Se retirem do meu tópico conservadores
Aburame Hidan escreveu:Não seria correto.
Bem, na verdade os Gulags foram construídos na década de 30 por Joseph Stalin, sendo que Lenin morre em 1924, seis anos antes.
O que existiu já com Lenin foram campos para prisioneiros de guerra, um revide ao que já existia no Império Czarista (Katorga: https://pt.wikipedia.org/wiki/Katorga ) mesmo assim menor do que no império, pois ao contrário dos mesmos, não englobava heresia e crimes comuns, mas oponentes no campo de batalha, principalmente na Guerra Civil. Algo comum em guerras e revoluções.
O nome "Gulag" é dado só ao sistema expandido e institucionalizado por Stalin, que, esse sim, será como as Katorgas e até piores. Stalin imitará as Katorgas e mandará prisioneiros aos Gulags por crimes como roubos, vandalismo, estupro, "imoralidade" (exemplo: uso de drogas ilícitas e adulterio) dentre outros. O problema é que as dissidências também foram criminalizadas e as condições nestas prisões eram das piores, chegando a existir trabalhos análogos à escravidão. Era um regime muito rígido.
(Há de lembrar-se, porém, que não existia muito bem uma punição "por ser algo" (como no caso dos nazis com os judeus, ciganos e outros(a única exceção seriam homossexuais, mas seria uma análise anacrônica, já que potências ocidentais como Inglaterra também o faziam até os anos 80)) e eles não chegavam lá com a intenção de serem mortos muitas vezes, ao contrário dos campos nazis. Era uma punição às suas ações. O problema era a abrangência das ações consideradas criminais.)
Não há como defender algo desta natureza, o único problema é cair no anacronismo, desrespeitando a realidade do tempo espaço. Ou seja, não justifica de forma alguma, tanto que seriam encerrados depois da morte de Stalin, mas era uma tradição enraizada. A coisa sempre foi grotesca na Rússia, há relatos da época pré-revolução de pessoas sendo queimadas vivas, por pensarem estarem possuídas pelo demonio. Daí que veio o acerto na bandeira da educação na URSS, que erradicou o analfabetismo. Nada melhor para frear o fundamentalismo moralista do que o conhecimento.
Eu não gosto do Stalin em praticamente nada, foi um reacionário que freou conquistas femininas do Leninismo como o direito ao aborto, voto e participação política feminina, direito ao divorcio. Isso sem contar o apelo ao moralismo, um dos argumentos contra o divórcio era "estimular a família enquanto instituição". Além disso eu não concordo com punitivismo exacerbado como meio de manter ordem nacional, pois não liberta o operariado de fato, apelando ao medo somente.
Os meios de revolucionários e de industrialização proposto pela Literatura Trotskista eram mais sensatos, levando os ideais a países industrializados com o capitalismo em crise, como, por exemplo, a Alemanha da época e expandindo-os globalmente, e a países com a burguesia ainda não bem estabelecida, como a China e a própria Russia, fazendo com que a fase democrática/republicana geralmente liderada pela burguesia, estivesse na mão do próprio operariado. Stalin usará para defender o avanço do socialismo aprofundado apenas da união o fracasso de revoluções pelo mundo depois da 1GUERRA, mas nenhum desses países que as tentam eram como os casos citados. Lenin já dizia que a revolução no ocidente era necessária para que a URSS não caísse, e não simplesmente um sistema de controle mais exacerbante.
Ou seja, não defendo os Gulags e vejo o stalinismo como pouco revolucionário, por render-se à mediocridade mental do povo da Rússia Czarista (ex: punitivismo, nacionalismo ufanista, patriarcalismo, e moralismo) à burocracia e à rigidez para manter a ordem e a sistemática. Revolucionários de verdade rompem com tradições, em vez disso ele as enrijeceu e algumas delas refletem até hj. Claro, ele não "inventou" essas coisas, mas isso não limpa sua barra. J Evans, maior historiador sobre nazismo e história alemã, ao falar sobre stalinismo, chega a compara-los sim. E ele está certíssimo.
Não é à toa que o próprio Lenin não confiava muito em Stalin. https://books.google.co.th/books?id=LLg8AAAAIAAJ&pg=PA453&redir_esc=y&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false
Obs: A vida melhoraria no final dos 50 e principalmente no auge da URSS dos anos 60, na gestão de Nikita, quando a expectativa de vida chega a 65 anos (sendo abaixo de 40 no Império) e o analfabetismo é praticamente erradicado. Ele também liberta prisioneiros dos Gulags e revela os crimes do stalinismo.