"Força bruta logo de cara? Nada refinado" "Chōchō não é idiota. Se o corpo a corpo não funcionar, ela mudará a tática." — Essas foram apenas uma das frases tidas nesse episódio que transpareceram a dificuldade dos roteiristas em conduzirem uma narrativa coerente que respeite os personagens inseridos, no caso aqui, a Akimichi em especial. Quem já teve acesso ao 'mini databook' da personagem sabe que a kunoichi é muito maior do que essa adaptação que a pierrot nos apresentou, onde técnicas como chō baika no jutsu, raiton: jinraiken e mōdo borboleta foram negligenciados.
Eu particularmente até senti uma tentativa do animê em valorizar a perspicaz da Chōchō através da dedução sobre a manipulação do Shinki com a satetsu, mas ficou só por isso mesmo, tentativa irrelevante de suavizar o mau trabalho com a personagem. Embora em alguns momentos tenha sido legal acompanhar seu protagonismo ao resistir toda pressão ao ter um inimigo como o Shinki, e acompanhar o apoio da sua família (uma ressalta aqui ao Chōji, se tornou um pai bem excêntrico, rs) é bem nítido o desserviço que o animê anda fazendo com a maioria dos personagens.
Se de um lado temos um personagem caricato como a Chōchō, de um outro temos toda uma seriedade com Shinki, percebo que o animê tenta resgatar aquela características sombria e soberba que o Gaara transmitia aos ex genins. Um traço interessante na personalidade do Shinki é o reconhecimento dos seus rivais que ele faz nas entrelinhas, como o sorriso demonstrado após a Chōchō ter usado o nikudan sensha, embora tenha menosprezado ela publicamente, após o desfecho da batalha.
Pouco se tem a comentar sobre o segundo combate, com exceção do desfecho, praticamente vimos o mesmo do filme. Mas algo que vale ressaltar é a mudança de comportamento que o Boruto sofreu entre sua batalha contra Yurui e agora com Shikadai: Desde que o Boruto passou a ter necessidade em ser reconhecido e corresponder as expectativas do seu pai, o uso do ninjutsu foi perdendo espaço para a ferramenta científica, como vimos na batalha com Yurui, mas aqui com Shikadai, diante de um amigo, Boruto conseguiu ser mais sincero consigo mesmo e resgatar um pouco da sua "genialidade" de episódios anteriores, invés de recorrer a ferramenta de imediato, ao adentrar com fūton no curto alcance, fazendo uma referência explicita ao kūshō.
O suplemento entregue ao Boruto pelo Katasuke deve estar relacionado ao movimento final contra Shinki, na final. A inserção do time Ino-Shika-Chō rendeu uma boa cena de reflexão, Chōchō não passa muita credibilidade, mas suas metáforas são bem apropriadas para as situações em que vivencia, creio que a frustração do Shikadai irá pesar bastante contra o Boruto, quando começar a exposed tour.