Isso aqui ficou grande, muito muito grande, tão grande quanto a dívida pública para com a especulação financeira
Masssss, assim como todo bom banqueiro acredito que vocês vão gostar
SKILLINE escreveu:
Cara você não pode escolher o nome, mas pode mudar.
Ninguém escolhe família, mas você pode abandona-la(ou ela pode abandonar você)
Você não escolhe nascer, mas você tem o direito de decidir se quer viver ou não.
E religião tu segue se quiser, se não quiser, não siga.
O ser Humano na minha opinião tem o direito de fazer absolutamente tudo, todavia ele não pode infligir duas regra básicas, que são:
1-Direito a vida. Todo ser humano deve ter esse direito e ninguém pode tirar dele.
2-Propriedade privada. Nenhuma pessoa pode expropria a propriedade de outrem.
Compreendo seu ponto de vista, mas deixe-me dizer algo que complementa sua contribuição:
Nas alternativas que você apresentou, o que há é praticamente um anacronismo textual Sartreano.
Jean-Paul Sartre escreveu: O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.
No meu comentário anterior, eu dei exemplos de liberdade no contexto do Direito Natural. Os seus, por outro lado, caem no contexto do Direito Positivo.
A diferença entre ambos que é: O direito natural pressupõe um conjunto de valores imutáveis e comuns a todos; O direito positivo requer contextualização e análise de época para chegar numa conclusão.
A você enquanto ser individual não é dado o direito de escolher nenhum dos itens mencionados, mas a você enquanto ser social é dada a oportunidade de agir de uma maneira ou de outra em relação a estes fatos que independem de sua própria vontade.
Você pode querer trocar de nome porque ele não lhe agrada e te causa sofrimento, mas o máximo que você pode fazer é lidar com este sofrimento, causado por uma decisão que não foi sua.
Você pode ter abandonado familiares - ou ter sido abandonado - porque estes não lhe acolhiam da maneira que você precisava enquanto criança ou mesmo no âmbito da sua própria individualidade (veja o exemplo das pessoas cuja sexualidade diverge do padrão heterossexual e que são expulsas de casa por consequência).
Você pode escolher quando encerrar sua própria vida, mas certamente só fará isso caso o mundo a sua volta não corresponder mais às suas aspirações; Em resumo, você só optará por esta alternativa caso enfrente experiências negativas que gerem sofrimentos que não consiga lidar;
Percebe o padrão? A Liberdade é como uma sombra; Te acompanha para onde você vai no ritmo que você quer, mas não possui o formato que talvez você deseja, porque ela é meramente um reflexo de quem você é.
Quando vivemos em sociedade, as liberdades são autolimitantes, porque o direito de exercê-las podem se chocar em algum momento.
Portanto, para que seja possível a convivência, todos devemos ter a noção de que precisamos abrir mão de algumas coisas para podermos ter outras.
Se eu fosse utilizar este seu exemplo para justificar o que foi mencionado sobre o imposto, eu poderia dizer que
ninguém escolhe pagar imposto, mas podem escolher sair do meio social e optar por viver no isolamento da maneira como bem entender.
Você deve convir comigo que esta não é uma resposta muito satisfatória.
Esta segunda parte eu vou destrinchar um pouquinho, porque será necessário botar alguns pingos nos í's...
Diz isso pra quem morre na fila do SUS por falta de dinheiro, já que o seu dinheiro vai pros impostos.
Olha, não me leve a mal, mas vou elencar três coisas aqui:
Primeiro: SUS é um sistema disponibilizado pelo
Estado, de forma gratuita. Sim, pagamos impostos em troca da gratuidade, mas pense nisso como uma assinatura de um pacote de benefícios que você usufrui sem pagamentos posteriores.
Segundo: Até o século passado em toda a história da humanidade, sobrevivemos mesmo em meio à pobreza. Nós lutávamos para sobreviver, e agora que este paradigma está sendo quebrado. Nós estamos num ponto de transição, onde ainda precisamos dar duro para ter simplesmente o que comer. É um processo, e querendo ou não, atualmente é relativamente mais fácil para conseguirmos sobreviver justamente pelos avanços obtidos e manutenção das necessidades básicas disponibilizadas pelo Estado.
Terceiro: O problema não está no pagamento de impostos. Ou melhor, não está
apenas nele.
Há de existir um equilíbrio entre uma quantidade justa de impostos, preferencialmente progressivo, e de
distribuição de renda.
E não entenda o termo em
itálico de maneira equivocada: O que eu quero dizer com o uso deste termo, é meramente um pagamento justo entre as trocas de serviço, que seja adaptado ao contexto que a pessoa vive. Mas isso é um pensamento praticamente utópico se formos pensar em botar em prática da maneira que deveria acontecer.
No caso de pessoas ricas eu até concordo contigo, já que em sua maioria elas pagam os impostos mas não usam o serviços públicos justamente por serem de péssima qualidade, mas no caso de pessoas pobres não é assim que a banda toca, já que elas usam serviços públicos por falta de condições.
Na verdade, pessoas que possuem uma renda mais abastada compram a praticidade e a agilidade, muito mais do que o serviço em si.
O serviço público carece de melhor investimento e principalmente organização orçamentária. Isso causa uma defasagem tanto profissional quanto na capacidade de atendimento, que fica sobrecarregado e cria longas filas de espera.
O que muda nos dois cenários é justamente isso. A facilidade de procura, atendimento e a rapidez na resolução do problema, do que a qualidade do serviço prestado em si.
Digo isso porque muitos profissionais atendem tanto no âmbito público quanto no privado.
O estado é formado pelo que?robôs?aliens?
O Estado é meramente a maneira sistêmica atual de organização da convivência humana. Isso que eu quis dizer.
Vou usar um exemplo grosseiro para ilustrar de forma mais prática:
Reclamar que o Estado é ruim, é como você utilizar uma camiseta preta num dia ensolarado de verão e reclamar do calor, sendo que você mesmo decidiu vesti-la sabendo que iria se expor ao sol intenso.
Nesta analogia, o Estado é a camiseta, e o calor é a consequência ruim que nós seres humanos sentimos (e sofremos) devido decisões estúpidas que nós mesmos (socialmente falando) tomamos.
Yagi Toshiaki escreveu: Para além de problemas e sistemas, a crítica ao Estado é baseada no argumento ético.
1) O Estado é o detentor do monopólio da violência, isso é, o Estado é absoluto e não tolera concorrentes;
Isso não é verdadeiro, não essencialmente falando.
O Estado monopoliza o uso da violência justamente para evitar que ela seja utilizada. Esta é uma medida necessária que visa salvaguardar seus integrantes, não exercer a violência em si.
O Estado não é absoluto; Ele encontra limites territoriais e convive muito bem com vizinhos igualmente soberanos.
Pense no Estado como a lógica de organização de uma família, que é norteada por seus pais.
Você não pode fazer o que bem entender em casa, pois suas atitudes entram em conflito direto com os interesses dos outros membros da família. Logo, você precisa abdicar de porções de sua própria liberdade pelo bem comum.
A Família enquanto instituição não dá pitaco nas outras instituições familiares (ou ao menos, não deveria), pois estas ultimas vivem sob contextos diferentes.
Diferentemente do âmbito familiar, a composição do Estado permite que suas regras sejam mudadas mediante mudança de paradigmas e discussões. No seio familiar isso dificilmente acontece, porque os pais são as figuras centrais e vitalícias deste sistema.
Olha só que engraçado. Eu tô escrevendo e rindo. A maioria das pessoas fala que Estado é ruim mas que Família é bom.
Se a gente for fazer uma analogia entre ambos, a organização Estatal é muito mais democrática e a Família é muito mais autoritária. Quase ditatorial, em muitos casos.
2) Em casos como do Brasil, o Estado também monopoliza diversos serviços com o pressuposto de estar suprindo "direitos fundamentais" previstos em lei, mas são direitos positivos e não negativos, dos quais causam mais distorções e problemas que soluções;
Este não é um problema inerente ao Estado, e sim reflexo de sua má condução. Qualquer sistema utilizado para fins de estabelecer o bom convívio entre os seres humanos poderá desencadear este cenário, se for mal direcionado.
3) Ao assumir qualquer serviço como DIREITO, o Estado automaticamente cria uma situação anti-ética, por exemplo: ao assumir Saúde como direito, alguém será obrigado à prover Saúde mesmo que contra sua vontade
Ninguém está sendo obrigado a promover a saúde contra sua própria vontade. Todos os empregados pelo sistema que chamamos de Estado para suprir tais necessidades possuem uma remuneração. Ninguém trabalha sem que haja vontade por parte do empregado. Isso é comprovado, inclusive, devido a alta burocracia existente para aqueles que desejam ingressar nas fileiras de servidores públicos.
Isso se traduz em impostos voltados para a saúde, mesmo que eu não queira pagar, serei obrigado pq o Estado se auto-obrigou à prover esse serviço, no fim todo mundo é obrigado à sustentar tal serviço (independente dele ser bom ou ruim, independente se todos usam ou não).
Impostos voltados para a saúde, não. Impostos arrecadados no geral e repassados para o setor da saúde, sim.
Como eu disse antes, se você não deseja contribuir, tenha em mente que não poderá usufruir dos benefícios. Vivemos em sociedade, e existe um custo para manter esta organização de pé. Se trocarmos Estado por qualquer outro modelo, este custo ainda existirá, e somente trocará de nome.
Novamente voltando ao exemplo da família: Quando você nasce, seus pais se "auto-obrigam" a prover suas necessidades de saúde, alimentação, proteção e desenvolvimento. Ainda que você não possa contribuir imediatamente ao nascer, você usufrui de absolutamente todos os benefícios possíveis dentro dos limites deste sistema organizacional.
Quando você chega numa idade onde pode contribuir, este sistema familiar começa a cobrar de você que o faça, porque não é justo que uma pessoa usufrua sem contribuir mesmo tendo plena capacidade para fazê-lo.
Isso é meramente uma ilustração analógica do mau uso do Estado; A necessidade é natural, uma inerência à própria vida. Alguém deve assumir a responsabilidade.
E como o Ser Humano não chegou num nível de humanidade alto o suficiente para considerar esta uma tarefa de todos, é necessário que seja criado um mecanismo onde as pessoas mesmo não concordando na totalidade, contribuam para que o bem comum seja possível.
Como falei pro Skiline, se não concorda, basta excluir-se daquele meio social.
Se todo o mundo adota o convívio social como principal modo de sobrevivência, é porque ele mostrou-se o mais eficaz até onde nos consta.
O que não dá é criticar o modelo mas continuar usufruindo dele sem contribuir com absolutamente nada, mesmo tendo capacidade para fazê-lo, tampouco propor algo que atualize este modelo para que funcione melhor...
4) Impostos não só baseados em serviços mas em direitos fundamentais como vida e a propriedade também são anti-éticos, uma vez que você retira à força a propriedade de alguém sob o pretexto de proteger essa mesma propriedade, cria-se uma relação de subordinação e exploração, é uma contradição por si só;
Não sei se compreendi bem o que você quis passar através desta parte do texto.
Mas, se eu estiver certo e interpretei corretamente, a lógica é a seguinte:
Vamos supor que você more num quarteirão que seja um condomínio fechado.
Aquele é um ambiente onde você tem maiores possibilidades de segurança, tranquilidade e convivência, porque existem normas que são seguidas por todos indistintamente.
Para a manutenção desta organização, entretanto, é necessário que algumas pessoas revezem-se no controle de entrada e saída de moradores e visitantes, além das pessoas que cuidam dos ambientes de convivência e para que seja possível a implantação de qualquer melhoria (como áreas de lazer, ampliamento de garagens ou mesmo coberturas para as vias de pedestres) todos os moradores contribuem pagando uma quantia igual do valor total para seja possível sua construção.
TUDO ISSO tem custo corrente. Logo, é necessário que todos ali contribuam com um valor para que os benefícios continuem existindo. Imposto é meramente isso.
Essa lógica de organização do convívio de pessoas diferentes dentro de um mesmo território sob leis comuns que garantem benefícios básicos a todos chama-se Estado.
É por isso que o Estado é apenas uma forma de organizar o convívio, que é uma inerência da vida em sociedade.
5) Para além da propriedade, o Estado também confisca sua vida como em estados de Guerra Total onde a Lei marcial se impõe, homens e mulheres são forçados à darem e dedicarem suas vidas numa causa antiética, ou seja, o Estado confisca a sua vida para protegê-la, é a mesma situação da propriedade;
Talvez este seja o ponto onde mais concordemos. Deve-se lembrar, porém, que nos contextos de estado de sítio, há uma sobreposição mais ferrenha sobre as liberdades individuais para que se ganhe agilidade para a resolução de uma situação que ameaça a integridade de todas as pessoas participantes.
É uma medida emergencial que visa rechaçar uma situação de perigo iminente.
Eu sinceramente não sei o que é pior; Deixar todo mundo a 'deusdará', cada um fazendo aquilo que quer sem proporcionar segurança pra ninguém, ou tentar resolver a situação mediante organização e supressão de direitos individuais em prol desta causa.
Falo com muita sinceridade. Nunca passamos por uma situação desta (as duas ultimas gerações, no caso), portanto falta-nos vivência para opinar com segurança.
Vejam que a existência do Estado se sustenta na coerção de pessoas pacíficas para "um bem maior" ou "um bem coletivo", mesmo que essas mesmas pessoas não concordem e não queiram fazer parte disso, elas são induzidas à tal por meio de ameaça, prisão, multas etc.
Agora sim a gente entrou num âmbito interessante.
Eu não concordo que hajam estas medidas de "contenção", mas elas são necessárias para garantias daquilo que esse sistema propõe-se a fazer.
Se não houvessem estas "ameaças", ninguém faria. E como o Estado não é capaz de assegurar que as pessoas que não concordam com este posicionamento não usufruam de seus benefícios, é um mal menor que todos precisamos enfrentar.
Novamente no caso dos condomínios: Se você quebra alguma regra que afeta ou sobrecarrega todos os demais, você paga uma multa. Não haveria garantia de tranquilidade se não houvesse um dispositivo que punisse quem desrespeitasse o horário máximo para barulhos excessivos, por exemplo.
Eu gostaria muito de propor algo nesse sentido. Fazendo uso da própria franquia de Naruto, imaginem algo como a polícia de Konoha na época de Tobirama, que era a vila Uchiha.
Façam a analogia: Konoha seria o sistema que chamamos de "Estado", e é de domínio geral que todos que moram ali concordam com as políticas de convivência;
Mas se alguém não concorda, então ela não pode continuar dentro da vila, e pode tentar adequar-se a outro sistema, que seria o da vizinhança Uchiha.
No nosso mundo real é praticamente impossível fazer isso, ao menos ainda.
Não há sistema no mundo que resolva este problema. Não é uma falha do Estado, mas sim uma incapacidade inerente ao convívio social. Não há como garantir que 100% das pessoas que não concordam com as medidas do Estado não usufruam ilicitamente de seus benefícios.
Ao violar diretamente os direitos fundamentais como Vida, Liberdade e Propriedade (mesmo que para resguardá-los), o Estado se mostra antiético e incoerente por essência.
Essa é uma incongruência que não temos a resposta para resolver até o momento. A Filosofia é uma ferramenta que nos impulsiona nesse sentido, mas até agora tudo o que conseguimos foi estabelecer um limiar entre o que é aceitável ou não.
Olha como isso é complexo de analisar, possuindo vários "tons de cinza":
Eu acho totalmente válido que o sistema viole o princípio da liberdade e cerceie a capacidade de ir e vir de qualquer indivíduo que atente contra a vida de outra pessoa, prendendo-o no processo.
Já no caso da pena de morte, para mim é um exemplo de conduta que o sistema desencoraja mas quebra este próprio preceito tomando para si o direito de tirar a vida de outra pessoa. Neste caso é totalmente ilógico, pois há uma extrapolação no bom senso para a resolução desta situação.
No caso do Aborto, apesar de individualmente ser completamente contrário e também concordar plenamente com a garantia do direito à vida, sou favorável à sua descriminalização porque não são casos isolados e afetam uma grande parte da população mais desprovida de condições, tornando-se uma questão de saúde pública.
É bem complicado de determinar uma resposta definitiva sobre essas questões. Por isso acredito que a atualização constante é a melhor saída que temos para elas.
Ainda que não haja uma saída, que pelo menos possamos discutir e ampliar o conhecimento geral sobre esses contextos para que possamos decidir juntos um meio termo equilibrado e que não seja desvantajoso em demasia para uma das partes envolvidas, ainda que as pessoas não tenham chego num consenso.
Agora, se esses problemas seriam resolvidos sem o Estado já são outros 500. O argumento ético é ideológico e não pragmático, mas se traduz pragmaticamente uma vez que o Estado é folgado pra k7, se deixar ele vira totalitário em 1 mês.
É folgado porque as pessoas são folgadas.
Como o Skilline mencionou, é imperfeito porque tem a mão da gente no meio
As pessoas são diferentes... E algumas requerem cuidados constantes, porque não possuem o mesmo nível de bom senso e compreensão da vida em conjunto. Sempre procuram vantagens e agem de forma egoísta, prejudicando todo mundo.
Se essas pessoas chegam ao poder por desleixo das outras, tá formado o congresso nacional
Gaius escreveu: @Uman, aprecio e respeito sua argumentação.
Pode ter certeza que o sentimento é mútuo.
To bem sem tempo esses dias, então li só o início de um de seus posts.
Sem pressa. hahaha
Curioso mencionar "retirada coercitiva de recursos", ou então dizer como noutro tópico (cujo autor do comentário não me recordo) que "O Estado estabeleceu um contrato que eu quando nasci não aceitei e não posso me desfazer" quando se possui e aproveita-se direta ou indiretamente dos recursos provenientes do próprio Estado.
Sistemas de Água, Luz, esgoto, asfalto, um certo "padrão" de organização social, são provenientes deste sistema que chamamos de Estado. Todos nós usufruímos diariamente destes, então eu realmente acho curioso quando dizem que há uma "retirada" de recursos unilateral por parte do Sistema Estado.
Outro dia posso argumentar melhor, até porque nem sou 100% contra o Estado não
Legal você admitir isso, sabe? A maioria das pessoas que eu vejo por aí (se bem que esta é uma impressão que eu tenho porque fora do Fórum não temos um
sistema que estabeleça um conjunto de regras que dê norte à discussão e regule as expressões de opinião ashauheahsua) só sabem dizer "abaixo ao estado, imposto é roubo, hur dur estado mínimo" sem nem mesmo entender a complexidade do tema e o peso dessas palavras.
Várias delas não tem nem idade para compreender isso, também. Chamo-as de Liberteens por consequência.
Quando você tem 19 anos e precisa se sustentar sem a ajuda dos pais, aí a coisa muda um pouquinho de figura e as opiniões vão ficando mais polidas. kkkkk
mas sim, vamos pensar numa coisa: imagine que tu foste sequestrado, ok? Tu, em cárcere privado, é alimentado regularmente, toma banho, faz necessidades, etc.
Usufruir disso não implica dizer que o sequestro não deixou de ocorrer, ou que tu não possas usar esses recursos. Ocorre parecido com o Estado, quando tira lhe "dispõe" alguns recursos como as ruas, a luz, a água. Não é porque a gente usa esses serviços que está tudo bem.
Concordo integralmente com o seu exemplo. Só acho que lhe falta um pequeno ajuste, que inclusive eu comentei ali pra cima.
Existe um consenso, ou melhor, um senso comum que norteia essa discussão e estabelece um limite sobre o que é aceitável e o que não é.
Exemplo prático: Não é aceitável que, para ganhar um
salário mínimo, você seja obrigado a trabalhar mais do que 8 horas diárias (com a possibilidade de estender para 10, se houver acordo entre as partes).
Isso não significa que você seja
proibido de buscar mais jornadas de trabalho para potencializar seus ganhos.
Existem pessoas que são profissionais liberais (e até aqueles que empreendem) que as vezes acabam trabalhando mais de 16 horas diárias, mas é porque elas desejam e possuem a capacidade para fazê-lo.
Todo este debate resume-se em uma única palavra:
equilíbrio. Quando todos os direitos fundamentais existem num determinado nível de equilíbrio, então a prática é aceitável.
Se um deles é extremamente prejudicado mesmo que seja para a garantia dos demais, sinal amarelo. É necessário analisar profundamente o contexto para chegar numa conclusão. Os direitos fundamentais são todos muito situacionais. Cada um deles possui um peso, e dependendo do contexto sua importância aumenta ou diminui.
Um exemplo válido: Alguém aqui assiste
The Handmaid's Tale (ou
Os contos da Aia em português)?
Em Gillead, todas as Aias possuem roupa, comida, abrigo, e até um direito limitado de ir e vir. Porém, elas precisam viver em função de um sistema que elas não concordam e que lhes obriga a fazer coisas que elas não desejam.
Em contrapartida, no Canadá, as pessoas possuem total liberdade para fazer o que quiserem, e até recebem certa ajuda governamental, mas nem todas possuem casa, comida e roupa lavada.
Aqui no Brasil muitas pessoas ainda vivem em condições miseráveis.
Na China, 100% das pessoas possuem condições básicas de sobrevivência.
Em Cuba, 100% das pessoas são alfabetizadas e têm até faculdade garantida pelo Estado.
Qual é melhor entre essas situações?
Complicado analisar. A resposta é bastante pessoal.
Queria muito que tivéssemos um Estado eficiente, porém enxuto, cuidando de pouquíssimas coisas (mesmo com o custo da espoliação tributária) e que se omitisse o máximo possível em "n" questões.
Você traduziu o meu desejo todinho nem poucas linhas.
Para mim, o Estado deveria cuidar de 4 atribuições básicas: Saúde, desenvolvimento tecnológico (pesquisa), segurança e saneamento.
Penso no segundo item (desenvolvimento tecnológico) inclusive como uma maneira de geração de renda para manter suas próprias atribuições, como fornecer incentivo para a iniciativa privada inundar a vida cidadã com tenologia que proporcionem uma melhor qualidade de vida.
Finalizo apenas reforçando o que eu disse noutro tópico: dos candidatos à presidência desta eleição, apenas Ciro Gomes aproximou-se deste ideal de organização social que eu vislumbro. Fica aí o incentivo para quem quiser fazer a pesquisa.