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– Treino de Beisebol – Capítulo 06 –
“(...) estou me apaixonando cada vez mais por ela.”
Naquele dia, onde uma suave brisa acalmava o calor do dia, eu admiti isso para mim mesmo... Eu já havia me decidido. Sobre a Natsuki... Aconteceu rápido. Posso dizer que até rápido demais. Mas posso garantir o quanto esse sentimento se manifesta verdadeiramente. Ao mesmo tempo intenso, e aconchegante. Amor? Não sei. Estou disposto a descobrir isso com ela.
- Vamos voltar Keitarô? O sinal do intervalo vai tocar logo, logo. – Ela ainda estava ali. Serena –
- Ah... Sim, vamos.
Enquanto estávamos sob a sombra daquela imensa e refrescante árvore, trocamos apenas poucas palavras, e comíamos nossos lanches normalmente... Pouco me importa, se eu puder, afinal... Estar perto dela.
Caminhávamos de volta para sala, ao soar do sinal. Passando quase encostados a uma parede, nos viramos para a esquerda, indo em direção à entrada principal que dava ao pátio externo onde estávamos. Ainda seguindo “tal parede”, passamos por uma dessas “esquinas” do prédio, até que...
- Haha, não é mesmo Kei - Ai! – Ela caiu –
- Natsuki! Você está bem? – Naquele instante, meio que me lembrei da primeira vez que a vi. Quando ela tropeçou em mim, há 3 anos –
Enquanto eu ajudava-a se levantar, vi porque (e em quê), ela havia tropeçado. Kisuke. Literalmente, nele. Na verdade, quase. Ele estava sentado, com as pernas estendidas sobre o gramado, encostado na parede. E no caminho. E claro, como não poderia ser diferente, estava ali jogando vídeo-game. Por sorte, a Natsuki não caiu em cima desse meu amigo tarado.
- Opa! Kaoru-san, me desculpe, eu estava distraído, he. Desculpe mesmo! E... Keitarô, o que você faz aqui?
- Adivinha? – Olhei para ele nervoso – Estou ajudando uma garota linda a se levantar, por ter tropeçado num porco com você! – Minha voz estava mais alterada do que eu pensei –
- Porco? Caramba Keitarô, sou seu amigo lembra? – Ele disse com cara de pena –
- Que seja. Preste atenção pra não derrub – Natsuki me interrompeu –
- Garota linda, hein? Essa seria eu, por acaso? – Ela perguntou olhando para mim, enquanto demonstrava um sorriso intrigante –
- É-É, q-que e-eu... – Posso dizer que fiquei vermelho de um jeito instantâneo –
- Haha. Vamos Keitarô. – Ela foi se levantado ao se apoiar em mim – Ou então, Ai!
Na hora que ela gritou, subitamente, eu percebi. Ela tinha machucado o joelho com a queda. Vamos dizer que não era um machucado qualquer. Parecia estar doendo muito.
- Natsuki! Você precisa ir para a enfermaria agora! – Eu estava realmente preocupado –
- Não precisa. – Ela tentou disfarçar ao sentir dor – Nem está doendo tanto.
Mas não parecia. O machucado já estava sangrando, e se ficasse exposto por mais tempo, iria sangrar ainda mais. Ela não poderia ficar andando normalmente, com a perna sangrando daquele jeito. Eu precisava fazer alguma coisa. Sentia que precisava. Até ter uma ideia... Que fez meu coração começar a bater mais forte.
“Ou eu, ou o Kisuke teremos que fazer isso. Mas sinceramente... Prefiro que seja eu.” – Pensei comigo mesmo –
- Sério Keitarô, – Ela foi se apoiando à parede – Não se preoc - (!) – Eu a interrompi, fazendo... O que achava que precisava fazer –
- Pronto. Agora posso te levar até a enfermaria.
Eu... Peguei-a pelos braços. Literalmente... Ela estava em meus braços. Devia ter começado a suar muito naquela hora, sem dúvida nenhuma. E daquele jeito, com ela em meus braços, simplesmente corria até a enfermaria. Eu senti algo naquela hora, vindo de alguém. E mesmo que eu não tenha visto... Kisuke sorria ao ver o que eu fazia.
- Keitarô Osaki. He, quem diria... Boa sorte, amigo. – Kisuke dizia para si mesmo, ao me ver saindo –
Chegando rapidamente lá, eu a coloquei sobre um dos leitos da enfermaria. Esperei uns 5 minutos, mas nada de a enfermeira ou a doutora chegarem. Deviam estar voltando do almoço também. Então, eu mesmo comecei a preparar um curativo para o machucado da Natsuki.
- Legal! (...) Eu me enrolaria toda se tivesse que fazer um curativo desses. Onde aprendeu a fazer isso Keitarô? – Ela estava tão calma, que nem parecia ter se machucado –
– Natsuki falava, mas eu meio que me distraí e fiquei um pouco corado... Em perceber o quanto a perna dela era macia, enquanto eu preparava o curativo –
- K - E - I - T - A - R - Ô! – Ela chamou minha atenção soletrando meu nome, e chegando cada vez mais perto de mim. Mesmo –
- A-Ah, N-Natsuki! – E assim fiquei mais corado do que já estava –
- Haha! – Ela continuava rindo – (...) Obrigada, Keitarô...
- (...) Não foi... Nada. – Meio que abaixei o rosto, envergonhado por aquele olhar tão profundo que ela direcionava para mim –
- Soube que você entrou pro time de beisebol esse ano.
- Ah, sim. O Kisuke te disse?
- Não. Foi a Yoshida-san.
- A Miya? – Na hora me lembrei daquele lado sombrio dela – Falando nisso, eu tenho mesmo que ir para o treino, daqui a pouco. Conseguimos permissão com o nosso treinador, para treinarmos enquanto a sala está na educação física.
- Posso ir com você? Eu gostaria de assistir.
- É... Acho que seria bom você descansar aqui mais um pouco, ou a ferida pode abrir outra vez. – Desviei o olhar, meio desorientado –
- Ficar aqui vai ser muito entediante, e além disso, eu não posso ir pra aula de educação física assim. E afinal, se esse é o problema... Me carregue nos braços outra vez! – Ela sorriu – Será ótimo te ver jogar...
- Está... Bem...
Como eu iria negar? Ela queria realmente me ver jogar... Dava pra perceber isso, mesmo eu não sabendo o motivo. E não que eu seja tarado, nem nada (aliás, não sou). Mas senti-la em meus braços, outra vez... Seria realmente uma sensação indescritível. Fui para o vestiário antes, para colocar meu uniforme do time, e voltei para a enfermaria... Para levá-la comigo. No campo, nem preciso dizer a reação do pessoal do time ao me verem com a Natsuki nos braços, chegando. Eu não escutei o que eles falavam, mas posso imaginar. Melhor pular essa parte, estava com vergonha mesmo. Enquanto meu coração pulsava descontrolado, claro. Ela me observava ao canto do campo, sentada na grama, que servia de “arquibancada”... Enquanto eu estava em pose de rebatedor. E totalmente distraído ao me pegar olhando pra ela... Para o sorriso dela, e...
- Ai! – Levei uma bolada extremamente forte na cara –
- Keitarô! – Ela nem pensou no próprio machucado, e veio correndo quando meu viu caído –
- Só machuquei a bochecha, sem problema, mas... E o seu machucado?
- Não se preocupe com isso agora. Bem, eu... Não sei fazer um curativo. Então só posso te dar isso...
Ela estava ali, ajoelhada ao meu lado quando eu me levantava devagar por causa da pancada. Mas então... Ela terminou de falar isso. E o pessoal do time ficou olhando. Ela me deu um... Beijo no rosto. Sei, é só um beijo no rosto. Mas naquela hora, não foi “só um beijo no rosto” para mim. Isso, por causa daquela sensação minha, que não sei se foi hormonal, cardíaca, mental, ou sei lá mais o quê, e podem me chamar de fracote, mas... A emoção foi tão grande... Que eu caí no chão outra vez.
*Próximo Capítulo: Na minha casa . *OBS: essa tag de comentários zuado, eu que fiz, e por eu não ser um Designer
saiu essa merda, então por favor, não reparem . Obrigado .-.