Muita gente se espanta ao descobrir que One Piece, aquele simpático anime e mangá criado por Eiichiro Oda e protagonizado por um pirata com corpo de borracha, é um dos um dos shonens que mais discutem temas sérios atualmente. Política, conflitos, preconceitos e vários problemas do nosso dia a dia não-pirata já deram as caras na história de One Piece, provando ser possível sim trazer debate para alguns assuntos em séries de fantasia. Separamos seis desses temas e demos uma maneirada nos spoilers para quem ainda está no meio da história.
1. ABSOLUTISMO E POBREZA
Durante sua jornada pela Grand Line o pirata Luffy passou por muitos reinos com problemas e boa parte deles era devido a algum rei megalomaníaco em busca de riqueza a qualquer custo, mesmo sacrificando o bem estar da população. Em Alabasta, por exemplo, Crocodile não hesitava em deixar toda a população morrendo de sede, até porque fazia parte do seu processo de enriquecimento. Já Donquixote Doflamingo se tornou o ditador de Dressrosa, transformando desafetos políticos em brinquedos sem memória (pois é!) e explorando a mão de obra da população para financiar o tráfico de armas para outros reinos.
Por onde passou, Luffy funcionou como uma mini-revolução que auxiliava as forças locais a acabar com as desigualdades desses monarcas. As soluções para os reinos variaram de acordo com as necessidades locais: no caso de Dressrosa, o trono voltou ao bondoso rei preocupado em criar uma nação pacífica, já no Reino de Drum rolou até eleição para o povo decidir quem deveria ser o representante do povo.
Por onde passou, Luffy funcionou como uma mini-revolução que auxiliava as forças locais a acabar com as desigualdades desses monarcas. As soluções para os reinos variaram de acordo com as necessidades locais: no caso de Dressrosa, o trono voltou ao bondoso rei preocupado em criar uma nação pacífica, já no Reino de Drum rolou até eleição para o povo decidir quem deveria ser o representante do povo.
2. RACISMO
O mundo de One Piece é composto de inúmeras raças, indo desde criaturas peludas como os minks até humanos ou gigantes, mas uma delas é deixada de lado por puro preconceito. Por viverem no mar, a raça dos homens-peixe é "exótica" aos olhos do mundo, então todo o tipo de lenda popular e fake news sobre este povo se espalha com muita facilidade pelo mundo. Há até receio de misturar o sangue com os seres do mar!
Durante a visita de Luffy na Ilha dos Homens-Peixe, descobrimos uma história muito triste na qual a rainha Otohime tentou unir o povo do mar com o povo da terra, mas o preconceito entre os povos acabou de uma forma trágica. Esse arco de One Piece é fortemente inspirado na questão do racismo que os afro-americanos passaram em meados do século XX. O posicionamento de alguns personagens também lembra muito o de figuras do mundo real: a rainha Otohime tem uma inclinação parecida com Martin Luther King, enquanto o Fisher Tiger já pensava parecido com Malcom X.
Durante a visita de Luffy na Ilha dos Homens-Peixe, descobrimos uma história muito triste na qual a rainha Otohime tentou unir o povo do mar com o povo da terra, mas o preconceito entre os povos acabou de uma forma trágica. Esse arco de One Piece é fortemente inspirado na questão do racismo que os afro-americanos passaram em meados do século XX. O posicionamento de alguns personagens também lembra muito o de figuras do mundo real: a rainha Otohime tem uma inclinação parecida com Martin Luther King, enquanto o Fisher Tiger já pensava parecido com Malcom X.
3. IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA
Assim como no nosso mundo, o conhecimento de História é fundamental para as pessoas não caírem nos mesmos erros. Em One Piece, arqueólogos e estudiosos habitavam a ilha de Ohara, um lugar repleto de livros e conhecimento por todos os lados. No entanto, a pesquisa começou a incomodar a Marinha porque os arqueólogos iniciaram os estudos a respeito do Século Perdido. Para evitar que a verdade viesse à tona, a Marinha ordenou a destruição total da ilha.
A única sobrevivente de lá é Nico Robin, a arqueóloga do Bando do Chapéu de Palha e no decorrer de One Piece ela investiga inscritos antigos capazes de revelar o que aconteceu no passado. One Piece reforça a importância da História para a construção da civilização, tanto que um dos membros do bando é justamente especializada nessa área. Através dessas inscrições descobrimos também informações sobre uma arma capaz de destruir o mundo, ou seja... está explicado o interesse dos poderosos em esconder isso.
A única sobrevivente de lá é Nico Robin, a arqueóloga do Bando do Chapéu de Palha e no decorrer de One Piece ela investiga inscritos antigos capazes de revelar o que aconteceu no passado. One Piece reforça a importância da História para a construção da civilização, tanto que um dos membros do bando é justamente especializada nessa área. Através dessas inscrições descobrimos também informações sobre uma arma capaz de destruir o mundo, ou seja... está explicado o interesse dos poderosos em esconder isso.
4. RELAÇÕES INTERNACIONAIS E GLOBALIZAÇÃO
Se aqui no nosso mundo temos uma organização como a ONU, reunindo representantes de todos os países para debates sobre os problemas mundiais, em One Piece algo assim acontece na Levely (também conhecida como "Reverie" no mangá da Panini ou "Devaneio" na versão da Crunchyroll), um encontro das nações do mundo realizado a cada quatro anos. Diplomacia entre países é considerado um tema de extrema importância no mundo de One Piece, tanto que vemos o quanto a já citada Ilha dos Homens-Peixe precisou batalhar muito para conseguir fazer parte desse encontro.
Atualmente na série os personagens estão no país de Wano, um local de fronteiras fechadas tal qual o Japão feudal, o que impede a entrada e saída das pessoas no território. Com isso, o Oda tem trazido uma discussão do contato com outras culturas e países, ocorrida em meados de 1854 quando o Japão acabou abrindo os portos para outras nações. E é na figura do personagem Oden que Eiichiro Oda tenta trabalhar com o tema da globalização, pois o filho do shogun de Wano quer muito ter contato com outras culturas mundo, afinal Wano "é pequeno demais".
Atualmente na série os personagens estão no país de Wano, um local de fronteiras fechadas tal qual o Japão feudal, o que impede a entrada e saída das pessoas no território. Com isso, o Oda tem trazido uma discussão do contato com outras culturas e países, ocorrida em meados de 1854 quando o Japão acabou abrindo os portos para outras nações. E é na figura do personagem Oden que Eiichiro Oda tenta trabalhar com o tema da globalização, pois o filho do shogun de Wano quer muito ter contato com outras culturas mundo, afinal Wano "é pequeno demais".
5. GUERRA QUÍMICA
Em tempos de conflitos entre nações no nosso mundo, One Piece está aí para relembrar o quanto a ciência já foi usada para o mal. O grande vilão do arco de Punk Hazard é o doutor Ceasar Clown (ou Ceasar Crown, no mangá publicado pela Panini), especialista em gases venenosos. Ele usa Punk Hazard e seus habitantes como cobaias de suas experiências científicas, e o resultado são armas químicas para uso em conflitos entre países.
Ao contrário de outros vilões, sempre dispensados da história após a derrota (um beijo para você, Enel!), Ceasar continua participando ativamente de outros arcos de One Piece, inclusive estando presente na utilização de uma bomba de gás que, por muito pouco, não exterminou a população de uma ilha inteira.
Ao contrário de outros vilões, sempre dispensados da história após a derrota (um beijo para você, Enel!), Ceasar continua participando ativamente de outros arcos de One Piece, inclusive estando presente na utilização de uma bomba de gás que, por muito pouco, não exterminou a população de uma ilha inteira.
6. CORRUPÇÃO
Em menor ou maior escala, a corrupção aparece em quase todo arco de One Piece. Porém, o tipo de contravenção que ganha bastante destaque é a corrupção dentro da organização da Marinha. No mundo da série, a Marinha é responsável por manter a paz e a ordem, se opondo ao lado "mau" caracterizado pelos piratas, mas Eiichiro Oda se esforça para mostrar que nem tudo é preto e branco, há muito cinza a ser tratado.
Assim como Luffy é considerado uma pessoa do bem, mesmo sendo um pirata, a Marinha toma muitas decisões duvidosas e dignas de um "vilão". Alguns personagens militares, no entanto, acabam questionando essas atitudes, como o fato de passarem pano para claras violações de direitos humanos (eles fazem vistas grossas ao leilão de escravos que acontece em Sabaody, por exemplo). Por sorte, o Oda mostra que, embora a instituição seja corrupta, há pessoas lá dentro se esforçando em mudar as coisas, como o almirante Fujitora ou a Tashigi.
Assim como Luffy é considerado uma pessoa do bem, mesmo sendo um pirata, a Marinha toma muitas decisões duvidosas e dignas de um "vilão". Alguns personagens militares, no entanto, acabam questionando essas atitudes, como o fato de passarem pano para claras violações de direitos humanos (eles fazem vistas grossas ao leilão de escravos que acontece em Sabaody, por exemplo). Por sorte, o Oda mostra que, embora a instituição seja corrupta, há pessoas lá dentro se esforçando em mudar as coisas, como o almirante Fujitora ou a Tashigi.
FONTE
Muito interessante, não é mesmo?
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