Gerd Müller foi o maior homem-gol da década de 70, mas pecava em técnica. Era baixo e gordo. Pode ver que a maioria dos gols dele sairam de oportunismos e bons posicionamentos. Óbvio que isso é algo que deve ser considerado, e por isso eu o vejo como o 2º maior da Alemanha.
Foram 10 gols em 1970, outros 4 em 1974. Não é pouca coisa.
Beckenbauer era um dos mais técnicos da seleção desde 1966, quando ainda era bem jovem. Na Inglaterra jogou com o que hoje poderia ser chamado de volante, com um toque refinadíssimo e invadindo a área quando achava os espaços, ou mesmo arrancava do meio de campo. Fez dois gols dessas duas formas contra a Suíça (inclusive aconselho assistir os highlights dele nesse jogo, é um arsenal de boas jogadas mesmo considerando a era dinossaurica).
Em 70 manteve o mesmo estilo. O maluco era disparado o melhor “volante” do seu tempo. No Bayern chegou a jogar mais recuado, mas ainda avançava com muita técnica. Não era raro ver ele dando enfiada pra Müller, aquelas estilo Felipe Melo-Robinho contra a Holanda em 2010.
74 foi só a cereja do bolo, mas dessa vez jogando mais recuado também pela seleção.
Não a toa, ganhou duas bolas de ouro no período (só não levou em 70 também pelos 10 gols do Müller na Copa) competindo com Cruijff.
Não consigo dizer qual foi o mais importante. Müller era o homem gol, claro, mas ele se assemelhava muito mais a um Ronaldo de 2006 (que depende fundamentalmente da armação de jogadas) do que um de 96 (que podia pegar do meio campo e resolver um jogo sozinho). Beckenbauer, no entanto, sempre foi o homem que encheu o artilheiro de passes, além das armações e infiltrações excelentes pra época, e foi também o melhor alemão.