[Recomende um livro] Castelo de areia Castelo-de-areia
Castelo de Areia

Difícil entender que certas amizades sejam excludentes. Mas parece que é assim. Ninguém pode ser meu amigo se for amigo de meu inimigo.
Menalton Braff, Castelo de Areia, pág. 36.

Os livros infantojuvenis e young-adults que abordam temas afins à diversidade de gênero e à sexualidade são cada vez mais comuns. Muitas editoras tem apostado nesse segmento, se é que possamos chamar de segmento. Mas não é difícil encontrar pelas livrarias títulos como Dois Garotos se Beijando ou Garoto encontra Garoto, de David Levithan, One Man Guy, de Michael Barakiva, Aristóteles e Dante Descobrem o Segredo do Universo, de Benjamin Alire Sáenz, entre outros. Bom, a temática já está chegando às livrarias e é constantemente discutida na blogosfera, mas e nas escolas, em que pé está essa abordagem?

Foi justamente por propor essa discussão inerente à fase do amadurecimento e descobertas, que resolvi ler Castelo de Areia, de Menalton Braff. O livro é um paradidático infantojuvenil lançado como parte da coleção Veredas, da editora Moderna, com recomendação para leitores do 8° e 9° do Ensino Fundamental. Sabendo disso, minha leitura e avaliação da obra foram pautadas nesse contexto, e devo dizer que o livro cumpre o que propõe. É informativo, sem ser pedante. É poético, sem fugir da realidade.

O livro começa com o adolescente Ricardo se mudando com sua família para uma cidade no interior. O pai dele é gerente de banco e a família já está acostumada com as transferências. Assim, mais uma vez Ricardo precisa enfrentar o primeiro dia de aula em uma escola nova onde não conhece ninguém. É então que ele conhece Arnaldo, um colega de sua turma do primeiro ano do ensino médio, que se mostra bem receptivo e prestativo. Ambos desenvolvem uma forte amizade e então acompanhamos os dois em vários passeios pela cidade, estudos em grupo, brincadeiras e tudo mais comum à vida de um adolescente que vive no interior.

À medida que acompanhamos o desenrolar da trama, o autor (Menalton Braff) vai nos mostrando os dramas característicos dessa fase, com um acréscimo: a homossexualidade. Ricardo aos poucos percebe que está apaixonado por Arnaldo que, apesar de muito atencioso e carinhoso com o amigo, nutre um sentimento pela amiga Dolores. E surge então uma espécie de triângulo amoroso, através do qual o autor tece uma trama que discute com os alunos-leitores temas comuns ao dia a dia deles, desde o primeiro amor até à rebeldia injustificada. Contudo, o principal ponto tocado por Menalton é a aceitação das diferenças. Nesse aspecto, um dos garotos narra:
A verdade é que todos nós somos diferentes uns dos outros. Se a gente começa a observar, vai descobrir que a figura e o comportamento de cada um têm suas peculiaridades. Ninguém é clone de ninguém. (Pág. 15)

A narrativa se alterna entre os capítulos, ora na voz de Ricardo, ora na de Arnaldo. E aqui o autor usa um artifício muito interessante para nos aproximar dos sentimentos das personagens. Enquanto Ricardo vai passando pelo turbilhão de emoções e descobrindo a si mesmo, sua narrativa o acompanha e se torna também confusa. Ponto para o autor. Outra sensação que tive é que já vi esse enredo em algum lugar, e não me surpreende, talvez conheça alguém que tenha passado por isso. O triângulo amoroso vivido pelos adolescentes me lembrou muito também do enredo do filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, que por sinal é indicado no material de apoio que acompanha o livro. Outras sugestões de filmes do encarte são o longa francês Tomboy e o curta nacional Quito.

Como dito, Castelo de Areia é uma novela direcionada a um público adolescente e tem como principal objetivo levar para as salas de aula discussões a respeito da homossexualidade e suas implicações na fase da adolescência. Nesse contexto, o livro cumpre bem o seu papel, mas não se restringe a isso. Em tempos como agora, quando o tema é exposto cosmopolitamente com opiniões e posicionamentos tão diversos, o livro se soma ao rol de obras que abordam o tema de forma positiva e conscientizadora. Vale conferir.

Minha opinião: um livro que fui obrigado a lê para fazer uma prova e eu acabei gostando, mostra um menino que não é machista e nem preconceituoso, mesmo não sendo homossexual e o seu amigo dizendo que o ama, ele não o desprezou e nem deixou de ser o seu amigo. Ricardo ao chegar a escola, respondeu a chamada do professor e todos riram pelo seu sotaque diferente, sotaque carioca, mas Arnaldo que estava ao seu lado o explicou porque todos riram e no final acabaram se tornando amigos, até que depois de algum tempo nasce uma paixão incontrolável de Arnaldo por Ricardo, mas ele tinha medo de dizer ao amigo, todos já haviam percebido isso, todos já haviam avisado ao Ricardo que Arnaldo o amava, só que sempre Ricardo pensava com sua inocência que isso era um absurdo, Ricardo amava Dolores (os dois eram namorados) e a família dos dois eram muito amigos.

Até que um dia Arnaldo confessa a Ricardo que o ama, Ricardo passa perto de um desmaio, um piripaque, aí depois ele conversam, e Ricardo acaba dizendo que o seu amor é da Dolores, agora se querem saber o que acontece? Leia o Livro.

Imagem Ilustrativa de Ricardo, Arnaldo e Dolores :


Livro recomendo pelo @Goku Black