Gaius escreveu: Como seria eu não sei, e nem você, e nem ninguém. "Se" são apenas suposições.
Apesar disso é bem mais fácil crer que seria menos merda que hoje. Foi o primeiro e único golpe que me lembro na história brasileira.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Essa é pra rir mesmo
Isso prova q vc não conhece a história do seu país, cara pálida
A história brasileira é feita de golpes, e o golpe de Deodoro em Pedro II não foi o primeiro e nem o último.
Vou listar abaixo os principais golpes no Brasil:
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Constituição de 1824 - A primeira Constituição do Império foi outorgada ao país por D. Pedro I, através de um golpe branco. Este foi precedido por um golpe militar. Em 12 de novembro de 1823, cansado pelas querelas entre as facções irreconciliáveis da Assembléia Constituinte que ele mesmo nomeara, D. Pedro I mandou a tropa cerca-la, prendeu alguns dos deputados e encerrou a questão. No dia seguinte nomeou uma comissão de “notáveis", de sua escolha, e pediu/ordenou que ela redigisse a Constituição, jurada e outorgada por ele em 25 de março de 1824.
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Golpe da Maioridade - No começo da década de 1840 o Brasil achava-se tomado por rebeliões regionais de maior ou menor porte, como a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, que já durava cinco anos e ainda duraria mais cinco. Os sucessivos governos do Período Regencial não conseguiam debela-las, engolfados também pelas dissensões entre as facções políticas da Corte. Por instigação do futuro Partido Liberal, sobretudo, o Senado proclamou a maioridade de D. Pedro II, então com 14 anos e sete meses de idade. O Segundo Império duraria até 1889.
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Deposição do Gabinete Liberal em 1868 - Em 1868 a Guerra do Paraguai se arrastava. Caxias já era o comandante geral não só das tropas brasileiras, mas das aliadas. Entretanto, atritou-se crescentemente com os membros do governo, que pertenciam å chamada Liga Progressista. Pressionou então o Imperador, exigindo que, para continuar no comando, o gabinete fosse substituído. De fato, em 16 de julho de 1868 o Imperador dissolveu o gabinete e chamou os Conservadores ao poder, que eram próximos de Caxias. Eles ficariam no Gabinete até 1878.
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A República - Em 15 de novembro de 1889 a República foi proclamada num golpe de estado que deveria ser clássico, com a tropa formada e a deposição do governo imperial. O movimento era algo confuso, porque seu líder improvisado, o Marechal Deodoro, era monarquista e amigo pessoal do Imperador. De início, Deodoro cogitava apenas haver uma troca de ministério. Entretanto, pressionado pelos republicanos civis, que temiam a prisão de seu líder, Benjamin Constant, Deodoro decidiu levar a cabo a empreitada, e proclamou o fim do Império. Surpreendentemente, o Imperador aceitou pacificamente a situação. Pode-se dizer que ele, na prática, se auto-depôs, partindo com a família para a Europa e recusando soberanamente a pensão vitalícia que o novo governo lhe ofereceu. Transformou, assim, o golpe clássico numa espécie de golpe grisalho. A República proclamada não seria bem uma república, tornando-se, primeiro, um condomínio de militares e depois um condomínio das oligarquias, sobretudo a paulista e a mineira.
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O governo de Floriano Peixoto - Em 1891 o Marechal Deodoro mandou a tropa cercar o Congresso Nacional e fechou-o. Mas dias depois, já agastado pela constante crise política, renunciou. Dizia a Constituição que neste caso, antes do governo completar dois anos (os primeiros meses do governo de Deodoro tinham sido “provisórios”, e ele assumira de fato o governo “definitivo” em fevereiro de 1891), deveria ser chamada nova eleição. Mas o vice, Floriano Peixoto, entendeu que isto só se aplicava a governos eleitos diretamente. Como ele fora eleito indiretamente, decidiu continuar no cargo… E assim aconteceu.
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Revolução de 1930 - A Revolução de 1930 foi um golpe de caráter civil-militar encabeçado por lideranças dos estados da Paraíba, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que juntas lutaram contra todo o restante do país. O estopim para a explosão da Revolução de 1930 foram as eleições presidenciais daquele ano. Assim como ocorria de praxe nos anos da República Velha, o resultado das eleições foi fraudado e o candidato da situação, Júlio Prestes, indicado como sucessor do então presidente Washington Luís, foi eleito o novo presidente. O candidato da oposição (chamada de Aliança Liberal), derrotado, era o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas. Ao contrário do que ocorria antes, a oposição não aceitou o resultado fraudulento e partiu para o enfrentamento físico. O acontecimento que causou maior revolta e exponenciou os conflitos foi a morte do governador da Paraíba, João Pessoa. Após esse acontecimento, membros das polícias estaduais de Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba, assim como alguns setores do exército, aderiram aos revolucionários.
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“Estado Novo” (1937) - Após ter sido eleito indiretamente Presidente da República, em 1934 (portanto 4 anos após a Revolução que o levou ao poder), Vargas teve de lidar com outros problemas. O principal deles foi a chamada Intentona Comunista, liderada por jovens oficiais do exército associados à Ação Libertadora Nacional (órgão comunista criado por Luís Carlos Prestes). A Intentona estourou em estados como o Rio Grande do Norte, o Rio de Janeiro e Pernambuco, mas logo foi dominada pelas forças do governo. O problema é que, nos anos que se seguiram, o comunismo e o tenentismo a ele associado ainda eram tidos pela alta cúpula do Exército e pelas lideranças civis próximas a Vargas como os principais alvos a serem combatidos. Em 1937, foi descoberto um suposto plano de uma revolução comunista a ser executado no Brasil, o chamado Plano Cohen. Esse plano teria sido forjado pelo capitão Olímpio Mourão Filho com o objetivo de provocar alarde na opinião pública e justificar um golpe de Estado e a formação do Estado Novo. Não se sabe ao certo se esse documento era realmente um plano forjado ou apenas um relatório de Olímpio Mourão, mas o fato é que a constatação de sua existência provocou reações oportunistas por parte do Estado Maior do Exército. O ministro de guerra de Vargas, Eurico Gaspar Dutra, leu o Plano Cohen para o público do rádio no programa Voz do Brasil. Isso bastou para que fosse aprovado no Congresso Nacional, em 30 de setembro de 1937, o Estado de Guerra, que suspendia os direitos constitucionais. Em meados de outubro, o ministério da guerra auxiliou o projeto de Vargas de pressionar os estados que ainda não tinham suas forças militares subordinadas ao governo federal a fazê-lo. Uma das últimas resistências a serem vencidas foi a da Brigada Militar Gaúcha, liderada por Flores da Cunha. Em outubro, Vargas já tinha o apoio do exército, dos integralistas e de muitos setores da sociedade civil e nenhuma resistência militar regional expressiva para lhe fazer oposição. Em 10 de novembro, por meio de um pronunciamento público, Vargas decretou o fechamento do Congresso Nacional e cancelou as eleições presidenciais que seriam realizadas em janeiro de 1938. Por meio desse golpe, a ditadura varguista durou até 1945.
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Deposição de Getúlio Vargas em 1945 - Praticamente os mesmos militares que apoiaram o golpe de 1937 tiraram Vargas do cargo de chefe de Estado em 1945. O contexto do golpe que depôs Vargas do cargo de presidente em 29 de outubro de 1945 era o do fim da Segunda Guerra Mundial. Como é sabido, Vargas foi de 1937 a 1945 um ditador aos moldes do fascismo europeu, tendo inclusive se aproximado da Alemanha nazista no início do Estado Novo. No meio do segundo conflito mundial, Vargas rompeu com a Alemanha e passou a apoiar as potências aliadas, como EUA, Inglaterra e URSS, que foram vencedoras da guerra. Sendo assim, não teria cabimento continuar um regime nos moldes do Estado Novo. Pressionado, Vargas deu início então a um processo de abertura democrática, que possibilitou a criação de novos partidos políticos, como a UDN (União Democrática Nacional), o PCB (Partido Comunista Brasileiro), que voltou à legalidade) e o PSD (Partido Social Democrático), e perspectiva de novas eleições gerais. Vargas, entretanto, decidiu comandar esse processo de transição com vistas a obter apoio político de outras bases da sociedade e, assim, conseguir permanecer no poder por outras vias. Desse modo, de modo controverso, Vargas aproximou-se do PCB e das bases operárias urbanas, contrariando as lideranças liberais e os militares. Essa aproximação com o PCB resultou no “queremismo”, um movimento popular que queria a permanência de Vargas no poder e exigia a formação de uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Em meio a esses acontecimentos turbulentos, Vargas cometeu um gesto considerado a “gota d'água” para sua deposição: afastou da chefia de polícia do Distrito Federal João Alberto Lins de Barros e pôs em seu lugar seu irmão Benjamin Vargas, conhecido por ser truculento. O general Góis Monteiro, que havia ajudado a fazer a Revolução de 1930, do ministério de Guerra, reagiu ao gesto de Vargas e mobilizou tropas no Distrito Federal. Gaspar Dutra e outros militares, procurando evitar derramamento de sangue, propôs a Vargas que assinasse um documento de renúncia ao cargo. O político gaúcho assim o fez e pode refugiar-se em sua cidade natal, São Borja, sem ter que se exilar em outro país.
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A eleição e posse de Juscelino - Depois da morte dramática e traumática de Vargas, em 1954, ocorreram novas eleições presidenciais em 1955. O mineiro Juscelino Kubitschek venceu, mas a UDN, Carlos Lacerda à frente, deflagrou nova campanha virulenta contra sua posse. Com apoio de alguns militares, a campanha atingiu seu ápice em novembro de 1955. O vice-presidente Café Filho renunciou, numa manobra para que o novo presidente empossado, Carlos Luz, que presidia a Câmara dos Deputados, chamasse novas eleições. Era o começo de mais um golpe branco. Entretanto o ministro da Guerra (hoje se chamaria ministro do Exército), Marechal Lott, deflagrou um contra-golpe, depondo Carlos Luz, prendendo Café Filho em sua casa, e empossando Nereu Ramos, 1o. vice-presidente do Senado como presidente, que garantiu a posse de Juscelino.
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O parlamentarismo - Depois da renúncia de Jânio Quadros em 1961, os três ministros militares tentaram impedir a posse do vice, João Goulart. Com o movimento de resistência (a Legalidade) liderado pelo governador Brizola, o Congresso Brasileiro achou numa saída conciliatória. Num autêntico golpe branco, votou a adoção do sistema parlamentarista, cerceando os poderes do presidente. O sistema cairia com o plebiscito de 1963.
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31 de março a 2 de abril de 1964 - Os debates em torno do Golpe de 1964 são bastante polêmicos, mas os fatos são os seguintes: João Goulart, nos anos de 1963 e 1964, apresentava uma postura polêmica ao incitar militares de patente baixa, como sargentos, a se insubordinarem contra a hierarquia militar. Isso ficou explícito em sua reunião com subtenentes e sargentos no Automóvel Clube, em 30 de março de 1964, considerada a gota d'água para o golpe. Além de apoiar as reivindicações de reformas dentro da estrutura militar, Goulart também tinha propostas de reformas de base em outros setores, como o setor agrário. Essas reformas possuíam, aos olhos de seus críticos, um conteúdo radical com grande aproximação com a perspectiva política comunista. Além disso, havia movimentações de focos guerrilheiros no Brasil, como o das Ligas Camponesas de Francisco Julião – líder popular que havia visitado Fidel Castro em 1961 –, que deixavam os militares em alerta. Em meio a essa ambiência, o episódio do Automóvel Clube, citado acima, foi o suficiente para que, na madrugada de 31 de março, o general Olímpio Mourão Filho mobilizasse suas tropas de Juiz de Fora contra o governo. Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, Costa e Silva liderou outra ofensiva, independente da de Mourão. Goulart, no dia seguinte a essas ações, não havia ainda se manifestado. No dia 2 de abril, o Congresso Nacional, pensando que o presidente havia se exilado, declarou a presidência vaga. O presidente do Congresso, Ranieri Mazzili, assumiu o posto. O problema é que Goulart não tinha saído do país, mas já era tarde demais. A decisão do Congresso estava tomada e mais que isso: a decisão dos generais estava tomada, haja vista que eles instalaram o Supremo Comando Revolucionário e escolheram, por meio do Ato Institucional nº 1, um novo presidente para o Congresso. Essas questões até hoje são exaustivamente debatidas por historiadores, políticos e jornalistas. Todavia, como houve uma ruptura com a ordem institucional, as ações de 31 de março a 2 de abril de 1964 podem, sim, ser classificadas como golpe.
Qual será o próximo?