Você sabe que não é tão simples, Dani. Os desejos contidos em nossa mente nos definem. Nós chamamos isso de ego. Nosso ego nos diz o que merecemos na vida. De acordo com a busca pela felicidade, nós identificamos objetos de gratificação, como o carro, o trabalho, o cônjuge, os amigos. Isso forma anexos. Quanto mais nos debruçarmos sobre um objeto de gratificação, a maior parte de nosso significado total de felicidade se liga a ele. É assim que às vezes chegamos ao amor profundo: dizendo — "eu não posso viver sem você e coisa e tal". Isso pode levar a um estado lunático ou fanático.
Chamamos esse apego de "amor", isto é, em uma linguagem usual. Isso é baseado na expectativa de gratificação futura. Quando as gratificações esperadas não surgem, nos sentimos traídos, decepcionados. Isso leva ao ódio.
Por outro lado, quando ajudamos um estranho, um animal, ou damos valor a um sem-teto na rua, sabemos que nenhum ganho virá desta nossa ação. Isso é misericórdia, compaixão. Esse é o amor universal. Todos nós temos que definir o valor do altruísmo por nós mesmos, entre idas e vindas, e fazer um julgamento — sobre o que "complementa" a felicidade, o egoísmo ou o altruísmo. O mundo não pode nos ensinar isso, todos nós temos que aprender isso por conta própria.
Dito tudo isso: tomo a escolha de abster-me de escolher um lado. Seria tolice, afinal de contas, geraria um "paradoxo" em relação ao meu "pensar" (cosmovisão).