muito além. Socrátes ensinou Platão, que ensinou Aristóteles, que foi mentor de Alexandre Magno (o Grande), já na queda das cidades-estados gregas, então pense bem: daria ou não daria para perpetuar estes costumes? 

Buda também teve enorme influência, mas veja que os efeitos são totalmente diferentes, justamente porque agiu-se de outro modo. 

Por fim, o problema não é a religiosidade, e sim a supremacia desta sobre os valores morais. Eu acredito que só Deus deveria tirar vidas, mas numa discussão sobre aborto, a lógica me faz pensar que devem ter esse direito, e isto tudo baseado em meus valores morais. Isto se chama não ser "cegado" pela religião, e creio que por isto é que talvez fosse melhor termos uma base moral mais forte que a religião.

Ah sim, não se esqueça de que os Gregos tinham muito mais deuses do que nós, em uma mitologia muito mais "fantasiosa" do que nós, e nem por isso perdiam a razão da moral. 

@The Terceiro

Entendo agora, e concordo na maior parte. Mas aí, surge um outro problema: se as pessoas não são capazes de fazer a distinção do literal e do metafórico na Bíblia, Alcorão e etc, qual é o passo delas? Procurarem quem entenda, e é aí que temos líderes religiosos as manipulando através de tal, escolhendo de forma conveniente o que deve ser interpretado de forma literal e o que não deve, o que deve ser abolido do antigo testamento da Bíblia e o que não deve. De qualquer forma, não seria um grande problema?

Citaram que Kant é "complicado", então eu pergunto: mais que a Bíblia? Porque até hoje não há consenso geral, nem mesmo mínimo em razão da população mundial, enquanto Kant pode ser debatido através da lógica. Nietzsche, Aristóteles, Russeau, são todos difíceis de interpretar, mas não são impossíveis. Mas e a Bíblia? Você coloca 100 líderes religiosos juntos, e vai ter um nível de discordância sem igual. Agora coloque 100 professores de Filosofia, e garanto que haverá consenso! 

O que estou dizendo é que, talvez, não devamos olhar para o quanto a Bíblia é boa ou o porquê de interpretarem errado, e sim pensar que os danos causados por essa má interpretação são muito mais impactantes que o restante.

Afinal, Jesus é adorado, Jesus trouxe coisas super boas para a terra, mas isto não muda consequências diversas, como os milhões que morreram e continuam morrendo por causa da religião. É esta a reflexão que eu queria fazer.

E no caso disso ter ocorrido, qual seria essa base moral? A Kantiana?

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@Kel G

Isso seria complexo de se responder, mas eu acredito que sim! Até hoje ele é o principal pensador da moral, explicando a diferença entre desejo e vontade, a razão ao escolher ir contra as pulsões naturais, que são nossos instintos. De qualquer forma, sendo a Kantiana ou não, as pessoas iriam refletir sobre isso. Platão, Aristóteles e Nietzsche são alguns dos que provavelmente entrariam ainda, já que falaríamos então de Ética também.

Eu acredito que novos nomes tomariam o lugar. Por exemplo, durante o Iluminismo no Século XVIII, a principal força opositora à "revolução" da ciência era a Igreja Católica, e quem a combateu? Filósofos! Voltaire, Russeau, Montesquieu e etc, ou seja, a reflexão está presente durante toda a história, tentando sobrepor a razão em cima de crenças que controlam o povo.

Portanto, se seria Kant aquele que prevaleceria como pensador moral de maior potência, não sei, mas tenho certeza que ele seria uma das bases, como é até o dia de hoje.

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@Kakau

Outra questão levantada, qual seria a forma correta de interpretar a Bíblia?

– Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia.

– Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante.

– Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.

– Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente.

– Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado.

– Ler o texto em todas as traduções possíveis – antigas e modernas.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.

– Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.

– O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de “achismos”).

– Aprender a ler cuidadosamente o texto e fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por exemplo:

a) – Quem escreveu?

b) – Qual o tempo e o lugar em que escreveu?

c) – Por que escreveu?

d) – A quem se dirigia o escritor?

e) – O que o autor queria dizer

- Maturidade Espiritual

O homem espiritual, segundo Paulo, é o crente que tem capacidade de julgar, de discernir, de compreender todas as verdades espirituais. O crente maduro sabe se comportar frente aos desafios que a interpretação bíblica requer.

Etc.

É exatamente essa a causa da discordância dos religiosos a respeito da Palavra. É difícil e cansativo fazer isso. Não é como a Filosofia em que na maior parte, não emprega sentidos não-literais. Matemática, Filosofia e etc são áreas em que basta um raciocínio lógico de acordo com os fatos que a concordância entre os outros será facilmente alcançável.

A Bíblia é assim, em alguns contextos o sentido metafórico, simbólico e literal é presente.

Aí você diz que você quer dizer que as consequências da religiosidade são bem ruins e piores do que as restantes. Aí que esta novamente, isso acontece por uma causa, é exatamente pelo entendimento errôneo que alguns têm a respeito de sua crença, eu sei bem quais foram essas consequências, mas também sei que se não fosse por esse sustento moral, quem dirá que o mundo seria melhor? ninguém pode falar que só porque alguns entendem a verdadeira moral sem religiosidade e querem a seguir, que todo mundo vai obedecer também.

Se você acha que a religião é um conto de fadas, não acredite. Mas se o cristianismo é a verdade – como penso que é – temos que acreditar nele independente das consequências. É o que as pessoas racionais fazem, elas acreditam na verdade.

Se eu proibir a minha filha de sair com garoto drogado todo errado, ela irá ficar imensamente triste comigo e possivelmente ficará deprimida de tamanha tristeza, mas, só porque isso vai acontecer eu não devo seguir a verdade/fazer o correto? não esta claro que os Mandamentos de Cristo e de Deus são bons? sim, porém, existem pessoas que se aproveitam da verdade para controlar outras usando uma distorção. O problema não é a verdade, o problema é a mentira.

Última edição por The Terceiro em Seg 08 Ago 2016, 12:54, editado 1 vez(es)

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@Kakau
Ah sei lá, achei esses argumentos do @The Terceiro mais convincentes
E SE começassem a relativizar os ideais Kantianos ao seu favor? Desde sempre a sociedade nunca foi moral, antes dos filósofos, antes de Jesus e continua hoje. Eu não vejo nada impedindo criarem uma forma de "cegarem" as pessoas com os ideais de Kant também.

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@The Terceiro e @Kel G

Terceiro, primeiramente, parabéns pela boa escrita.

Veja bem, conheço a causa das discordâncias entre os próprios religiosos no que concerne à interpretação bíblica, e é justamente por isto que eu critiquei a religião, já que, pelas diferentes interpretações alegadas, as pessoas se separam, deixam de se unir, são manipuladas, causam preconceito, discriminam e até cometem atrocidades. Isto é cansativo? Claro que é, mas também não insinue que é este o motivo principal. Mesmo pessoas que passam a vida inteira estudando a Bíblia discordam entre si, então não é que a Bíblia "é difícil de ser interpretada", ela simplesmente é aberta a um mundo de interpretações, e isto explica o motivo de jamais ter havido consenso, e que jamais haverá. É aqui que nasce o problema abordado no tópico.

Agora, entrando também no argumento do Kel G, não se pode compará-la com a Filosofia num todo. Só para você entender, no Século XVIII ela era considerada um dos ramos da Filosofia, que é vasta. Eu tenho questões na filosofia que não são nada complexas, e tenho outras que competem com Física Quântica.

Também, não podemos compará-la com matemática, matemática é exatidão, não tem segredos, por isso é o coração de "EXATAS". Agora, pegue "A ilusão da Verdade", de Friedrich Nietzsche, e tente colocar exatidão nisso. Ou, pegue o Imperativo Categórico de Kant, e enfim.

Eu falei de uma parte específica da Filosofia, que é a construção moral individual, que em grande número faria a Ética da sociedade. Isto pode ser relativizado, @Kel G? Não exatamente, a moral Kantiana DEVE ser relativizada. Mas, o que é que isto que dizer? Que, diferente da religião, que muitas vezes impõe ditados que fogem ao bom senso, a Moral Kantiana não nos obrigaria a isto, e, portanto, jamais teríamos problemas como massacres, discriminações e etc. Vocês me entendem agora? 

Agora, quanto à "mentira", aí é outra questão. A sociedade precisa de armas para se defender, mas as armas às vezes são usadas para matar inocentes. Então, o que se faz? Controla-se, para que isso seja evitado. Entretanto, se foge ao controle, então os cidadãos são desarmados, e é este o ponto. Faz-se o necessário, e os ensinamentos de Cristo serem bons MUDA o fato de que a religião causou e causa tanta dor? Não muda, então uma alternativa que só carregue os prós, sem trazer os contras, seria viável, e lógica.

Para terminar, todos sabem seguir o bom senso sem a religião precisar ensinar. O próprio apóstolo Paulo, em uma das cartas que chamamos epístolas, diz algo que é usado como exemplo na própria filosofia: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém", ou seja, posso fazer tudo, porque sou livre para fazer, mas não devo fazer tudo, porque nem tudo é certo que se faça. Ou seja, tem alguma forma de relativizar isto para o mau? Não, não tem, se alguém fizer será conscientemente, ou seja, ele continua tendo interpretado corretamente.

Enfim, os ensinamentos de Cristo são um ponto positivo da religião, a questão é que a religião traz muitos males com ela. Então, se eu posso colocar a sociedade sob outros pilares SEM a ajuda da religião, eu evitaria os males que a religião traz, é este o ponto.

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@Kakau

"Haja de tal maneira, a pretender pela vontade, que sua conduta possa ser a de qualquer um"

Um homem bomba não se importaria de que alguém se explodisse no evento em que ele participa.

É nesse ponto que eu quero chegar. Por N motivos uma pessoa poderia se revoltar com tudo e todos e não seguir os ideais Kantianos.

Como você acha que surgiu o ateísmo? Uma pessoa percebeu que todos a Cristo seguiam sem nem mesmo saber o porque e apenas seguiam fielmente os ideias do Cristianismo. Essa determinada pessoa resolveu "se revoltar" e não crer mais apresentando motivos para tal. Até aqui só existia um único ateu, mas ele resolveu passar as suas crenças, e logo uma pessoa mais influenciável ou revoltada com Deus, ou sei lá qual motivo resolver seguir aquilo, e foi esse ciclo foi se seguindo! Da mesma forma ocorre o "cegamento".

Ué, a bíblia era perfeita, não tinha nenhuma "falha", igual os ideais Kantianos. Até que alguém encontrou algumas (ou várias), mesmo que não verdadeiras. Entende one quero chegar

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@Kel G

Meu caro, mas a ideia é usar a base moral para diminuir atrocidades, você pode ter certeza que elas não se anulariam em nenhum caso. Pessoas que cometessem terrorismo sem participar de qualquer religião existiriam, como existem hoje. Não confunda o que eu disse, a ideia é amenizar, é ter uma opção melhor, não é criar a sociedade perfeita, isto é impossível.

Quanto ao Ateísmo, engana-se também. Não, a Bíblia sempre foi interpretativa, a questão é que povos do mundo começaram a nascer isoladamente, crendo em coisas diferentes, muitos sem conhecer qualquer caminho religioso e etc, isto é claro, partindo do ponto de vista racional. Mas, seu pensamento se adequaria à grécia antiga. Lá, achava-se que a chuva eram deuses chorando, que tempestades eram deuses se revoltando (como Poseidon) e etc, até que começaram a tentar encontrar explicações mais lógicas, e então muitas crenças começaram a cair. Mas isto se aplica a deuses específicos, crenças específicas e etc.

Agora, a moral Kantiana não é algo que pode ser "desacreditada", ela não dá ensinamentos ditados, ela fala o óbvio, que todos sabem, e prova por A + B que é o correto. Não tem como "desacreditar" nisto, tem como relativizar. "Seja o tipo de pessoa que você gostaria de conhecer", "Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você", "Seja um exemplo para os outros" e etc. Está vendo? Não se trata de crença, meu amigo!

Agora, quer relativizar isto? Kant diz que você não deveria mentir em nenhuma hipótese, certo? Mas imagine que você é um Judeu, bate um general Nazista à sua porta e pergunta se você tem filhos. Você poderia mentir, dizer que não, mas ao invés disso, já que você não gostaria que mentissem para você, você não mente para o general, conta onde estão seus filhos e eles irão para o forno porque você não soube mentir. Parece uma história ridícula? Sim, porque é! Não é só porque seguimos uma moral que não somos capazes de relativizar as situações, por isso eu digo e repito: a moral Kantiana só realça o bom senso do ser humano, ao contrário da religião que dá ordens que muitas vezes vai contra nosso próprio bom senso!

Por fim, Kant nasceu no Século XVII, e até agora nada do que ele diz é algo rebatido, assim como Filósofos que nasceram antes de Cristo. Isto porque Filosofia é lógica, é razão e racional, não se trata de crença. E tudo aquilo quanto é lógico, não pode ser desfeito.

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@Kakau

Seria uma boa ideia sim, mas ao meu ver a sociedade iria logo estar como está hoje. Talvez demorasse mais um pouco, mas chegaria sim.

É igual uma frase que ouvi / vi / li em algum lugar: "O ser humano é corruptível!".
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