Por que "filósofos continentais" são tão complicados de entender?

Eu recentemente me deparei com a expressão "filósofo continental", no contexto de que essa suposta "filosofia continental" tinha em comum, além de ser da Europa Continental (Alemanha), teorias muito "complexadas" e difíceis de entender, e eu concordo com esse tipo de afirmativa. 

Por que estudos como a Fenomenologia de Husserl, a Ontologia de Heidegger, o Existencialismo de Sartre ou até mesmo o Idealismo Alemão de Hegel são tão complexos ao ponto de serem incoerentes e ilegíveis para maioria das pessoas que podem tentar entendê-los? Existe um contexto que explique por que a linguagem deles é tão complicada e cheia de termos? Qual o propósito desses filhos da puta fazerem as coisas assim? Será que tem a ver com o Alemão ser uma língua claramente influenciada pelo senhor Satanás (sarcasmo)?

Na real, alguns desses filósofos continentais são ensinados no Ensino Médio e a reação mais comum é "que porra é essa? não entendi", com exceção de alguns que são mais simples de entender e mais difusos nas ideias atuais de Esquerda como a Escola de Frankfurt e o Materialismo Histórico de Karl Marx. Eu posso estar inventando coisas aqui, e que nada disso que eu falei realmente ocorra, até por que "filósofo continental" é um termo inventado por filósofos anglófonos.

E olha que nem cheguei ao ponto de falar de Kierkgaard, Shopenhauer e afins, até por que não sei de nada deles por que não são ensinados na escola que nem os lunáticos acima.
Não sei quem marcar aqui, acho que isso talvez nem vale a atenção de ninguém. :eae:

Complicado é um termo pra gente burra, eu diria esotérico.

Isso daí é só você desculpando a defasagem que todos esses filósofos possuem em transmitir a filosofia através da linguagem.

Hegel discorre sobre o assunto em Phänomenologie des Geistes:

"Auf diesem ungewohnten Hemmen beruhen großenteils die Klagen über die Unverständlichkeit philosophischer Schriften, wenn anders im Individuum die sonstigen Bedingungen der Bildung, sie zu verstehen, vorhanden sind. Wir sehen in dem Gesagten den Grund des ganz bestimmten Vorwurfs, der ihnen oft gemacht wird, daß mehreres erst wiederholt gelesen werden müsse, ehe es verstanden werden könne; — ein Vorwurf, der etwas Ungebührliches und Letztes enthalten soll, so daß er, wenn er gegründet, weiter keine Gegenrede zulasse. — Es erhellt aus dem Obigen, welche Bewandtnis es damit hat. Der philosophische Satz, weil er Satz ist, erweckt die Meinung des gewöhnlichen Verhältnisses des Subjekts und Prädikats und des gewöhnten Verhaltens des Wissens. Dies Verhalten und die Meinung desselben zerstört sein philosophischer Inhalt; die Meinung erfährt, daß es anders gemeint ist, als sie meinte; und diese Korrektion seiner Meinung nötigt das Wissen auf den Satz zurückzukommen und ihn nun anders zu fassen."

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"As queixas sobre a incompreensibilidade das obras filosóficas se devem sobretudo a esse freio insólito, quando partem de pessoas que aliás têm nível de instrução adequado para compreendê-las. Vemos, no que foi dito, o motivo de uma censura bem específica e frequente, de que os escritos filosóficos devem ser lidos mais de uma vez antes de serem compreendidos — censura que deve conter algo de irrefutável e definitivo ao ponto que, se fosse comprovada, não admitiria réplica. Mas, do que acima foi dito, essa questão está situada com clareza. A proposição filosófica, por ser proposição, evoca a ideia da relação costumeira entre sujeito e predicado, e do procedimento habitual do saber. Tal procedimento e a ideia a seu respeito são destruídos pelo conteúdo filosófico; a opinião [corrente] experimenta que se entendia outra coisa e não o que ela supunha; e essa correção, do que opinava, obriga o saber a voltar à proposição e a compreendê-la agora diversamente."

É impossível entender filosofia por meio informativo, é preciso estar devidamente interessado.

 

http://imagomundi.com.br/filo/hegel_fenomenologia.pdf

Se eu ler isso tudo dá para entender melhor o que tu postou aqui? Por que ainda está meio.. incompreensível.

Não acho que seja tão difícil assim entender, assim como para mas um tanto de outras pessoas não tenha dificuldade em entender a idéia que eles passam, o grande problema ao meu ver é tentar colocar no papel de maneira organizada todos os termos, palavras que esses seres usam, enfim quero dizer que o mais complicado é escrever sobre a idéia deles de forma correta, talento de poucos

Meu professor explicou isso ontem, é difícil sim. Não é um diálogo para a sociedade, são diálogos para refutações de pessoas em específico. Todos esses filósofos não escreviam visando a publicidade, eles escreviam o diálogo com base em um ponto de um outro filósofo. É algo difícil de entender porque naturalmente você não está inserido na mente deles, você recebe uma cópia mecânica do que o indivíduo gostaria de falar.

No fim, todos os conceitos são complicados, porém muitos filósofos rebuscavam suas falas e naturalmente escreviam já de forma de difícil compreendimento. Algo semelhante o que Aristóteles fazia. Não lembro se é Durkhein, mas ele mesmo tinha um diálogo difícil de entender, não era algo que qualquer um pudesse pegar e ler, porque era analisar o feitio desse filósofo.

É aquela questão, cada mente é única e não temos uma visão da mente de cada um, somente a transcrição mecânica ou "supérflua" dos mesmos.

Alemães são filósofos inferiores. Lutero, Kant, Marx, Nietzsche, Freud, Escola de Frankfurt.

O anti-cristo será alemão.

Eu considero esses intelectuais de difícil compreensão como quase analfabetos. Escrevem de uma forma mais difícil de se entender do que um semi-analfabeto escreve.

Os que tem uma escrita dessa forma de propósito ok, mas os que só sabem ser assim são analfabetos para mim.

Dante1 escreveu:

Alemães são filósofos inferiores. Lutero, Kant, Marx, Nietzsche, Freud, Escola de Frankfurt.

O anti-cristo será alemão.

A Alemanha produziu alguns filósofos interessantes também.

Em minha opinião, quem tenta se fazer complicado de entender, na verdade, está tentando vencer por meio de falácias. Ao invés de argumentar bem e explicar de maneira didática e irrefutável, a pessoa tenta utilizar palavras rebuscadas e ideias intangíveis pras pessoas pensarem que não entendem o que eles estão dizendo e desistirem, rs...

Se está se referindo a alguém, Lipert, tenha coragem e nos fale quem é. :eae:

Falei em geral mesmo... Não li muitos desses autores pra dizer sobre eles, mas tem alguns que eu só acho que não têm lógica, com ou sem o vocabulário/ideias indecifráveis... :X

EDIT: A não ser que você esteja falando de membros, mas daí não era direcionado pra ninguém não HUEHAUHEUA Fica a não-provocação (pq é o oposto de provocação, quase uma desprovocação, né).

Eu prefiro a resposta do Math, Lipert. Ele explica bem direitinho a coisa mais provável de ter acontecido para a linguagem ser tão complicada. Acho que eles não queriam só complicar não, isso é uma análise muito superficial. Mas enfim, não condeno essa análise pois eu mesmo analisava assim antes de criar o tópico.