Richard Dawkins escreveu:Steve Grand comenta que nós mesmos parecemos mais com uma onda do que com algo duradouro. Ele convida o leitor a “pensar numa experiência da infância — alguma coisa clara na memória, que você possa ver, sentir, talvez até cheirar, como se estivesse lá de verdade. Afinal, você realmente esteve lá, não esteve? Como mais se lembraria? Agora vem a bomba: você não esteve lá. Nem um único átomo do seu corpo atual esteve lá quando o fato aconteceu. Matéria flui de lugar para lugar e momentaneamente se junta para ser você. Seja o que for, portanto, você não é material do qual você é feito. Se isso não faz você se arrepiar, leia novamente até que faça. É importante.
Eu sempre achei essa observação fascinante. Isso mostra que somos materiais apenas através dos átomos que consumimos, que são constantemente reciclados com o meio ambiente. Constantemente mudamos de forma para que o "você" de um segundo atrás seja significativamente diferente (em termos físicos) do "você" do presente (tendo viajado uma distância significativa através do espaço-tempo — com uma infinidade de células mortas e recém formadas). No entanto, algo de nós compartilha identidade e memória com o nosso eu anterior.
Não há provas sobre o que ocorre com o "seu eu imaterial" após a morte: se o destino é diferente daquele de nossas conchas físicas. Tecnicamente, a vida parece ser um conjunto informacional — complexo, animado e autosustentável de algoritmos complementares — sendo sempre construída em complexidade por intermédio da entropia. No entanto, isso não é novidade, dado os relacionamento íntimos entre a energia e a informação.
Quais são seus pensamentos? Você se vê como um "conjunto complexo, animado e autosustentável de algoritmos complementares"?