SaintDevil escreveu: É o ser humano o único animal vivo que pode ser chamado de racional ou existem outros animais que compartilham desta mesma característica mesmo que de forma mais inferior ou primitiva?
Humanos não são animais. Animais são animais. Humanos são humanos...
Todos os animais tem “certa medida de raciocínio”, se podemos chamar assim, mas tal “raciocínio” não é racional como o nosso, é de fato limitado pelo instinto, por característica “pré programadas” em seus cérebros que lhe permite fazer um limitado arsenal de “coisas”. Veja:
(Dicionário Priberam da Língua Portuguesa – On line)
ra•ci•o•na•li•da•de(substantivo feminino)
1. Qualidade do que é
racional.
2. Faculdade de raciocinar.
ra•ci•o•nal (adjetivo de dois gêneros)
1. Dotado de raciocínio.
2. Que só se concebe pela razão.3. Razoável, conforme à razão.4. Fundado no raciocínio (opõe-se a empírico).
5. [Astronomia] Diz-se do círculo máximo da esfera celeste cujo plano é perpendicular à vertical do lugar de observação.
6. [Matemática] Diz-se da quantidade cuja relação com a unidade pode ser expressa por algarismos.
substantivo masculino
7. Ser pensante (opõe-se a irracional).8. Manual dos ofícios divinos que contém as razões históricas e místicas da liturgia.
9. Quadrado de estofo, ornado de doze pedras preciosas, que o .sumô sacerdote dos judeus punha ao peito, nas grandes .cerimônias de culto.
Segundo nos ajuda o dicionário, uma criatura RACIONAL é aquela que, pela razão, lógica, reflexão, cálculo (enfim...) ela age para resolver problemas, ela então raciocina com RACIONALIDADE.
Nós, humanos, somos assim. Nós planejamos, refletimos, calculamos, ou seja, somos RACIONAIS. Animais não.
Li uma matéria falando se “existia sabedoria nos animais”. Procurei ela e achei, e, um trecho dizia assim: (os
negritos/itálicos são meus)
SABEDORIA é a capacidade de usar o conhecimento adquirido para solucionar problemas e evitar perigos. Para os humanos, a sabedoria envolve o uso da faculdade de raciocínio. Dá-se isso também com os animais?
Exemplificando: sabe-se de gatos que conseguiram abrir portas por mover o trinco. É isto evidência de que raciocinaram para solucionar um problema? Considere os resultados de algumas experiências científicas.
Um cientista colocou um gato numa jaula equipada com uma porta que podia ser aberta por se mover o trinco. Ele enfiou as mãos pelas grades da jaula e comprimiu uma das patas do gato contra o trinco, destarte abrindo a porta. Quando a porta se abriu, ele deu ao animal um pedaço de peixe. Apesar dos esforços repetidos do cientista de ensinar o gato a abrir a porta deste modo, o animal jamais aprendeu a fazê-lo. (O meu aprendeu, mas de outra forma...kkk)
Depois disso, o pesquisador colocou vários gatos na jaula. Os animais tentaram tudo para conseguir sair. Deram patadas, unhadas e morderam partes por toda a jaula. Com o tempo, por errarem até acertarem, tiveram êxito em mover o trinco. Mas, quando foram devolvidos à jaula, os gatos de novo voltaram ao método de errar até acertar. Ao passo que, com o tempo, tornaram-se bem ágeis em escapar do confinamento, manifestamente eles não tinham raciocinado para achar a solução.
Que dizer de animais tais como os chimpanzés? Podem ser treinados a sentar-se à mesa, comer com facas e garfos, andar de bicicleta e empenhar-se em várias outras atividades humanas. Não indica isto que possuem faculdades de raciocínio como os humanos? Para respondermos a essa pergunta, poderíamos examinar os resultados de várias experiências feitas com chimpanzés.
Colocou-se uma banana fora da jaula, além do alcance duma fêmea de chimpanzé. Dentro da jaula havia varas que poderiam ser usadas para conseguir pegar a fruta. Será que o chimpanzé reconheceu que não adiantava tentar pegar a banana sem usar uma das varas? Não. Ela tentou em vão alcançar a fruta com seus braços. Por fim, deveras usou uma vara para puxar a fruta até ela. Mas, quando confrontada com a mesma situação mais tarde, a fêmea de chimpanzé de novo ignorou a vara.
Outro chimpanzé atuou de modo similar quando viu uma banana pendurada bem acima dele. Muito embora houvesse uma caixa disponível para ele trepar nela, o chimpanzé em vão tentou alcançar a fruta por saltar. Daí, sua atenção se voltou para a caixa. Apesar de anteriores experiências com caixas, contudo, ele não a colocou bem embaixo da banana. Ele simplesmente empurrou a caixa na direção da banana e então pulou de cima dela para agarrar a fruta.
Em outra experiência, um chimpanzé usou duas caixas, colocando uma sobre a outra para pegar a banana. Quando isso ainda assim não colocou a banana ao seu alcance, ele arrancou a caixa de baixo e tentou colocá-la em cima da segunda caixa.
Estas e outras experiências similares demonstram que os chimpanzés variam consideravelmente em sua capacidade de solucionar problemas e que não conseguem raciocinar como os humanos. Observa o livro Animais Are Quite Different (Os Animais São Bem Diferentes): “Os macacos compreenderam, pelo menos alguns deles, embora esses apenas ocasionalmente, que se pode atingir um fim pelo uso de aparelhos auxiliares, quando os braços resultam ser curtos demais para a finalidade em vista. Mas, ao passo que um ser humano, até mesmo uma criancinha, deduz leis gerais à base de suas experiências, e sempre tira conclusões válidas, os macacos não mostram, de nenhuma forma, que captaram o significado de algo como um todo. . . . Todos os desempenhos dos macacos submetidos a testes de inteligência, invariavelmente se realizaram com vistas a alvos perfeitamente materiais. A menos que houvesse uma banana ou outra isca disponível, deixaram completamente de interessar-se . . . Seu comportamento era, invariavelmente, dirigido puramente pelo olho. Se acontecia que uma vara estava à vista, muito bem, eles a agarravam e começavam a pescar a banana que estava fora da jaula. Mas, se a vara estava atrás deles, jamais a notavam. ” — Págs. 68, 69.
Entende o ponto aqui? Tipo, os animais “aprendem por errarem até acertarem”, ao invés de tirarem conclusões lógicas e racionais da experiência deles. Por exemplo, imagine um cachorro que passa por uma esquina qualquer. Daí, um cachorro maior “pula em cima” dele e machuca ele gravemente. Dali em diante, este cachorro (um animal irracional) fará todo o possível para evitar passar por aquela esquina onde sofreu essa “experiência ruim”, muito embora o cachorro maior não viva de forma alguma nessa área, pois ele nem saberá disto. Sacou? Embora este cachorro “aprenda algo” do que aconteceu, ele, por ser um animal, é
incapaz de raciocinar que a própria esquina não tinha relação nenhuma com o incidente desagradável.
É claro que animais como golfinhos, por suas ações, “aparentam” ter um nível de inteligência acima da média animal, entretanto, assim como qualquer outro, ele é extremamente limitado os seu instinto. Li uma matéria que falava sobre os 15 sinais dos golfinhos e de como eles “tentavam” se comunicar. Mas se pararmos para pesquisar um pouco mais, veremos que o porco, por exemplo, tem 32 sinais de “comunicação” e a raposa 38.
Há muito mais a falar, mas no momento...
SaintDevil escreveu: Aristóteles defendia que os animais agiam puramente por reflexo, Darwin questionava sobre as reais capacidades mentais das espécies. Seria possível outros animais, além de nós, serem racionais?
Com base no que sei e já pesquisei até hoje, eu diria que não. Existe nada mais que “um abismo” entre nós, os HUMANOS, e eles, os ANIMAIS.