O Nazismo não é de esquerda e nem de direita, nem muito menos é de extrema-esquerda. O Nazismo é de extrema-direita.
O nome do partido nazista é apenas um nome, mas o que ele representa e representou vai muito além de um simples nome.
É importante que as pessoas saibam e entendam que existe socialismo de direita e de esquerda, e que existe nacionalismo de direita e de esquerda. Simples assim.
O partido de Adolf Hitler surgiu de uma agremiação bávara obscura chamada inicialmente "Deutsche Arbeiterpartei" (DAP), Partido Alemão dos Trabalhadores. Reunia-se num galpão, juntando desempregados e subempregados, revoltados com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Grande parte de seus membros eram militantes dos Freikorps, ex-soldados que se viram traídos pelos movimentos de esquerda sindical que, com greves, teriam inviabilizado a vitória, que para esses perdedores sociais era certa na frente de batalha. Alimentavam-se do mais tosco ódio a socialistas e comunistas, acusando-os de terem dado uma "facada nas costas" dos patriotas. Essa versão da derrota pela traição na frente doméstica ficou conhecida como a "Dolchstoß-Legende", ou a lenda da facada. Ocorre que, ao longo dos anos, com o intenso trabalho de recrutamento de apoiadores nas ruas entre desempregados e desamparados da miséria social dos anos vinte e trinta do século passado, liderado pessoalmente por Adolf Hitler, o partido, principalmente sua tendência mais rasteira e violenta, com a "Sturmabteilung" (SA) à frente, achou por bem adicionar a expressão "nacional-socialista" ao nome da agremiação. Passou a chamar-se então "Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei" (Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores - ou dos Trabalhadores Alemães) - NSDAP. O objetivo dessa mudança não era em absoluto sinal de simpatia ao marxismo ou à social-democracia, como a tosquice de certa direita ignorante tupiniquim pretende, mas o esforço de competir com os partidos de esquerda na conquista da simpatia dos desafortunados da sociedade no abismo. Em outras palavras, o uso da expressão "socialismo" não passava de um estratagema de propaganda enganosa. Com a consolidação do poder nazista depois de 30 de janeiro de 1933, a SA, sob o comando de Ernst Röhm, a parte mais barulhenta do partido, composta precisamente por perdedores sociais, começou a mostrar insatisfação com alianças que a cúpula do NSDAP passou a fazer com a nata da burguesia industrial, em detrimento de seus ideais originais, e passou a insistir em mais ênfase no "socialista" naquilo que chamavam de "doutrina" do nacional-socialismo. O resultado foi a "noite das facas longas" (Nacht der langen Messer), episódio ocorrido na noite do 30 de junho para 1° de julho de 1934, quando a SS ("Schutzstaffel" ou comando de segurança) guarda pretoriana de Hitler, com o próprio a sua frente, assassinou todo o comando da SA, Ernst Röhm incluído entre as vítimas. Mas nem por isso a expressão "nacional-socialista" foi retirada do nome do partido.
Cito abaixo alguns pontos principais que prova que o Nazismo não era de esquerda:
- O nazismo fazia oposição ferrenha ao governo socialista da União Soviética depois da revolução de 1917. No entanto, o partido de Hitler também fazia oposição ao capitalismo ultraliberal vigente na maior parte do mundo na época. O nazismo nasceu como uma espécie de terceira via. Só que a proposta de governo de Hitler era bastante confusa, pois Ele defendia, por exemplo, que bens privados fossem apropriados pelo governo – mas somente os bens de judeus e outras pessoas consideradas “indesejadas”. Além do mais, o lucro e a propriedade privada estavam liberados para os alemães “puros”.
- Um dos pontos mais debatidos da ideia de que o nazismo foi um movimento de esquerda é a palavra “socialista” no nome do partido. O partido nazista estava fortemente ligado à ideia de supremacia branca, de uma Alemanha para alemães arianos, de uma nação em que só os escolhidos poderiam usufruir das benesses políticas e sociais. Não havia nada verdadeiramente de esquerda ali.
- O nazismo pregava, na teoria, que houvesse mais igualdade e distribuição de riquezas, mas somente entre o povo alemão “puro”. Judeus, estrangeiros, ciganos e gays, por exemplo, estavam de fora. O estado deveria interferir na economia para garantir justiça apenas aos favorecidos pelo regime. Só que durante o nazismo, curiosamente, quem mais lucrou na Alemanha foram as empresas privadas do setor bélico e de extermínio. Sindicatos foram extintos e os setores mais ricos da sociedade passaram a ser privilegiados.
- O totalitarismo não escolhe lado. Pode ser de esquerda, pode ser de direita. O fato é que o nazismo foi um regime totalitário e o comunismo em alguns países, como na extinta União Soviética, também foi. Eles tinham em comum a perseguição política, a presença extensiva da propaganda governamental e o controle total da vida pública e privada dos cidadãos. Mas isso diz respeito ao totalitarismo e não ao fato de serem de esquerda ou direita. Além disso, o nazismo criou uma ideia falsamente científica de que era preciso purificar a raça, o que significava se livrar de judeus, homossexuais, ciganos, estrangeiros, testemunhas de Jeová, negros, socialistas, entre outros grupos. Por ser pautado por pretextos xenofóbicos, homofóbicos e racistas, trata-se indubitavelmente de um movimento de extrema direita.
SE AINDA TEM DÚVIDAS? ENTÃO DÊ UMA LIDA NOS DISCURSOS DE HITLER
Existem diversas transcrições dos discursos de Hitler disponíveis na internet. Ao ler isso, vc vai perceber que na maioria deles há uma crítica pesada ao regime socialista e às ideias marxistas. O discurso nacional-socialista que tomou conta da Alemanha nazista apontava, inclusive, os judeus como criadores tanto do marxismo (esquerda) como do ultraliberalismo (direita) – ou seja: para florescerem socialmente, os arianos precisavam estar livres das duas ameaças.
Esses discursos foram publicados no livro Mein Kampf (Minha Luta), a autobiografia do Hitler (escrita por ele mesmo)! Deem uma lida nessas citações aqui e depois, tirem suas próprias conclusões:
“Em um tempo em que os melhores elementos da nação morriam no front, os que ficaram em casa, entregues aos seus trabalhos, deviam ter livrado a nação dessa piolharia comunista” (p. 76)
“Não hesito em declarar que julgo os homens que arrastam o movimento de hoje na crise de divergências religiosas piores inimigos da pátria que qualquer comunista com tendências internacionais, pois converter o comunista é a tarefa do movimento nacional-socialista” (p. 239)
“Vencendo a minha relutância, tentei ler essa espécie de imprensa marxista, mas a repulsa por ela crescia cada vez mais.” (p. 30)
“Se o judeu, com o auxilio do seu credo marxista, conquistar as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana” (p. 32)
“Não precisamos dizer nada sobre os mentirosos jornais marxistas. Para eles o mentir é tão necessário como para os gatos o miar” (p. 107)
“(...) para arranjar dez cadeiras no parlamento, ligam-se com os marxistas, inimigos de todas as religiões” (p. 118)
“Eis a verdadeira essência da doutrina marxista, se é que se pode dar a esse aborto de um cérebro, criminoso a denominação de “doutrina”” (p. 140)
“O sintoma da fraqueza que representam esses 15 milhões de marxistas, democratas, pacifistas e centristas, não é somente perceptível a nós, mas muito mais ao estrangeiro, que mede o valor de uma aliança conosco por esse peso morto” (p. 146)
“Mais do que qualquer outro grupo, os marxistas, ludibriadores da nação, deveriam odiar um movimento cujo escopo declarado era conquistar as massas que até então tinham estado a serviço dos partidos marxistas dos judeus internacionais. Só o título “Partido dos Trabalhadores Alemães” já era capaz de irritá-los” (p. 154-155)
... E ainda tem mais! Tá aqui o link do livro pra quem quiser ler. Ele é domínio público. Custo zero. Só ler. Aí quem sabe você começa a pensar pela própria cabeça e pára de ficar comprando e repetindo as ideias de quem nunca leu um livro sequer sobre o assunto :)
link do livro: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=dGFyZGluLm5ldHxmaXNpY2F8Z3g6MWE1MTdkOTNlZjcxMTVkMw