Tá, vamos lá:
Bom, você diz primeiro que “acha” que o maior problema é o de pensarmos que “um pode dar algo que o outro não pode” e conclui que isto é inclusive “bastante errôneo”. Daí, quando eu perguntei porque seria "bastante errôneo" pensar assim, você diz que não “acha” que uma mãe não tenha plena capacidade de oferecer o que um pai tem a oferecer em conjunto, em se tratando da correta e principalmente completa criação de um filho, e conclui dizendo que “as raras exceções óbvias” (plural) seriam a amamentação e etc, ou seja, sem outras exceções...
Olha, eu posso falar por experiência de conhecidos, colegas e até amigos (além de estudos sobre a criação de filhos) que o papel tanto do pai quanto da mãe EM CONJUNTO para com os seus filhos em “criação” é algo fundamental e intransferível.
Veja, sem detalhar muito, as características fisiológicas distintas da mulher e do homem na criação de um filho, por exemplo, vão ajudá-lo em vários campos da vida.
Numa matéria que li, David Blankenhorn, (um dos fundadores da Iniciativa Nacional da Paternidade nos EUA, que promove a paternidade responsável e participativa), citou uma pesquisa de 1994, com 1.600 homens norte-americanos. Ele disse que “cinquenta por cento desses homens disseram que o pai esteve emocionalmente ausente durante sua infância. Muitos homens que hoje são pais não querem repetir esse erro. O pai que se envolve ativamente com os filhos pode exercer uma boa influência.”
E comentando uma pesquisa publicada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, dos EUA, o “The Toronto Star” disse que, “se o pai tomar refeições com os filhos, passear com eles e os ajudar nas tarefas escolares, “crianças e adolescentes [terão] menos problemas de comportamento, níveis mais altos de sociabilidade e melhor desempenho escolar”.
Não sou eu (02Snake) que estou falando isso, são pesquisadores. Até a bíblia indica que o casal DEVE junto educar a criança, quando diz em Provérbios 1:8 “Escuta . . . a disciplina de teu pai e não abandones a lei de tua mãe”
E quais são os riscos de se crescer sem a presença do pai, por exemplo? Bem, crescer sem o pai traz sérios riscos para a criança, em especial, físicos. Tem algumas estatísticas que li (que se referem a grupos e não a indivíduos) que dizem que “muitas crianças” que cresceram sem o pai não passaram por nenhum problema, ok. Mas várias outras dizem justamente o contrário, como segue:
Maior risco de molestamento sexual:
As pesquisas mostraram claramente (isso está na matéria) que não ter o pai por perto aumenta o risco de a criança sofrer molestamento sexual. Um estudo revelou que, de 52.000 casos de molestamento de criança, “72% envolviam crianças que viviam sem um ou ambos os pais biológicos”. O livro Fatherless America afirma: “O risco cada vez maior de molestamento sexual de crianças na nossa sociedade vem primariamente da crescente ausência do pai casado e da crescente presença de padrastos, namorados e outros homens sem parentesco ou que têm relacionamentos com a mãe.”
Maior risco de atividade sexual precoce:
Visto que numa família com apenas um dos pais provavelmente há menos supervisão parental, os jovens muitas vezes têm mais oportunidades de se envolver em conduta imoral. Um fator também pode ser o pouco treinamento parental. Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, dos EUA, “Garotas cujo pai não participa muito da sua vida têm duas vezes e meia mais probabilidades de ficar grávidas”.
Pobreza:
Um estudo entre adolescentes negras na África do Sul concluiu que a pobreza é uma consequência comum de se ser mãe solteira. “Em cerca de 50% dos casos”, disseram os autores do estudo, “a adolescente provavelmente não voltará para a escola”. Muitas mães solteiras acabam numa vida de prostituição e tráfico de drogas. A situação às vezes não é muito melhor em países ocidentais. Nos Estados Unidos, “(em 1995) 10% das crianças que viviam com ambos os pais eram pobres; em contraste, 50% das que viviam só com a mãe (eram pobres)”. Está no America’s Children: Key National Indicators of Well-Being 1997 (Crianças dos Estados Unidos: Principais Indicadores Nacionais de Qualidade de Vida, 1997).
Negligência:
Obrigadas a ganhar o sustento, algumas mães sem cônjuge se sentem sufocadas por suas responsabilidades e não conseguem gastar tempo adequado com os filhos. Uma divorciada relembra: “Eu trabalhava de dia, ia para a escola à noite e ficava exausta. Sem dúvida, eu negligenciava meus filhos.”
Problemas emocionais:
Contrário às afirmações de alguns especialistas que dizem que os filhos se recuperam rápido depois de um divórcio, pesquisadores, como a Dra. Judith Wallerstein, descobriram que o divórcio causa feridas emocionais que demoram para cicatrizar. “Dez anos depois do divórcio dos pais, mais de um terço dos rapazes e das moças de 19 a 29 anos tem pouca ou nenhuma ambição. Eles vivem sem rumo, sem objetivos específicos. . . e com uma sensação de desamparo.” Está no Second Chances [Segunda Chance], da Dra. Judith Wallerstein e de Sandra Blakeslee.
E entre muitos filhos de pais divorciados, observaram-se baixa auto-estima, depressão, comportamento delinquente e raiva persistente.
Finalizando, o livro The Single-Parent Family (Família Uniparental) diz: “Vários estudos demonstram que meninos criados sem uma forte presença masculina demonstram insegurança quanto à sua identidade sexual, baixa auto-estima e, mais tarde na vida, problemas em estabelecer relacionamentos achegados. Os problemas que as meninas podem desenvolver por não ter um exemplo masculino em geral só aparecem na adolescência ou mais tarde, e incluem dificuldade de estabelecer bons relacionamentos homem—mulher na vida adulta.”
Aí você pode dizer: “Ah, mas eu conheço uma pessoa que é mãe solteira, que trabalha fora, que cuida da casa, cuida do filho e da educação dele, e ele cresceu super bem e é um cidadão exemplar e sem problemas”. Ok. Show! Mas nós falamos da humanidade! Falamos da população como um todo! Os filhos PRECISAM do Pai e da Mãe para serem pessoas melhores assim como o tal pássaro citado mais acima precisa da asa da direita e da esquerda para continuar voando.
A questão de “amamentar” é apenas um detalhe neste assunto...