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descriptionNarcissu — O Sétimo Andar EmptyNarcissu — O Sétimo Andar

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...Em um dia cegamente brilhante...
...Naquele mesmo dia de inverno...


- Primavera de 1996: Setsumi -


"De fato, minha saúde nunca foi particularmente boa. Mesmo assim, eu ainda era capaz de frequentar a escola primária — como qualquer outra pessoa. Nas férias de verão, eu podia brincar até o Sol queimar a minha pele. Foi em Junho, logo depois que eu entrei no ginásio. Foi pouco antes das provas do meio do ano. Foi no dia depois que eu pedi um traje de banho para o verão. Esse foi o primeiro dia em que fui internada no hospital. Era um dia frio, chuvoso e desagradável. Em meio ao alvo céu chuvoso. No início, meus colegas vinham me ver todos os dias. Quando eu estava fora do hospital, eles vinham brincar nos finais de semana. Mas isso foi apenas no começo. O outono chegou, e logo, o inverno. Fui internada, e posteriormente liberada; fiz alguns exames, e fui internada novamente... Haviam pessoas na minha sala que eu chamava de amigos. Antes que eu pudesse tomar ciência do que estava acontecendo, eles se tornaram meros conhecidos. E depois, desconhecidos. À cada virada das estações do ano, parecia que eu era apagada de suas mentes."


— "Acho que eles... Não gostam de me ver. Se você tem uma vida normal, você não precisa de alguém como eu nela... Por isso... Eles me apagaram de suas vidas... Eu passei por todos esses meses sob aquele branco céu nublado, sem precisar falar com ninguém... Meu livro de inglês está intocado desde as provas semestrais do primeiro ano... Era como se... Até o tempo tivesse parado para mim..."

Narcissu — O Sétimo Andar Prologue_01

descriptionNarcissu — O Sétimo Andar EmptyRe: Narcissu — O Sétimo Andar

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Oito anos depois

— Começo do verão de 2004: protagonista —

Verão. O suor escorria pela minha testa. Estávamos todos olhando atentamente para o painel eletrônico. Este centro de provas era muito avançado; a exibição era computadorizada. Os LEDs começaram a se acender. Ficamos todos torcendo para ver nossos próprios números. Cerca de 80% dos LEDs se acenderam. Meu número estava entre eles.

Peguei o trem para casa. Era uma hora silenciosa do dia, o transporte barulhento e oscilante estava praticamente vazio. Na minha mão esquerda, o manual de condutor que peguei há pouco tempo. No meu bolso, junto ao peito, minha novíssima carteira de motorista.

"Então agora eu sou um motorista também..."

Tentei sussurrar como se fosse uma coisa profunda, mas não cheguei a me exaltar tanto assim. Eu não tinha nenhuma razão em particular para querer dirigir. Não era como se eu tivesse qualquer outro motivo para fazer a prova... Eu estava apenas fazendo o que todos os meus amigos estavam fazendo.

Naquela noite...

Eu disse aos meus pais que havia passado na prova. Eles me deram um simples: "Parabéns".

Eu tentei pedir o carro emprestado, só para ver o que aconteceria. Eles apenas me disseram: "Agora não".

Eu não esperava outra coisa. Foi uma resposta totalmente previsível. É assim que os meus pais são.

No dia seguinte, eu acordei com uma dor insuportável no peito, tão ruim que eu fui de imediato ao hospital. Eu não estava tão familiarizado com o local naquele momento. Houve uma longa espera para ser atendido. Uma bem longa e tediosa. Quando pensei que os exames finalmente haviam terminado, eles me chamaram para tirar algumas radiografias e fazer exames de sangue.

Em seguida, houve outra longa, longa espera... Sem perceber, quando já havia lido três edições da "Jump" e estava prestes a ler a quarta... Eles vieram e me levaram embora. Minha novíssima carteira de motorista ainda estava no bolso do meu peito.

Aparentemente, eu não teria a chance de usá-la tão cedo...

descriptionNarcissu — O Sétimo Andar EmptyRe: Narcissu — O Sétimo Andar

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— Outono de 2004: protagonista —

Era a época do ano em que as cigarras finalmente se aquietavam. Eu estava no hospital, para variar. Claro, eu não fiquei durante todo o verão. O ciclo de voltar e ser dispensado se repetiu várias vezes. Passei pela minha primeira cirurgia no mês passado. Eles me deram alta depois, mas eu ainda tive que voltar muitas vezes. Felizmente, eram apenas cinco minutos de mobilete. E assim o ciclo continuou: internação, alta, testes, reinternação, e tudo se repetia assiduamente... Mesmo sem saber o que significava palavras como "PET"  e "Iressa", antes que eu pudesse dar conta, o ciclo continuou por meses.

Meu apetite diminuiu, ao passo que os medicamentos que eu deveria tomar não paravam de aumentar. Eu mesmo percebi que meu corpo estava ficando mais fraco. Minhas pernas pareciam estar murchando. Mas era tudo real. Eu me pesava, e a agulha da balança me dizia que não era minha imaginação. Ainda sim... De alguma forma, eu não me desesperei. Era como se eu estivesse vendo isso acontecer com outra pessoa. Como se fosse apenas uma cena de algum filme de televisão. Eu era incapaz de entender o que estava acontecendo com meu corpo de repente. Eu ainda não havia compreendido que as mudanças eram reais. Por isso, embora aquilo realmente estivesse acontecendo, ainda assim, eu me observava de uma posição distante e desinteressada.

Era um dia de inverno. Era a época do ano em que as decorações de Natal são desmontadas. Eles me deixaram ir para casa no Ano-Novo. Foi apenas uma coisa temporária, mas foi uma mudança bem-vinda. Cheguei em casa no meio do granizo e da chuva forte. Por alguma razão, minha família inteira estava lá para me receber. Meus pais sempre foram quietos e distantes, mas hoje eles me cumprimentaram com sorrisos e gargalhadas, embora forçados. Minha irmã sempre foi uma barraqueira, mas hoje ele fez o meu prato favorito: ensopado de camarão frito. Nós nos sentamos ao redor do kotatsu. Ela descascou uma laranja para mim. Eu fiquei comovido por ser tratado com toda essa gentileza falsa.

Foi então que eu comecei a perceber. Minha carteira de motorista, ainda no meu bolso, sequer foi usada... Suspeitei que sabia o destino que a aguardava. Ainda cercado de sorrisos forçados... Pensava sobre essas coisas, da mesma maneira calma, vaga e distante de antes, como um mero espectador.



— Janeiro de 2005 —

Voltei para o hospital no Ano-Novo. Pela primeira vez, eu não voltei direto para o quarto andar. Em vez disso, fui levado para uma sala diferente — uma sala de reunião. Meu pai estava comigo e um médico estava nesta sala. Eles falaram de mim. Sem escolha, eu apenas escutei. Acontece que isso é o que eles chamam de "anúncio". O médico levou muito tempo para explicar tudo, usando um monte de palavras difíceis no processo. Aquilo tudo apontava, pelo que parecia, para a minha morte.

"Sei..."

Eu não consegui achar palavras para dizer. Esse foi o único som que fiz durante todo o tempo em que estive naquela sala. Aparentemente, aquela foi uma resposta boa o suficiente. O médico pegou uma caneta e começou a escrever. As formalidades desta giravam em torno da minha admissão ao setor de internação. O médico mudou o tema para as formalidades. Meu pai fez o mesmo. E quanto a mim, tudo que eu podia fazer era permanecer sentado e ficar maravilhado com a eficiência do processo.

Eles me mudaram do quarto andar para o sétimo, e de um quarto de seis leitos para um particular. O sétimo andar era diferentes dos demais em vários aspectos. O chão brilhava, o teto era maior, e os quartos mais espaçosos do que antes. Os quartos eram agradáveis e limpos, com janelas amplas destinadas a maximizar a iluminação natural. Mas essas janelas não foram projetadas para serem abertas. Quando empurradas até o máximo, a abertura ainda era tão estreita que eu não poderia nem mesmo passar a minha cabeça por ela. Uma outra coisa era diferente: a cor das pulseiras de identificação dos pacientes. Eu estava usando uma dessas desde que fui admitido pela primeira vez no hospital. Elas eram apenas tiras de plástico com o nome do paciente e o tipo sanguíneo escrito nelas. A minha anterior era azul. Esta era branca. Essa foi a minha apresentação ao sétimo andar: tetos altos, pulseiras brancas e janelas que só abriam cerca de 15 centímetros. Ainda era a época do ano em que tudo que se passava na TV eram chatos programas festivos. Isso, de certa forma, foi como eu acabei conhecendo ela...
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