Jogo de aventura de Fumito Ueda, criador de 'Shadow of the Colossus', teve produção conturbada, foi quase cancelado e mudou de plataforma, mas enfim vê a luz do dia no final de 2016.
Videogames também têm a sua dose de drama pessoal, e não estou falando daquela personagem que se sacrifica no final do jogo — ou do seu arquivo de progresso que, poxa, trava bem antes da luta contra o último chefe.
Nesta terça-feira (6) enfim vê a luz do dia "The Last Guardian", um dos games mais esperados dos últimos anos e cuja trajetória, assim como "Fallout 4", "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain" e "Final Fantasy XV", foi marcada por especulações, ciclos turbulentos de trabalho e muita, mas muita espera.
E para o japonês Fumito Ueda, diretor e game designer de "The Last Guardian", seu novo jogo fala de uma palavra que olha, não poderia ser mais apropriada aos fãs depois de tanto tempo: "perdão".
"Há um relacionamento que vai se construindo entre o jogador e Trico e ele nem sempre é bom, despreocupado e alegre. Perdão é uma característica importante. Mas você realmente precisa sentir por conta própria para entender o sentimento que estou comentando", diz Ueda em curta entrevista ao G1, por e-mail. Sim Ueda-san, experimentar um pedacinho dessas sensações é o que muita gente quer há quase uma década.
Acredite e confie
Mas por que tanta ansiedade? É amigo, a mente do devoto é uma coisa complexa. Passaram-se 7 anos desde que "The Last Guardian" foi revelado ao mundo, na feira de games E3 2009, e mais de 9 anos desde o início da produção. E do princípio ele provoca o brilho no olhar dos fãs de PlayStation na esperança de mais um trabalho brilhante de Ueda, homem por trás de dois dos mais unânimes clássicos modernos: "Ico" (2001) e "Shadow of the Colossus" (2005), jogos de uma sensibilidade rara até hoje nos videogames.
"The Last Guardian" segue a aventura de um jovem garoto ao lado de Trico, uma misteriosa criatura que lembra o cruzamento de um grifo com um gatíneo fofo. A dupla precisa trabalhar junta para coordenar suas ações e solucionar quebra-cabeças em um mundo místico, delicado e atmosférico — justamente o pedigree que Ueda mostrou manjar bem nos seus outros títulos. Mas o plano era perfeito demais.
Porém, na conferência da empresa na E3 2015, "The Last Guardian" ressurgiu como uma fênix ao lado do remake de "Final Fantasy VII" e "Shenmue 3". A plataforma seria o PS4, e não mais o PS3, e a data de lançamento um vago 2016, mas que agora, depois de um novo adiamento de setembro para dezembro (é preciso honrar as tradições), está mais concreta do que nunca.
Hora do show
Ueda diz que está nervoso e animado para o lançamento do jogo, mas que conseguiu se manter em dia com os games mais recentes "para estudos pessoais e meu crescimento". "Recentemente, tenho passado bastante tempo jogando 'Dragon Quest Builders' e 'Inside'", ele conta. Também comenta um pouco de suas emoções durante o projeto:
'The Last Guardian' é um game muito único, assim como 'Shadow of the Colossus' e 'Ico'. Meu maior medo é não saber se ele será aceito tanto por jogadores antigos como novatos. Mas minha motivação foi criar o game que eu queria jogar e que eu imaginava que os outros também gostariam. Estou ansioso para receber opiniões".
Modesto ou não, Ueda é responsável por experiências marcantes, usadas como alguns dos melhores exemplos de arte nos videogames. Teria sido essa a grande dificuldade de "The Last Guardian"? Será que o novo de Ueda é o "Ulisses" japonês?
"Nunca estive consciente ou vi meu trabalho necessariamente como arte. Entretanto, fico muito honrado em você me dizer isso, obrigado. Há uma porção de coisas que só podem ser feitas usando os videogames como forma de mídia, e quero continuar perseguindo essas coisas".
FONTE: g1
Santa demora, Batman!