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descriptionTradição nórdica e metafísica EmptyTradição nórdica e metafísica

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A tradição nórdica, referida muitas vezes como heathenismo, não é um chamado do paganismo ou politeísmo, mas — como em todas as tradições válidas — é uma metafísica; pois a mitologia contém a doutrina eterna na linguagem universal dos símbolos que foi recebida pela Revelação Divina. Tal, pois, como dizem, é uma fonte não-humana, explica as semelhanças em muitas tradições secundárias e línguas encontradas em diferentes culturas; também está escrito que os hiperbóreos, ou pessoas do extremo norte, foram os primeiros a ter fundado a tradição e, posteriormente, espalhado o conhecimento para os territórios do sul —  como a Índia e a Suméria. É de se lamentar, no entanto, que o cristianismo tentou o melhor possível para destruir todos os remanescentes de tradições anteriores, dos quais o comportamento destrutivo os europeus sofreram mais e, desta forma, nenhum relato completo e sistemático da doutrina do Norte tem sido transmitida aos tempos modernos. Sobrevivendo ainda em seu estado fragmentado, a mitologia nórdica pode ser suficientemente interpretada pelo sábio que, sozinho em sua mais absoluta certeza — está plenamente qualificado para entender o seu significado. Infelizmente, muitos danos foram causados ​​por inúmeras fraudes, especialmente por um lado, dentro de círculos ocultistas, a Ordem Hermética da Aurora Dourada, a Sociedade Teosófica, o Espiritismo e outros sistemas.


A Árvore da Vida e a Árvore do Poder, também conhecida como a Árvore do Conhecimento do bem e do mal, ambas ligadas e referenciadas em relação ao Paraíso Celestial e Temporal, respectivamente, é universal em todas as tradições, mas, no norueguês, é conhecida como Yggdrasil: a árvore de cinzas. Nela estão colocados vários graus ou centros de consciência, cujo número varia de três, seis — até doze esferas, mas, na maioria, são sete em número, assim como as sagradas esferas planetárias e os chakras hindus. Mesmo nos outros casos, os números adicionais não são mais do que multiplicações que refletem uma polaridade masculina-feminina de certos estágios elementares — o que nos leva de volta ao septenário. Assim, no que diz respeito à Árvore do Mundo Nórdico, o número alinhado ao Eixo Mundial vertical só pode ser sete, mas, dado as duas colunas, podemos chegar a um número mais próximo de nove, dez ou mais — se Mannheim entrar na equação —, este último representa o mundo estritamente material — não tendo nada a ver com a iniciação.

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No que diz respeito aos nórdicos, estes dividiram as quatro eras: Era do Machado, Era da Espada, Era do Vento e Era do Lobo, e da qual são claras as castas a que correspondem: segue-se que os próprios mitos estão profundamente enraizados a Era da Espada ou Era do Guerreiro; adequadamente, pois só depois da queda da primeira era, ou idade dos deuses, essa iniciação se tornou necessária para restaurar o estado primordial. E esse é o foco principal do lore como nós vemos na Primeira Guerra — onde um guerreiro estava sendo iniciado. Gullveig (deusa obcecada pelo ouro) foi queimada três vezes no Salão de Hor e três vezes ressuscitada. Aqui o ouro é tomado para significar a perfeição divina, o objetivo da grande obra, em vez do metal em si; e Hor sabemos ser um anão, cuja casa está em montanhas (rochosas), o lugar em que os ritos sagrados são realizados. A partir disso, pode-se afirmar que o heathenismo deriva seu nome das três ressuscitações de Gullveig, que, assim, se tornou uma vidente, e assumiu o nome Heith, ou Heid (A Brilhante). Ela é, como Sophia, a Senhora dos Heróis, intercambiável com Freya/Freia, de quem se diz que, depois da guerra de Asgard, foi reconstruída por um gigante que pede sua recompensa: o Sol e a lua, bem como Freya/Freia por sua noiva. O simbolismo é sinônimo da Grande Obra Hermética envolvendo Sol, Luna/Lua e o Casamento Sagrado. Da tarefa em si, segue-se que Loki foi forçado a adiar o trabalho dos gigantes por meio de um truque — para que a obra não fosse terminada no tempo em que os deuses exigiam, rompendo, assim, o juramento que foi feito entre os deuses e os gigantes. E isso traz outro simbolismo complexo que reflete os diferentes aspectos do sagrado e do temporal. Mas, para discutir esse significado, devemos primeiro olhar mais de perto o termo pagão e sua conexão com a lareira sacrificial.

O significado do termo pagão é, em primeiro lugar e acima de tudo, de etnicidade, pertencente a uma nação e, portanto, sedentário. Tal é contrastado com o termo hebraico, que significa passar — no sentido de um peregrino em oposição ao colonizador. O heathenismo, sendo assim, pareceria ser aplicável a uma mudança nas civilizações do móvel ao sedentário e, consequentemente, uma ligeira alteração da doutrina tradicional; de acordo com a idade. Por outro lado, o hebraico deve ser considerado como "Hebron", que significa comunidade, aliança — que era a residência do Rei Davi e a casa favorita de Abraão. Ele, portanto, tem o mesmo significado de civilização sedentária: assim como "Heathen".

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A tudo isso não pode haver dúvidas, mas o que  tem sido uma questão é a própria natureza dos mundos, seus nomes e sua ordem hierárquica na árvore. Central para essa questão, há uma preocupação importante envolvendo uma afirmação bastante curioso apoiada por Evola (que foi um filósofo esotérico, escritor, pintor, dadaista e poeta italiano do século XX), onde as tradições ocidentais, supostamente, mantiveram a primazia do fogo sobre o ar; no entanto, não acho que esse seja o caso fora de certos círculos ocultos. A fonte dessa confusão, além disso, pode ser rastreada até Platão e Empédocles que, mesmo antes de sua(s) época(s), a doutrina grega estava, em sua grande parte, perdida e devastada. Platão, que só reconheceu quatro elementos, inverteu a ordem do fogo e do ar, ou melhor, enumerou os elementos em ordem hierárquica e não a ordem de sua produção. O fogo é um elemento ascendente, enquanto o ar assume uma extensão horizontal, sendo o fogo oposto à água, e o ar neutro e intermediário entre os dois. Encontro-me relutante em mencionar comparações com os elementos naturais, no entanto, o fogo não pode queimar sem ar, portanto, este último deve ter surgido antes do primeiro. Em todas as doutrinas tradicionais, o ar é o primeiro elemento diferenciado, falado por sua conexão com o vento ou o sopro da vida. É o movimento, por excelência, que causou a queda.

Mesmo assim, temos outra causa confusão no próprio mito, segundo o qual o calor de Muspelheim fez o gelo de Niflheim derreter e cair, formando, assim, a substância venenosa. A partir dessa substância brotou Ymir, o gigante — cujo sacrifício fez com que o mundo e todos os seres vivos fossem produzidos, e de cujo sangue correu um grande dilúvio: matando quase todos os gigantes existentes. Agora, deve ter sido a partir desse conto que Snorri (um baita de um historiador), que foi largamente entregue ao materialismo, a pensar que Muspelheim foi o primeiro mundo a ser produzido. E isso também pode ser o motivo pelo qual Evola pensou que estava em conexão com a pátria original — Hyperborea —, que, na verdade, se os elementos de ar e fogo pudessem ser invertidos, também seria sensato mudar os mundos ou reinos correspondentes, e a partir do qual obtemos Muspelheim, já no centro, combinando com Sol. Mas, novamente, isso seria um grave erro.

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Verdadeiramente, Muspelheim é a esfera mais alta abaixo da porta solar que diretamente diz respeito à manifestação, mas, com um adendo: na medida em que ser o primeiro mundo produzido não tem nenhuma base metafísica. Além disso, eitr não é éter como é pensado por alguns, mas sim o sêmen que contém a alma viva, assim descrita como a fonte da raiva; é semelhante ao ovo da serpente ou ovo do mundo — e assim conectado com o ar ou a atmosfera. De fato... Estamos falando das formas sutis dos elementos e não dos próprios materiais físicos.

Em vista disso, resisto ao impulso de alterar a ordem tradicional dos elementos, que são listados a seguir: terra, água, fogo, ar, éter, de onde o ser é então absorvido pela mente pura e,  finalmente, o Ponto Supremo. Naturalmente, esses correspondem com as respectivas esferas planetárias e reinos que reconstruo abaixo:

1. Luna/Lua | Midgard (Reino e Tribunal do Meio);
2. Mercúrio | Niflheim (Reino dos Gigantes de Gelo);
3. Vênus | Muspelheim (Reino dos Gigantes de Fogo) & Helheim/Helgardh (Reino dos Mortos);
4. Sol | Jotunheim (Reino dos Gigantes de Rocha) & Vindheim (Reino do Vento ou do Ar);
5. Marte | Lysalfheim (Reino dos Elfos de Luz) & Svartalfheim/Svartálfar (Reino dos Anões ou Elfos Escuros);
6. Júpiter | Vanaheim (Reino dos Vanir);
7. Saturno | Asgard (Tribunal dos Æsir).

Última edição por Irenicus em Seg 21 Ago - 23:20, editado 1 vez(es)

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Muito bom! E o que deixou melhor foi ter citado Evola!

Mais adiante, recomendo que aborde o sistema racialista dentro do paganismo nórdico.
Essa OST me lembrou The Witcher -- talvez seja --. Combinou!
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