[ANTIGO] Moments With She [Romance]

Moment With She - Signature

Sem Palavras

Lembrança Um: Sem Palavras

Tudo começou aos meus 6 anos.  Fazia um ano que eu tinha entrado na escola, mas eu achava a rotina muito chata. Saia de casa as 6:30 para chegar na escola as 7. Não estava nem um pouco ansioso com o primeiro dia de aula. Meu material estava arrumado, cabelo bagunçado como sempre, lanche na mochila, entrei no carro e meu pai me levou para a escola. Estava tudo normal no caminho, foi ate mais tranqüilo do que em outros dias.

Quando cheguei na escola, ainda estava tediosamente normal. O sinal atrasou para soar, criando uma grande bagunça, juntando nós, os pequenos alunos  de 6 anos, aos alunos mais velhos. Para impedir a provável ‘chacina’ vieram monitores e levaram-nos para as salas. Sentamos em nossos lugares,  colocamos nossos materiais na mesa, e começou a aula. Nem me lembro hoje do que a professora falava somente daquela linda garota, que abria a porta e cruzava a sala, até a mesa da professora. A ‘Dona Silvia’, minha professora, a apresentou, dizendo que ela era a nova aluna que iria estudar conosco.

Eu não conseguia entender a sensação que tive. Meu coração começou a pulsar, meus olhos brilharam, e fiquei arrepiado. A garota era linda, cabelos castanhos lisos, nem branca, nem morena. Ela caminhou entre as fileiras, e sentou na carteira que estava ao meu lado. Meu coração ficou ainda mais acelerado. Ai foi quando ela olhou para mim. Nossos olhares se encontraram e eu parei. Continuei olhando para seus olhos claros, e ela disse:

- Oi.
- Ehn...
- Tudo bem? – Disse ela, se aproximando.
- OI! T-tudo bem sim... E c-com você?
- Tudo bem. – Disse ela, com um sorriso brilhante.

Ela se virou para frente e começou a prestar atenção na aula. Durante o resto da aula não consegui me concentrar. Tentava entender o que eu sentia. Naquela época eu não sabia o que era o ‘amor’. Fui o ultimo a sair da sala. Fui pro lugar onde normalmente a van esperava, para me levar para casa. Eu era o único aluno da minha idade lá. Abri a porta da van. Eu ficava atrás do banco do motorista, entre o resto dos bancos, no espaço onde ficavam as mochilas. Quando sentei lá, encostei-me às costas do banco do motorista, e fechei os olhos. Comecei a pensar naquela garota. Seu cabelo, seus olhos... Estava totalmente fixado naquilo. Foi quando a segunda coisa mais impressionante para mim naquele dia: a garota entrou no vão entre os bancos, e se sentou ao meu lado.

- Oi de novo.
- Ãhn? V-você... O-oi.
- Se incomoda de eu ficar aqui?
- N-não.
- É que eles lá fora... Não gosto deles. Aqui me sinto mais protegida.

Quando ela disse aquilo... Perdi-me mais ainda em meus pensamentos. Coração batendo forte, respiração agitada. Tudo acontecendo novamente. Estava sem reação. Fechei fortemente meus olhos. Em minha cabeça, procurava uma resposta para aquilo que acontecia. Eu queria porque queria saber o que eu sentia.

• Lembrança Um: Sem Palavras
  
• Lembrança Dois: A Descoberta

A Descoberta

Lembrança Dois: A Descoberta

Depois que ela falou, fiquei quieto até chegar em minha casa. Fiz minhas tarefas, tomei banho, jantei, e fui dormir. Tinha em meus pensamentos somente aquela garota. Ela invadia meus pensamentos torrencialmente. Sonhei com ela, mas nada que me desse uma única pista do que eu sentia. Fui pra escola normalmente. Sentei ao lado dela na sala. Fiquei com os olhos vidrados nela. Até que a professora me chamou a atenção, e passou um texto pelas carteiras. Nele, estava escrito: “O que é o Amor?”. Foi quando veio um clarão em minha mente, e finalmente enxerguei o que sentia: era amor. Eu fiquei corado, gelado. Podiam dizer que eu estava morto naquela hora. Virei para o lado e olhei para ela. Tão bonita e radiante... Fiquei olhando para os olhos claros, cabelos lisos, seus lábios. Foi quando ela virou, olhou para mim, e perguntou:

- Tudo Bem?
- Ah... Tudo bem. Só estou um pouco cansado...

Então, começamos a conversar. Ela falou da sua vida, que também ficava cansada, por acordar muito cedo e dormir muito tarde. Concordei, meu horário de deitar e levantar também era bastante instável.

- Aonde é sua casa?
- Minha casa? Fica longe... Acho mais uns 30 minutos...
- Não sei muito bem se demora a minha. Também, é a primeira vez que vou pra casa de van.
- Não? Quem te levava pra casa? Seus pais?
- Eu ia andando. Eu morava ao lado da escola.

A conversa continuou rolando. Uma das coisas que essa conversa me lembrou, era que eu acabava de ganhar um vizinho novo. Era um homem simpático, aparentava ter uns 40 anos. Mas não posso tirar conclusões precipitadas, aliais só o vi uma única vez.

Conversamos muito. Descobri muita coisa sobre ela. Gostava muito de doces, mas não engordava, outra coincidência. Eu também me empanturro de doces e não engordo. Meu avô dizia que se comermos muito doce e usar muito a cabeça, não engordados. Comigo funciona. Será que com ela também? Descobri que ela não sabe cozinhar nenhum pouco. Mas será que não é pedir demais que uma criança de 6 anos saiba cozinhar bem? Talvez sim, talvez não. Acho que posso ser uma exceção entre muitos, pois sei cozinhar. Meu pai diz que quando eu crescer vou ser um ‘chef’ francês. Francês ou Italianos, pra mim tudo bem. Voltando ao assunto, ela é uma garota muito interessante. Gosta de muitas coisas que também gosto. Ela aparenta ser muito inteligente. Seu sonho é conquistar o mundo com suas idéias. Meu sonho é descobrir o mundo. Nos damos muito bem.

Quando a van parou, alguém disse: Avenida Alves Zarur. Caso ainda não tenha mencionado, eu moro em uma avenida. É pouco movimentada. Eu me despedi dela, peguei minha mochila e desci. No começo fiquei intrigado pelo porque dela ter dado um pequeno riso quando me despedi. Ainda assim, desci da van, e toquei a campainha de casa. Normalmente, quando um aluno sai a van já puxa o carro, mas naquele dia, ficou parada. Estranhei o porquê, mas logo a resposta apareceu: ela, a garota de quem estava falando, desce da van, e me pergunta:

- Eu moro aqui.

E aponta para casa ao lado da minha. Então, afinal, o meu novo vizinho tinha filho. Ou melhor, dizendo, uma filha. Ela. Fiquei sem reação. Queria dizer alguma coisa naquela hora, mas estava tão feliz... Logo, seu pai apareceu no portão, e ela entrou na casa. Minha mãe abriu o portão. E entrei em casa.

• Lembrança Um: Sem Palavras
  
• Lembrança Dois: A Descoberta
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.

A Sorte Esta do Meu Lado. Definitivamente.

Lembrança Três: A Sorte Esta do Meu Lado. Definitivamente.

Passei a tarde e a noite inteira pensando. Além de estudar na minha escola, sentar na carteira ao lado da minha e estar na mesma van, ela também era minha vizinha! Eu não tinha diário, um bloco de notas, nada nem ninguém pra desabafar o que eu sentia. Mas se bem que, o sentimento não era ruim, era bom. Tinha vontade de sair comemorando sem motivo, como uma pessoa completamente desequilibrada. Querendo que a escola chegasse logo, o que era muito difícil eu querer, arrumei minhas coisas e fui dormir.
Acordei bem cedo antes de todos. Tomei meu banho, me troquei. Comi meu café da manhã bem rápido, escovei meus dentes. Meu pai já estava tirando o carro da garagem. De tão agitado que estava, quase esqueço minha mochila em casa. Falando nisso, eu já esqueci a mochila uma vez. Entrei na sala, me sentei na cadeira. Quando a aula começou, fiquei aflito procurando a mochila. Foi uma bagunça.
Cheguei na escola, mas enquanto passava pelo corredor das salas, não avistei ela. Procurei, mas ainda assim não a vi. Fui pra sala então. Ela não estava lá. Me sentei, peguei meu material. A professora começou a aula, e ela não tinha chegado. Fiquei só prestando atenção na porta. Ao menor milímetro que se mexesse eu saberia. Um tempo depois, ela finalmente chegou. Estava com o braço engessado. Me perguntava: “Gesso? De ontem pra Hoje?”. Quando ela se sentou, perguntei pra ela.

- Oi.
- Oi – Ela disse.
- Tudo bem? O que aconteceu com seu braço?
- Eu cai da escada hoje de manhã. – Disse ela, pegando o material.
- Ah, por isso o atraso...
- É.
- Vocês dois! – Disse a professora, chamando nossa atenção.

Quando voltamos a aula, a professora começou a explicar um trabalho que faríamos. Acho que era sobre mais e menos... Não lembro bem.

- O trabalho devera ser feito em dupla.

Logo me animei, mas então a professora disse que seria ELA que iria escolher as duplas. Era praticamente impossível a professora juntar nos dois para a dupla, eu e ela, principalmente porque eu converso muito. Mas pra minha surpresa, a professora passou pelas nossas carteiras e disse:

- Vocês dois.

Ai sim fiquei feliz. A sorte estava do meu lado. E pensar que isso acontecia aos meus 6 anos. Engraçado. Eu e ela combinamos de fazer o trabalho naquele dia mesmo, depois do almoço, íamos nos encontrar no clube da escola.
Almocei bem rápido. Expliquei aos meus pais que deveria fazer o trabalho. Quando cheguei no clube, ela estava na lanchonete, sentada em uma das mesas. Eu sentei na frente dela.

- Oi.
- Oi. – disse ela, com uma expressão triste.
- Tudo bem? Você parece... Triste...
- Estou... Confusa. Será que agente podia deixar o trabalho pra amanhã?
- Er... Tudo Bem...

Eu logo levantei da mesa, e fui procurar algo pra fazer no clube. Definitivamente, acho que nunca vou saber o que tinha acontecido naquele dia.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

Forma de Felicidade

Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

No dia seguinte, cheguei atrasado na escola. Me sentei em meu lugar de costume, peguei meu material e olhei para o lado. A vi, com a mesma expressão triste do dia anterior. Senti um impulso enorme de falar com ela, mas acabei por não falar. Me concentrei na lousa, prestando atenção na aula. Esperava até o soar do sinal do intervalo entre as aulas. Quando tocou, todos saíram em disparada. Ela estava indo na direção da lanchonete. Sentou, colocou os braçoes sobre uma mesa e abaixou a cabeça. Logo me sentei ao seu lado, perguntando:

- Tudo bem? Você parece triste...
- E-eu... Sim. Tudo bem.
- Você ta com fome? Posso pegar algo pra você.
- Não... Não precisa.
- Ei. Vem comigo
- De—
- Vamos! É um lugar legal!

Ela levantou. Eu a levei pra sala da diretoria. No começo, não entendeu o porque de estarmos ali. Logo eu abri a janela, e subi pelo telhado. Mostrei a ela o caminho. Quando subimos juntos, ela me seguiu até uma outra parte. Era como uma varanda no telhado. Me deitei no chão. Ela fez o mesmo.

- Legal aqui né?
- Muito.
- Descobri isso um pouco depois de entrar na escola.
- Ah...
-Porque você esta triste?
- Não estou.
- Da pra notar...
- É que... Meu pai... Ele foi atropelado.
- C-como assim!?
- Eu quebrei o braço, quando quase fui atropelada. Estava indo pra escola, quando um carro veio na minha direção. Meu pai pulou na frente. E foi atropelado...
- Ruim... Mas sabe de uma coisa? Seu pai vai sair dessa. Fica tranqüila.
- Pode ser... Mas eu já perdi minha mãe... Não quero perder meu pai também.
- Não vai. Ele vai ficar bem.

Depois disso, ficamos quietos. Continuei olhando para o céu. Não vi a reação dela depois que falei. Nem me importei muito.. Na época eu era novo. Não entendia muito bem o impacto das minhas palavras.

Depois daquele dia, não entendo o porque, eu e ela fomos nos afastando cada vez mais. Semanas depois seu pai saiu do coma, ele começou a fazer novas amizades e ficou popular na escola. Quanto mais tempo passava, mais nos distanciávamos. Mudamos de sala algumas vezes, mas esse ano vai ser diferente. Vou cair novamente na mesma sala que ela. E vou conquistá-la.

Se bem... Que acabei não dizendo algumas coisas. Meu nome é Danilo. Atualmente, tenho 14 anos. Estou na 8ª série. E o nome dela? Gabriela.14 anos. 8ª série.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  

Começando Denovo

Ato Cinco: Forma de Felicidade.

Danilo já tinha entrado na escola pelo portão, como fazia a anos. Quando mais ele andava, mais garotos ele via se juntando. Segundos depois, estavam formados um pequeno circulo de pessoas. Eles estavam atentos a um pequeno grupo de alunos, 3 ou 4 pessoas, que estavam bloqueando uma sala.

- Daqui não vão passar. Queremos o dinheiro. –Dizia o maior. Se chamava Nicolas.
- N-não t-temos dinheiro... Só p-pro l-lanche... – Disse um aluno que estava em uma fila, com alunos pequenos. Provavelmente 1ª ou 2ª série.
- Sério... Ou vão querer... – E rasga um desenho, que estava grudado em um painel na parede – Isso?
- P-por f-f-favor...

Logo, alguém abre espaço entre as pessoas. Era Gabriela. Ela chega perto do grupo de alunos menores, e diz, aqueles que bloqueavam a sala.

- Ei! Vocês não têm vergonha não? Olha o tamanho deles e o de vocês! – Disse ela.
- Ah! Gabizinha... Vai continuar com essa lenga-lenga de ficar enchendo o saco?
- Vou chamar a diretora!
- E daí? Ela é uma zero-a-esquerda!
- Vocês não têm consciência? – Dizia ela, com um tom mais alto.
- Menina... Esta pensando que é quem pra falar assim comigo...? – Dizia o maior, se aproximando dela, segurando em seu braço.
- Esta me machucando! – Disse Gabriela, tentando se desvencilhar.

Antes que qualquer coisa acontecesse, Danilo, olhando aquilo, abre espaço entre a multidão, e puxa o braço de Nicolas.

- Ei, não acha que esta sendo rude demais?
- Que? Sai daqui bundão! Cê Não tem nada haver com isso. – Dizia Nicolas.
- Não vou sair. Preste atenção no que esta fazendo. Além de estar tentando pegar o dinheiro de gente menor que você, esta ameaçando uma pessoa.
- Cara... Tá querendo o que? Tô te avisando... Minha paciência já ta ruim...
- Nicolas, quero que você e o seu bando saiam.
- Que bando o que, Mané! – Disse o que estava ao lado de Nicolas, Paolo.
-Nicolas...
- Paolo, mostra pra ele.

Logo, Paolo dá um murro na cara de Danilo, jogando-o para o chão. Então Danilo se levanta, limpando o sangue da boca.

- Hum... Agora precisa de alguém do seu bando pra bater, Nicolas?Com medo? – Disse Danilo, caçoando.
- Medo? Vou te mostrar o que é medo depois de quebrar você... – Disse Nicolas, chegando perto de Danilo, e dando-lhe um murro.

Mas desta vez, Danilo desvia do soco, e desfere outro em Nicolas, fazendo-o cambalear pra trás, e ser segurado por Paolo, impedindo sua queda.

- Aogra. – Nicolas limpa o sangue em sua boca, e ao seu sinal, os outros 3 alunos, junto-os a Paolo, avançam contra Danilo. Mas antes que pudessem tentar qualquer coisa, novamente outra figura aparece, alguém bem grande. Era Bruno, amigo de Danilo.
- Os três. Distancia. Tão querendo briga comigo?
- B-bruno? O que ta fazendo a-aqui? – Dizia Paolo
- Evitando que vocês levem uma surra. Vaza rapaziada. Aliais, todo mundo! Rapa fora!

Logo, todos os alunos começaram a ir embora, só sobrando ali Gabriela, Danilo, Bruno e os alunos da 1ª série.

- Pronto. Agora vocês podem entrar na sua sala! – Dizia Gabriela, com um forte sorriso, para os alunos.
- Brigado! – Diziam eles.
- Arranjando problema de novo? – Disse Bruno, um pouco depois que os alunos entraram na sala.
- É a turminha do Nicolas que começou.
- Aff. Um dia você ainda leva uma surra.
- Isso. Roga praga. E eles só eram 4.
- Continua com essas suas idéias... Bom, agora tenho que ir buscar meu material. – Disse Bruno, saindo.
- Tá.
- Obrigada por me ajudar com eles... – Dizia Gabriela, se aproximando de Danilo- Danilo.
- Ah. De nada. Eles sempre causam problema.
- Você não devia... Limpar esse machucado?
- Só lavar. – Dizia Danilo, levando a mão a boca, limpando o sangue.
- Sabe, a escola tem uma enfermaria. Devia ser usada de vez em quando.
- Sim, mas a escola não tem enfermeira. Por isso a sala é inútil.
- Mas não precisa. Vem comigo.
Gabriela pega na mão de Danilo, e o leva até a porta da enfermaria.
- Trancada. Nem adianta muito – Disse Danilo.
- Isso não é problema.

Gabriela tira um grampo do cabelo, e forçando a fechadura com ele, destranca a porta.

- Prontinho. – Dizia ela, levando Danilo pra dentro. – Senta ali.
- Isso é impossível. As fechaduras de hoje em dia não deviam ser abertas com simples grampos.
- Na verdade não é tão difícil. O segredo esta no pulso.
- É o que sempre dizem...

Danilo então senta em uma cama que estava na sala. Gabriela pega uma atadura, molha com algo e começa a passar no machucado de Danilo.

- Arde um pouco.
- Deixa de ser reclamão.
- Hehe... Aliais... Gabriela...
- Me chama de Gabi.
- Então, Gabi... Não nos falamos a um tempão né? – Disse Danilo, olhando pra Gabriela.
- Pois é... Por que será?
- Não sei. Foi logo depois da época em que seu pai... De quando aquilo aconteceu.
- É... Muitas coisas aconteceram depois disso. Ai, paf! Mas esse ano, podemos nos falar mais.
- Ah, sim. Com sorte sim. Ai!
- Não se mexa muito...
- Pronto... Parou de doer.
- Então acho que vou indo. – Disse Gabriela, já guardando as coisas.
- É mesmo, temos que ver as salas.
- Quem você quer que caia na sua sala?
- Acho que ninguém.

Logo depois, nos despedimos, e Gabriela saiu da sala.
Danillo aperta a mesa, corre para abrir a porta, saindo da sala e falando alto.

- Eu... Quero cair na SUA sala, Gabi.
E então Gabriela continua andando, vira a cabeça e sorri a Danilo.

- *Esse sorriso... Me lembra... Como era... Antigamente. Seu sorriso forte. Sincero. Brilhante.*

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  

Primeiro dia de Aula

Ato Seis: Primeiro dia de Aula.

No final, a Gabriela caiu na minha sala. Bruno também. A sorte voltou mesmo pro meu dia-a-dia. Pelo menos, é o que parece. O resto do dia foi tranqüilo. Logo que vi o quadro de alunos, fui pra casa, já tinha me acostumado a andar de ônibus. Como todo mundo tinha ido trabalhar, liguei a televisão, e preparei um sanduiche. Até que da cozinha, a televisão de chamou atenção.

- ... Isso mesmo. Esse ano, menos escolar estarão participando do campeonato estudantil. São 10.

Eu, com um suco Ades De manga na mão, lá vai o merchandising, e um prato com sanduiche na outra.

- Esse ano, participaram: A escola Prof. Ermelino Silva, Dr. Cassiano Lopes, escola E. Matarrazo...
- O QUE!?

E. Matarrazo. Era o nome da minha escola. Cuspi o suco, com o espanto. Não esperava que a escola se inscrevesse no campeonato estudantil, já que nunca tinha participado de nada. No campeonato, as 8ªs séries iriam participar de diversas provas. Mini-torneios de dança, teatro, música, luta, matemática, tudo! As escolas se preparam por 1 mês, e viajam pra diversas cidades para as provas.

- D-droga! Eles devem estar se reunindo no auditório agora...

Logo coloquei minha roupa da escola, peguei minha mochila e corri pra escola. Andando, são mais ou menos 1h30. Mas eu fui com a minha bicicleta. Andei metade do percurso na ciclovia, uma pista especial pra bicicletas, por mais ou menos 10 minutos. Ai cortei caminho pelo parque. Não existia possibilidade de eu chegar a tempo lá. Pelo parque, consegui gastar 20 minutos. Logo que cheguei na escola, prendi minha bicicleta com cadeado, e corri pro auditório. No primeiro dia de aula, todos os alunos iam pra escola, guardarem seus armários, conseguirem bons lugares na sala de aula, rever amigos. E muuuuitos outros motivos. Eu normalmente ‘mato’ esse primeiro dia porque é muito chato. É obrigatória a presença dos alunos. Quanto mais me aproximava do mauditório, eu conseguia ouvir o diretor falando: “Como todos os alunos estão aqui, vamos começar com as inscrições para o campeonato.” Fiquei com raiva. EU não estava lá. Ele deveria ter uma lista de chamada. Eles deveriam enviar um bilhete antes da inscrição! Depois de quase 5 minutos correndo, abri a porta do auditório.

- ... Terminadas as inscrições. Os alunos que não se inscriveram, n—
- PERAE! EU VOU ME INSCRIVER!

Berrei espantosamente da porta do auditório, para vários os adolescentes que estavam prestando atenção, mas logo se viraram. Por um momento, virei realmente o centro das atenções, em um silencio mortal. Mas ai, o diretor falou:

- Ãhn... Você é?
- Danilo Alexander. 8ª A.
- Vou ver – Ele começa a folhear a lista. – Espere um pouco. Você assinou a lista de presença.
- Er... Sim.
- Mas não estava aqui. Porque?
- Um problema.
- Quero que vá a minha sala amanhã. Mas vou inscrever você no campeonato.
- Yeah!
- Sente-se com a sua sala.

Ele apontou a um conjunto de alunos. A 8ª A. Logo que avistei Gabriela, me sentei ao lado dela.

- Oi.
- Oi. Onde você tava? – Perguntou Gabiela.
- Em casa.
- Matando aula? – Dizia Bruno, se aproximando.
- N-não...
- Tô ligado. – Disse ele, rindo.
- Você estava matando aula. Porque não estou surpresa? - disse Gabriela, rindo também.
- Isso. Porque não berram? Acho que todo mundo quer saber.
- Voltando, alunos – Dizia o diretor. – Cada sala recebera uma lista com as modalidades do eventos. Devem definir grupos de alunos que participaram as provas.

Eu estava feliz. Afinal, tudo estava começando a dar certo. E pensar que ia ser como no dia que ela apareceu. No primeiro dia de aula. Aquele que eu achava tão ruim. O primeiro dia de aula. Irônico.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.
  

Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula

Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.

Virou o Dia. Ontem, e minha sala decididos: iríamos participar de todas as modalidades. Eu só me lembro dos grupos em que eu estava: Dança... O que mais mesmo? Ah, Basquete, Futebol, Vôlei, Tênis, Xadrez, RPG, Peça Teatral e, a minha preferida, Gastronomia. Essa sim é uma modalidade. A minha preferida. Estou a caminho da escola. Ontem peguei o melhor lugar da sala, o estrema canto inferior. A ultima carteira, do lado da janela. E quem esta sentado ao meu lado? Gabriela. Incrivelmente, tudo começou a ficar bom de novo.
Quando finalmente abri a porta da sala de aula, voa uma bola de papel na minha cara. Isso mesmo. Eram 7h da manhã e eles estavam jogando bola de papel na sala. Coloquei minha mochila da frente, e fui andando. A cada passo que eu dava, era bolinha de papel voando. Aquilo estava um pandemônio, um qüiproquó. Logo que cheguei no meu lugar, vi Gabriela encostada no armário que estava atrás da minha carteira. Um pequeno espaço. Eu coloquei minha mochila em cima da mesa, puxei minha cadeira e me sentei ao lado dela.

- Oi, Gabi.
- Oi, Dan.
- Ta um deus-nos-acuda aqui em... Porque a professora não ta na aula?
- Não sei. Ela não chegou... Mas você não deveria estar na sala do diretor?
- Nem. Se ele quer falar comigo, que venha aqui.
- Vai levar outra advertência.
- Vira essa boca pra lá! Mais uma e to morto.

Logo, alguém abre a porta da sala. Era a monitora de alunos.

- Quietos. Sentem-se – disse a monitora.

Nada aconteceu. Os alunos continuaram com a guerra. Então a monitora pegou um apito. Um barulho ensurdecedor soou. Todos se sentaram em suas carteiras. Até eu e Gabi.

- Sua professora não veio hoje. E não há possibilidade de colocar vocês em outra sala em dia de provas. Então vocês vão para o pátio, e esperar as primeiras aulas acabarem. Sem barulho.

Ela virou, saindo da sala. Todos seguiram, com suas mochilas, atrás dela. Logo uma bola de papel molhada atinge a cabeça da monitora. Então, 40 alunos correm em direção do pátio, como se não existisse amanha.

- Sem aula de novo... Que ótimo. – disse, enquanto procurava qualquer coisa na minha mochila
- Ei, Dan... Vamos lá de novo? – disse ela, puxando a manga da minha camiseta
- Aonde?
- Me segue.

A Gabi virou, e correu na direção da sala da diretoria. Nesse tempo que se passou, ela realmente ficou mais bonita. Seus longos fios castanhos. Seus olhos reluzentes. A pele lisa e macia. Olhando ela eu ficava sem palavras. Somente admirando. Eu segui Gabi, chegando a tempo de impedi-la de girar a maçaneta.

- Ei! A diretora esta na sala! – eu disse, olhando pra Gabi.
- Tá não. Olha ali. – disse Gabi, apontando pra diretora, entrando no corredor dos banheiros.
- Tá. Isso foi sacanagem.
- Vamos .

Gabi entrou na sala, abriu a janela e subiu na ‘varanda’ do telhado. Receoso, fiz a mesma coisa. Quando cheguei no telhado, ela estava olhando o céu.

- Faz tempo que não viemos aqui...
- É... Muitos anos, Gabi.
- Não porque ninguém vem aqui... É tão legal.
- A única passagem pra cá é pela cozinha... E a janela da diretora.

Logo, comecei a tirar coisas da mochila, estava procurando um papel.

- Draga de mochila grande... Achei! Uma maça... Caneta... Pendrive... Estojo... Gabi, tem um papel?
- Papel? Folha de papel?
- Sim.
- Hum... Ahá!

Gabi passou do meu lado, e pegou a minha maçã, e saiu correndo. Logo levantei e corri atrás dela.

- Ei! A maçã é meu lanche. – Eu disse, alcançando ela.
- Não seja pão duro, Dan... Divida.
- Mas não tenho outra coisa pra comer!
- Não recl—

Foi engraçado. Gabi perdeu o equilíbrio quando um folheto de propaganda eleitora parou na cara dela. Eu tropecei em outro folheto e cai no chão. Gabi despencou do alto, bem em cima de mim. Logo, nos dois ficamos corados.

- Er...
- Dan...
- D-diga...
- Eu ainda estou com a maçã!

Então ela levantou e saiu correndo. O dia estava divertido. O melhor é que ainda era só o começo.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Oito: Campeonato Estudantil.
  

Campeonato Estudantil

Ato Oito: Campeonato Estudantil.

Logo, quando eu e Gabi voltamos pra sala, atrasados, o diretor estava explicando as modalidades do campeonato desse ano.

- Então... Danilo.
- Er... Oi.
- Se esqueceu do caminho da diretoria?
- Eu nunca fui pra lá. Como ia saber?
- Não banque o engraçadinho. Vem comigo quando acabar aqui. Agora sente-se. Estou explicando sobre o Campeonato.
- Tá.

Eu logo me sentei. O Diretor ficou fazendo um longo discurso... Quando finalmente citou as modalidades.

- ... Então, por problemas com a organização do evento, seram somente 6 modalidades esse ano. Futebol,
Handebol, Música, Peça Teatral, Dança e Xadrez
- Música!? Que porcaria é essa? – Pergunta um aluno – Por que diabos tem música, e não Tênis!?
- Foi sorteio – Disse o Diretor. – Agora, tenho que comunicar isso a outras salas. – E Sai da sala.
- Tá. Isso é brincadeira. Handebol. Xadrez. Música. Tiraram gastronomia... – Disse eu.
- Eu que digo. No campeonato vai ter Dança, além de Teatro! – Dizia Gabi, entusiasmada.
- Isso é uma rara coincidência. – Disse Bruno, olhando para mim e para Gabi.
- Porque?- Perguntava Gabi.
- Porque? Porque Danilo é o melhor jogador de handebol da escola. Quase campeão inter-escolar de Xadrez.
- “Quase Campeão”? – Perguntou Gabi, novamente.
- Sim... – Disse eu.
- Porque ninguém sabe disso, Dan?
- Porque não quis contar a ninguém. Sem falar que poucos gostam de Xadrez.
- Esse campeonato vai ser legal... – Disse Bruno, olhando pro alto
- Eu pensei que iriam ter outras modalidades... – Logo dizia eu, ficando desanimado.
- Como gastronomia? – Desafiava Bruno.
- É. Como gastronomia.
- Não vejo a hora da hora da seleção dos grupos... – Dizia Gabi.
- Vai ser uma seleção chata. Uma semana de pequenas competições pra definir os participantes das 8ªs... – Disse isso, logo me sentando.
- Errado. Esse ano, um comitê formado por alunos do Ensino Médio vai definir os alunos.
- Porque isso, Bruno? – Me espantei com a “resposta” dele. Já que metade do Ensino Médio me odiava. Assim como a escola.
- Por causa do inter-classes do ano passado. Competimos, lembra? A lista já deve estar no mural.
- Porque tudo nessa escola é tão rápido. As vezes é difícil de acompanhar. – Eu disse, revirando minha mochila.

O tempo passou rápido, ate o final da aula. Vários alunos saíram como uma manada de rinocerontes infectados pelo vírus do Residente Evil*. Ou algo parecido. Fui um dos últimos a chegar no mural, junto a Gabi e Bruno.

- Ahá. Estou no time de Futebol. – Disse Bruno, com um ar de superioridade.
- Como sempre... Agora, vou procurar meu nome em lugar nenhum...
- Que legal! – Gritou Gabi – Estou nas modalidades de Teatro, Dança e Música!
- E eu... -Olhei para a folha no mural. Vi meu nome. Ou seriam meus nomes? -ãhn!?
- Que foi, Dan? – Perguntou Gabi.
- E-eu... Estou... Em...
- Teatro. Dança. Xadrez. Handebol. Música – Completou Bruno.
- Estão tirando uma com a minha cara. Deve ter alguém vendo agente agora – Logo comecei a olhar pro lados, procurando alguém.
- Não. Eu conversei com uns caras... Ai deu nisso. Você É o melhor jogador de handebol. Semi-finalista de Xadrez. É ator. – Disse Bruno, até ser interrompido por mim.
- Eu ERA. Sem falar, que fiz 2 aulas... – Interrompi.
- Continuando... ERA ator. Sapateador. E Cantor.
- Sabe, Bruno, eu me empenho muito pra não sair gritando aos sete ventos que faço um monte de coisa, pra me poupar trabalho. Ai, você me inscreve em tudo isso.
- Foi você que se inscreveu – Se Defendeu Bruno.

Conversamos mais um pouco. Ai, um aluno que nunca vi antes na minha vida, porém era da 8ª, me entregou 5 bilhetes. Eram sobre o Campeonato. Um dizia sobre o ensaio da peça teatral, ia ser logo no dia seguinte, após as aulas. O outro bilhete falava do ensaio da dança. Ia ser dali a 3 dias. Os outros falavam do treino de Handebol, a música e o Xadrez. Logo percebi que ia ter uma semana corrida.
No dia seguinte, esperei ansiosamente pelo ensaio da peça, mesmo não querendo muito participar, nesse ensaio eu ia ter mais tempo pra passar com a Gabi. Não percebia muito que ficava colado nela a aula inteira. Quando chegou a hora, fui pro Teatro da minha escola, sim, a minha escola tinha um Teatro. Cabia umas trezentas pessoas. O Camarim era legal. Chegando no Teatro, via no palco um grupo de 12 pessoas, que eu nunca esperaria ver na vida, menos a Gabi, que já estava ali. Eram pessoas bem populares na escola, pessoas que eu evitava. Eram em base garotas, menos 2. Mas dentre os 12, tinha uma pessoa que eu não queria ver mesmo. Era minha ex-namorada, Laura.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Oito: Campeonato Estudantil.
  
• Ato Nove: Minha Ex-Namorada
  

Minha Ex-Namorada

Ato Oito: Minha Ex-Namorada.

Dentre os 12, tinha uma pessoa que eu não queria ver mesmo. Era minha ex-namorada, Laura. Logo que cheguei, a professora notou minha presença, talvez se deva ao fato de eu ter um cabelo meio... Chamativo.
- Oi. Você esta no grupo de Teatro...? – disse a professora
- Er... Sim. Danilo.
- Ah. Esta na chamada. Meu nome é Ana Paula. Pode entrar na roda. Estou explicando como faremos a peça.
- Qual vai ser...?
- Iríamos começar a votação agora. Começa por você...? – e a professora apontou para o aluno que estava a seu lado.
- Carlos. Sabe... Eu queria algo como Dante. Talvez até a “Divina Comédia”
- Boa. Digam seus nomes, antes da opinião. Próximo.
- José. Pra mim tanto faz. Eu quero é ganhar...
- Ãhn... Proximo.
- Felipe. Eu queria algo mais rústico e atual. Talvez um terror ou suspense.
- Breno, e prefiro algo mais comum, mais fácil de fazer.
- Bianca. Por mim tudo é legal.
- Julia. Eu queria Romeu e Jullieta.
- “Ohol... Isso não é bom...” – Logo pensei.
- Beatriz. Também curto Romeu e Julieta. Ou Hamlet.
- Camila. Tanto faz...
- Juliana. Eu prefiro Romeu e Julieta. Tão obvio que seria uma surpresa.
- Gabriela. Acho que Romeu e Julieta ia ser bem divertido.
- Eu? Danilo. Concordo com Carlos... Divina Comédia.
- Laura...
- “Por favor, por favor, por favor, por favor... Não escolha Romeu e Julieta...”
- Romeu e Julieta – disse Laura.
- Então... Vamos fazer Romeu e Julieta. Maioria de votos.
- Quem vão ser os personagens principais? – pergunta Camila
- Vamos decid-- *TRRIIIIIIIIIIIIIIIIIN* Desculpe.
A professora Ana pega o celular em seu bolso, e o atende.
- Ah? Sim. O que....? Como!? Sim, sim, já estou indo ai. – disse a professora, ao telefone.
- O que aconteceu? – perguntei.
- Houve um problema. Eu tenho que ir. Me desculpem. – disse a professora
- Tudo bem.
Logo, Ana Paula pega sua mochila, perto da porta, e vai embora, correndo, deixando os alunos na sala. Passado algum tempo, um a um os alunos foram saindo, até sobrar somente Gabriela, Danilo e Laura.
- Bom, vou indo gente! – disse Gabriela.
- Já? – perguntei.
- Vou descansar um pouco. – respondeu Gabi.
- Tchau, Gabi – me despedi
- Tchau. – Disse Laura.
Poucos segundos depois de Gabi sair, eu já havia me levantado. Só não fui embora porque fui impedido por Laura. Naquela hora eu já imaginava sobre o que ela queria falar...

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Oito: Campeonato Estudantil.
  
• Ato Nove: Minha Ex-Namorada
  
• Ato Dez:
  

Tentando Me Afastar

Ato Dez: Tentando Me Afastar.

- É ela. – disse Laura, seriamente.
- Ela quem? – perguntei
- Gabriela. É por causa dela que terminou comigo. – disse Laura
- Ah, isso. De certo modo... Sim. Eu sempre gostei dela. Não ia ser justo continuar com aquilo.... E faz tanto tempo.... – respondi
- Fazem 6 meses, Danilo. Mas continuo não entendendo! No começo... Era tudo tão bom.
- Foi um bom tempo... Mas passou. Agora temos que seguir enfrente.
- Eu... E-eu... Droga!
Laura me empurrou pro lado, puxou a mochila dela, e sai correndo do teatro, lacrimejando.
- Realmente... Mulheres são difíceis de se entender. Mas se bem que ela estava certa. Eu gostava dela no começo...

Tudo começou seis meses atrás. Tínhamos acabado de voltar das férias. Como sempre, seguindo aquela rotina caótica e deprimente, eu estava na escola. Com muito sono, aliais. Andava cambaleando, de olhos fechados, quando senti um forte perfume. Forte, porém bom. Algo como canela. Ai, PAF! Esbarrei em alguém. Logo supus que era uma garota, pelo perfume. Quando abri os olhos, me espantei. Sim, era uma garota. Mas uma garota extremamente linda. Com os cabelos presos por um lápis azul.
- D-desculpe. – respondi.
- Você deve estar com muito sono, hein? Mas tudo bem. – disse a garota.
- Realmente. Eu sou Danilo.
- Eu Laura.
- Eu nunca t—
- Me viu por aqui? Claro. Sou aluna nova.
- Entrando no meio do ano?
- É... Minha família se mudou.
- Hum... Quer conhecer a escola?
- Seria ótimo!
Logo que me levantei, estendi a mão para Laura. Ela segurou minha mão carinhosamente, como se fossemos íntimos. Uma sensação gostosa percorreu meu corpo. Quando levantou, seguimos andando.
Passamos por cada sala. Cada corredor. Eu achava a companhia dela muito, muito agradável. Tanto que depois de nosso “esbarrão” minha atenção ficou voltada somente a ela. Tinha até esquecido da Gabi.
- Foi... Bem legal. – disse Laura
- É... Foi. Não... Muito Legal. – disse eu.
- Agente podia se encontrar outras vezes - disse Laura.
- Hum... Acho que... Que tal amanhã? Depois da aula?
- Sim. Amanhã. Depois da Aula. Não esquece.
E foi assim que começou minha segunda paixão. É... O Amor é complicado.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Oito: Campeonato Estudantil.
  
• Ato Nove: Minha Ex-Namorada
  
• Ato Dez: Tentando Me Afastar
  
• Ato Onze: Uma garota de Personalidade
  

Uma garota de Personalidade

Ato Onze: Uma garota de Personalidade

Pergunte para alguém se realmente sabe o que é o amor. Acho que vão encontrar como respostas inúmeros clichês. Eu tenho uma noção mais diferente de o que é o amor... Imagino ele como um interruptor com defeito. Ai, alguém pensa: “Que espécie de retardado imagina amor como um interruptor?!” Mas é assim. Um interruptor com defeito escolhe quando ascende e quando apaga. Pelo menos assim é o meu.
Mas paremos com isso. Vai me causar problemas.
E voltando ao assunto... Ah. Laura. Minha segunda paixão. Creio que por um tempo. Depois do dia em que conheci ela, meu pensamento alternava entre Gabi e Laura. Pendendo cada vez mais a Laura. Como já fazia um tempo considerável que não conversava realmente com Gabi...
No dia seguinte, cheguei cedo na aula. Quando todos estavam dentro da sala, a professora ia fazer um comunicado. Penso eu que vocês já imaginam. Seria uma nova aluna... Errado. Laura, mesmo que eu quisesse muito, não estava na mesma classe que eu. Fiquei decepcionado, só que na hora nem me dei conta de que ela havia entrado na escola no dia anterior, não naquele dia. Mas mesmo assim fiquei esperando o horário do intervalo. Seria o único momento em que eu poderia falar com ela...
E quando chegou o intervalo, corri pra fora da sala. Fiquei perambulando pela escola. Refeitório, corredores, salas, biblioteca, mas nada da Laura. Cabisbaixo, fui até meu lugarzinho especial sobre a diretoria. Pouco tempo depois, lá estava eu, deitado com as mãos na cabeça, e olhando pro céu, pras nuvens. Nem percebi que alguém estava chegando. Paços leves seguiam na minha direção. Repentinamente, meus olhos estavam cobertos por mãos macias. Fiquei um pouco corado...

- Quem...?
- Eu! – disse Laura
- Laura! O que você esta fazendo aqui?
- Eu estava seguindo você... Aliais, deixou a porta da diretoria aberta...
- E-eu...
- Esta ficando avoado, hein?
- Pois é... Em que sala você caiu?
- 8º C.
- Que pena...
- Por quê? – Logo que ela fez a pergunta, foi se aproximando.
Quando mais perto ela chegava, mais vermelho eu ficava. Era um pimentão ambulante. Quando o nariz dela tocou o meu, consegui empurrar algumas palavras pra fora:

- E-e-e-e-eu... É p-p-porque...

Tai. Nessa hora acho que deveria estar roxo.

- Shhhhh... – Laura levantou a mão na direção do meu rosto, e tocou carinhosamente minha boca.

Ele virou o rosto, e me deu um beijo.
Tá. Se bem que aquilo não era verdadeiramente um BEIJO, tava mais pra um selinho. Mas bastou pra eu me sentir no céu. Não era meu primeiro beijo, mas realmente me deixou no décimo céu. Mas também bastou pra me derrubar com uma coronhada na cabeça. Como se em um relampejo, milhares de imagens da Gabi invadiram a minha mente. Um turbilhão bagunçando meus sentimentos e pensamentos. Eu me afastei, segurando os ombros dela, o tirando a cabeça.

- O que f-foi? – perguntou a Laura
- N-não e-eu... Não posso.
- Porque?
- Eu te conheço a 2 dias... Nem seu sobrenome eu sei...
- M-mas... Você também sente... Acontece algo entre agente...
- Pode ser mais... E-eu... Não dá.
- Não entendo...
- Não tente. É melhor.

Foi ai que decidi ir embora. Eu me virei, e usando todas as minhas forças, fui andando. Eu não sei o que Laura fez, mas enquanto eu descia pra diretoria, consegui a ouvir dizendo.

- Não vou desistir de você, Danilo.
Uma coisa que não se pode negar sobre Laura... Ela tinha personalidade.

• Lembrança Um: Sem Palavras.
  
• Lembrança Dois: A Descoberta.
  
• Lembrança Três: A Sorte esta do Meu Lado. Definitivamente.
  
• Lembrança Quatro: Forma de Felicidade.

• Ato Cinco: Começando Denovo.
  
• Ato Seis: Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Sete: Tá. Talvez ESSE devesse ser o Primeiro dia de Aula.
  
• Ato Oito: Campeonato Estudantil.
  
• Ato Nove: Minha Ex-Namorada
  
• Ato Dez: Tentando Me Afastar
  
• Ato Onze: Uma garota de Personalidade
  
• Ato Doze: Rivalidade? Romance? Laura?
  

Rivalidade? Romance? Laura?

Ato Doze: Rivalidade? Romance? Laura?

Depois daquele surpreendente episodio, passei alguns dias sem ver a Laura. Ela havia sumido. Ia na escola, claro, mas eu não conseguia avista-la no intervalo ou no final das aulas. E de certo modo, era bom, já que eu queria evitar ela... Mas também me dava medo. A garota tem uma mente criminosa.
Começaram com dias, depois semanas, e ai... Horas. Depois de umas duas semanas sem sequer notar Laura na escola, um garoto, desconhecido, veio falar comigo. Veio zombando, aliais.

- Ta ficando lento é, Danilo? A ponto de uma menina te ultrapassar?
- Ãhn? Do que você esta falando? E pra começar, quem é você?

E o desconhecido foi andando, rindo fervorosamente da minha cara. Naquela hora, nem sequer imaginei no que poderia a vir acontecer.
Fui andando, com pão com manteiga na minha mão, remexendo minha cabeça pra imaginar o que aquilo queria dizer.

- Menina me ultrapassar? Mas eu não corro com ninguém há um bom temp—
- Achei você! – Gritou Bruno, me puxando pelo braço, derrubando meu pão.
- E eu perdi meu pão. O que você quer?
- Eita! Sabia que lá embaixo, na pista de corrida, uma ruiva, linda por sinal, acabou de bater seu recorde de atletismo.
- O q-que?! Uma r-ruiva?
- Exato. Olhos verdes. Conhece?

Conhece? Há. Tinha acabado de descobrir por onde andava Laura. Ela estava se ocupando de bater meu recordes pessoais.
Eu e Bruno fomos ‘correndo’ pra pista. Ela ficava longe da ala do lanche, e gastamos uns bons 5 minutos até chegar lá.
Na pista, eu fui andando devagar, me esgueirando pelas árvores próximas pra me esconder. Primeiro, vi Laura. Seus cabelos ruivos esvoaçando ao vento. Ela parecia estar conversando com alguém. Enquanto eu estava escondido, Bruno perdeu a paciência e saiu da área com árvores, me puxou pela gola da camisa, me levando até a pista. Eu parecia um garotinho com medo do escuro. Aterrorizado. Quando consegui ver a imagem inteira, minha mente não conseguiu computar os dados. Era Laura e Gabi, apertando as mãos.

- “G-gabi?! Será que Laura descobriu sobre ela...?”
- Oi Gabi. E... – disse Bruno – Oooooi...?
- Laura – disse ela com um risinho – Meu nome é Laura.
- Er... Oi, meninas. – eu disse, coçando a cabeça com vergonha.
- Oi, Dan. – disse Gabi
- Oi Danilo. – disse Laura.
- E o que as duas estavam fazendo aqui? Meio isolado, acha não? – perguntou Bruno.
- Hihi... Eu soube que Laura é uma ótima corredora. E resolvi apostar uma corrida com ela. – disse Gabi.
- E eu aceitei.

Bom, pelo menos tinha sido a Gabi a desafiar a Laura, não o inverso.
Eu e Bruno nos sentamos nas arquibancadas, e as duas começaram a corrida. Meus olhos percorram primeiro o rosto de Gabi. Os olhos azuis. Depois seus cabelos castanhos. Depois o rosto de Laura. Os olhos verdes, parecidos com os de Gabi, porém esses tinham algo de mais... Determinado. Ai, subi aos cabelos ruivos. Aquele vermelho vivo. Eram incrivelmente lindas. E enquanto eu olhava, o tempo passou rápido. Laura ganhou de Gabi, por muito pouco. Quando Gabi parou para beber água, Laura olhou pra mim, e deu uma piscada. Mas não foi uma piscada de paquera, mas sim de... Sarcasmo. Ai sim achei que ela sabia que eu gostava de Gabi. Foi então que resolvi tentar agir com mais naturalidade.

- Íncrivel! Vocês são rápidas assim em tudo? – perguntou Bruno
- Que raio de pergunta é essa!? – falou Gabi, enquanto Laura ria.
- Hehe... Foi uma boa corrida mesmo... – eu disse – Bom, o que acham de tomarmos um refri? Eu pago.
- Eu topo – disse Bruno
- Eu pago o delas. O seu você paga. – eu disse
- Cara, essa foi cruel.

E dali, saímos dando risadas.