A concepção budista do "eu" é um aspecto muito mal interpretado dos componentes filosóficos da religião.
O termo sânscrito é anatta — "não eu". De acordo com o budismo, não existe uma "alma" ou uma identidade permanente que persista sem mudanças. Isso pode atrapalhar as pessoas quando se trata de uma iniciativa intuitivamente errada. Pois, claro, eu existo! Claramente o Otirra está experimentando as coisas!
A questão é que o budismo não ensina que não há ninguém experimentando as coisas — ele ensina que não há pessoas imutáveis e persistentes que experimentam essas coisas. O budismo ensina a doutrina da originação dependente, na qual tudo depende de outras coisas para existir — não existe uma coisa independente e autosustentável que possa ser identificada como um ser.
Fenomenologicamente, há também uma dificuldade em encontrar o eu. Quando eu pergunto "Quem é você"? O que acontece? Você pode responder que você é um estudante, um taxista ou um filósofo. Mas essas são ocupações, não o eu. Então, eu pergunto novamente, quem é você? Você pode responder que você é um niilista ou um anarquista (por que não? xD); você é um brasileiro; você é um humano. Mas, novamente, isso não é quem você é. Você se liga a essas identidades, mas não é você. Talvez você diga que você está em um momento feliz ou triste, ou que está irritado com as minhas perguntas: mas isso ainda não é você.
Assim, o eu, de acordo com o budismo, pode ser visto como uma espécie de fenômeno "emergente" que é mantido em existência em virtude das condições existentes. Retire as condições — e o eu desaparece. O eu não pode ser preso. Não pode estar localizado em alguma glândula no cérebro. Não persiste através da mudança. É uma série de diferentes experiências, sempre ganhando e perdendo componentes.
Mas isso não significa que o budismo seja antiessencialista. Em vez disso, o processo do eu exige cinco "skandhas":
Forma (corpo), Sensação (sentimento), Percepção (identificação), Formações mentais (hábitos e disposições) e Consciência (a percepção/discernimento que liga tudo). O eu, então, é um subproduto — um fenômeno emergente desses agregados (skandhas).
Em outras palavras, o budismo não nega a existência de um loci de experiência, em vez disso, nega que exista qualquer identidade que corresponda a este loci.
Um ponto interessante e adicional é que algumas escolas do budismo veem a compaixão como um ato de "remover o eu da equação". Compaixão é o ato de perceber que não existem entidades separadas e independentes.
O termo sânscrito é anatta — "não eu". De acordo com o budismo, não existe uma "alma" ou uma identidade permanente que persista sem mudanças. Isso pode atrapalhar as pessoas quando se trata de uma iniciativa intuitivamente errada. Pois, claro, eu existo! Claramente o Otirra está experimentando as coisas!
A questão é que o budismo não ensina que não há ninguém experimentando as coisas — ele ensina que não há pessoas imutáveis e persistentes que experimentam essas coisas. O budismo ensina a doutrina da originação dependente, na qual tudo depende de outras coisas para existir — não existe uma coisa independente e autosustentável que possa ser identificada como um ser.
Fenomenologicamente, há também uma dificuldade em encontrar o eu. Quando eu pergunto "Quem é você"? O que acontece? Você pode responder que você é um estudante, um taxista ou um filósofo. Mas essas são ocupações, não o eu. Então, eu pergunto novamente, quem é você? Você pode responder que você é um niilista ou um anarquista (por que não? xD); você é um brasileiro; você é um humano. Mas, novamente, isso não é quem você é. Você se liga a essas identidades, mas não é você. Talvez você diga que você está em um momento feliz ou triste, ou que está irritado com as minhas perguntas: mas isso ainda não é você.
Assim, o eu, de acordo com o budismo, pode ser visto como uma espécie de fenômeno "emergente" que é mantido em existência em virtude das condições existentes. Retire as condições — e o eu desaparece. O eu não pode ser preso. Não pode estar localizado em alguma glândula no cérebro. Não persiste através da mudança. É uma série de diferentes experiências, sempre ganhando e perdendo componentes.
Mas isso não significa que o budismo seja antiessencialista. Em vez disso, o processo do eu exige cinco "skandhas":
Forma (corpo), Sensação (sentimento), Percepção (identificação), Formações mentais (hábitos e disposições) e Consciência (a percepção/discernimento que liga tudo). O eu, então, é um subproduto — um fenômeno emergente desses agregados (skandhas).
Em outras palavras, o budismo não nega a existência de um loci de experiência, em vez disso, nega que exista qualquer identidade que corresponda a este loci.
Um ponto interessante e adicional é que algumas escolas do budismo veem a compaixão como um ato de "remover o eu da equação". Compaixão é o ato de perceber que não existem entidades separadas e independentes.