Limite

Quando comecei a praticar Jiu-Jitsu, por volta dos 17 anos, eu fui tratado como uma promessa do esporte por todos os professores da academia. Inclusive, eu era cotado para receber os patrocínios da equipe e da academia para disputar em competições.

Isso fez eu imaginar que eu não podia perder para ninguém, nem nos treinos. Então, em um treino a noite, em um "rala" rotineiro, eu estava sendo pegue por uma finalização de lapela, mas eu me recusava a me dar por vencido. Até que eu me acordo deitado no tatame, com minhas pernas sendo levantadas por um companheiro de equipe e meu kimono sendo aberto por outros dois, enquanto o restante observava a cena. Ao abrir lentamente os olhos, eu sintia que minha língua estava voltando ao normal depois de ter ficado dormente, e que uma estranha vontade de vomitar vinha e ia a cada minuto que se passava.

Infelizmente, este episódio não serviu para me ensinar nada. Alguns meses depois, com a mesma teimosia em se recusar a perder, aconteceu exatamente a mesma coisa. O único elemento que mudou foi o adversário que me apagou.

Considero que essas duas ocasiões tenham sido as vezes que eu cheguei no meu limite físico.